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Charge: JD Crowe/AL |
Estudo da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA), publicado na quarta-feira (12) na revista científica Plos One, confirma que poucos meses após a compra do Twitter pelo ricaço excêntrico Elon Musk a plataforma teve um expressivo aumento do discurso de ódio e da presença de contas falsas. O levantamento foi feito entre outubro de 2022 e maio de 2023 e “aponta que a frequência de posts considerados racistas, homofóbicos e transfóbicos na rede social foi em média 50% maior do que nos meses que antecederam a aquisição”, descreve reportagem da Folha.
Já o número de robôs e outros tipos de contas inautênticas também cresceu. “Para classificar as publicações como discurso de ódio, os pesquisadores usaram um modelo de reconhecimento de linguagem que identifica se um comentário é ‘rude, desrespeitoso ou despropositado, provável de fazer alguém deixar uma discussão’, aliando o uso de ofensas direcionadas com o teor e a intenção do comentário”.
Aumento das postagens racistas e homofóbicas
A média semanal de posts identificados como discurso de ódio era de 2.179 antes da aquisição da rede pelo fascista Elon Musk, e saltou 50% para 3.246. A maior variação ocorreu para comentários transfóbicos, com 260%, seguido pelas postagens racistas (42%) e homofóbicas (30%). A variação média superou o aumento de atividade na plataforma no período, de 8%. Também foi observado um crescimento de 70% no engajamento com esse tipo de publicação.
“Pesquisas anteriores, citadas pelos autores, conectam o discurso de ódio na internet com crimes de ódio fora da rede, enquanto robôs e outros tipos de contas falsas promovem desinformação e spam que podem levar a golpes financeiros, interferir em eleições e desmobilizar campanhas de saúde pública. Embora o artigo não estabeleça uma relação de causa e efeito entre mudanças de moderação no X e o aumento do discurso de ódio, principalmente devido à falta de transparência da empresa, os autores ressaltam a necessidade de um aumento da moderação”, conclui o jornal.
Desde a compra da rede digital por US$ 44 bilhões, o empresário fascistoide demitiu boa parte de seus profissionais, alterou a moderação de conteúdo para o modelo de ‘notas da comunidade’ e implementou um sistema pago para o selo de verificação. O site chegou a ser bloqueado no Brasil por cerca de um mês em 2024, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, sob a justificativa de descumprimento de decisões judiciais.
Como lembra a Folha, “também no ano passado, o bilionário foi um dos principais apoiadores da campanha do agora presidente Donald Trump. No novo governo, Musk tornou-se uma figura de peso, assumindo o chamado Departamento de Eficiência Governamental (Doge) para enxugar gastos. A mudança no modelo de moderação do X também inspirou a Meta – dona do Facebook, Instagram e WhatsApp – a abandonar sua política de verificação por terceiros. Em janeiro, Mark Zuckerberg anunciou que adotaria método similar às notas da comunidade”.
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