Reproduzo artigo de Arturo Cano, jornalista do diário mexicano La Jornada, publicada no sítio Carta Maior:
José Serra toma seu lugar no palco, arregaça as mangas de sua eterna camisa azul e se mete nos papéis que leva consigo. Concentrado em sua leitura, nunca volta a ver os oradores. Ele, que julga ter sido o melhor ministro da Saúde que o Brasil já teve, deve conhecer de memória todos os dados que os funcionários encarregados citam no microfone. Tanto que segue em seus papéis. É possível que revise os dados que citará no breve discurso que pronunciará pouco depois, com esse tom de professor autoritário que seus adversários gostam de sublinhar.
No entanto, a julgar por seu rosto neste ato da campanha, com funcionários e empregados da saúde, também pode estar repassando os gráficos de sua derrota. Todo um caso de estudo para os especialistas, pois Serra, candidato do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), conseguiu a proeza de perder 190 mil votos por dia, desde a data de início da disputa oficial, algo como 15 milhões de votos em 40 dias de horários gratuitos de rádio e televisão.
O auditório onde ocorre o ato tem várias regiões vazias. Os assistentes, funcionários e empregados de hospitais públicos e privados, muitos deles ligados a igrejas, como provam os padres e freiras com suas bandeirinhas do tucano – símbolo do PSDB – só se entusiasmam quando Geraldo Alckmin é apresentado, candidato ao governo de São Paulo, ligado a Opus Dei e candidato nas eleições presidenciais de 2006, quando Luiz Inácio Lula da Silva foi reeleito.
O ato ocorre num enorme centro de convenções, onde o maior número de visitantes está na vizinha exposição de instrumentos musicais.
Sua adversária, Dilma Rousseff, esteve com Lula 20 vezes em seus atos e comícios de campanha. Serra nunca foi acompanhado pelo líder honorário de seu partido e ex-presidente da república, Fernando Henrique Cardoso, com quem trabalhou desde os anos de exílio.
Do exílio à antipatia
José Serra era um promissor líder estudantil quando, em 1964, os militares brasileiros deram um golpe de estado. O presidente da União Nacional dos Estudantes pôde fugir para o Chile, depois de algumas peripécias.
Neste país segue seus estudos e trabalha para a Comissão Européia para a América Latina e Caribe. Também durante esses anos colabora com Fernando Henrique Cardoso, que nos anos futuros o chamaria para ser ministro.
O golpe de estado de 1973 no Chile obriga a Serra a ir aos Estados Unidos. Ele faz o doutorado na Universidade de Cornell e dá aulas em Princeton.
Na biografia oficial, que os maiores jornais do Brasil ecoam, sublinha-se que Serra é filho de um imigrante italiano que vendia numa quitanda e que nasceu e cresceu na Mooca, o bairro italiano do leste de São Paulo.
Seu passado de filho de um imigrante e vendedor de fruta numa quitanda foi sublinhado na biografia oficial de Serra, que os jornais ecoam talvez para marcar a diferença com a candidata do Partido dos Trabalhadores, Dilma Rousseff que, segundo a revista Veja, viveu sua infância numa casa espaçosa com três empregados, num bairro de classe média alta.
Francisco de Oliveira, professor emérito da Universidade de São Paulo, disse que Serra sempre ocultou sua origem. Agora a usa, mas isso não tem a menor importância política.
Além de sua formação acadêmica, Serra, de 68 anos, tem uma longa história de cargos públicos. Depois de seu regresso ao Brasil, após 14 anos de exílio, foi deputado federal, senador duas vezes, ministro, governador do estado de São Paulo e candidato a presidente duas vezes. Por outro lado, Rousseff nunca havia pleitado um cargo pela via da eleição popular.
Quando se observa Serra metido com seus papéis, órfão de sorriso, tende-se a crer que o que o professor Chico Oliveira disse é verdade. Ele tem uma vocação autoritária muito grande, sempre fala num tom doutoral e é muito antipático pessoalmente.
“Um presidente não necessita de padrinho”
"O Brasil pode mais" é o nome da coalizão eleitoral que Serra encabeça. Ao pôr esse nome, o candidato pretendia indicar ao eleitorado que sua larga experiência era a melhor garantia de continuidade, frente à improvisada Rousseff.
Foi assim que, no início de sua campanha se deu ao luxo de mostrar-se nas propagandas da televisão em fotografias ao lado do presidente Lula, em parte para aproveitar-se de sua popularidade (80% ao término de dois períodos presidenciais ajudam a qualquer um). Mas até dentro de seu próprio partido a jogada, abandonada em seguida, é vista como uma forma de tomar distância do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, que terminou sua presidência em 2003, com uma popularidade de 47%.
A estratégia resultou falida e o lema "o Brasil pode mais" se mantém agora em letras pequeninhas na propaganda do PSDB. Foi alterada para "É hora de mudança".
Em seus comerciais, órfãos de imagens em que não sorri, Serra enumera sua larga trajetória em cargos públicos: me preparei para ser presidente. Não usa mais a fotografia do presidente Lula, mas trata de desmascarar-se: um presidente não precisa de padrinho.
Chico de Oliveira, que trabalhou 12 anos no mesmo centro de pesquisa em que Fernando Henrique Cardoso, conhece Serra bem. É, sem dúvida, o mais preparado de todos, mas como político é um fracasso.
Parte desse fracasso são suas promessas de última hora. Enquanto a candidata da esquerda fala de aumentar o salário mínimo gradualmente, para chegar aos 600 reais em 2014, Serra oferece um aumento imediato, além de um aumento de 10% nas aposentadorias e um décimo terceiro ao Bolsa Família. O candidato liberal levantando bandeiras populistas.
Se houver segundo turno buscarão alianças
Em seu partido já é acusado de ser o principal responsável por uma derrota histórica. O Brasil corre o risco de se converter numa democracia popular, e Lula, de adquirir o perfil de um caudilho, disse Cardoso, que hoje oferece seus serviços como ponte para conseguir a unidade das candidaturas de Serra e Marina Silva, do Partido Verde, e terceira nas pesquisas, em caso de Rousseff não superar os 50% dos votos válidos e haver segundo turno.
Esse é o debate do momento, que esquenta a publicação de pesquisas. O Datafolha, ligado ao jornal de maior circulação, dá à candidatura oficialista 46% dos votos, e 28% a Serra e 14% a Silva. Aumenta a chance de segundo turno, é a manchete do jornal.
À tarde, o Vox Populi/Band/Ig publica seus resultados; 49% para a candidata do PT, 25 para Serra e 12 para Marina (que detém seu crescimento nos últimos dias).
Os jornais e as agências publicam ao longo do dia informações sobre o possível segundo turno, ainda que os mesmos institutos de pesquisas dêem a Rousseff, depois de descontar os votos brancos e nulos, entre 51 e 55% dos votos válidos.
Tanto Serra como seu candidato a vice, Índio da Costa, celebram no twitter: "Datafolha: Dilma cai novamente: 46%. Nosso esforço é fundamental nesta resta final. Conquiste um voto para Serra 45!"
Por ora, os analistas e mesmo os líderes do PSDB só vêm o desastre chegar. Até o ex-presidente Cardoso tirou o corpo fora. Não só tem estado ausente dos atos de campanha, como deu por fato, no britânico Financial Times o triunfo de Rousseff. Na revista Istoé arrematou sobre o aspirante de seu partido: a campanha de Serra não está em sintonia com o Brasil. Com esses amigos...
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sábado, 2 de outubro de 2010
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Uma cobertura cidadã das eleições 2010
Reproduzo comunicado de Renato Rovai, publicado em seu blog na Revista Fórum:
Nós da Revista Fórum, a Flimultimidia e a turma organizada em torno do sempre alerta Sérgio Amadeu, com o apoio do Centro de Estudos Barão de Itararé, decidimos colocar no ar uma transmissão deste processo final da eleição.
Desde amanhã pela manhã estaremos ao vivo no site www.48hdemocracia.com.br comentando a reta final da campanha, a votação e no domingo à noite fazendo a análise dos resultados.
A idéia é fazer uma cobertura colaborativa que permita à blogosfera uma informação qualificada.
Abaixo, leia um texto que escrevemos pra ajudar na mobilização. Ajude a divulgar. Aqui no meu blogue estarei fazendo a transmissão ao vivo e fazendo análises políticas.
A internet tem cumprido um papel fundamental no processo eleitoral brasileiro.
O esperado “efeito obama”, de produzir uma campanha pela rede que substituísse todas as outras mídias, não ocorreu. Mas foi por meio da blogosfera, do Twitter, das redes sociais, que muita gente teve acesso à verdade, principalmente se levarmos em consideração a oposição que os maiores veículos de comunicação do país têm feito às candidaturas que não se identificam com o seus projetos.
Queremos que continue assim. Por isso, nesta reta final, reunimos um grupo de jornalistas, ativistas e blogueiros para produzir uma cobertura cidadã das eleições.
Montamos um estúdio na sede da Revista Fórum e iremos transmitir sábado e domingo, em tempo integral, debates, conversas, análises e informações produzidas pela rede, de forma colaborativa.
Usaremos esse poderoso instrumento de comunicação descentralizado para ofertar aos cidadãos uma alternativa em relação aos grandes meios. Com isso, a verdade pode mais uma vez prevalecer.
Queremos também ser um ponto-de-encontro virtual e presencial para as pessoas que têm o que dizer e que são a grande maioria deste país.
Vamos exercitar a democracia e a liberdade de expressão que vigora hoje no Brasil como em nenhum outro momento de nossa história.
Junte-se a nós, de várias maneiras.
Ligue para a gente pelo Skype: Quarentaeoitohoras_Democracia
Qualquer dúvida e sugestão, escreva para 48horasdemocracia@gmail.com
Nas redes sociais, adote a #hashtag: #48hvotobr
Altamiro Borges, Renato Rovai, Rodrigo Savazoni e Sérgio Amadeu
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Nós da Revista Fórum, a Flimultimidia e a turma organizada em torno do sempre alerta Sérgio Amadeu, com o apoio do Centro de Estudos Barão de Itararé, decidimos colocar no ar uma transmissão deste processo final da eleição.
Desde amanhã pela manhã estaremos ao vivo no site www.48hdemocracia.com.br comentando a reta final da campanha, a votação e no domingo à noite fazendo a análise dos resultados.
A idéia é fazer uma cobertura colaborativa que permita à blogosfera uma informação qualificada.
Abaixo, leia um texto que escrevemos pra ajudar na mobilização. Ajude a divulgar. Aqui no meu blogue estarei fazendo a transmissão ao vivo e fazendo análises políticas.
A internet tem cumprido um papel fundamental no processo eleitoral brasileiro.
O esperado “efeito obama”, de produzir uma campanha pela rede que substituísse todas as outras mídias, não ocorreu. Mas foi por meio da blogosfera, do Twitter, das redes sociais, que muita gente teve acesso à verdade, principalmente se levarmos em consideração a oposição que os maiores veículos de comunicação do país têm feito às candidaturas que não se identificam com o seus projetos.
Queremos que continue assim. Por isso, nesta reta final, reunimos um grupo de jornalistas, ativistas e blogueiros para produzir uma cobertura cidadã das eleições.
Montamos um estúdio na sede da Revista Fórum e iremos transmitir sábado e domingo, em tempo integral, debates, conversas, análises e informações produzidas pela rede, de forma colaborativa.
Usaremos esse poderoso instrumento de comunicação descentralizado para ofertar aos cidadãos uma alternativa em relação aos grandes meios. Com isso, a verdade pode mais uma vez prevalecer.
Queremos também ser um ponto-de-encontro virtual e presencial para as pessoas que têm o que dizer e que são a grande maioria deste país.
Vamos exercitar a democracia e a liberdade de expressão que vigora hoje no Brasil como em nenhum outro momento de nossa história.
Junte-se a nós, de várias maneiras.
Ligue para a gente pelo Skype: Quarentaeoitohoras_Democracia
Qualquer dúvida e sugestão, escreva para 48horasdemocracia@gmail.com
Nas redes sociais, adote a #hashtag: #48hvotobr
Altamiro Borges, Renato Rovai, Rodrigo Savazoni e Sérgio Amadeu
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Matar a cobra no primeiro turno
Reproduzo artigo de Carlos Lopes, publicado no jornal Hora do Povo:
A eleição presidencial do próximo domingo será a mais nítida de nossa História, aquela que mais inescapavelmente refletirá a fisionomia do país. Há alguns anos um dos patriarcas do país, Barbosa Lima Sobrinho, afirmou que no Brasil só havia dois partidos: o partido de Tiradentes e o partido de Silvério dos Reis. Pois jamais uma campanha eleitoral expôs esta verdade de forma tão cristalina – com uma grandeza que vai até além da consciência de alguns dos seus participantes.
Será possível um retrato mais acabado – em todos os sentidos - de um silvério do que a deprimente figura de Serra? Em nosso país, jamais um candidato a presidente mostrou tanta falta de escrúpulos, tanta falta de limites de qualquer espécie. Não houve um dentre os seus antecessores como candidato do partido dos silvérios que chegasse a tais extremos nesse submundo moral.
Nenhum desses antecessores apresentou-se como realizador de tanta coisa que não fez. Jamais um deles mentiu tanto ao falar de sua vida anterior – de espetaculares realizações que não existiram e de outras, reais, com as quais nada teve a ver. Nunca, qualquer deles, prometeu coisas tão colossais quanto alucinadas, sempre de acordo com o auditório da vez, ainda que uma fosse antagônica à outra, e que todas estivessem em contradição com tudo o que Serra praticou em recentíssimo passado. Foi como se achasse possível ganhar a eleição com promessas de suborno – e um suborno monstruoso, de tão impossível.
Naturalmente, cada um mede os outros pela medida que tem de si próprio. Mas também nem um dos seus predecessores ultrapassou tanto a porteira da infâmia, da substituição da luta política pela difamação, pela aleivosia, pelo insulto, pela calúnia. Nem mesmo o paraninfo de todos eles, Carlos Lacerda – até aqui um energúmeno muito difícil de ser mesmo imaginado pelas novas gerações.
O melancólico fim da campanha de Serra, que, com toda a sua mídia, reuniu alguns gatos pingados, boa parte pagos para comparecer, abandonado até pelos seus pares – por que a traição seria fiel à traição? - reflete o repúdio do povo brasileiro a todos os silvérios. Serra é pior do que seus antecessores porque é tudo o que restou deles – moral, ideológica e até fisicamente, pois nos é impossível acreditar que aquele facies amargo, de repelente inveja e ressentimento, não seja a fachada de uma alma.
O povo não teve condições de impedir as corruptas privatizações, os roubos à propriedade coletiva para entregá-la a monopólios sobretudo externos, as propinas milionárias, a destruição da cadeia produtiva nacional, a dragagem do Tesouro, a devastação dos serviços públicos, a terrível hemorragia que durante anos impuseram ao país, em suma, tudo aquilo de que Serra é o representante, e foi executor.
Não esqueceremos o sofrimento de milhões de crianças, mulheres, idosos, homens capazes subitamente desempregados, gente sem ter o que comer, sem ter onde morar, sem ter como viver. Os que perpetraram esses crimes ainda não pagaram por eles.
Mas o Brasil sempre existirá enquanto o povo brasileiro existir. O dia de hoje é apenas o dia que antecede o de amanhã. Stefan Zweig estava certo: nós somos o país do futuro. Mesmo nos piores momentos. Não foi assim com Tiradentes?
A eleição de Lula, em 2002, foi o início da nossa recuperação. Era necessário que o povo tomasse em suas próprias mãos o seu país – como disse Getúlio Vargas em 1930 – para outra vez tirá-lo do sombrio abismo onde os silvérios o haviam embrenhado.
A eleição de Dilma é o resultado desse período - inicial, mas por isso mesmo mais difícil - de recuperação do Brasil. Naturalmente, essa foi a obra do presidente Lula – inclusive a escolha da pessoa certa, a sua principal colaboradora, para candidata à sua sucessão.
A vitória de Dilma será, pela terceira vez nos últimos anos, a vitória do partido de Tiradentes, aquele alferes que doou a sua vida para afirmar que “se quisermos, faremos, juntos, deste país uma grande Nação”. Talvez não seja fortuita a coincidência da candidata que nasceu na terra de Joaquim José e fixou residência, após anos de luta e resistência nas câmaras de tortura, no Estado de Getúlio Vargas.
O fato é que o povo, muito corretamente, percebeu em Dilma, como antes percebera em Lula, a condensação das esperanças que nos movem desde o século XVIII – isto é, aquelas aspirações que fizeram e fazem de nós uma nação. Por isso, sua candidatura extrapolou, logo na partida, qualquer partido institucional, inclusive o PT - que em nada ficou diminuído, pelo contrário - para tornar-se a candidatura de toda a nação, isto é, precisamente, a nação de Tiradentes e Getúlio. Tentar reduzi-la a menos que o partido de Tiradentes, seria, evidentemente, mera tacanhice que restringiria o seu terreno – e, assim, concederia esse terreno aos inimigos do país.
