domingo, 8 de maio de 2022

Pesquisas atiçam golpismo de Bolsonaro

Charge: Céllus
Por Altamiro Borges

A pesquisa Ipespe divulgada na sexta-feira (6) mostra consistente estabilidade na corrida presidencial – o que já havia sido apontada por outros institutos em sondagens recentes. Jair Bolsonaro está empacado, com elevado índice de rejeição, e Lula segue isolado na frente e pode até vencer no 1º turno. Isto talvez explique o repique agressivo do miliciano no poder, que volta a questionar a urna eletrônica, a atacar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a ameaçar com golpe!

Segundo o Ipespe, Lula oscilou de 45% para 44%, dentro da margem de erro. Já o “capetão” manteve os 31% da pesquisa anterior. Em votos válidos, o líder petista tem 48,8% e o genocida tem 34%. Já a chamada “terceira” via não conseguiu se viabilizar com nenhuma de suas apostas. Nesse cenário de consolidada polarização, bastaria uma pequena migração de votos de Ciro Gomes (PDT), por exemplo, para resolver a parada já no 1º turno e evitar as provocações fascistas!

Como analisa o jornal Brasil de Fato, a pesquisa “mostra que o ex-presidente ainda tem chances consideráveis de vencer a eleição no 1º turno. Em votos totais, a soma de todos os outros candidatos foi de 46%, dois pontos acima de Lula, o que representa um empate técnico, já que a margem de erro é de 3,2 pontos percentuais”. Na hipótese do segundo turno, de acordo com o Ipespe, Lula vence Bolsonaro por 54% a 34% – o mesmo placar da pesquisa anterior.

O discurso do golpe  

Essa vantagem persistente de Lula em todas as pesquisas “inflama golpismo de Bolsonaro”, enfatiza Leonardo Sakamoto em postagem do site UOL. “É necessário interpretar os ataques do atual presidente ao sistema de votação à luz do atual entrincheiramento de posições. Hoje, o mais provável, é a realização de um segundo turno. Mas não é improvável que a eleição se resolva ainda no primeiro. As pesquisas têm mostrado que, caso a polarização siga nesse patamar, uma parte dos eleitores que prefere outros candidatos migre para as duas candidaturas principais na reta final do primeiro turno, com a tentativa de liquidar a fatura para um lado ou outro”.

E o atento Leonardo Sakamoto alerta: “Não admira que Bolsonaro se dedique tanto a preparar terreno para um não reconhecimento dos resultados das eleições, acusando a urna eletrônica de fraude, com o apoio de uma parcela do Congresso Nacional e das Forças Armadas. O discurso do golpe é a parte mais sólida de seu programa eleitoral”.

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