Por Luis F. Miguel, no Diário do Centro do Mundo:
A aparente opção da Globo por Eduardo Leite é obviamente uma má notícia para João Doria.
Não só pelo reforço ao adversário nas prévias tucanas, mas, sobretudo, porque é uma demonstração de que a Globo não acredita na possibilidade de sucesso da candidatura dele, Doria.
A opção é reveladora também da posição dos Marinho.
Dentro do PSDB, Leite se posicionou à direita de Doria.
Foi um dos últimos a romper com Bolsonaro.
Seu compromisso com o desmonte neoliberal do Estado parece mais ideológico, mais sincero.
Sobre sua sensibilidade social, muitos podem testemunhar – dos professores do Rio Grande do Sul às usuárias do sistema de saúde de Pelotas.
Ao se assumir como gay, Leite dá o passo necessário para marcar sua distância em relação a Bolsonaro – sem com isso se distanciar de seu projeto.
Muitos louvam a coragem de Leite por sair do armário. Pode ser.
Mas tendo a achar que, no Brasil de hoje, um político perde menos se declarando gay do que perderia se defendesse políticas de combate à homofobia.
Quanto a essas, o registro de Leite ainda está em branco.
0 comentários:
Postar um comentário