Devido a esse caráter amplo e profundo, nada – nem os recursos mais baixos do adversário, nem a cruzada mais despudorada da mídia reacionária e golpista - conseguiu deter o crescimento de Dilma.
Contra ela, esboroaram-se aquelas que são a principal e traiçoeira arma dos silvérios, as pesquisas eleitorais enganosas. Nas últimas, até o notório Ibope teve de convergir para os mesmos números que apontaram o Vox Populi e o Sensus: Dilma vence no primeiro turno, pelo menos com 55% dos votos válidos. O Datafolha, tão insensato quanto o seu dono, o perdulário Otavinho, estroina que dilapida a fortuna que o pai lhe deixou, ainda insiste no roubo – porém, mesmo essa repartição da “Folha de S. Paulo” começou a reajeitar seus números, devolvendo, no momento ainda pouca coisa, do que havia furtado nas preferências eleitorais de Dilma. A eleição se aproxima e o Otavinho quer fugir ao castigo.
A ascensão esplendorosa (o leitor vai nos permitir este altissonante adjetivo) de Dilma e a debacle fragorosa de Serra são os sinais mais recentes e retumbantes do novo período da História do Brasil iniciado por Lula. O povo viu em Dilma uma sucessora à altura. E tem razão. Vamos à eleição, que há ainda muita coisa para se fazer no Brasil.
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A eleição presidencial do próximo domingo será a mais nítida de nossa História, aquela que mais inescapavelmente refletirá a fisionomia do país. Há alguns anos um dos patriarcas do país, Barbosa Lima Sobrinho, afirmou que no Brasil só havia dois partidos: o partido de Tiradentes e o partido de Silvério dos Reis. Pois jamais uma campanha eleitoral expôs esta verdade de forma tão cristalina – com uma grandeza que vai até além da consciência de alguns dos seus participantes.
Será possível um retrato mais acabado – em todos os sentidos - de um silvério do que a deprimente figura de Serra? Em nosso país, jamais um candidato a presidente mostrou tanta falta de escrúpulos, tanta falta de limites de qualquer espécie. Não houve um dentre os seus antecessores como candidato do partido dos silvérios que chegasse a tais extremos nesse submundo moral.
Nenhum desses antecessores apresentou-se como realizador de tanta coisa que não fez. Jamais um deles mentiu tanto ao falar de sua vida anterior – de espetaculares realizações que não existiram e de outras, reais, com as quais nada teve a ver. Nunca, qualquer deles, prometeu coisas tão colossais quanto alucinadas, sempre de acordo com o auditório da vez, ainda que uma fosse antagônica à outra, e que todas estivessem em contradição com tudo o que Serra praticou em recentíssimo passado. Foi como se achasse possível ganhar a eleição com promessas de suborno – e um suborno monstruoso, de tão impossível.
Naturalmente, cada um mede os outros pela medida que tem de si próprio. Mas também nem um dos seus predecessores ultrapassou tanto a porteira da infâmia, da substituição da luta política pela difamação, pela aleivosia, pelo insulto, pela calúnia. Nem mesmo o paraninfo de todos eles, Carlos Lacerda – até aqui um energúmeno muito difícil de ser mesmo imaginado pelas novas gerações.
O melancólico fim da campanha de Serra, que, com toda a sua mídia, reuniu alguns gatos pingados, boa parte pagos para comparecer, abandonado até pelos seus pares – por que a traição seria fiel à traição? - reflete o repúdio do povo brasileiro a todos os silvérios. Serra é pior do que seus antecessores porque é tudo o que restou deles – moral, ideológica e até fisicamente, pois nos é impossível acreditar que aquele facies amargo, de repelente inveja e ressentimento, não seja a fachada de uma alma.
O povo não teve condições de impedir as corruptas privatizações, os roubos à propriedade coletiva para entregá-la a monopólios sobretudo externos, as propinas milionárias, a destruição da cadeia produtiva nacional, a dragagem do Tesouro, a devastação dos serviços públicos, a terrível hemorragia que durante anos impuseram ao país, em suma, tudo aquilo de que Serra é o representante, e foi executor.
Não esqueceremos o sofrimento de milhões de crianças, mulheres, idosos, homens capazes subitamente desempregados, gente sem ter o que comer, sem ter onde morar, sem ter como viver. Os que perpetraram esses crimes ainda não pagaram por eles.
Mas o Brasil sempre existirá enquanto o povo brasileiro existir. O dia de hoje é apenas o dia que antecede o de amanhã. Stefan Zweig estava certo: nós somos o país do futuro. Mesmo nos piores momentos. Não foi assim com Tiradentes?
A eleição de Lula, em 2002, foi o início da nossa recuperação. Era necessário que o povo tomasse em suas próprias mãos o seu país – como disse Getúlio Vargas em 1930 – para outra vez tirá-lo do sombrio abismo onde os silvérios o haviam embrenhado.
A eleição de Dilma é o resultado desse período - inicial, mas por isso mesmo mais difícil - de recuperação do Brasil. Naturalmente, essa foi a obra do presidente Lula – inclusive a escolha da pessoa certa, a sua principal colaboradora, para candidata à sua sucessão.
A vitória de Dilma será, pela terceira vez nos últimos anos, a vitória do partido de Tiradentes, aquele alferes que doou a sua vida para afirmar que “se quisermos, faremos, juntos, deste país uma grande Nação”. Talvez não seja fortuita a coincidência da candidata que nasceu na terra de Joaquim José e fixou residência, após anos de luta e resistência nas câmaras de tortura, no Estado de Getúlio Vargas.
O fato é que o povo, muito corretamente, percebeu em Dilma, como antes percebera em Lula, a condensação das esperanças que nos movem desde o século XVIII – isto é, aquelas aspirações que fizeram e fazem de nós uma nação. Por isso, sua candidatura extrapolou, logo na partida, qualquer partido institucional, inclusive o PT - que em nada ficou diminuído, pelo contrário - para tornar-se a candidatura de toda a nação, isto é, precisamente, a nação de Tiradentes e Getúlio. Tentar reduzi-la a menos que o partido de Tiradentes, seria, evidentemente, mera tacanhice que restringiria o seu terreno – e, assim, concederia esse terreno aos inimigos do país.
Devido a esse caráter amplo e profundo, nada – nem os recursos mais baixos do adversário, nem a cruzada mais despudorada da mídia reacionária e golpista - conseguiu deter o crescimento de Dilma.
Contra ela, esboroaram-se aquelas que são a principal e traiçoeira arma dos silvérios, as pesquisas eleitorais enganosas. Nas últimas, até o notório Ibope teve de convergir para os mesmos números que apontaram o Vox Populi e o Sensus: Dilma vence no primeiro turno, pelo menos com 55% dos votos válidos. O Datafolha, tão insensato quanto o seu dono, o perdulário Otavinho, estroina que dilapida a fortuna que o pai lhe deixou, ainda insiste no roubo – porém, mesmo essa repartição da “Folha de S. Paulo” começou a reajeitar seus números, devolvendo, no momento ainda pouca coisa, do que havia furtado nas preferências eleitorais de Dilma. A eleição se aproxima e o Otavinho quer fugir ao castigo.
A ascensão esplendorosa (o leitor vai nos permitir este altissonante adjetivo) de Dilma e a debacle fragorosa de Serra são os sinais mais recentes e retumbantes do novo período da História do Brasil iniciado por Lula. O povo viu em Dilma uma sucessora à altura. E tem razão. Vamos à eleição, que há ainda muita coisa para se fazer no Brasil.
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Kátia Abreu e as finanças de Serra
Reproduzo artigo de Igor Felippe, publicado no Blog da Reforma Agrária:
Diante a derrota iminente de José Serra (PSDB), a senadora Kátia Abreu (DEM) vem utilizando a estrutura da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) para fazer campanha para o candidato tucano.
Katia Abreu, presidente da CNA, é coordenadora de finanças da campanha demo-tucana.
Claro que é um direito dela fazer campanha para os candidatos da sua preferência.
No entanto, a latifundiária usa o cadastro de endereços dos filiados da CNA para pedir a ajuda financeira dos produtores rurais à campanha de Serra.
Nessa mala direta, ela manda até mesmo um boleto bancário, no valor de R$ 100,00.
Parece uma atitude normal. Sem importância. No entanto, não tem nada de republicano utilizar a estrutura de uma entidade de classe, que defende os interesses dos latifundiários, para fazer política partidária.
Será que teríamos mais um escândalo se fosse um entidade ligada ao PT?
A página da CNA diz o seguinte: "CNA atua na defesa dos interesses dos produtores rurais brasileiros junto ao Governo Federal, ao Congresso Nacional e aos tribunais superiores do poder Judiciário, nos quais dificilmente um produtor, sozinho, conseguiria obter respostas para as suas demandas".
Será? Enquanto presidente da CNA, o que vale mais para Kátia Abreu: os interesses dos seus filiados ou a eleição de José Serra?
Será que ela inventou, por exemplo, a CPMI contra a Reforma Agrária simplesmente para atender interesses eleitorais?
É o que parece.
E não é novidade o procedimento de Kátia Abreu de submeter a confederação a seus interesses pessoais.
Documentos internos da CNA apontam que a entidade bancou ilegalmente despesas da sua campanha ao Senado.
A confederação pagou R$ 650 mil à agência de publicidade da campanha de Kátia Abreu.
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Diante a derrota iminente de José Serra (PSDB), a senadora Kátia Abreu (DEM) vem utilizando a estrutura da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) para fazer campanha para o candidato tucano.
Katia Abreu, presidente da CNA, é coordenadora de finanças da campanha demo-tucana.
Claro que é um direito dela fazer campanha para os candidatos da sua preferência.
No entanto, a latifundiária usa o cadastro de endereços dos filiados da CNA para pedir a ajuda financeira dos produtores rurais à campanha de Serra.
Nessa mala direta, ela manda até mesmo um boleto bancário, no valor de R$ 100,00.
Parece uma atitude normal. Sem importância. No entanto, não tem nada de republicano utilizar a estrutura de uma entidade de classe, que defende os interesses dos latifundiários, para fazer política partidária.
Será que teríamos mais um escândalo se fosse um entidade ligada ao PT?
A página da CNA diz o seguinte: "CNA atua na defesa dos interesses dos produtores rurais brasileiros junto ao Governo Federal, ao Congresso Nacional e aos tribunais superiores do poder Judiciário, nos quais dificilmente um produtor, sozinho, conseguiria obter respostas para as suas demandas".
Será? Enquanto presidente da CNA, o que vale mais para Kátia Abreu: os interesses dos seus filiados ou a eleição de José Serra?
Será que ela inventou, por exemplo, a CPMI contra a Reforma Agrária simplesmente para atender interesses eleitorais?
É o que parece.
E não é novidade o procedimento de Kátia Abreu de submeter a confederação a seus interesses pessoais.
Documentos internos da CNA apontam que a entidade bancou ilegalmente despesas da sua campanha ao Senado.
A confederação pagou R$ 650 mil à agência de publicidade da campanha de Kátia Abreu.
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Richinha só brinca de eleição se ganhar
Reproduzo artigo de Rodrigo Vianna, publicado no blog Escrevinhador:
Richinha já foi escolhido governador: os eleitores é que não estão querendo colaborar
Beto Richa é um rapaz de fino trato.
Filho de governador (o pai, José Richa, foi também fundador do PSDB), Richinha fez carreira de sucesso. O berço de ouro abriu-lhe portas, garantindo dois mandatos como deputado estadual, e depois dois mandatos como prefeito de Curitiba.
O próximo salto, “natural” (os políticos acham que têm direito de ocupar determinados cargos, mesmo sem combinar com os eleitores), seria o governo do Estado. O chato é que precisava disputar eleição. O sobrenome ainda não lhe garante mandato por decisão divina. Uma injustiça, certamente.
Mas, vá lá: Richinha aceitou esse encargo chatíssimo de perguntar ao povo do Paraná se deve mesmo virar governador. Tirou do caminho Álvaro Dias (outro líder tucano que queria disputar o cargo) e saiu candidato, sempre favoritíssimo nas pesquisas.
O adversário Osmar Dias (PDT, apoiado por Lula, pelo PT e por Requião), aparecia a mais de 10 pontos de distância. Tudo certinho na vida do Beto Richinha.
Até que as pesquisas, essas danadas, começaram a mostrar Dias em alta (é que Lula cismou de dar apoio a Dias, o que deveria ser proibido). O quadro evoluiu para um empate técnico. Aí, essa barbaridade não podia continuar. Richinha conseguiu impedir a divulgação da pesquisa seguinte. E também a seguinte, e a outra, e a outra, e a outra…
Agora, foi o juiz Luciano Carrasco quem impediu essa afronta: pesquisa que mostre Richinha em segundo não pode!
O Carrasco fez justiça com as próprias mãos.
Mas o Roberto Requião, aquele estraga-prazeres, saiu espalhando por aí (são apenas projeções, já que a divulgação está proibida) que as últimas pesquisas no Paraná trariam os seguintes resultados:
- Vox Populi – Osmar 53 X 47 Richinha;
- Ibope - Osmar 55 X 45 Richinha;
- Ibope 2 – Osmar 52 X 48 Richinha.
Os números não podem ser confirmados. Mas também não podem ser descartados. Afinal, são apenas projeções – divulgadas pelo Paulo Henrique Amorim (outro chato que tenta impedir a posse antecipada do Richinha).
O Richinha diz que se o Requião continuar com isso, vai contar tudo pra mãe dele.
E os assessores do Richinha nem estão muito preocupados: se a apuração confirmar essa barbaridade, com vitória do Osmar Dias, vão impedir o TRE de divulgar os resultados?
É o único jeito de garantir a normalidade democrática. Deviam fazer isso e jogar as urnas fora. Se não o Richinha vai chorar, gritar e arrancar os cabelos.
O Paraná merece Richinha como governador. Esse destino já está traçado. Os eleitores é que estão mal informados.
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Richinha já foi escolhido governador: os eleitores é que não estão querendo colaborar
Beto Richa é um rapaz de fino trato.
Filho de governador (o pai, José Richa, foi também fundador do PSDB), Richinha fez carreira de sucesso. O berço de ouro abriu-lhe portas, garantindo dois mandatos como deputado estadual, e depois dois mandatos como prefeito de Curitiba.
O próximo salto, “natural” (os políticos acham que têm direito de ocupar determinados cargos, mesmo sem combinar com os eleitores), seria o governo do Estado. O chato é que precisava disputar eleição. O sobrenome ainda não lhe garante mandato por decisão divina. Uma injustiça, certamente.
Mas, vá lá: Richinha aceitou esse encargo chatíssimo de perguntar ao povo do Paraná se deve mesmo virar governador. Tirou do caminho Álvaro Dias (outro líder tucano que queria disputar o cargo) e saiu candidato, sempre favoritíssimo nas pesquisas.
O adversário Osmar Dias (PDT, apoiado por Lula, pelo PT e por Requião), aparecia a mais de 10 pontos de distância. Tudo certinho na vida do Beto Richinha.
Até que as pesquisas, essas danadas, começaram a mostrar Dias em alta (é que Lula cismou de dar apoio a Dias, o que deveria ser proibido). O quadro evoluiu para um empate técnico. Aí, essa barbaridade não podia continuar. Richinha conseguiu impedir a divulgação da pesquisa seguinte. E também a seguinte, e a outra, e a outra, e a outra…
Agora, foi o juiz Luciano Carrasco quem impediu essa afronta: pesquisa que mostre Richinha em segundo não pode!
O Carrasco fez justiça com as próprias mãos.
Mas o Roberto Requião, aquele estraga-prazeres, saiu espalhando por aí (são apenas projeções, já que a divulgação está proibida) que as últimas pesquisas no Paraná trariam os seguintes resultados:
- Vox Populi – Osmar 53 X 47 Richinha;
- Ibope - Osmar 55 X 45 Richinha;
- Ibope 2 – Osmar 52 X 48 Richinha.
Os números não podem ser confirmados. Mas também não podem ser descartados. Afinal, são apenas projeções – divulgadas pelo Paulo Henrique Amorim (outro chato que tenta impedir a posse antecipada do Richinha).
O Richinha diz que se o Requião continuar com isso, vai contar tudo pra mãe dele.
E os assessores do Richinha nem estão muito preocupados: se a apuração confirmar essa barbaridade, com vitória do Osmar Dias, vão impedir o TRE de divulgar os resultados?
É o único jeito de garantir a normalidade democrática. Deviam fazer isso e jogar as urnas fora. Se não o Richinha vai chorar, gritar e arrancar os cabelos.
O Paraná merece Richinha como governador. Esse destino já está traçado. Os eleitores é que estão mal informados.
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Quem incentivou o golpe no Equador?
Reproduzo artigo de Eva Golinger, advogada venezuelano-estadunidense, publicado no sítio da Adital:
Uma nova tentativa de golpe contra um país da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba) atenta contra a integração latinoamericana e o avanço dos processos de revolução democrática. A direita está no ataque. Seu êxito em 2009 em Honduras contra o governo de Manuel Zelaya encheu-a de energia, força e confiança para poder arremeter contra os povos e governos de revolução na América Latina.
