A bolsonarista Rádio Jovem Pan – também apelidada de Ku Klux Pan – poderá entrar na mira da CPI do Genocídio na sua próxima fase. Os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Humberto Costa (PT-PE) solicitaram a quebra de sigilo bancário da emissora devido às suas desinformações na pandemia. O pedido será avaliado pelo colegiado nesta terça-feira (3).
No requerimento, os parlamentares alegam que a rádio é “grande disseminadora das chamadas fake news” e pedem seus dados bancários desde 2018 e uma comparação sobre os valores nas contas antes e depois da pandemia. Há suspeita de que a Jovem Pan foi beneficiada em publicidade pelo laranjal de Jair Bolsonaro.
Para justificar a quebra de sigilo bancário da emissora fascistoide, os senadores argumentaram que há ligações da rádio com assessores do presidente e de seus filhos. O requerimento afirma que um dos suspeitos "atua no chamado 'gabinete do ódio', como a imprensa denomina" a milícia digital bolsonarista.
A pressão da poderosa Abert
A iniciativa dos senadores causou a imediata reação da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). A entidade patronal, que defende os empresários inescrupulosos que exploram concessões públicas, afirmou em nota que “repudia com veemência” a possibilidade da CPI da Covid recolher os dados bancários da Jovem Pan.
Como de hábito, a Abert – que nasceu no processo do golpe de 1964 e foi cúmplice da ditadura militar – argumenta que a medida “afronta à liberdade de expressão, direito garantido pela Constituição”. Ela nada diz sobre o papel das concessões públicas de rádio e TV e defende a associada que dissemina fake news e tem ligações com o fascista no poder. A gritaria da poderosa associação patronal costuma fazer tremer muitos parlamentares. A conferir!
Em tempo: A CPI também avaliará outros pedidos de quebra de sigilo bancário de pessoas e empresas que são acusadas de difundir mentiras na pandemia, como do blogueiro Allan dos Santos (Terça Livre), Raul Nascimento (Conexão Política), Tarsis de Souza (Renova Mídia), José Tolentino (Jornal da Cidade Online), Paulo de Oliveira Eneas (Crítica Nacional), além das empresas LHT HIGGS LTDA, ligada à produtora Brasil Paralelo, e Farol Produções Artísticas LTDA (Senso Incomum).
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