Charge publicada no site O Convergente |
A onda de ódio e violência, que ganhou impulso com a necropolítica do fascista Jair Bolsonaro e encontrou terreno fértil nas redes digitais, adquiriu dimensões assustadoras. Nesta quinta-feira (20), o ministro da Justiça, Flávio Dino, fez um primeiro balanço da “Operação Escola Segura”, criada para apurar as ameaças a estabelecimentos de ensino após a tragédia de Blumenau (SC). Ele relatou que 302 pessoas já foram presas sob suspeita de orquestrarem ataques às escolas no país.
A ação do governo pode ter evitado novas chacinas. Segundo monitoramento das redes, nos últimos dias circularam em grupos de extrema-direita vários boatos de violência. Tanto que muitas famílias optaram por não levar seus filhos às escolas. “Segundo publicações que circularam na internet, os novos ataques estariam sendo planejados para 20 de abril, data que coincide com o massacre de Columbine que resultou na morte de 15 pessoas nos Estados Unidos em 1999, e o aniversário do ditador nazista Adolf Hitler”, descreve o site UOL.
Grupos de inspiração nazista
A operação emergencial do Ministério da Justiça envolveu 4.253 agentes federais e das forças estaduais. “Ela foi possível, em geral, por conta do monitoramento de redes sociais. O trabalho resultou na derrubada ou preservação de conteúdos para investigação de 812 perfis nas redes sociais identificados com ameaças a escolas... Ela permitiu 270 buscas e apreensões, que colheram desde armas a materiais de inspiração neonazista”. O ministro Flávio Dino informou na coletiva à imprensa que “trabalho da operação continua forte e não tem data para acabar”.
Ainda segundo a reportagem do UOL, “o ministro disse que há identificação de pessoas isoladas e também de grupos de inspiração nazista entre os alvos de prisões ou busca e apreensão. Dino afirmou que os casos ocorrem em todo país e preferiu não divulgar dados por estados, para não passar a impressão de que há núcleos específicos. A Operação Escola Segura registrou 2.593 boletins de ocorrência e 1.062 conduções às delegacias para prestar esclarecimentos desde o último dia 5 de abril”.
Flávio Dino também mencionou que há decisões judiciais relacionadas às plataformas digitais – às famigeradas big techs. Com exceção do Telegram, todas elas teriam respondido às notificações do Ministério da Justiça sobre o monitoramento das ameaças relacionadas a escolas. “Vamos abrir processo sancionador [com relação ao Telegram], mas ainda não dá pra adiantar detalhes”, garantiu o ministro, que complementou de forma dura:
“Liberdade de expressão é para as pessoas que estão exercendo seu direito de opinião nos termos da lei. Quem ameaça destruir uma escola, uma criança, um adolescente, ameaça destruir uma família, obviamente não está protegido pela Constituição e está, sim, no âmbito do Código Penal. E a polícia vai buscar, um a um, porque a determinação é essa. E nós vamos cumprir, não vamos permitir que se instale no Brasil um terrorismo de inspiração em outros países, qualquer que seja essa ideologia”.
1 comentários:
Parabéns ás Forcas de Seguranca e ao Ministro da Justica.
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