Por Luiz Carlos Bresser-Pereira
Os impressionantes resultados do Datafolha de hoje apontam para a vitória de Lula nas eleições presidenciais, provavelmente no primeiro turno.
Os brasileiros caíram em si.
Depois do imenso erro que cometeram elegendo um presidente de extrema-direita, eles voltaram a pensar.
O Brasil vive uma grande crise política desde 2013 e econômica desde 2014.
Diante da reeleição de Dilma e da crise fiscal de 2015, as elites econômicas adotaram um neoliberalismo radical e um antipetismo irracional.
Esta virada das elites abriu espaço para Michel Temer, com seu projeto neoliberal “Uma ponte para o futuro”, obter o apoio das elites para um golpe de Estado, e para um juiz autoritário e corrupto condenar e prender Lula para impedi-lo de voltar à presidência.
Os resultados foram a emenda do teto fiscal, que seria razoável se variasse com o PIB, a estagnação econômica, e a eleição em 2018 de um candidato de extrema direita sem qualquer condição de governar o Brasil. Foi um momento em que os brasileiros pararam de pensar.
Agora surge a oportunidade para o Brasil voltar a encontrar o caminho da democracia e do desenvolvimento.
Esta oportunidade se concretiza em Lula, político carismático, de centro-esquerda, solidário com os trabalhadores e os pobres.
Entre os candidatos apenas existe um que é também um político capaz e comprometido com o Brasil, Ciro Gomes, mas sua candidatura não deslanchou.
A centro-direita ainda procura um candidato, mas Lula não é apenas mais capaz, é também mais moderado.
Lula fez um belo governo entre 2003 e 2010.
No plano econômico acertou em promover o investimento público e em adotar política industrial mas não tinha então as ferramentas teóricas para criticar a abertura indiscriminada da economia e trazer o Brasil de volta ao desenvolvimentismo.
Agora essas ferramentas existem – estão no Novo Desenvolvimentismo – e ele poderá adotá-las: a rejeição dos déficits em conta corrente e a neutralização da doença holandesa.
É a oportunidade para o Brasil sair voltar a se industrializar e sair da quase-estagnação que já dura 40 anos.
0 comentários:
Postar um comentário