segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Campanha começa com guerra de pesquisas

Charge: Carol Cospe Fogo
Por Fernando Brito, em seu blog:


Uma campanha eleitoral “sem rua”, como a que tivemos até agora, acaba sendo influenciada – mais que influenciando – pelas pesquisas eleitorais.

E, com as reservas que se deve ter em relação a todas elas, não há dúvidas que o resultado da FSB/Banco BTG (TSE BR-00603/2002), mostrando um crescimento de 4 pontos na vantagem de Lula sobre Jair Bolsonaro (45% a 34%) frustrou, por enquanto, a expectativa de que o atual presidente pudesse, em razão dos vários auxílios que já começaram a ser pagos, ter dado um salto nas pesquisas.

Ao contrário, mostrou Lula a 1% de conseguir maioria absoluta (50%) ,no limite da margem de erro.

A ver o que, no final do dia, mostrarão os números do levantamento do Ipec, formado pelos profissionais do antigo Ibope, com grande divulgação pelo grupo Globo, que a patrocina.

Um detalhe importante é que, como a pesquisa anterior do instituto foi realizada em dezembro passado, quando o quadro de candidaturas era outro, não deverão ser feitas, ou feitas com descrição, comparações sobre queda e ascensão de candidatos.

Pessoalmente não creio em alterações substanciais nos resultados, embora esteja claro que, no clima de tensão que a eleição presidencial apresenta, quaisquer dois ou três pontos, abaixo ou acima, vão servir para influenciar o ânimo político do país.

Ao menos até, daqui a dez dias, o início da propaganda eleitoral no rádio e na televisão que, embora desdenhado por muitos nestes tempos de redes sociais, ainda será responsável por boa parte da consolidação ou mudança no espírito do eleitor de baixa renda e de comunidades do interior.

E vai, sobretudo, definir o tom que a comunicação de Bolsonaro deverá assumir porque, até agora, toda a sua aposta tem sido na radicalização, embora venha sendo pressionado por seus aliados políticos a ser menos agressivo.

Não creio que venha a ser, a não ser na hipótese – remota, ao que se pode avaliar hoje – de que registre um forte crescimento.

O provável é que o “Deus é ódio” siga sendo o seu mote eleitoral.

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