As eleições do domingo, 26 de setembro, na Venezuela, apesar de que resultaram vitoriosas, principalmente para o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), cederam espaço às mais reacionárias e perigosas forças de desestabilização que estão a serviço dos interesses imperiais. Os Estados unidos conseguiram colocar suas peças chaves na Assembleia Nacional da Venezuela, dando-lhes uma plataforma para avançar com seus planos conspirativos para socavar a democracia venezuelana.
No dia seguinte às eleições na Venezuela, a líder pela paz na Colômbia, Piedad Córdoba, foi desabilitada como Senadora da República da Colômbia pela Procuradoria Nacional, baseando-se em acusações e evidências falsas. Porém, o ataque contra a Senadora Piedad simboliza um ataque contra as forças do progresso na Colômbia que buscam soluções verdadeiras e pacíficas ao conflito de guerra em que vivem por mais de 60 anos.
E agora, na quinta-feira, 30 de setembro, o Equador amanheceu sob golpe. Policiais insubordinados tomaram várias instalações na capital, Quito, criando caos e pânico no país. Supostamente, protestavam contra uma nova lei aprovada pela Assembleia Nacional na quarta-feira passada, que, segundo eles, recortava seus benefícios trabalhistas.
O Presidente Rafael Correa, em uma tentativa de resolver a situação, dirigiu-se à polícia insubordinada; porém, foi atacado com objetos contundentes e bombas de gás lacrimogêneo, causando-lhe um ferimento na perna e asfixia devido ao gás. Foi trasladado ao hospital militar na cidade de Quito, onde, em seguida foi sequestrado e mantido à força, sem poder sair.
Enquanto isso, movimentos populares tomavam as ruas de Quito, reclamando a libertação de seu presidente, reeleito democraticamente no ano passado com uma imensa maioria. Milhares de equatorianos levantaram sua voz em apoio ao presidente Correa, tentando resgatar sua democracia das mãos de forças golpistas que buscavam provocar a saída forçada do governo nacional.
Apesar dos acontecimentos, há fatores externos envolvidos nessa tentativa de golpe, que movem de novo suas peças.
Polícia infiltrada
Segundo o jornalista Jean-Guy Allard, um informe oficial do Ministro da Defesa do Equador, Javier Ponce, difundido em outubro de 2008, revelou que "diplomatas estadunidenses se dedicavam a corromper a polícia e as forças armadas". O informe afirmou que unidades da polícia "mantêm uma dependência econômica informal com os Estados Unidos, para o pagamento de informantes, capacitação, equipamento e operações".
Em resposta à informação, a embaixadora dos Estados Unidos no Equador, Heather Hodges, declarou: "Nós trabalhamos com o governo do Equador, com os militares e com a polícia para fins muito importantes para a segurança", justificando a colaboração. Segundo Hodges, o trabalho com as forças de segurança do Equador está relacionado com a "luta contra o narcotráfico".
A embaixatriz
A embaixatriz Heather Hodges foi enviada ao Equador, em 2008, pelo então presidente George W. Bush. Anteriormente, teve uma gestão exitosa como embaixatriz na Moldávia, país socialista que antes fazia parte da União Soviética. Na Moldávia, deixou semeada a pista para uma "revolução de cores", que aconteceu, sem êxito, em abril de 2009, contra a maioria eleita do Partido Comunista, no Parlamento.
Hodges esteve à frente do Escritório de Assuntos Cubanos, como Subdiretora em 1991, divisão do Departamento de Estado, que se dedica a promover a desestabilização em Cuba. Dois anos depois, foi enviada a Nicarágua para consolidar a gestão de Violeta Chamorro, presidente selecionada pelos Estados Unidos, após a guerra suja contra o governo sandinista, que saiu do poder em 1989.
Quando Bush a enviou ao Equador era com a intenção de semear a desestabilização contra Correa, no caso de que o presidente equatoriano se negasse a subordinar-se à agenda de Washington. Hodges conseguiu incrementar o orçamento da Usaid e NED para organizações sociais e grupos políticos que promovem os interesses dos Estados Unidos, inclusive no setor indígena.
Ante a reeleição do presidente Correa, em 2009, baseada na nova Constituição aprovada em 2008 por uma maioria contundente de equatorianos/as, a embaixada começou a fomentar a desestabilização.
Usaid
Alguns grupos sociais progressistas expressaram seu descontento com as políticas do governo de Correa. Não há dúvida de que existem legítimas queixas a seu governo. Nem todos os grupos ou organizações que estão contra as políticas de Correa são agentes imperiais. Porém, é certo que existe um setor dentro deles que recebe financiamento e linhas para provocar situações de desestabilização no país, além das expressões naturais de crítica ou oposição a um governo.
Em 2010, o Departamento de Estado aumentou o orçamento da Usaid no Equador para mais de 38 milhões de dólares. Nos últimos anos, um total de US$ 5.640.000 em fundos foi investido no trabalho de "descentralização" no país. Um dos principais executores dos programas da Usaid no Equador é a mesma empresa que opera com a direita na Bolívia: Chemonics, Inc.
Ao mesmo tempo, a Ned outorgou um convênio de US$ 125.806 ao Centro para a Empresa Privada (CIPE), para promover os Tratados de Livre Comércio, a globalização e a autonomia regional através da rádio, TV e imprensa equatorianas, juntamente com o Instituto Equatoriano de Economia Política.
Organizações no Equador, como Participação Cidadã e Pró-Justiça dispõem de financiamento da Usaid e NED tanto como membros e setores de Codempe, Pachakutik, CONAIE, a Corporação Empresarial Indígena do Equador e a Fundação Qellkaj.
Durante os acontecimentos da quinta-feira, 30 de setembro no Equador, um dos grupos com setores financiados pela Usaid e NED - Pachakutik - emitiu um comunicado respaldando a polícia golpista, exigindo a renúncia do presidente Rafael Correa e responsabilizando-o pelos fatos. Inclusive, o acusou de manter uma "atitude ditatorial":
"Pachakutik pede a renúncia do presidene Correa e chama a conformar uma só frente nacional" - Boletim de Imprensa 141:
O Chefe do Bloco do Movimento Pachakutik, Cléver Jiménez, diante da grave comoção política e crise interna gerada pela atitude ditatorial do Presidente Rafael Correa, ao violentar os direitos dos servidores públicos e da sociedade em seu conjunto, convocou ao movimento indígena, movimentos sociais, organizações políticas democráticas a constituir uma só frente nacional para exigir a saída do presidente Correa, ao amparo do que estabelece o Art. 130, inciso 2 da Constituição, que diz ‘A Assembleia Nacional poderá destituir o presidente da República nos seguintes casos:
2) Por grave crise política e comoção interna’.
Jiménez respaldou a luta dos servidores públicos do país, incluindo aos policiais de tropa que se encontram mobilizados contra as políticas autoritárias do regime que pretende prejudicar direitos trabalhistas adquiridos. A situação dos policiais e membros das Forças Armadas deve ser entendida como uma justa ação de servidores públicos, cujos direitos foram vulnerados.
Pachakutik está convocando para esta tarde a todas as organizações do movimento indígena, aos trabalhadores, homens e mulheres democráticos a construir a unidade e preparar novas ações em rechaço ao autoritarismo de Correa, em defesa dos direitos e garantias de todos os equatorianos.
Responsável de Imprensa - Bloco Pachakutik".
A guia utilizada na Venezuela e em Honduras se repete. Tentam responsabilizar ao Presidente e ao governo pelo "golpe", forçando sua saída do poder. O golpe contra o Equador é a próxima fase da agressão permanente contra a Alba e os movimentos revolucionários na região. O povo equatoriano se mantém mobilizado em rechaço à tentativa golpista, enquanto as forças progressistas da região se agrupam para expressar sua solidariedade e respaldo ao presidente Correa e ao seu governo.
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Uma nova tentativa de golpe contra um país da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba) atenta contra a integração latinoamericana e o avanço dos processos de revolução democrática. A direita está no ataque. Seu êxito em 2009 em Honduras contra o governo de Manuel Zelaya encheu-a de energia, força e confiança para poder arremeter contra os povos e governos de revolução na América Latina.
As eleições do domingo, 26 de setembro, na Venezuela, apesar de que resultaram vitoriosas, principalmente para o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), cederam espaço às mais reacionárias e perigosas forças de desestabilização que estão a serviço dos interesses imperiais. Os Estados unidos conseguiram colocar suas peças chaves na Assembleia Nacional da Venezuela, dando-lhes uma plataforma para avançar com seus planos conspirativos para socavar a democracia venezuelana.
No dia seguinte às eleições na Venezuela, a líder pela paz na Colômbia, Piedad Córdoba, foi desabilitada como Senadora da República da Colômbia pela Procuradoria Nacional, baseando-se em acusações e evidências falsas. Porém, o ataque contra a Senadora Piedad simboliza um ataque contra as forças do progresso na Colômbia que buscam soluções verdadeiras e pacíficas ao conflito de guerra em que vivem por mais de 60 anos.
E agora, na quinta-feira, 30 de setembro, o Equador amanheceu sob golpe. Policiais insubordinados tomaram várias instalações na capital, Quito, criando caos e pânico no país. Supostamente, protestavam contra uma nova lei aprovada pela Assembleia Nacional na quarta-feira passada, que, segundo eles, recortava seus benefícios trabalhistas.
O Presidente Rafael Correa, em uma tentativa de resolver a situação, dirigiu-se à polícia insubordinada; porém, foi atacado com objetos contundentes e bombas de gás lacrimogêneo, causando-lhe um ferimento na perna e asfixia devido ao gás. Foi trasladado ao hospital militar na cidade de Quito, onde, em seguida foi sequestrado e mantido à força, sem poder sair.
Enquanto isso, movimentos populares tomavam as ruas de Quito, reclamando a libertação de seu presidente, reeleito democraticamente no ano passado com uma imensa maioria. Milhares de equatorianos levantaram sua voz em apoio ao presidente Correa, tentando resgatar sua democracia das mãos de forças golpistas que buscavam provocar a saída forçada do governo nacional.
Apesar dos acontecimentos, há fatores externos envolvidos nessa tentativa de golpe, que movem de novo suas peças.
Polícia infiltrada
Segundo o jornalista Jean-Guy Allard, um informe oficial do Ministro da Defesa do Equador, Javier Ponce, difundido em outubro de 2008, revelou que "diplomatas estadunidenses se dedicavam a corromper a polícia e as forças armadas". O informe afirmou que unidades da polícia "mantêm uma dependência econômica informal com os Estados Unidos, para o pagamento de informantes, capacitação, equipamento e operações".
Em resposta à informação, a embaixadora dos Estados Unidos no Equador, Heather Hodges, declarou: "Nós trabalhamos com o governo do Equador, com os militares e com a polícia para fins muito importantes para a segurança", justificando a colaboração. Segundo Hodges, o trabalho com as forças de segurança do Equador está relacionado com a "luta contra o narcotráfico".
A embaixatriz
A embaixatriz Heather Hodges foi enviada ao Equador, em 2008, pelo então presidente George W. Bush. Anteriormente, teve uma gestão exitosa como embaixatriz na Moldávia, país socialista que antes fazia parte da União Soviética. Na Moldávia, deixou semeada a pista para uma "revolução de cores", que aconteceu, sem êxito, em abril de 2009, contra a maioria eleita do Partido Comunista, no Parlamento.
Hodges esteve à frente do Escritório de Assuntos Cubanos, como Subdiretora em 1991, divisão do Departamento de Estado, que se dedica a promover a desestabilização em Cuba. Dois anos depois, foi enviada a Nicarágua para consolidar a gestão de Violeta Chamorro, presidente selecionada pelos Estados Unidos, após a guerra suja contra o governo sandinista, que saiu do poder em 1989.
Quando Bush a enviou ao Equador era com a intenção de semear a desestabilização contra Correa, no caso de que o presidente equatoriano se negasse a subordinar-se à agenda de Washington. Hodges conseguiu incrementar o orçamento da Usaid e NED para organizações sociais e grupos políticos que promovem os interesses dos Estados Unidos, inclusive no setor indígena.
Ante a reeleição do presidente Correa, em 2009, baseada na nova Constituição aprovada em 2008 por uma maioria contundente de equatorianos/as, a embaixada começou a fomentar a desestabilização.
Usaid
Alguns grupos sociais progressistas expressaram seu descontento com as políticas do governo de Correa. Não há dúvida de que existem legítimas queixas a seu governo. Nem todos os grupos ou organizações que estão contra as políticas de Correa são agentes imperiais. Porém, é certo que existe um setor dentro deles que recebe financiamento e linhas para provocar situações de desestabilização no país, além das expressões naturais de crítica ou oposição a um governo.
Em 2010, o Departamento de Estado aumentou o orçamento da Usaid no Equador para mais de 38 milhões de dólares. Nos últimos anos, um total de US$ 5.640.000 em fundos foi investido no trabalho de "descentralização" no país. Um dos principais executores dos programas da Usaid no Equador é a mesma empresa que opera com a direita na Bolívia: Chemonics, Inc.
Ao mesmo tempo, a Ned outorgou um convênio de US$ 125.806 ao Centro para a Empresa Privada (CIPE), para promover os Tratados de Livre Comércio, a globalização e a autonomia regional através da rádio, TV e imprensa equatorianas, juntamente com o Instituto Equatoriano de Economia Política.
Organizações no Equador, como Participação Cidadã e Pró-Justiça dispõem de financiamento da Usaid e NED tanto como membros e setores de Codempe, Pachakutik, CONAIE, a Corporação Empresarial Indígena do Equador e a Fundação Qellkaj.
Durante os acontecimentos da quinta-feira, 30 de setembro no Equador, um dos grupos com setores financiados pela Usaid e NED - Pachakutik - emitiu um comunicado respaldando a polícia golpista, exigindo a renúncia do presidente Rafael Correa e responsabilizando-o pelos fatos. Inclusive, o acusou de manter uma "atitude ditatorial":
"Pachakutik pede a renúncia do presidene Correa e chama a conformar uma só frente nacional" - Boletim de Imprensa 141:
O Chefe do Bloco do Movimento Pachakutik, Cléver Jiménez, diante da grave comoção política e crise interna gerada pela atitude ditatorial do Presidente Rafael Correa, ao violentar os direitos dos servidores públicos e da sociedade em seu conjunto, convocou ao movimento indígena, movimentos sociais, organizações políticas democráticas a constituir uma só frente nacional para exigir a saída do presidente Correa, ao amparo do que estabelece o Art. 130, inciso 2 da Constituição, que diz ‘A Assembleia Nacional poderá destituir o presidente da República nos seguintes casos:
2) Por grave crise política e comoção interna’.
Jiménez respaldou a luta dos servidores públicos do país, incluindo aos policiais de tropa que se encontram mobilizados contra as políticas autoritárias do regime que pretende prejudicar direitos trabalhistas adquiridos. A situação dos policiais e membros das Forças Armadas deve ser entendida como uma justa ação de servidores públicos, cujos direitos foram vulnerados.
Pachakutik está convocando para esta tarde a todas as organizações do movimento indígena, aos trabalhadores, homens e mulheres democráticos a construir a unidade e preparar novas ações em rechaço ao autoritarismo de Correa, em defesa dos direitos e garantias de todos os equatorianos.
Responsável de Imprensa - Bloco Pachakutik".
A guia utilizada na Venezuela e em Honduras se repete. Tentam responsabilizar ao Presidente e ao governo pelo "golpe", forçando sua saída do poder. O golpe contra o Equador é a próxima fase da agressão permanente contra a Alba e os movimentos revolucionários na região. O povo equatoriano se mantém mobilizado em rechaço à tentativa golpista, enquanto as forças progressistas da região se agrupam para expressar sua solidariedade e respaldo ao presidente Correa e ao seu governo.
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Folha erra e mente
Reproduzo artigo de Jorge Furtado, publicado no blog do Nassif:
É difícil manter a serenidade frente ao péssimo jornalismo praticado pela Folha de S.Paulo. Das 4 irregularidades já apuradas na massaroca de denúncias do jornal contra o governo Lula, 3 eram mentira pura e simples:
1. O tal contrato intermediado por Rubnei Quícoli, a única fonte da Folha para algumas das calúnias que publicou era mentira, não passou de um delírio e tentativa de chantagem feito por um picareta, acolhido pela Folha. Não é possível afirmar se o malabarismo do texto do jornal para manter sua farsa pró-Serra é má-fé ou apenas incompetência, provavelmente uma mistura das duas coisas: "Como a Folha mostrou, o representante da EDRB, Rubnei Quícoli, afirma que...". A Folha mostrou que o picareta afirma que... Cruzes!
2. O "suborno do Tamiflu" inventado pela Veja também era mentira: "não se vislumbrou qualquer oportunidade para a alegada cobrança de propina", diz a CGU.
3. Segundo a CGU, também não foram encontradas irregularidades na contratação de escritório de advocacia ligado ao irmão de Erenice e na aplicação de multas de uma empresa de mineração do marido da ex-ministra. Mais uma mentira.
