domingo, 5 de março de 2023

Cresce a pressão contra o bolsonarista do BC

Charge: Gilmar
Por Altamiro Borges


Em plenária realizada nesta quinta-feira (2), os movimentos sociais brasileiros decidiram concentrar as suas energias na luta pela derrubada do presidente bolsonarista e ultraneoliberal do Banco Central, Roberto Campos Neto – também apelidado de Bob Fields Neto. Já está agendado um protesto nacional para 21 de março.

A data foi escolhida para coincidir com a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que define a taxa básica de juros (Selic). Há consenso no campo popular de que os juros pornográficos impostos pelo BC travam a economia nacional – encarecendo o crédito, elevando a dívida pública, reduzindo o consumo e a produção, e inibindo a geração de emprego e renda – e servem de alimento para o fascismo no Brasil.

Bob Fields Neto é um infiltrado bolsonarista

Para os movimentos sociais brasileiros, Bob Fields Neto é um infiltrado bolsonarista, que sabota a economia e visa desestabilizar politicamente o governo Lula. Também há consenso de que a política monetária ortodoxa do BC, que pratica as taxas de juros mais altas do mundo, serve apenas ao capital rentista, aos abutres financeiros.

A plenária nacional reuniu as principais entidades e movimentos sociais do país – centrais sindicais, MST, MTST, UNE, entre outras –, que se articulam nas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. A mesa de abertura contou com a contribuição da deputada Gleisi Hoffmann, presidenta do PT.

Na ocasião, as frentes reafirmaram sua posição diante do novo governo. “Avaliamos como importante manter esse espaço de articulação, apoiar o governo, mas manter a autonomia e a mobilização pelas pautas populares e também pelo enfrentamento ao fascismo”, realça Raimundo Bomfim, da Central de Movimentos Populares.

Lula volta a criticar o chefão do Banco Central

A prioridade a partir de agora será a preparação dos protestos de 21 de março, com intenso trabalho de difusão e organização de caravanas. Nos últimos dias, essa mobilização ganhou o reforço do presidente Lula, que voltou a criticar a política de juros e a detonar Roberto Campos Neto em entrevista a Reinaldo Azevedo, da BandNews:

“Ora, por que esse cidadão, que não foi eleito para nada, acha que tem o poder de decidir as coisas e ainda 'vou pensar como posso ajudar o Brasil'? Não, você não tem que pensar em como ajudar o Brasil, você só tem que pensar como reduzir a taxa de juros para que esse país volte a ter crédito, para a economia voltar a funcionar, é isso que tem que fazer. Isso não é bravata minha porque não tenho interesse de ficar brigando com o presidente do Banco Central. A única coisa que eu acho é o seguinte: esse país não pode ser refém de um único homem”.

“Saiu o PIB do último trimestre, é negativo, portanto a economia brasileira não cresceu no ano passado. Apesar da fanfarrice do Paulo Guedes, ela não cresceu. Então, você tem uma economia que não está crescendo, você tem desemprego que está com emprego informal com trabalhadores ganhando pessimamente mal porque a massa salarial caiu muito, você não tem crédito, o crédito está escasseando e logo-logo você vai ter crise de crédito. E eu queria uma explicação apenas por que os juros estão a 13,75%”, completou Lula.

Bob Fields Neto – o queridinho do “deus-mercado” e da mídia rentista – está na berlinda. Ele hoje é criticado até por setores da indústria, do comércio e do agronegócio, que são afetados pelos juros pornográficos. Daí o acerto da plenária dos movimentos sociais de priorizar essa batalha. Ela é decisiva para destravar a economia – gerando emprego e renda – e para enterrar o fascismo! Ela é a mãe de todas as batalhas nesse momento!

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