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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quinta-feira (16) que a Polícia Federal investigue o grau de apoio do vereador Fernando Holiday (Republicanos-SP) aos atos terroristas desfechados após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de outubro passado. Ex-líder do golpista Movimento Brasil Livre (MBL), o parlamentar tornou-se um fanático bolsonarista e incentivou os bloqueios às rodovias, os acampamentos em quartéis do Exército e os atos de vandalismo em Brasília no fatídico 8 de janeiro.
O ministro do STF atendeu a uma ação apresentada pela também vereadora paulistana Silvia Ferraro, do Psol. No seu pedido, ela afirma que Fernando Holiday insuflou, através das redes sociais, “a realização de atos antidemocráticos e atentatórios ao Estado de Direito”. A Polícia Federal receberá agora os autos do processo para adotar as medidas cabíveis. Alexandre de Moraes afirmou que, devido às diferentes investigações que estão em curso, “o declínio de competência nesse momento seria absolutamente prematuro”.
“As condutas narradas, considerado o contexto geral dos atos ocorridos a partir da proclamação do resultado das eleições gerais de 2022, com bloqueio de rodovias, bem como aqueles ocorridos no dia 8/1/2023 em Brasília/DF, com depredação dos prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal, em tese se relacionam com diversas investigações em andamento nesta Suprema Corte”, argumentou o ministro do STF.
Até o MBL detona o vereador bolsonarista
A decisão agitou as redes sociais. A hashtag “Holiday na cadeia” foi parar nos Trending Topics do Twitter. O próprio fascistinha tentou posar de vítima. “Agora pronto, chegou a minha vez”, postou. Até ativistas do MBL vibraram com a possibilidade do “dissidente” ser preso por ter incentivado os atos terroristas. “Por ordem de Moraes, PF investiga ligação de Fernando Holiday com os atos de 8 de janeiro. ‘Quem vende a alma ao demônio’ sabe ‘que o capeta cobra juros’”, tuitou a sessão gaúcha do movimento, ironizando a ligação do vereador com o ex-presidente.
Nas eleições do ano passado, o parlamentar e o MBL entraram em choque. Ele já havia se afastado da seita golpista em janeiro de 2021, mas ambos mantinham “relações amigáveis”, sem agressões em público. A campanha eleitoral, porém, azedou esse sinistro acordo. Em entrevista à bolsonarista Jovem Pan em outubro, ele obrou que “Bolsonaro é a melhor opção para o Brasil”, elogiou o ex-juizeco Sergio Moro, que também voltou ao colo do fascista – “vejo como uma espécie de grandeza de ambos em se unirem em torno de uma pauta para favorecer o país” – e detonou a organização que o projetou na política e viabilizou sua eleição para a Câmara Municipal de São Paulo.
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