O que sobrou, segundo a Controladoria Geral da União, foram, numa auditoria ainda não concluída, "indícios de irregularidade em contratos de R$ 2 milhões", que a incompetência/má-fé da Folha transforma em "irregularidades de 2 milhões" (Se você faz parte da minoria de leitores do jornal com alguma capacidade de raciocínio, talvez considere que irregularidades num "contrato de dois milhões" possam ser "irregularidades de 10 ou 100 reais" e não "irregularidades de 2 milhões"). A única relação dos supostos indícios de irregularidade da investigação não concluída é que o irmão da ministra trabalhava nos projetos. Foi o que sobrou das calúnias do jornal contra a honra de várias pessoas.
Ao invés de reconhecer que as graves denúncias que fez, baseadas na palavra de bandidos condenados, foram desmentidas pelas investigações da CGU, a Folha reapresenta a massaroca com um ilegível "infográfico" e a manchete: "Novo lobby da casa civil".
A Folha trata seus leitores como idiotas. Deve saber com quem fala.
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É difícil manter a serenidade frente ao péssimo jornalismo praticado pela Folha de S.Paulo. Das 4 irregularidades já apuradas na massaroca de denúncias do jornal contra o governo Lula, 3 eram mentira pura e simples:
1. O tal contrato intermediado por Rubnei Quícoli, a única fonte da Folha para algumas das calúnias que publicou era mentira, não passou de um delírio e tentativa de chantagem feito por um picareta, acolhido pela Folha. Não é possível afirmar se o malabarismo do texto do jornal para manter sua farsa pró-Serra é má-fé ou apenas incompetência, provavelmente uma mistura das duas coisas: "Como a Folha mostrou, o representante da EDRB, Rubnei Quícoli, afirma que...". A Folha mostrou que o picareta afirma que... Cruzes!
2. O "suborno do Tamiflu" inventado pela Veja também era mentira: "não se vislumbrou qualquer oportunidade para a alegada cobrança de propina", diz a CGU.
3. Segundo a CGU, também não foram encontradas irregularidades na contratação de escritório de advocacia ligado ao irmão de Erenice e na aplicação de multas de uma empresa de mineração do marido da ex-ministra. Mais uma mentira.
O que sobrou, segundo a Controladoria Geral da União, foram, numa auditoria ainda não concluída, "indícios de irregularidade em contratos de R$ 2 milhões", que a incompetência/má-fé da Folha transforma em "irregularidades de 2 milhões" (Se você faz parte da minoria de leitores do jornal com alguma capacidade de raciocínio, talvez considere que irregularidades num "contrato de dois milhões" possam ser "irregularidades de 10 ou 100 reais" e não "irregularidades de 2 milhões"). A única relação dos supostos indícios de irregularidade da investigação não concluída é que o irmão da ministra trabalhava nos projetos. Foi o que sobrou das calúnias do jornal contra a honra de várias pessoas.
Ao invés de reconhecer que as graves denúncias que fez, baseadas na palavra de bandidos condenados, foram desmentidas pelas investigações da CGU, a Folha reapresenta a massaroca com um ilegível "infográfico" e a manchete: "Novo lobby da casa civil".
A Folha trata seus leitores como idiotas. Deve saber com quem fala.
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Netinho é a cara do povo, diz líder do MST
Por Altamiro Borges
A coordenação estadual do MST em São Paulo tem realizado reuniões com candidatos de vários partidos de esquerda identificados com a luta pela reforma agrária. Nestes eventos, as lideranças do movimento apresentam em detalhe a pauta de reivindicação dos trabalhadores rurais sem terra no estado e, fazendo política com P maiúsculo, procuram se aproximar dos prováveis parlamentares eleitos para melhor intervir nos futuros debates legislativos.
Nesta quinta-feira (30), o “café da manhã com o MST” teve como convidados os candidatos do PCdoB. A cantora Leci Brandão, candidata a deputada estadual, já é conhecida pelas lideranças camponesas. Ela gravou uma das músicas do primeiro CD dos sem-terra, “Arte em movimento”, e é muito respeitada nos assentamentos e acampamentos espalhados pelo estado. Célio Turino, candidato a deputado federal, também é reconhecido por seu trabalho com os Pontos de Cultura, presentes em vários assentamentos, e recebeu elogios das lideranças rurais.
Parcerias pela reforma agrária
Netinho de Paula, candidato ao Senado, também foi convidado para o “café da manhã”, mas não pode comparecer devido a problemas de última hora. A sua assessoria esteve presente e ouviu e anotou as demandas dos sem-terra. Após o evento, que reuniu mais de 30 militantes, João Paulo Rodrigues, membro da coordenação nacional do MST, explicou os motivos do convite a Netinho de Paula, candidato do PCdoB que lidera as pesquisas para a disputa das duas vagas ao Senado:
“Não conhecemos bem a trajetória política do Netinho, mas ficamos contentes com seu ingresso no PCdoB, um partido que historicamente sempre lutou pela reforma agrária. Sabemos apenas do seu trabalho junto às comunidades carentes e ele tem muita popularidade entre os sem-terra. O objetivo do convite foi nos aproximarmos mais do novo senador, que enfrentará duras batalhas nesta casa. Para nós, o mais importante é elegermos dois senadores em São Paulo, Marta Suplicy e Netinho de Paula, e fixarmos parcerias para os futuros embates”.
"Aloysio é um quadro da direita"
“Derrotar a direita em São Paulo, derrotar o tucanato, terá forte simbologia no país. O Aloysio Nunes é um quadro da direita não só no estado, mas no Brasil, é um homem do Serra. Também é um grande fazendeiro, pecuarista, na região de Andradina. O MST já ocupou algumas terras irregulares dele na região. Aloysio é da elite, é um inimigo declarado do nosso movimento. Já o Netinho tem a cara do povo, ele é igual ao Lula. A sua eleição pode ajudar o governo Dilma a ser mais ousado na reforma agrária, a manter o dialogo democrático com os movimentos sociais”.
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A coordenação estadual do MST em São Paulo tem realizado reuniões com candidatos de vários partidos de esquerda identificados com a luta pela reforma agrária. Nestes eventos, as lideranças do movimento apresentam em detalhe a pauta de reivindicação dos trabalhadores rurais sem terra no estado e, fazendo política com P maiúsculo, procuram se aproximar dos prováveis parlamentares eleitos para melhor intervir nos futuros debates legislativos.
Nesta quinta-feira (30), o “café da manhã com o MST” teve como convidados os candidatos do PCdoB. A cantora Leci Brandão, candidata a deputada estadual, já é conhecida pelas lideranças camponesas. Ela gravou uma das músicas do primeiro CD dos sem-terra, “Arte em movimento”, e é muito respeitada nos assentamentos e acampamentos espalhados pelo estado. Célio Turino, candidato a deputado federal, também é reconhecido por seu trabalho com os Pontos de Cultura, presentes em vários assentamentos, e recebeu elogios das lideranças rurais.
Parcerias pela reforma agrária
Netinho de Paula, candidato ao Senado, também foi convidado para o “café da manhã”, mas não pode comparecer devido a problemas de última hora. A sua assessoria esteve presente e ouviu e anotou as demandas dos sem-terra. Após o evento, que reuniu mais de 30 militantes, João Paulo Rodrigues, membro da coordenação nacional do MST, explicou os motivos do convite a Netinho de Paula, candidato do PCdoB que lidera as pesquisas para a disputa das duas vagas ao Senado:
“Não conhecemos bem a trajetória política do Netinho, mas ficamos contentes com seu ingresso no PCdoB, um partido que historicamente sempre lutou pela reforma agrária. Sabemos apenas do seu trabalho junto às comunidades carentes e ele tem muita popularidade entre os sem-terra. O objetivo do convite foi nos aproximarmos mais do novo senador, que enfrentará duras batalhas nesta casa. Para nós, o mais importante é elegermos dois senadores em São Paulo, Marta Suplicy e Netinho de Paula, e fixarmos parcerias para os futuros embates”.
"Aloysio é um quadro da direita"
“Derrotar a direita em São Paulo, derrotar o tucanato, terá forte simbologia no país. O Aloysio Nunes é um quadro da direita não só no estado, mas no Brasil, é um homem do Serra. Também é um grande fazendeiro, pecuarista, na região de Andradina. O MST já ocupou algumas terras irregulares dele na região. Aloysio é da elite, é um inimigo declarado do nosso movimento. Já o Netinho tem a cara do povo, ele é igual ao Lula. A sua eleição pode ajudar o governo Dilma a ser mais ousado na reforma agrária, a manter o dialogo democrático com os movimentos sociais”.
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Os demos no inferno; até o diabo rejeita
Por Altamiro Borges
Vários estudos indicam que os demos – ex-Arena e ex-PDS no período na ditadura militar e ex-PFL no reinado neoliberal de FHC – caminham para o inferno na eleição deste domingo. O Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) estima que o partido perderá cerca de 20 deputados e elegerá só dois senadores. Reportagem do Jornal do Brasil, intitulada “A derrocada do DEM”, foi ainda mais dura nas previsões e já antecipa o fim desta legenda da direita nativa.
Segundo a jornalista Ana Paula Siqueira, “se antes era um dos maiores partidos do país, sempre presente nos governos, hoje o Democratas (DEM) amarga a redução de seu poder. Nas últimas eleições, o número de candidatos eleitos pela legenda diminuiu gradativamente. E, caso as urnas mantenham o que indicam as pesquisas eleitorais, o alcance do partido será ainda menor depois de 3 de outubro. Membros da legenda reconhecem a necessidade de mudança para alterar esse quadro e, entre as possibilidades, está o fim da dependência do PSDB” e o próprio fim da sigla.
A crise da direita nativa
Dos quatro candidatos a governador pelo partido, apenas dois teriam chances reais de ganhar: os senadores Raimundo Colombo, em Santa Catarina, e Rosalba Ciarlini, no Rio Grande do Norte. “Já entre os 12 candidatos da legenda ao Senado, apenas três podem alcançar a vitória: José Agripino Maia (RN), Marco Maciel (PE) e Demóstenes Torres (GO), único na legenda a liderar as intenções de voto para o cargo”, afirmou a repórter. Pesquisas recentes, no entanto, indicam que o “senador desde o império”, Marco Maciel, já dançou em Pernambuco.
A situação dos demos reflete bem a crise da direita brasileira. Fisiológico e corrupta, ela cresceu no período da ditadura, mamando nas tetas do Estado. Já na fase destrutiva do neoliberalismo, no reinado de FHC, ela virou apêndice da “burguesia moderna” do PSDB e tirou as suas vantagens eleitorais. A partir da eleição de Lula, o definhamento foi acelerado. Ela ainda tentou se travestir de ética. Mas, aos poucos, caiu a máscara destes direitistas, mais sujos do que pau de galinheiro. A reportagem do Jornal do Brasil descreve em detalhes esta trajetória declinante e fúnebre:
Declínio e extermínio
“Em 1998, o partido conseguiu eleger 152 deputados estaduais e uma bancada de 90 federais. Apesar de contarem com apenas cinco senadores, nove governadores foram eleitos naquele ano. Em 2002, os resultados pioraram. Enquanto 111 deputados estaduais foram eleitos, 41 a menos que no pleito anterior, a bancada federal caiu para 73 parlamentares. O número de governadores eleitos diminuiu para cinco. Mas, em compensação, 14 senadores foram eleitos. Nas eleições passadas, a tendência de queda se manteve com a eleição de 98 estaduais, 54 federais, seis senadores e um único governador” – José Roberto Arruda, no Distrito Federal.
A prisão do demo Arruda abalou ainda mais as expectativas do partido para este ano e enterrou de vez seu falso discurso ético. Já a indicação do deputado Índio da Costa, batizado de “indiota”, para vice de José Serra, confirmou as graves limitações da legenda. Ela envelheceu e seus novos dirigentes, na maioria filhos dos ex-coronéis do partido, são inexpressivos. A sigla é vista como um apêndice servil do PSDB. Na opinião de diversos especialistas, o DEM não tem mais futuro. O diabo, preocupado, já criticou o uso do apelido demos e avisou que não há vagas no inferno.
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Vários estudos indicam que os demos – ex-Arena e ex-PDS no período na ditadura militar e ex-PFL no reinado neoliberal de FHC – caminham para o inferno na eleição deste domingo. O Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) estima que o partido perderá cerca de 20 deputados e elegerá só dois senadores. Reportagem do Jornal do Brasil, intitulada “A derrocada do DEM”, foi ainda mais dura nas previsões e já antecipa o fim desta legenda da direita nativa.
Segundo a jornalista Ana Paula Siqueira, “se antes era um dos maiores partidos do país, sempre presente nos governos, hoje o Democratas (DEM) amarga a redução de seu poder. Nas últimas eleições, o número de candidatos eleitos pela legenda diminuiu gradativamente. E, caso as urnas mantenham o que indicam as pesquisas eleitorais, o alcance do partido será ainda menor depois de 3 de outubro. Membros da legenda reconhecem a necessidade de mudança para alterar esse quadro e, entre as possibilidades, está o fim da dependência do PSDB” e o próprio fim da sigla.
A crise da direita nativa
Dos quatro candidatos a governador pelo partido, apenas dois teriam chances reais de ganhar: os senadores Raimundo Colombo, em Santa Catarina, e Rosalba Ciarlini, no Rio Grande do Norte. “Já entre os 12 candidatos da legenda ao Senado, apenas três podem alcançar a vitória: José Agripino Maia (RN), Marco Maciel (PE) e Demóstenes Torres (GO), único na legenda a liderar as intenções de voto para o cargo”, afirmou a repórter. Pesquisas recentes, no entanto, indicam que o “senador desde o império”, Marco Maciel, já dançou em Pernambuco.
A situação dos demos reflete bem a crise da direita brasileira. Fisiológico e corrupta, ela cresceu no período da ditadura, mamando nas tetas do Estado. Já na fase destrutiva do neoliberalismo, no reinado de FHC, ela virou apêndice da “burguesia moderna” do PSDB e tirou as suas vantagens eleitorais. A partir da eleição de Lula, o definhamento foi acelerado. Ela ainda tentou se travestir de ética. Mas, aos poucos, caiu a máscara destes direitistas, mais sujos do que pau de galinheiro. A reportagem do Jornal do Brasil descreve em detalhes esta trajetória declinante e fúnebre:
Declínio e extermínio
“Em 1998, o partido conseguiu eleger 152 deputados estaduais e uma bancada de 90 federais. Apesar de contarem com apenas cinco senadores, nove governadores foram eleitos naquele ano. Em 2002, os resultados pioraram. Enquanto 111 deputados estaduais foram eleitos, 41 a menos que no pleito anterior, a bancada federal caiu para 73 parlamentares. O número de governadores eleitos diminuiu para cinco. Mas, em compensação, 14 senadores foram eleitos. Nas eleições passadas, a tendência de queda se manteve com a eleição de 98 estaduais, 54 federais, seis senadores e um único governador” – José Roberto Arruda, no Distrito Federal.
A prisão do demo Arruda abalou ainda mais as expectativas do partido para este ano e enterrou de vez seu falso discurso ético. Já a indicação do deputado Índio da Costa, batizado de “indiota”, para vice de José Serra, confirmou as graves limitações da legenda. Ela envelheceu e seus novos dirigentes, na maioria filhos dos ex-coronéis do partido, são inexpressivos. A sigla é vista como um apêndice servil do PSDB. Na opinião de diversos especialistas, o DEM não tem mais futuro. O diabo, preocupado, já criticou o uso do apelido demos e avisou que não há vagas no inferno.
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quinta-feira, 30 de setembro de 2010
"Não vou claudicar", afirma Rafael Correa
Reproduzo matéria publicada no sítio oficial da Presidência do Equador:
El Jefe de Estado, Rafael Correa, frente al intento sedicioso por parte de algunos miembros de la Policía Nacional en contra del régimen que democrática y constitucionalmente lidera el Mandatario, anunció que pese a los intentos de agresión al Gobierno e incluso a su persona, no claudicará en sus principios.
“Yo no voy dar marcha atrás, si quieren vengan a buscarme acá, denme un tiro y que siga adelante la República, me matarán a mí, como decía Neruda, podrán cortar las flores pero no impedir la llegada de la primavera”, anunció en Radio Pública.
Desde el Hospital de la Policía, a donde acudió luego de ser agredido durante su visita al Regimiento Quito, tras haber sido afectado por una bomba lacrimógena, el Jefe de Estado manifestó su profundo rechazo frente a las acciones emprendidas por un sector de los uniformados, quienes aspiran a desestabilizar al régimen basados en su oposición a los vetos anunciados a la Ley de Servicio Público.
Según el Presidente, este intento de desestabilización responde a una estrategia que ha venido cocinándose hace algún tiempo y a una andanada de mensajes e información equivocada que ha sido repartida a los miembros de la Policía Nacional, que hoy han tenido efecto en acciones violentas fruto de intentos de conspiración.
“Hace rato que vienen buscando un golpe de Estado, porque no nos pueden ganar en las urnas y hay compañeros nuestros que no entienden lo que es pertenecer a una misión política”, dijo, en relación a la seria posibilidad de convocar a la llamada “muerte cruzada” y su relación con el poder Legislativo.
