Ministério da Cultura aciona a Jovem Pan

Montagem em charge publicada no jornal Mail Today

Por Altamiro Borges

A rede bolsonarista Jovem Pan – também apelidada de Jovem Klan por espalhar o ódio fascista e difundir fake news – segue colecionando processos. Nesta semana, segundo postagem do site Metrópoles, “o Ministério da Cultura pediu que a Advocacia-Geral da União (AGU) acione na Justiça a emissora devido à veiculação de uma informação falsa de que artistas seriam pagos pela pasta para viajar a um show da cantora Beyoncé, em Nova Jersey, nos Estados Unidos, com o objetivo de homenagear o ator Paulo Gustavo”.

A mentira foi veiculada por um âncora-jagunço da emissora que chega a dizer que o governo Lula gastaria mais de R$ 20 milhões para financiar o gasto. “Não há o pagamento de viagem alguma nem, claro, o desembolso desse valor. Segundo o Ministério da Cultura, desde sábado passado (3) a assessoria de imprensa da pasta vem tentando contato com a emissora para que a notícia seja corrigida, sem sucesso”, relatava a matéria do site.

Ataques criminosos ao ministro da Justiça

Depois da denúncia, “a Jovem Pan entrou em contato com a coluna e informou que o vídeo com o conteúdo questionado foi apagado. O apresentador que deu a informação leu a manifestação do MinC em seu programa, mas manteve a informação. Não deu nenhuma prova nem informou qualquer nome de artista que participaria da suposta viagem”, conclui a matéria. A conduta criminosa e irresponsável da Jovem Pan não surpreende. Já virou hábito! Ele espalha mentiras, depois corrige parcialmente e segue mentindo e desinformando.

Em meados de maio, por exemplo, o apresentador Tiago Pavinatto, que comanda o programa Linha de Frente, chegou a insinuar que o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB-MA), integrava a organização criminosa Comando Vermelho. De imediato, o ministro reagiu: “É isso que a extrema-direita chama absurdamente de liberdade de expressão. Óbvio que não é. Em nenhum país do mundo”. E anunciou que processaria a Jovem Klan.

Diante do risco de um novo processo e da perda de anunciantes, a direção do canal até “repreendeu” o âncora. Segundo relato do site Notícias da TV, “a chamada de atenção ocorreu no mesmo dia do comentário. A direção da Jovem Pan pediu para que Pavinatto dosasse suas palavras e não repetisse nada do tipo. Ainda afirmou que, se a situação ocorresse novamente, ele poderia ser retirado do ar”. Pura encenação!

Emissora é investigada pelo Ministério Público

Nas eleições presidenciais de 2022, a emissora bolsonarista sofreu sanções do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por divulgar notícias falsas contra Lula. Após a derrota do seu candidato, ela estimulou os bloqueios criminosos das estradas, os acampamentos golpistas nos quartéis militares e os atos terroristas que vandalizaram Brasília no fatídico 8 de janeiro. Por suas recorrentes ações ilegais, a empresa privada que explora uma concessão pública passou a ser investigada pelo Ministério Público Federal (MPF).

Temendo ter sua outorga cassada, ela agora tenta disfarçar sua postura fascista. Segundo postagem de Ricardo Feltrin, “o Grupo Jovem Pan tenta encerrar as investigações com um acordo com o MPF. A JP é investigada por ter insuflado os atos que depredaram as sedes dos Três Poderes. Enquanto o crime coletivo acontecia, comentaristas do canal pago JP News e seu Youtube, como Paulo Figueiredo, chamavam o terrorismo de ‘manifestação legítima’. Figueiredo, neto do ex-presidente militar, é um extremista que já defendeu uma guerra civil no país. Ele e outros extremistas da JP acabaram sendo demitidos por Tutinha, dono do grupo”.

Ainda segundo o jornalista, “o MPF já recebeu cerca de 3.000 trechos de vídeos, textos ou comentários provando irregularidades de funcionários do Grupo. Eles apoiaram e estimularam a desobediência civil, o golpe militar e o desrespeito aos ministros do STF, entre outras coisas. O ‘termo de ajustamento de conduta’ é um instrumento que faz as autoridades e o investigado entrarem em acordo. Com o acordo, o investigado concorda em terminar com as ações que o levaram até o MPF e evita se tornar réu e ser alvo de ação penal”. Alguém acredita que a Jovem Klan vai cumprir o “termo de ajustamento”?