Por Altamiro Borges
Na semana passada, a TV Globo exibiu um programa especial – “Tributo a Manoel Carlos” – em homenagem ao autor de várias novelas de sucesso da emissora. Para surpresa de alguns, o império global deixou de fora a atriz Regina Duarte, que estrelou algumas das obras do escritor. Gabriela Duarte, filha da “namoradinha do Brasil” – que ultimamente ficou conhecida como “noivinha do fascista” Jair Bolsonaro – foi uma das que protestou.
Nas suas redes sociais, ela repostou uma crítica do colunista Jeff Benício, do portal Terra, à ausência da mãe no especial. “Você que me segue aqui, assistiu ao Tributo ao Manoel Carlos? É maravilhoso! Mas…”, reclamou, antes de compartilhar o texto de condenação à “cultura do cancelamento”, da emissora que “parece agir com desprezo pela atriz que ajudou sua dramaturgia a se tornar imbatível no país e uma das melhores do planeta”.
A chiadeira dos admiradores da atriz é até compreensível, mas não reduz a responsabilidade de Regina Duarte, que nos últimos anos surtou de vez, esbanjando agressividade e difundindo fake news de maneira criminosa. Após contribuir na luta pela redemocratização do país, ela assumiu posições elitistas e de direita na política, identificando-se com o tucanato – conforme orientação da TV Globo. Como cabo eleitoral de José Serra, ela ficou famosa com a frase “eu tenho medo”, ao se referir à candidatura de Lula em 2002.
Com o passar do tempo, porém, a atriz – que também virou ruralista – aderiu à extrema direita, participando da cavalgada golpista contra Dilma Rousseff e da campanha de Jair Bolsonaro. Em 2020, ela rompeu relações com a TV Globo, deixando a emissora para assumir a secretária especial de Cultura do governo fascista. Mesmo humilhada, ficando no cargo por apenas três meses, ela seguiu como ativa bolsonarista. Em novembro do ano passado, em entrevista à coluna Splash do site UOL, Regina Duarte não escondeu seus ressentimentos. “Fui defenestrada”, choramingou a ex-atriz global, que hoje vive no “limbo artístico”.
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