Recordó que ningún Gobierno como este ha trabajado tanto por mejorar las condiciones de los uniformados que se han levantado y llamó a sancionar a estos malos elementos.
Anunció que regresará al Palacio de Carondelet cuando las condiciones de seguridad se den, pues hay la posibilidad de que la casa de salud donde se encuentra afectado por las acciones de la mañana.
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El Jefe de Estado, Rafael Correa, frente al intento sedicioso por parte de algunos miembros de la Policía Nacional en contra del régimen que democrática y constitucionalmente lidera el Mandatario, anunció que pese a los intentos de agresión al Gobierno e incluso a su persona, no claudicará en sus principios.
“Yo no voy dar marcha atrás, si quieren vengan a buscarme acá, denme un tiro y que siga adelante la República, me matarán a mí, como decía Neruda, podrán cortar las flores pero no impedir la llegada de la primavera”, anunció en Radio Pública.
Desde el Hospital de la Policía, a donde acudió luego de ser agredido durante su visita al Regimiento Quito, tras haber sido afectado por una bomba lacrimógena, el Jefe de Estado manifestó su profundo rechazo frente a las acciones emprendidas por un sector de los uniformados, quienes aspiran a desestabilizar al régimen basados en su oposición a los vetos anunciados a la Ley de Servicio Público.
Según el Presidente, este intento de desestabilización responde a una estrategia que ha venido cocinándose hace algún tiempo y a una andanada de mensajes e información equivocada que ha sido repartida a los miembros de la Policía Nacional, que hoy han tenido efecto en acciones violentas fruto de intentos de conspiración.
“Hace rato que vienen buscando un golpe de Estado, porque no nos pueden ganar en las urnas y hay compañeros nuestros que no entienden lo que es pertenecer a una misión política”, dijo, en relación a la seria posibilidad de convocar a la llamada “muerte cruzada” y su relación con el poder Legislativo.
Recordó que ningún Gobierno como este ha trabajado tanto por mejorar las condiciones de los uniformados que se han levantado y llamó a sancionar a estos malos elementos.
Anunció que regresará al Palacio de Carondelet cuando las condiciones de seguridad se den, pues hay la posibilidad de que la casa de salud donde se encuentra afectado por las acciones de la mañana.
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Impeachment de Gilmar Mendes é possível
Reproduzo artigo do jurista Walter Maierovitch, publicado no seu blog no Portal Terra:
A matéria apresentada pelo Jornal Folha de S. Paulo é de extrema gravidade. Pelo noticiado, e se verdadeiro, o ministro Gilmar Mendes e o candidato José Serra tentaram, por manobra criminosa, retardar julgamento sobre questão fundamental, referente ao exercício ativo da cidadania: o direito que o cidadão tem de votar.
Atenção: Gilmar e Serra negam ter se falado. Em outras palavras, a matéria da Folha de S.Paulo não seria verdadeira.
Pelo que se infere da matéria, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes interrompeu o julgamento do recurso apresentado pelo PT. Pela ação proposta, considera-se inconstitucional a obrigatoriedade do título eleitoral, acrescido de um documento oficial com fotografia.
O barômetro em Brasília indica alta pressão. Pressão que subiu com o surpreendente pedido de “vista” de Mendes. E que chegou no vermelho do barômetro com a matéria da Folha. Ligado o fato “a” (adiamento) com o “b” (pedido de Serra), pode-se pensar no artigo 319 do Código Penal: crime de prevaricação.
Já se fala entre políticos, operadores do Direito e experientes juristas, caso o fato noticiado na Folha de S.Paulo tenha ocorrido e caracterizado o pedido de Serra para Gilmar “parar” o julgamento, em impeachment do ministro.
O impeachement ecoa na “rádio corredor” do Supremo. E por eles circulam ministros e assessores.
Com efeito. O julgamento da ação proposta pelo PT transcorria sem sobressaltos. Não havia nenhuma dificuldade de ordem técnica-processual. Trocando em miúdos, a matéria sob exame dos ministros não tinha complexidade jurídica. Portanto, nenhuma divergência e com dissensos acomodados e acertados.
Sete ministros já tinham votado pelo acolhimento da pretensão apresentada, ou seja, ao eleitor, sem título eleitoral, bastaria apresentar um documento oficial, com fotografia. A propósito, a ministra Ellen Gracie observou que a exigência da lei “só complica” o exercício do voto.
O que surpreendeu, causou estranheza, foi o pedido de vistas de Gilmar Mendes. Como regra, o pedido de vistas ocorre quando a matéria é de alta complexidade. Ou quando algum ministro apresenta argumento que surpreende, provocando a exigência de novo exame da questão. Isso para que quem pediu vista reflita, mude de posição ou reforce os argumentos em contrário.
Também causou estranheza um pedido de vista de matéria não complexa, quando, pela proximidade das eleições, exigia-se urgência.
Dispensável afirmar que não adianta só a decisão do Supremo. É preciso tempo para a sua repercussão. Quanto antes for divulgado, esclarecido, melhor será.
Terceiro ponto: a votação no plenário do STF se orientava no sentido de que a matéria era de relevância, pois em jogo estava o exercício da cidadania. A meta toda era, como se disse no julgamento, facilitar e não complicar o exercício da cidadania, que vai ocorrer, pelo voto, no próximo domingo, dia das eleições.
Um pedido de vista, a esta altura, numa questão simples, em que os sete ministros concluíram que a lei sobre a apresentação de dois documentos para votar veio para complicar, na realidade, dificultava esse mencionado exercício de cidadania ativa (votar).
O pedido de vista numa questão que tem repercussão, é urgente e nada complexa, provocou mal-estar.
Os ministros não querem se manifestar sobre a notícia divulgada pela Folha, uma vez que, tanto José Serra quanto Gilmar Mendes negaram. Mas vários deles acham que a apuração do fato, dado como gravíssimo, se for verdadeiro, é muito simples. Basta quebrar o sigilo telefônico.
Pano rápido. Como qualquer toga sabe, a matéria da Folha de S.Paulo é grave porque envolve, caso verdadeira, uma tentiva de manipulação que prejudica o direito de cidadania. Trata-se de um ministro do Supremo, que tem como obrigação a insenção. Serra e Mendes desmentiram. A denúncia precisa ser apurada pelo Ministério Público e, acredita-se, que a dra Cureau não vai deixar de apurar e solicitar, judicialmente, a quebra dos sigilos telefônicos de Serra e Mendes.
A única forma de se cassar um ministro do Supremo, já que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) não tem poder correcional sobre eles, é o impeachment. Ministros do Supremo só perdem o cargo por impeachment.
O único caminho, quando se trata de grave irregularidade, de crime perpetrado — e esse caso, se comprovado, pode ser caracterizado como crime —, é o impeachment.
Na historiografia judiciária brasileira nunca houve impeachment de ministro do STF. Já houve cassação pela ditadura militar, e por motivo ideológico.
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A matéria apresentada pelo Jornal Folha de S. Paulo é de extrema gravidade. Pelo noticiado, e se verdadeiro, o ministro Gilmar Mendes e o candidato José Serra tentaram, por manobra criminosa, retardar julgamento sobre questão fundamental, referente ao exercício ativo da cidadania: o direito que o cidadão tem de votar.
Atenção: Gilmar e Serra negam ter se falado. Em outras palavras, a matéria da Folha de S.Paulo não seria verdadeira.
Pelo que se infere da matéria, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes interrompeu o julgamento do recurso apresentado pelo PT. Pela ação proposta, considera-se inconstitucional a obrigatoriedade do título eleitoral, acrescido de um documento oficial com fotografia.
O barômetro em Brasília indica alta pressão. Pressão que subiu com o surpreendente pedido de “vista” de Mendes. E que chegou no vermelho do barômetro com a matéria da Folha. Ligado o fato “a” (adiamento) com o “b” (pedido de Serra), pode-se pensar no artigo 319 do Código Penal: crime de prevaricação.
Já se fala entre políticos, operadores do Direito e experientes juristas, caso o fato noticiado na Folha de S.Paulo tenha ocorrido e caracterizado o pedido de Serra para Gilmar “parar” o julgamento, em impeachment do ministro.
O impeachement ecoa na “rádio corredor” do Supremo. E por eles circulam ministros e assessores.
Com efeito. O julgamento da ação proposta pelo PT transcorria sem sobressaltos. Não havia nenhuma dificuldade de ordem técnica-processual. Trocando em miúdos, a matéria sob exame dos ministros não tinha complexidade jurídica. Portanto, nenhuma divergência e com dissensos acomodados e acertados.
Sete ministros já tinham votado pelo acolhimento da pretensão apresentada, ou seja, ao eleitor, sem título eleitoral, bastaria apresentar um documento oficial, com fotografia. A propósito, a ministra Ellen Gracie observou que a exigência da lei “só complica” o exercício do voto.
O que surpreendeu, causou estranheza, foi o pedido de vistas de Gilmar Mendes. Como regra, o pedido de vistas ocorre quando a matéria é de alta complexidade. Ou quando algum ministro apresenta argumento que surpreende, provocando a exigência de novo exame da questão. Isso para que quem pediu vista reflita, mude de posição ou reforce os argumentos em contrário.
Também causou estranheza um pedido de vista de matéria não complexa, quando, pela proximidade das eleições, exigia-se urgência.
Dispensável afirmar que não adianta só a decisão do Supremo. É preciso tempo para a sua repercussão. Quanto antes for divulgado, esclarecido, melhor será.
Terceiro ponto: a votação no plenário do STF se orientava no sentido de que a matéria era de relevância, pois em jogo estava o exercício da cidadania. A meta toda era, como se disse no julgamento, facilitar e não complicar o exercício da cidadania, que vai ocorrer, pelo voto, no próximo domingo, dia das eleições.
Um pedido de vista, a esta altura, numa questão simples, em que os sete ministros concluíram que a lei sobre a apresentação de dois documentos para votar veio para complicar, na realidade, dificultava esse mencionado exercício de cidadania ativa (votar).
O pedido de vista numa questão que tem repercussão, é urgente e nada complexa, provocou mal-estar.
Os ministros não querem se manifestar sobre a notícia divulgada pela Folha, uma vez que, tanto José Serra quanto Gilmar Mendes negaram. Mas vários deles acham que a apuração do fato, dado como gravíssimo, se for verdadeiro, é muito simples. Basta quebrar o sigilo telefônico.
Pano rápido. Como qualquer toga sabe, a matéria da Folha de S.Paulo é grave porque envolve, caso verdadeira, uma tentiva de manipulação que prejudica o direito de cidadania. Trata-se de um ministro do Supremo, que tem como obrigação a insenção. Serra e Mendes desmentiram. A denúncia precisa ser apurada pelo Ministério Público e, acredita-se, que a dra Cureau não vai deixar de apurar e solicitar, judicialmente, a quebra dos sigilos telefônicos de Serra e Mendes.
A única forma de se cassar um ministro do Supremo, já que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) não tem poder correcional sobre eles, é o impeachment. Ministros do Supremo só perdem o cargo por impeachment.
O único caminho, quando se trata de grave irregularidade, de crime perpetrado — e esse caso, se comprovado, pode ser caracterizado como crime —, é o impeachment.
Na historiografia judiciária brasileira nunca houve impeachment de ministro do STF. Já houve cassação pela ditadura militar, e por motivo ideológico.
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Imprensa, a verdadeira oposição no Brasil
Reproduzo artigo do jornalista Eric Nepomuceno, publicado no jornal argentino Pagina/12 e traduzido pelo sítio Carta Maior:
Considerado o fundador do Estado moderno no Brasil, Getúlio Vargas foi alvo de uma contundente campanha encabeçada pelo jornal Tribuna da Imprensa, do Rio de Janeiro. Terminou se suicidando com um tiro no coração em agosto de 1954. Criador de Brasília e um dos presidentes mais populares do Brasil, Juscelino Kubitschek enfrentou a resistência feroz do conservador O Estado de São Paulo. Acusado de corrupção irremediável, jamais se comprovou nada contra ele. Histórico dirigente da esquerda, o trabalhista Leonel Brizola foi governador do Rio de Janeiro em 1982, no início do processo da democratização, e passou seus dois governos sob uma campanha implacável (e freqüentemente mentirosa) do mais poderoso grupo de comunicações da América Latina, que controla a TV Globo e o jornal O Globo.
Nunca antes, porém, um presidente foi tão perseguido pelos meios de comunicação como ocorre com Luiz Inácio Lula da Silva. Com freqüência assombrosa foram abandonadas as regras básicas do mínimo respeito cidadão. Um bom exemplo disso é a revista Veja, semanário de maior circulação no país, que sem resquícios de pudor público denuncia escândalos em seqüência que acabam não sendo comprovados. Em sua página na internet abriga comentaristas que tratam o presidente da Nação de “essa pessoa”.
O mesmo grupo que controla a TV Globo, cujo noticiário tem a maioria da audiência, o matutino O Globo, principal jornal do Rio e segundo em circulação no Brasil, e a principal cadeia de rádio, CBN, não perde a oportunidade de destroçar Lula e seu governo, sem preocupar-se nem um pouco com a veracidade de seus ataques. O jornal Folha de São Paulo, de maior circulação no país, divulga qualquer denúncia como se fosse verdadeira e não se priva de aceitar que um ex-condenado por receptação de mercadorias roubadas e circulação de dinheiro falso se transforme em “consultor de negócios” e lance acusações sem apresentar nenhuma prova. Até o conservador O Estado de São Paulo, que até agora era o mais equilibrado na oposição ao governo, optou por ingressar neste jogo sem regras nem norte.
Frente á inércia dos principais partidos de oposição, o PSDB e o DEM, os meios de comunicação ocupam organicamente esse espaço. Isso foi admitido, há alguns meses, pela própria presidente da Associação nacional de Jornais (ANJ), Judith Brito, da Folha de São Paulo. Mais grave, porém, é o que nenhum destes grupos admite: mesmo antes de iniciar a campanha sucessória de Lula, esse enorme partido informal (mas muito eficaz) de oposição optou por um candidato, José Serra, que não respondeu às suas expectativas. E frente à incapacidade de sua campanha eleitoral, os meios de comunicação brasileiros decidiram atacar a candidatura de Dilma Rousseff, ignorando os limites éticos.
Essa politização absoluta e essa tomada de posição pela imprensa terminaram por provocar a reação de Lula. Suas críticas, por sua vez, provocaram uma irada onda de novas denúncias, indicando que o presidente pretendia impedir a liberdade de expressão e de opinião. No entanto, em seus quase oito anos como presidente, Lula em nenhum momento representou uma ameaça à grande imprensa, por mais remota que fosse. Alguns movimentos para impor algumas regras e impedir a permanência de um esquema de quase monopólio foram neutralizados pelo próprio Lula que optou pelo não enfrentamento com as oito famílias que concentram o controle dos meios de comunicação no maior país latinoamericano.
A liberdade de imprensa é absoluta no Brasil, ao ponto de ter se transformado em liberdade de caluniar. Os grosseiros ataques, freqüentemente baseados em nada, contra Lula e seus governo aparecem todos os dias, sem que ninguém trate de impedi-los. E, ainda assim, os grandes meios não deixam de denunciar ameaças à liberdade de expressão. Talvez a razão de tudo isso repouse no que ocorreu quando o Brasil voltou á democracia, há 25 anos. Ao contrário do que ocorreu em outros países que reencontraram a democracia – penso especificamente nos casos da Espanha e da Argentina -, no Brasil a imprensa não se democratizou. Não surgiram alternativas que respondessem aos diferentes segmentos políticos e ideológicos. Prevaleceu o cenário em que cada meio apresenta o eco de uma mesma voz, a do sistema dominante.
Para esse sistema, Lula era um risco suportável. Já a sua sucessão é outra coisa. E se o candidato da oposição se mostra um incapaz, o verdadeiro partido oposicionista revela sua cara mais feroz. Ao exercer a liberdade do denuncismo barato, mostra seu inconformismo com a manifestação do desejo dessa massa de ignaros que é chamada de povo. Essa gente que não era nada e passou a se considerar cidadã. Isso sim é inadmissível.
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Considerado o fundador do Estado moderno no Brasil, Getúlio Vargas foi alvo de uma contundente campanha encabeçada pelo jornal Tribuna da Imprensa, do Rio de Janeiro. Terminou se suicidando com um tiro no coração em agosto de 1954. Criador de Brasília e um dos presidentes mais populares do Brasil, Juscelino Kubitschek enfrentou a resistência feroz do conservador O Estado de São Paulo. Acusado de corrupção irremediável, jamais se comprovou nada contra ele. Histórico dirigente da esquerda, o trabalhista Leonel Brizola foi governador do Rio de Janeiro em 1982, no início do processo da democratização, e passou seus dois governos sob uma campanha implacável (e freqüentemente mentirosa) do mais poderoso grupo de comunicações da América Latina, que controla a TV Globo e o jornal O Globo.
Nunca antes, porém, um presidente foi tão perseguido pelos meios de comunicação como ocorre com Luiz Inácio Lula da Silva. Com freqüência assombrosa foram abandonadas as regras básicas do mínimo respeito cidadão. Um bom exemplo disso é a revista Veja, semanário de maior circulação no país, que sem resquícios de pudor público denuncia escândalos em seqüência que acabam não sendo comprovados. Em sua página na internet abriga comentaristas que tratam o presidente da Nação de “essa pessoa”.
O mesmo grupo que controla a TV Globo, cujo noticiário tem a maioria da audiência, o matutino O Globo, principal jornal do Rio e segundo em circulação no Brasil, e a principal cadeia de rádio, CBN, não perde a oportunidade de destroçar Lula e seu governo, sem preocupar-se nem um pouco com a veracidade de seus ataques. O jornal Folha de São Paulo, de maior circulação no país, divulga qualquer denúncia como se fosse verdadeira e não se priva de aceitar que um ex-condenado por receptação de mercadorias roubadas e circulação de dinheiro falso se transforme em “consultor de negócios” e lance acusações sem apresentar nenhuma prova. Até o conservador O Estado de São Paulo, que até agora era o mais equilibrado na oposição ao governo, optou por ingressar neste jogo sem regras nem norte.
Frente á inércia dos principais partidos de oposição, o PSDB e o DEM, os meios de comunicação ocupam organicamente esse espaço. Isso foi admitido, há alguns meses, pela própria presidente da Associação nacional de Jornais (ANJ), Judith Brito, da Folha de São Paulo. Mais grave, porém, é o que nenhum destes grupos admite: mesmo antes de iniciar a campanha sucessória de Lula, esse enorme partido informal (mas muito eficaz) de oposição optou por um candidato, José Serra, que não respondeu às suas expectativas. E frente à incapacidade de sua campanha eleitoral, os meios de comunicação brasileiros decidiram atacar a candidatura de Dilma Rousseff, ignorando os limites éticos.
Essa politização absoluta e essa tomada de posição pela imprensa terminaram por provocar a reação de Lula. Suas críticas, por sua vez, provocaram uma irada onda de novas denúncias, indicando que o presidente pretendia impedir a liberdade de expressão e de opinião. No entanto, em seus quase oito anos como presidente, Lula em nenhum momento representou uma ameaça à grande imprensa, por mais remota que fosse. Alguns movimentos para impor algumas regras e impedir a permanência de um esquema de quase monopólio foram neutralizados pelo próprio Lula que optou pelo não enfrentamento com as oito famílias que concentram o controle dos meios de comunicação no maior país latinoamericano.
A liberdade de imprensa é absoluta no Brasil, ao ponto de ter se transformado em liberdade de caluniar. Os grosseiros ataques, freqüentemente baseados em nada, contra Lula e seus governo aparecem todos os dias, sem que ninguém trate de impedi-los. E, ainda assim, os grandes meios não deixam de denunciar ameaças à liberdade de expressão. Talvez a razão de tudo isso repouse no que ocorreu quando o Brasil voltou á democracia, há 25 anos. Ao contrário do que ocorreu em outros países que reencontraram a democracia – penso especificamente nos casos da Espanha e da Argentina -, no Brasil a imprensa não se democratizou. Não surgiram alternativas que respondessem aos diferentes segmentos políticos e ideológicos. Prevaleceu o cenário em que cada meio apresenta o eco de uma mesma voz, a do sistema dominante.
Para esse sistema, Lula era um risco suportável. Já a sua sucessão é outra coisa. E se o candidato da oposição se mostra um incapaz, o verdadeiro partido oposicionista revela sua cara mais feroz. Ao exercer a liberdade do denuncismo barato, mostra seu inconformismo com a manifestação do desejo dessa massa de ignaros que é chamada de povo. Essa gente que não era nada e passou a se considerar cidadã. Isso sim é inadmissível.
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Tucano tenta censurar jornal ABCD Maior
Reproduzo matéria publicada no jornal ABCD Maior:
O juiz Mário Devienne Ferraz, do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) negou o pedido do ex-prefeito William Dib, candidato a deputado federal pelo PSDB, para apreender a edição 249 do jornal ABCD MAIOR. Dib queria impedir a circulação da reportagem sobre relatório do Ministério da Saúde que orienta a Prefeitura de São Bernardo a pedir a Dib e dois assessores a devolverem a quantia de R$ 160 milhões, gastos com dinheiro público em comprar consideradas irregulares.
A reportagem que o tucano pretendia censurar era sobre contrato assinado coma empresa Home Care, envolvida em outras suspeitas de irregularidades em outras 29 cidades do Brasil. O ex-prefeito entrou na quarta-feira (28/09) no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) com medida cautelar de busca e apreensão, protocolada sob o número 90.825/2010. Dib chegou a pedir “direito de resposta”, mas a reportagem sobre as denúncias traz a versão de representantes do ex-prefeito.
A advogada Elizabeth Sibinelli Spolidoro, representando Dib, declarou na reportagem que maiores esclarecimentos seriam prestados após tomar conhecimento da auditoria da Denasus. A matéria concedeu também espaço para que outro assessor de Dib, Euclides Garroti, dissesse que não havia contrato firmado entre a Home Care e o ex-prefeito. Garroti explicou para a reportagem que, à época, a Home Care possuía contrato com a Fundação do ABC, conveniada da Prefeitura de São Bernardo.
Delegado
A advogada Elizabeth Sibinelli Spolidoro esteve na sede do jornal ABCD MAIOR, acompanhada do delegado titular do 1º DP de São Bernardo, Victor Lutti, na noite de segunda-feira (27/09), que antecedeu a circulação da reportagem. É a própria advogada que assina o pedido de Dib para a apreensão da edição 249.
A sentença do juiz Mário Devienne Ferraz que negou o pedido do ex-prefeito é a seguinte:
“A matéria considerada ofensiva implica em exame amplo de fatos e documentos, inviável de ser feito neste juízo de cognição sumária. Demais disso, a concessão de direito de resposta não pode ser deferida de plano, exigindo observância do princípio do contraditório e ampla defesa.
Prevalece, em princípio, as garantias relacionadas à liberdade de expressão e direito de crítica, o que não autoriza, por ora, o deferimento da liminar, sendo inviável o pedido, que fica indeferido.
Notifique-se o representado para, querendo, apresentar defesa no prazo legal.
São Paulo, 28 de setembro de 2010
Mário Devienne Ferraz - Juiz Auxiliar”
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O juiz Mário Devienne Ferraz, do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) negou o pedido do ex-prefeito William Dib, candidato a deputado federal pelo PSDB, para apreender a edição 249 do jornal ABCD MAIOR. Dib queria impedir a circulação da reportagem sobre relatório do Ministério da Saúde que orienta a Prefeitura de São Bernardo a pedir a Dib e dois assessores a devolverem a quantia de R$ 160 milhões, gastos com dinheiro público em comprar consideradas irregulares.
A reportagem que o tucano pretendia censurar era sobre contrato assinado coma empresa Home Care, envolvida em outras suspeitas de irregularidades em outras 29 cidades do Brasil. O ex-prefeito entrou na quarta-feira (28/09) no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) com medida cautelar de busca e apreensão, protocolada sob o número 90.825/2010. Dib chegou a pedir “direito de resposta”, mas a reportagem sobre as denúncias traz a versão de representantes do ex-prefeito.
A advogada Elizabeth Sibinelli Spolidoro, representando Dib, declarou na reportagem que maiores esclarecimentos seriam prestados após tomar conhecimento da auditoria da Denasus. A matéria concedeu também espaço para que outro assessor de Dib, Euclides Garroti, dissesse que não havia contrato firmado entre a Home Care e o ex-prefeito. Garroti explicou para a reportagem que, à época, a Home Care possuía contrato com a Fundação do ABC, conveniada da Prefeitura de São Bernardo.
Delegado
A advogada Elizabeth Sibinelli Spolidoro esteve na sede do jornal ABCD MAIOR, acompanhada do delegado titular do 1º DP de São Bernardo, Victor Lutti, na noite de segunda-feira (27/09), que antecedeu a circulação da reportagem. É a própria advogada que assina o pedido de Dib para a apreensão da edição 249.
A sentença do juiz Mário Devienne Ferraz que negou o pedido do ex-prefeito é a seguinte:
“A matéria considerada ofensiva implica em exame amplo de fatos e documentos, inviável de ser feito neste juízo de cognição sumária. Demais disso, a concessão de direito de resposta não pode ser deferida de plano, exigindo observância do princípio do contraditório e ampla defesa.
Prevalece, em princípio, as garantias relacionadas à liberdade de expressão e direito de crítica, o que não autoriza, por ora, o deferimento da liminar, sendo inviável o pedido, que fica indeferido.
Notifique-se o representado para, querendo, apresentar defesa no prazo legal.
São Paulo, 28 de setembro de 2010
Mário Devienne Ferraz - Juiz Auxiliar”
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Eugenio Bucci e a filosofia da conveniência
Reproduzo artigo de Mauro Carrara:
Cliquei hoje no site do Observatório da Imprensa e lá encontrei a chamada para o artigo de um ítalo-brasileiro, o jornalista Eugênio Bucci. Não resisti. Pois da lavra nossa, dos oriundos, há algo do melhor e algo do pior em termos de substância política. Já me assustei ao topar com a fonte:
"Reproduzido do Estado de S. Paulo, 23/9/2010"...
E também com o chapéu e o título:
"Mídia & Governo - Por um pingo de serenidade".
O primeiro parágrafo consagrou minhas suspeitas. Acusa lá o badalado funcionário da família Mesquita: "Por iniciativa pessoal do presidente da República, a imprensa vai se convertendo em ré nesta campanha eleitoral. Nos palanques, ele vem investindo agressivamente contra ela. Diz que vai derrotá-la nas eleições. Lula grita, gesticula, fala com muita virulência. Por que será?"
A proposta clara é intimidar, calar e criminalizar o presidente, tática que vem sendo utilizada há semanas pelo massudo jornal dos coronéis quatrocentões. O desenho caricato de Lula visa a desqualificá-lo e, simultaneamente, instruir uma vitimização da mídia.
Previsivelmente, Bucci se mune de todo arsenal da sofística para confundir conceitos, fingindo não perceber distinção entre jornalismo informativo e jornalismo de propaganda. O articulista não faz qualquer menção, por exemplo, à utilização de um criminoso apenado, receptador de cargas roubadas e falsificador de notas de R$ 50, como homem-bomba da Folha de S.Paulo em seu atentado recente contra a reputação de Dilma Rousseff.
Tampouco Bucci menciona o fato de que seu próprio Estadão deturpou vergonhosamente o conceito do ato pela democratização da mídia, realizado no dia 23 de setembro, no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. Para o jornalão, tratava-se de um evento patrocinado pelo PT com o intuito de calar a imprensa. Quem esteve presente sabe que se trata de uma falsidade. Nem uma coisa nem outra.
Bucci, como muitos outros jornalistas brasileiros, julga-se acima da lei e dos códigos de conduta que regram a vida em sociedade. Nesse transe de superescriba, homem além do bem e do mal, acredita que a imprensa tudo possa, contra quem quiser, mesmo que recorrendo à ilicitude.
Para que o leitor compreenda essa linha de pensamento, reproduzo um parágrafo-chave do próprio artigo. Preste atenção e, acredite, ele pensa isso mesmo.
"O engano. Lula faz crer que liberdade existe apenas para os que informam 'corretamente'. Não é bem assim. A liberdade de imprensa inclui a liberdade de que veículos impressos – que não são radiodifusão e, portanto, não dependem de concessão pública – assumam uma linha editorial abertamente partidária. Qualquer órgão impresso (ou na internet) pode, se quiser, fazer oposição sistemática. A liberdade não foi conquistada apenas para os que 'informam corretamente', mas também para os que, na opinião desse ou daquele presidente da República, não informam tão corretamente assim. Se um jornal quiser assumir uma postura militante, de cabo eleitoral histérico, e, mais, se quiser não declarar que faz as vezes de cabo eleitoral, o problema é desse jornal, que se arrisca a perder credibilidade. O problema é dele, só dele, não é do governo".
Ou seja, tudo aquilo que aprendemos nos escritos de Platão, Aristóteles, Kant, Hegel, entre outros, deve ser jogado no lixo, pois Bucci descobriu um novo conceito, o de "verdade conveniente".
A Deontologia já não tem serventia, exceto ornamental nas Caspers, ECAs e FFLCHs da vida, está última devidamente engatada nessa trem de retóricas delinquentes pelo professor José Arthur Giannotti, um dos gurus de FHC.
Ou seja, sobre a liberdade de imprensa não pesa mais a hipoteca da busca da realidade dos fatos e do bem comum. Está autorizado o vale-tudo, o interesse particular e, em última instância, a barbárie iconoclasta patrocinada pelo baronato midiático.
O artigo de Bucci é, no entanto, uma confissão importante. Acionada a tecla SAP, podemos ler: "não acredite em tudo que o Estadão publica, pois nossa noção de informação correta está subordinada ao interesse particular".
Se o próprio jornal constituiu uma peça editorializada para eleger Serra como seu representante, resta nenhuma dúvida sobre o tipo de jornalismo produzido na Avenida Engenheiro Caetano Álvares, 55.
O articulista Bucci é daquelas figuras que parecem elétrons saltitantes e imprevisíveis. Ora, está no Largo São Francisco, aprendendo com a turma da "bucha". Depois, perambula pelo PT. Logo, gruda-se no núcleo duro da Editora Abril. Passa pela Radiobrás, onde é paparicado pelos recrutadores de quadros do Governo Federal. Aí, vira articulista do Estadão, o jornal que adorava espinafrar nas tertúlias de bar.
Não é caso único. É enorme a trupe dos defensores de causas de ocasião. Górgias temos aos montes na Terra dos Papagaios. No entanto, há coerência. Se o jornalismo não precisa ser correto nem ético, por que Bucci necessitaria sê-lo? Mais uma lição estarrecedora, mas clarificante, do pedagógico Setembro de Fogo de 2010.
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Cliquei hoje no site do Observatório da Imprensa e lá encontrei a chamada para o artigo de um ítalo-brasileiro, o jornalista Eugênio Bucci. Não resisti. Pois da lavra nossa, dos oriundos, há algo do melhor e algo do pior em termos de substância política. Já me assustei ao topar com a fonte:
"Reproduzido do Estado de S. Paulo, 23/9/2010"...
E também com o chapéu e o título:
"Mídia & Governo - Por um pingo de serenidade".
O primeiro parágrafo consagrou minhas suspeitas. Acusa lá o badalado funcionário da família Mesquita: "Por iniciativa pessoal do presidente da República, a imprensa vai se convertendo em ré nesta campanha eleitoral. Nos palanques, ele vem investindo agressivamente contra ela. Diz que vai derrotá-la nas eleições. Lula grita, gesticula, fala com muita virulência. Por que será?"
A proposta clara é intimidar, calar e criminalizar o presidente, tática que vem sendo utilizada há semanas pelo massudo jornal dos coronéis quatrocentões. O desenho caricato de Lula visa a desqualificá-lo e, simultaneamente, instruir uma vitimização da mídia.
Previsivelmente, Bucci se mune de todo arsenal da sofística para confundir conceitos, fingindo não perceber distinção entre jornalismo informativo e jornalismo de propaganda. O articulista não faz qualquer menção, por exemplo, à utilização de um criminoso apenado, receptador de cargas roubadas e falsificador de notas de R$ 50, como homem-bomba da Folha de S.Paulo em seu atentado recente contra a reputação de Dilma Rousseff.
Tampouco Bucci menciona o fato de que seu próprio Estadão deturpou vergonhosamente o conceito do ato pela democratização da mídia, realizado no dia 23 de setembro, no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. Para o jornalão, tratava-se de um evento patrocinado pelo PT com o intuito de calar a imprensa. Quem esteve presente sabe que se trata de uma falsidade. Nem uma coisa nem outra.
Bucci, como muitos outros jornalistas brasileiros, julga-se acima da lei e dos códigos de conduta que regram a vida em sociedade. Nesse transe de superescriba, homem além do bem e do mal, acredita que a imprensa tudo possa, contra quem quiser, mesmo que recorrendo à ilicitude.
Para que o leitor compreenda essa linha de pensamento, reproduzo um parágrafo-chave do próprio artigo. Preste atenção e, acredite, ele pensa isso mesmo.
"O engano. Lula faz crer que liberdade existe apenas para os que informam 'corretamente'. Não é bem assim. A liberdade de imprensa inclui a liberdade de que veículos impressos – que não são radiodifusão e, portanto, não dependem de concessão pública – assumam uma linha editorial abertamente partidária. Qualquer órgão impresso (ou na internet) pode, se quiser, fazer oposição sistemática. A liberdade não foi conquistada apenas para os que 'informam corretamente', mas também para os que, na opinião desse ou daquele presidente da República, não informam tão corretamente assim. Se um jornal quiser assumir uma postura militante, de cabo eleitoral histérico, e, mais, se quiser não declarar que faz as vezes de cabo eleitoral, o problema é desse jornal, que se arrisca a perder credibilidade. O problema é dele, só dele, não é do governo".
Ou seja, tudo aquilo que aprendemos nos escritos de Platão, Aristóteles, Kant, Hegel, entre outros, deve ser jogado no lixo, pois Bucci descobriu um novo conceito, o de "verdade conveniente".
A Deontologia já não tem serventia, exceto ornamental nas Caspers, ECAs e FFLCHs da vida, está última devidamente engatada nessa trem de retóricas delinquentes pelo professor José Arthur Giannotti, um dos gurus de FHC.
Ou seja, sobre a liberdade de imprensa não pesa mais a hipoteca da busca da realidade dos fatos e do bem comum. Está autorizado o vale-tudo, o interesse particular e, em última instância, a barbárie iconoclasta patrocinada pelo baronato midiático.
O artigo de Bucci é, no entanto, uma confissão importante. Acionada a tecla SAP, podemos ler: "não acredite em tudo que o Estadão publica, pois nossa noção de informação correta está subordinada ao interesse particular".
Se o próprio jornal constituiu uma peça editorializada para eleger Serra como seu representante, resta nenhuma dúvida sobre o tipo de jornalismo produzido na Avenida Engenheiro Caetano Álvares, 55.
O articulista Bucci é daquelas figuras que parecem elétrons saltitantes e imprevisíveis. Ora, está no Largo São Francisco, aprendendo com a turma da "bucha". Depois, perambula pelo PT. Logo, gruda-se no núcleo duro da Editora Abril. Passa pela Radiobrás, onde é paparicado pelos recrutadores de quadros do Governo Federal. Aí, vira articulista do Estadão, o jornal que adorava espinafrar nas tertúlias de bar.
Não é caso único. É enorme a trupe dos defensores de causas de ocasião. Górgias temos aos montes na Terra dos Papagaios. No entanto, há coerência. Se o jornalismo não precisa ser correto nem ético, por que Bucci necessitaria sê-lo? Mais uma lição estarrecedora, mas clarificante, do pedagógico Setembro de Fogo de 2010.
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EUA são cúmplices do "golpe" no Equador?
Reproduzo declaração do ministro de Relações Exteriores de Cuba:
Por instrucciones del Presidente del Consejo de Estado y de Ministros haré la declaración siguiente:
- El gobierno de la República de Cuba condena y manifiesta su más enérgico rechazo al golpe de Estado que se desarrolla en Ecuador. El presidente Correa ha denunciado que está en curso un golpe de estado, que ha sido agredido y que se le retiene por la fuerza en el Hospital Metropolitano de la Policía de Quito.
- Cuba espera que la jefatura de las Fuerzas Armadas ecuatorianas cumpla su obligación de respetar y hacer cumplir la Constitución y de garantizar la inviolabilidad del Presidente de la República legítimamente electo y asegurar el Estado de derecho.
- Responsabilizamos al jefe de las Fuerzas Armadas de Ecuador con la integridad física y la vida del Presidente Correa. Debe asegurarse su plena libertad de movimiento y el ejercicio de sus funciones.
- Rechazamos enérgicamente las declaraciones que se atribuyen a la llamada Sociedad Patriótica, de Lucio Gutiérrez que proclama intenciones abiertamente golpistas.
- Cuba ofrece su más absoluto y completo respaldo al gobierno legítimo y constitucional del Presidente Rafael Correa y apoya al pueblo ecuatoriano que se moviliza para rescatar a su Presidente.
- Cuba se une a las declaraciones de Presidentes latinoamericanos y organizaciones internacionales que exigen se detenga la intentona golpista.
- Emplazo al gobierno de los EE.UU. a que se pronuncie contra el golpe de estado. Su vocero sólo ha dicho que “sigue de cerca la situación”. Una omisión en este sentido lo haría cómplice del intento de golpe.
- Hechos como este solo sirven a intereses externos a nuestra región que pretenden impedir el avance de procesos independientes y transformadores.
- Es un intento además por silenciar la voz del Ecuador y de su Presidente en su enfrentamiento a la política intervencionista de los Estados Unidos en la región.
- Intentos desestabilizadores como estos solo buscan retrotraer a nuestra región a la época de golpes de estado, ahora bajo otras fórmulas, para restaurar la dominación del imperialismo y las oligarquías.
- Cuba advirtió, en ocasión del golpe de estado organizado en Honduras, con la participación de sectores de poder de los Estados Unidos, y después con la situación de impunidad en que han quedado los golpistas, que con esos graves hechos se había reabierto una nueva era de golpes de estado y dictaduras militares en América Latina.
*****
Reforçando a suspeita sobre a cumplicidade dos EUA, o presidente da Bolívia, Evo Morales, acaba de declarar que a tentativa de golpe visa derrubar "a los presidentes anticapitalistas y antiimperialistas" da região e "busca acabar con la Alba y la Unasur".
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Por instrucciones del Presidente del Consejo de Estado y de Ministros haré la declaración siguiente:
- El gobierno de la República de Cuba condena y manifiesta su más enérgico rechazo al golpe de Estado que se desarrolla en Ecuador. El presidente Correa ha denunciado que está en curso un golpe de estado, que ha sido agredido y que se le retiene por la fuerza en el Hospital Metropolitano de la Policía de Quito.
- Cuba espera que la jefatura de las Fuerzas Armadas ecuatorianas cumpla su obligación de respetar y hacer cumplir la Constitución y de garantizar la inviolabilidad del Presidente de la República legítimamente electo y asegurar el Estado de derecho.
- Responsabilizamos al jefe de las Fuerzas Armadas de Ecuador con la integridad física y la vida del Presidente Correa. Debe asegurarse su plena libertad de movimiento y el ejercicio de sus funciones.
- Rechazamos enérgicamente las declaraciones que se atribuyen a la llamada Sociedad Patriótica, de Lucio Gutiérrez que proclama intenciones abiertamente golpistas.
- Cuba ofrece su más absoluto y completo respaldo al gobierno legítimo y constitucional del Presidente Rafael Correa y apoya al pueblo ecuatoriano que se moviliza para rescatar a su Presidente.
- Cuba se une a las declaraciones de Presidentes latinoamericanos y organizaciones internacionales que exigen se detenga la intentona golpista.
- Emplazo al gobierno de los EE.UU. a que se pronuncie contra el golpe de estado. Su vocero sólo ha dicho que “sigue de cerca la situación”. Una omisión en este sentido lo haría cómplice del intento de golpe.
- Hechos como este solo sirven a intereses externos a nuestra región que pretenden impedir el avance de procesos independientes y transformadores.
- Es un intento además por silenciar la voz del Ecuador y de su Presidente en su enfrentamiento a la política intervencionista de los Estados Unidos en la región.
- Intentos desestabilizadores como estos solo buscan retrotraer a nuestra región a la época de golpes de estado, ahora bajo otras fórmulas, para restaurar la dominación del imperialismo y las oligarquías.
- Cuba advirtió, en ocasión del golpe de estado organizado en Honduras, con la participación de sectores de poder de los Estados Unidos, y después con la situación de impunidad en que han quedado los golpistas, que con esos graves hechos se había reabierto una nueva era de golpes de estado y dictaduras militares en América Latina.
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Reforçando a suspeita sobre a cumplicidade dos EUA, o presidente da Bolívia, Evo Morales, acaba de declarar que a tentativa de golpe visa derrubar "a los presidentes anticapitalistas y antiimperialistas" da região e "busca acabar con la Alba y la Unasur".
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Juristas retrucam mídia e oposição
Reproduzo manifesto assinado por um grupo de renomados juristas, entre eles Celso Antonio Bandeira de Mello, Cezar Britto, Dalmo Dallari e Márcio Thomaz Bastos:
Em uma democracia, todo poder emana do povo, que o exerce diretamente ou pela mediação de seus representantes eleitos por um processo eleitoral justo e representativo. Em uma democracia, a manifestação do pensamento é livre. Em uma democracia as decisões populares são preservadas por instituições republicanas e isentas como o Judiciário, o Ministério Público, a imprensa livre, os movimentos populares, as organizações da sociedade civil, os sindicatos, dentre outras.
Estes valores democráticos, consagrados na Constituição da República de 1988, foram preservados e consolidados pelo atual governo.
Governo que jamais transigiu com o autoritarismo. Governo que não se deixou seduzir pela popularidade a ponto de macular as instituições democráticas. Governo cujo Presidente deixa seu cargo com 80% de aprovação popular sem tentar alterar casuisticamente a Constituição para buscar um novo mandato. Governo que sempre escolheu para Chefe do Ministério Público Federal o primeiro de uma lista tríplice elaborada pela categoria e não alguém de seu convívio ou conveniência. Governo que estruturou a polícia federal, a Defensoria Pública, que apoiou a criação do Conselho Nacional de Justiça e a ampliação da democratização das instituições judiciais.
Nos últimos anos, com vigor, a liberdade de manifestação de idéias fluiu no País. Não houve um ato sequer do governo que limitasse a expressão do pensamento em sua plenitude. Não se pode cunhar de autoritário um governo por fazer críticas a setores da imprensa ou a seus adversários, já que a própria crítica é direito de qualquer cidadão, inclusive do Presidente da República.
Estamos às vésperas das eleições para Presidente da República, dentre outros cargos. Eleições que concretizam os preceitos da democracia, sendo salutar que o processo eleitoral conte com a participação de todos.
Mas é lamentável que se queira negar ao Presidente da República o direito de, como cidadão, opinar, apoiar, manifestar-se sobre as próximas eleições. O direito de expressão é sagrado para todos – imprensa, oposição, e qualquer cidadão. O Presidente da República, como qualquer cidadão, possui o direito de participar do processo político-eleitoral e, igualmente como qualquer cidadão, encontra-se submetido à jurisdição eleitoral. Não se vêem atentados à Constituição, tampouco às instituições, que exercem com liberdade a plenitude de suas atribuições.
Como disse Goffredo em sua célebre Carta: “Ao povo é que compete tomar a decisão política fundamental, que irá determinar os lineamentos da paisagem jurídica que se deseja viver”. Deixemos, pois, o povo tomar a decisão dentro de um processo eleitoral legítimo, dentro de um civilizado embate de idéias, sem desqualificações açodadas e superficiais, e com a participação de todos os brasileiros.
Assinam o manifesto:
ADRIANO PILATTI - Professor da PUC-Rio
AIRTON SEELAENDER - Professor da UFSC
ALESSANDRO OCTAVIANI - Professor da USP
ALEXANDRE DA MAIA - Professor da UFPE
ALYSSON LEANDRO MASCARO - Professor da USP
ARTUR STAMFORD - Professor da UFPE
CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO - Professor Emérito da PUC-SP
CEZAR BRITTO - Advogado e ex-Presidente do Conselho Federal da OAB
CELSO SANCHEZ VILARDI - Advogado
CLÁUDIO PEREIRA DE SOUZA NETO - Advogado, Conselheiro Federal da OAB e Professor da UFF
DALMO DE ABREU DALLARI - Professor Emérito da USP
DAVI DE PAIVA COSTA TANGERINO - Professor da UFRJ
DIOGO R. COUTINHO - Professor da USP
ENZO BELLO - Professor da UFF
FÁBIO LEITE - Professor da PUC-Rio
FELIPE SANTA CRUZ - Advogado e Presidente da CAARJ
FERNANDO FACURY SCAFF - Professor da UFPA e da USP
FLÁVIO CROCCE CAETANO - Professor da PUC-SP
FRANCISCO GUIMARAENS - Professor da PUC-Rio
GILBERTO BERCOVICI - Professor Titular da USP
GISELE CITTADINO - Professora da PUC-Rio
GUSTAVO FERREIRA SANTOS - Professor da UFPE e da Universidade Católica de Pernambuco
GUSTAVO JUST - Professor da UFPE
HENRIQUE MAUES - Advogado e ex-Presidente do IAB
HOMERO JUNGER MAFRA - Advogado e Presidente da OAB-ES
IGOR TAMASAUSKAS - Advogado
JARBAS VASCONCELOS - Advogado e Presidente da OAB-PA
JAYME BENVENUTO - Professor e Diretor do Centro de Ciências Jurídicas da Universidade Católica de Pernambuco
JOÃO MAURÍCIO ADEODATO - Professor Titular da UFPE
JOÃO PAULO ALLAIN TEIXEIRA - Professor da UFPE e da Universidade Católica de Pernambuco
JOSÉ DIOGO BASTOS NETO - Advogado e ex-Presidente da Associação dos Advogados de São Paulo
JOSÉ FRANCISCO SIQUEIRA NETO - Professor Titular do Mackenzie
LENIO LUIZ STRECK - Professor Titular da UNISINOS
LUCIANA GRASSANO - Professora e Diretora da Faculdade de Direito da UFPE
LUÍS FERNANDO MASSONETTO - Professor da USP
LUÍS GUILHERME VIEIRA - Advogado
LUIZ ARMANDO BADIN - Advogado, Doutor pela USP e ex-Secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça
LUIZ EDSON FACHIN - Professor Titular da UFPR
MARCELLO OLIVEIRA - Professor da PUC-Rio
MARCELO CATTONI - Professor da UFMG
MARCELO LABANCA - Professor da Universidade Católica de Pernambuco
MÁRCIA NINA BERNARDES - Professora da PUC-Rio
MARCIO THOMAZ BASTOS - Advogado
MARCIO VASCONCELLOS DINIZ - Professor e Vice-Diretor da Faculdade de Direito da UFC
MARCOS CHIAPARINI - Advogado
MARIO DE ANDRADE MACIEIRA - Advogado e Presidente da OAB-MA
MÁRIO G. SCHAPIRO - Mestre e Doutor pela USP e Professor Universitário
MARTONIO MONT'ALVERNE BARRETO LIMA - Procurador-Geral do Município de Fortaleza e Professor da UNIFOR
MILTON JORDÃO - Advogado e Conselheiro do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária
NEWTON DE MENEZES ALBUQUERQUE - Professor da UFC e da UNIFOR
PAULO DE MENEZES ALBUQUERQUE - Professor da UFC e da UNIFOR
PIERPAOLO CRUZ BOTTINI - Professor da USP
RAYMUNDO JULIANO FEITOSA - Professor da UFPE
REGINA COELI SOARES - Professora da PUC-Rio
RICARDO MARCELO FONSECA - Professor e Diretor da Faculdade de Direito da UFPR
RICARDO PEREIRA LIRA - Professor Emérito da UERJ
ROBERTO CALDAS - Advogado
ROGÉRIO FAVRETO - ex-Secretário da Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça
RONALDO CRAMER - Professor da PUC-Rio
SERGIO RENAULT - Advogado e ex-Secretário da Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça
SÉRGIO SALOMÃO SHECAIRA - Professor Titular da USP
THULA RAFAELLA PIRES - Professora da PUC-Rio
WADIH NEMER DAMOUS FILHO - Advogado e Presidente da OAB-RJ
WALBER MOURA AGRA - Professor da Universidade Católica de Pernambuco
Em uma democracia, todo poder emana do povo, que o exerce diretamente ou pela mediação de seus representantes eleitos por um processo eleitoral justo e representativo. Em uma democracia, a manifestação do pensamento é livre. Em uma democracia as decisões populares são preservadas por instituições republicanas e isentas como o Judiciário, o Ministério Público, a imprensa livre, os movimentos populares, as organizações da sociedade civil, os sindicatos, dentre outras.
Estes valores democráticos, consagrados na Constituição da República de 1988, foram preservados e consolidados pelo atual governo.
Governo que jamais transigiu com o autoritarismo. Governo que não se deixou seduzir pela popularidade a ponto de macular as instituições democráticas. Governo cujo Presidente deixa seu cargo com 80% de aprovação popular sem tentar alterar casuisticamente a Constituição para buscar um novo mandato. Governo que sempre escolheu para Chefe do Ministério Público Federal o primeiro de uma lista tríplice elaborada pela categoria e não alguém de seu convívio ou conveniência. Governo que estruturou a polícia federal, a Defensoria Pública, que apoiou a criação do Conselho Nacional de Justiça e a ampliação da democratização das instituições judiciais.
Nos últimos anos, com vigor, a liberdade de manifestação de idéias fluiu no País. Não houve um ato sequer do governo que limitasse a expressão do pensamento em sua plenitude. Não se pode cunhar de autoritário um governo por fazer críticas a setores da imprensa ou a seus adversários, já que a própria crítica é direito de qualquer cidadão, inclusive do Presidente da República.
Estamos às vésperas das eleições para Presidente da República, dentre outros cargos. Eleições que concretizam os preceitos da democracia, sendo salutar que o processo eleitoral conte com a participação de todos.
Mas é lamentável que se queira negar ao Presidente da República o direito de, como cidadão, opinar, apoiar, manifestar-se sobre as próximas eleições. O direito de expressão é sagrado para todos – imprensa, oposição, e qualquer cidadão. O Presidente da República, como qualquer cidadão, possui o direito de participar do processo político-eleitoral e, igualmente como qualquer cidadão, encontra-se submetido à jurisdição eleitoral. Não se vêem atentados à Constituição, tampouco às instituições, que exercem com liberdade a plenitude de suas atribuições.
Como disse Goffredo em sua célebre Carta: “Ao povo é que compete tomar a decisão política fundamental, que irá determinar os lineamentos da paisagem jurídica que se deseja viver”. Deixemos, pois, o povo tomar a decisão dentro de um processo eleitoral legítimo, dentro de um civilizado embate de idéias, sem desqualificações açodadas e superficiais, e com a participação de todos os brasileiros.
Assinam o manifesto:
ADRIANO PILATTI - Professor da PUC-Rio
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ALEXANDRE DA MAIA - Professor da UFPE
ALYSSON LEANDRO MASCARO - Professor da USP
ARTUR STAMFORD - Professor da UFPE
CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO - Professor Emérito da PUC-SP
CEZAR BRITTO - Advogado e ex-Presidente do Conselho Federal da OAB
CELSO SANCHEZ VILARDI - Advogado
CLÁUDIO PEREIRA DE SOUZA NETO - Advogado, Conselheiro Federal da OAB e Professor da UFF
DALMO DE ABREU DALLARI - Professor Emérito da USP
DAVI DE PAIVA COSTA TANGERINO - Professor da UFRJ
DIOGO R. COUTINHO - Professor da USP
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FÁBIO LEITE - Professor da PUC-Rio
FELIPE SANTA CRUZ - Advogado e Presidente da CAARJ
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FLÁVIO CROCCE CAETANO - Professor da PUC-SP
FRANCISCO GUIMARAENS - Professor da PUC-Rio
GILBERTO BERCOVICI - Professor Titular da USP
GISELE CITTADINO - Professora da PUC-Rio
GUSTAVO FERREIRA SANTOS - Professor da UFPE e da Universidade Católica de Pernambuco
GUSTAVO JUST - Professor da UFPE
HENRIQUE MAUES - Advogado e ex-Presidente do IAB
HOMERO JUNGER MAFRA - Advogado e Presidente da OAB-ES
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JOÃO MAURÍCIO ADEODATO - Professor Titular da UFPE
JOÃO PAULO ALLAIN TEIXEIRA - Professor da UFPE e da Universidade Católica de Pernambuco
JOSÉ DIOGO BASTOS NETO - Advogado e ex-Presidente da Associação dos Advogados de São Paulo
JOSÉ FRANCISCO SIQUEIRA NETO - Professor Titular do Mackenzie
LENIO LUIZ STRECK - Professor Titular da UNISINOS
LUCIANA GRASSANO - Professora e Diretora da Faculdade de Direito da UFPE
LUÍS FERNANDO MASSONETTO - Professor da USP
LUÍS GUILHERME VIEIRA - Advogado
LUIZ ARMANDO BADIN - Advogado, Doutor pela USP e ex-Secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça
LUIZ EDSON FACHIN - Professor Titular da UFPR
MARCELLO OLIVEIRA - Professor da PUC-Rio
MARCELO CATTONI - Professor da UFMG
MARCELO LABANCA - Professor da Universidade Católica de Pernambuco
MÁRCIA NINA BERNARDES - Professora da PUC-Rio
MARCIO THOMAZ BASTOS - Advogado
MARCIO VASCONCELLOS DINIZ - Professor e Vice-Diretor da Faculdade de Direito da UFC
MARCOS CHIAPARINI - Advogado
MARIO DE ANDRADE MACIEIRA - Advogado e Presidente da OAB-MA
MÁRIO G. SCHAPIRO - Mestre e Doutor pela USP e Professor Universitário
MARTONIO MONT'ALVERNE BARRETO LIMA - Procurador-Geral do Município de Fortaleza e Professor da UNIFOR
MILTON JORDÃO - Advogado e Conselheiro do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária
NEWTON DE MENEZES ALBUQUERQUE - Professor da UFC e da UNIFOR
PAULO DE MENEZES ALBUQUERQUE - Professor da UFC e da UNIFOR
PIERPAOLO CRUZ BOTTINI - Professor da USP
RAYMUNDO JULIANO FEITOSA - Professor da UFPE
REGINA COELI SOARES - Professora da PUC-Rio
RICARDO MARCELO FONSECA - Professor e Diretor da Faculdade de Direito da UFPR
RICARDO PEREIRA LIRA - Professor Emérito da UERJ
ROBERTO CALDAS - Advogado
ROGÉRIO FAVRETO - ex-Secretário da Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça
RONALDO CRAMER - Professor da PUC-Rio
SERGIO RENAULT - Advogado e ex-Secretário da Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça
SÉRGIO SALOMÃO SHECAIRA - Professor Titular da USP
THULA RAFAELLA PIRES - Professora da PUC-Rio
WADIH NEMER DAMOUS FILHO - Advogado e Presidente da OAB-RJ
WALBER MOURA AGRA - Professor da Universidade Católica de Pernambuco
Correa denuncia golpe e diz temer pela vida
Reproduzo matéria publicada no sítio Opera Mundi:
O presidente do Equador, Rafael Correa, denunciou que a rebelião policial que sitiou a capital do país, Quito, nesta quinta-feira (30/9), é uma tentativa de golpe e disse ter receio de ser assassinado. "Se algo acontecer comigo, saibam que meu amor pela pátria é infinito e que amarei eternamente minha família, e que tudo terá valido a pena", declarou.
Em discurso ao vivo transmitido pela Rádio Pública do Equador, o presidente disse que se sente "sequestrado" e contou que dispararam bombas de gás lacrimogêneo em sua direção, por isso ele foi hospitalizado. Segundo ele, a bomba passou a centímetros de seu rosto. Outro artefato teria provocado um ferimento em sua perna, e o presidente foi levado para o Hospital da Polícia Nacional, em Quito.
"Estão me dizendo que o hospital está cercado, que estão revistando ambulâncias que saem e chegam, e que ninguém poderia sair nem entrar. Se isso for verdade, seria o sequestro do presidente da repúbica, o que seria algo extremamente grave. Seria traição à pátria", afirmou.
Falando à rádio de dentro do hospital, de onde disse não ter visão do lado de fora, Correa acusou setores da oposição de terem enganado os policiais sobre os efeitos da nova lei do funcionalismo público.
"Espalharam a eles que íamos cortar o soldo pela metade, mas na verdade dobramos, e é justamente isso o que estabelece a nova lei! A lei estabelece que o Ministério do Trabalho definirá compensações para os policiais que têm de trabalhar horas extras. Inventaram uma mentira verossímil, e lamentavelmente os policiais foram ludibriados. Mas, por mais, que se tenham enganado as pessoas, é inadmissível que tenham ignorado os apelos a manter a ordem pública", afirmou o presidente.
Entre os possíveis responsáveis pela suposta tentativa de golpe, o presidente Rafael Correa mencionou seu antecessor no cargo, Lucio Gutiérrez, derrubado por uma revolta popular em 2004. "Está claríssimo de onde vêm essas intenções desestabilizadoras. São pessoas que estão tentando um golpe de estado porque não podem ganhar nas urnas", disse.
Correa disse que, assim que possível, vai voltar para negociar e chamou os policiais de covarde por terem "apontado contra o presidente". "Impediram as pessoas de respirarem", disse. "É impressionante: nossa força pública alvejou o presidente!", desabafou.
Apesar de condenar a insurreição e de expressar confiança na "maioria" da corporação, que "sabe o carinho que temos por ela", o presidente deu a entender que teme pela própria vida.
"O máximo que posso perder é a vida, e perderei com custo se for para salvar a democracia. Prefiro estar morto do que preso. Se quiserem, venham aqui e me deem um tiro, mas não derrubarão a república. Como disse [o poeta chileno Pablo] Neruda, 'poderão cortar as flores, mas não poderão impedir que chegue a primavera'", afirmou Correa.
Em discurso na praça pública, o chanceler do país, Ricardo Patiño, afirmou que pessoas estariam tentando invadir o hospital para "atacar a integridade física" do presidente e conclamou a população a rumar para o prédio e libertar Correa. "Companheiros valentes aqui presentes, vamos juntos resgatar o presidente!", pediu Patiño.
Ainda de acordo com a emissora, chanceleres de outros países estariam indo para o Equador para ajudar a mediar a crise. Um jornalista da rádio teria sido espancado e asfixiado por rebelados, mas já estaria socorrido.
No Equador, além das forças armadas, que reafirmaram sua subordinação ao presidente, que, pela Constituição (assim como no Brasil, no EUA e várias repúblicas democráticas), é o comandante supremo das forças armadas. Além disso, os prefeitos de cidades de porte médio como San Lorenzo e San Domingo expressou apoio ao presidente. O governo da Espanha soltou uma nota oficial condenando uma suposta tentativa de golpe e declarou apoio incondicional ao governo eleito de Rafael Correa.
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O presidente do Equador, Rafael Correa, denunciou que a rebelião policial que sitiou a capital do país, Quito, nesta quinta-feira (30/9), é uma tentativa de golpe e disse ter receio de ser assassinado. "Se algo acontecer comigo, saibam que meu amor pela pátria é infinito e que amarei eternamente minha família, e que tudo terá valido a pena", declarou.
Em discurso ao vivo transmitido pela Rádio Pública do Equador, o presidente disse que se sente "sequestrado" e contou que dispararam bombas de gás lacrimogêneo em sua direção, por isso ele foi hospitalizado. Segundo ele, a bomba passou a centímetros de seu rosto. Outro artefato teria provocado um ferimento em sua perna, e o presidente foi levado para o Hospital da Polícia Nacional, em Quito.
"Estão me dizendo que o hospital está cercado, que estão revistando ambulâncias que saem e chegam, e que ninguém poderia sair nem entrar. Se isso for verdade, seria o sequestro do presidente da repúbica, o que seria algo extremamente grave. Seria traição à pátria", afirmou.
Falando à rádio de dentro do hospital, de onde disse não ter visão do lado de fora, Correa acusou setores da oposição de terem enganado os policiais sobre os efeitos da nova lei do funcionalismo público.
"Espalharam a eles que íamos cortar o soldo pela metade, mas na verdade dobramos, e é justamente isso o que estabelece a nova lei! A lei estabelece que o Ministério do Trabalho definirá compensações para os policiais que têm de trabalhar horas extras. Inventaram uma mentira verossímil, e lamentavelmente os policiais foram ludibriados. Mas, por mais, que se tenham enganado as pessoas, é inadmissível que tenham ignorado os apelos a manter a ordem pública", afirmou o presidente.
Entre os possíveis responsáveis pela suposta tentativa de golpe, o presidente Rafael Correa mencionou seu antecessor no cargo, Lucio Gutiérrez, derrubado por uma revolta popular em 2004. "Está claríssimo de onde vêm essas intenções desestabilizadoras. São pessoas que estão tentando um golpe de estado porque não podem ganhar nas urnas", disse.
Correa disse que, assim que possível, vai voltar para negociar e chamou os policiais de covarde por terem "apontado contra o presidente". "Impediram as pessoas de respirarem", disse. "É impressionante: nossa força pública alvejou o presidente!", desabafou.
Apesar de condenar a insurreição e de expressar confiança na "maioria" da corporação, que "sabe o carinho que temos por ela", o presidente deu a entender que teme pela própria vida.
"O máximo que posso perder é a vida, e perderei com custo se for para salvar a democracia. Prefiro estar morto do que preso. Se quiserem, venham aqui e me deem um tiro, mas não derrubarão a república. Como disse [o poeta chileno Pablo] Neruda, 'poderão cortar as flores, mas não poderão impedir que chegue a primavera'", afirmou Correa.
Em discurso na praça pública, o chanceler do país, Ricardo Patiño, afirmou que pessoas estariam tentando invadir o hospital para "atacar a integridade física" do presidente e conclamou a população a rumar para o prédio e libertar Correa. "Companheiros valentes aqui presentes, vamos juntos resgatar o presidente!", pediu Patiño.
Ainda de acordo com a emissora, chanceleres de outros países estariam indo para o Equador para ajudar a mediar a crise. Um jornalista da rádio teria sido espancado e asfixiado por rebelados, mas já estaria socorrido.
No Equador, além das forças armadas, que reafirmaram sua subordinação ao presidente, que, pela Constituição (assim como no Brasil, no EUA e várias repúblicas democráticas), é o comandante supremo das forças armadas. Além disso, os prefeitos de cidades de porte médio como San Lorenzo e San Domingo expressou apoio ao presidente. O governo da Espanha soltou uma nota oficial condenando uma suposta tentativa de golpe e declarou apoio incondicional ao governo eleito de Rafael Correa.
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Os boatos de golpe no Equador
Diante dos boatos de um golpe de estado no Equador, reproduzo matéria publicada às 13h02 no sítio do jornal Página/12. Pelas informações transmitidas ao vivo pela Telesur também é possível constatar que ocorre uma sublevação militar, mas o governo constitucional de Rafael Correa se mantém firme:
Sublevación policial y militar en Ecuador
Cientos de policías ocuparon varios cuarteles, en protesta contra la ley de servicio público aprobada por el Congreso, que eliminó bonificaciones, comisiones y estímulos económicos para miembros de esa institución y de las Fuerzas Armadas. Además, unos 150 soldados de la Fuerza Aérea tomaron el aeropuerto internacional de Quito. El presidente Rafael Correa advirtió que no cederá ante las protestas. "Señores si quieren matar al presidente, aquí está, mátenlo si les da la gana", desafió Correa ante los uniformados que tomaron el principal regimiento de la capital. El jefe del Comando Conjunto de las Fuerzas Armadas, general Luis González, ratificó la lealtad al presidente.
"No daré ni un paso atrás, si quieren tomarse los cuarteles, si quieren dejar a la ciudadanía indefensa y si quieren traicionar su misión de policías, traiciónenlos", exclamó Correa en un encendido discurso ante decenas de uniformados que tomaron el principal regimiento de Quito. "Este presidente, nuestro gobierno, seguirá haciendo lo que tiene que hacer", añadió.
Las manifestaciones tenían lugar en el principal regimiento de Quito y otros cuarteles de Guayaquil y Cuenca, pero la protesta más numerosa ocurría en la capital. Allí, los uniformados lanzaban arengas contra el proyecto oficial aprobado por la Asamblea, que derogó disposiciones que reconocían el pago de bonificaciones, comisiones o estímulos económicos por el cumplimiento de años de servicio.
La ley de servicio público también generó una crisis entre el gobierno del presidente Rafael Correa y su bloque legislativo, que el miércoles rechazó algunos artículos de la iniciativa, que prevén reducir la nómina estatal.
Debido a ello, el mandatario considera la posibilidad de disolver el Congreso y llamar a elecciones generales anticipadas, señaló la noche del miércoles la ministra de la Política, Doris Solis.
Tras una reunión con Correa, la funcionaria indicó que éste analiza ir a la "muerte cruzada", un mecanismo constitucional que lo faculta para disolver la Asamblea y convocar a elecciones generales en caso de que los congresistas obstruyan la ejecución del plan de desarrollo, grave crisis política o conmoción interna.
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Sublevación policial y militar en Ecuador
Cientos de policías ocuparon varios cuarteles, en protesta contra la ley de servicio público aprobada por el Congreso, que eliminó bonificaciones, comisiones y estímulos económicos para miembros de esa institución y de las Fuerzas Armadas. Además, unos 150 soldados de la Fuerza Aérea tomaron el aeropuerto internacional de Quito. El presidente Rafael Correa advirtió que no cederá ante las protestas. "Señores si quieren matar al presidente, aquí está, mátenlo si les da la gana", desafió Correa ante los uniformados que tomaron el principal regimiento de la capital. El jefe del Comando Conjunto de las Fuerzas Armadas, general Luis González, ratificó la lealtad al presidente.
"No daré ni un paso atrás, si quieren tomarse los cuarteles, si quieren dejar a la ciudadanía indefensa y si quieren traicionar su misión de policías, traiciónenlos", exclamó Correa en un encendido discurso ante decenas de uniformados que tomaron el principal regimiento de Quito. "Este presidente, nuestro gobierno, seguirá haciendo lo que tiene que hacer", añadió.
Las manifestaciones tenían lugar en el principal regimiento de Quito y otros cuarteles de Guayaquil y Cuenca, pero la protesta más numerosa ocurría en la capital. Allí, los uniformados lanzaban arengas contra el proyecto oficial aprobado por la Asamblea, que derogó disposiciones que reconocían el pago de bonificaciones, comisiones o estímulos económicos por el cumplimiento de años de servicio.
La ley de servicio público también generó una crisis entre el gobierno del presidente Rafael Correa y su bloque legislativo, que el miércoles rechazó algunos artículos de la iniciativa, que prevén reducir la nómina estatal.
Debido a ello, el mandatario considera la posibilidad de disolver el Congreso y llamar a elecciones generales anticipadas, señaló la noche del miércoles la ministra de la Política, Doris Solis.
Tras una reunión con Correa, la funcionaria indicó que éste analiza ir a la "muerte cruzada", un mecanismo constitucional que lo faculta para disolver la Asamblea y convocar a elecciones generales en caso de que los congresistas obstruyan la ejecución del plan de desarrollo, grave crisis política o conmoción interna.
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