quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A constrangedora vergonha alheia

Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa:

Uma fotografia na primeira página da Folha de S.Paulo, na edição de terça-feira (27/8), resume em boa medida o mal-estar em que as entidades médicas enfiaram os profissionais de saúde do Brasil.

A imagem mostra um médico cubano, negro, sendo ameaçado e vaiado por colegas brasileiros quando saía da primeira aula do programa de treinamento para sua missão em território nacional. Os manifestantes xingavam os médicos estrangeiros de “escravos”, e chegaram a agredir representantes do Ministério da Saúde, o que descreve de maneira bastante clara o nível de irracionalidade provocada pelas declarações de dirigentes dos conselhos de medicina e outras associações de classe contra o programa Mais Médicos.

Insanidade sem limite contra cubanos

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

Aos gritos de "escravos!" cerca de 50 médicos cearenses liderados pelo presidente do seu sindicato, José Maria Pontes, fizeram um "corredor polonês" para impedir a saída de 79 médicos cubanos ao final do primeiro dia do curso do Mais Médicos na Escola de Saúde Pública do Ceará, em Fortaleza, na noite desta segunda-feira. "Não aceitamos que eles apenas passem por uma avaliação de português e Sistema Único de Saúde", pontificou o presidente do sindicato. Quem lhe concedeu esta autoridade?

Depois de Molina, Julian Assange

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Numa prova de espírito democrático e grandeza política, seria bem oportuno sugerir às mesmas forças que aplaudem a fuga do senador boliviano que reforcem a pressão para que o fundador do Wikileaks possa deixar a Inglaterra

O conservadorismo de branco(s)

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

No começo senti raiva. Depois, tristeza. Ao fim, procurei explicações. O cerco aos médicos cubanos, com xingamentos e manifestações racistas, é chocante à primeira vista. Mas quem conhece nossa história de “elevador de serviço”, de “quarto de empregada”, de coronelismo e revoluções sempre inconclusas, quem conhece essa história nem deveria se espantar.

A grande rede e a explosão das ruas

Foto: Danilo Ramos/RBA
Por Roberto Amaral, na revista CartaCapital:

As irrupções sociais não conhecem sismógrafos capazes de antecipá-las. Historiadores tentam recompor os fatos, mas não logram construir mais do que uma versão. Sociólogos e quejandos, profetas do pretérito, tentam explicar os fatos vencidos. Marx ensinava a dificuldade de compreender o contemporâneo.

As manobras do Clarín na Argentina

Da Rede Brasil Atual:

Na véspera da audiência pública que dá início à fase final de julgamento da Lei de Meios, o governo da Argentina acusou o Grupo Clarín de se valer durante décadas de manobras para garantir a concentração em suas mãos de concessões de rádio e televisão, além de jornais, páginas de internet, prestadoras de serviços de TV a cabo e provedores de internet.

Saboia: tiro na diplomacia brasileira

Por Marco Piva

A fuga espetacular de um senador boliviano da embaixada brasileira em La Paz nada fica a dever aos melhores thrillers de suspense. Arquitetada por quem gozava da confiança que o cargo confere e deveria, por isso mesmo, zelar pelo cumprimento das leis internacionais e pelo direito à vida, a ação virou “case” político mundial, com pitadas de anedota.

Médicos cubanos e visões da sociedade

terça-feira, 27 de agosto de 2013

São Mateus e a tragédia anunciada

Foto: Marcelo Camargo/ABr
Por Altamiro Borges

No início da noite desta terça-feira (27), o Corpo de Bombeiros confirmou a sétima morte no desabamento de um prédio que estava em construção na Avenida Mateo Bei, no bairro de São Mateus, na zona leste de São Paulo. Já o número oficial de feridos subiu para 26. "Cinco vítimas foram retiradas em óbito, infelizmente, e já localizamos mais dois mortos que vão demorar pelo menos duas horas para que sejam retirados e ainda há grande indício de outras vítima", informou o capitão Marcos Palumbo à reportagem da Agência Brasil.

Como se desmonta uma farsa de jaleco

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

 


Está rodando na internet uma farsa apelativa.

O Dr. Rogério Augusto Perillo, que acha que as pessoas são burras, postou uma foto segurando um cartaz dizendo que “não faltam médicos” e denunciando ter sido demitido pelo prefeito da cidade de Trindade, próxima a Goiânia, “para dar lugar a um médico cubano”.

O jornalista e a agressão aos cubanos

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

Parte dos jornalistas passou dias dizendo o que quis sobre a vinda dos médicos cubanos, sem se preocupar em checar informações ou as consequências de suas ações.

São escravos, vêm em aviões negreiros, são incompetentes, indolentes e teve até quem disse que as médicas pareciam “empregadas domésticas” (o fantástico é que a tosca em questão achou que estava ofendendo as doutoras mas, no fundo, rasgava preconceito contra uma suposta aparência de trabalhadoras domésticas).

Médicos cubanos são hostilizados

Patriota deixa o Itamaraty. Demorou!

Por Altamiro Borges

O governo Dilma anunciou ontem à noite que Antonio Patriota não é mais ministro das Relações Exteriores. A queda foi causada pela fuga para o Brasil do senador boliviano Roger Pinto Molina, um notório bandido, que teve a ajuda da embaixada brasileira em La Paz. “O caso gerou impasse entre Brasil e Bolívia. Pinto é opositor do presidente Evo Morales”, realçou o Estadão. Já a Folha especulou que “Dilma ficou irritada ao ser pega de surpresa” e demitiu o ministro. Ainda há muitos boatos. Mas uma coisa é certa: a saída de Antonio Patriota demorou a ocorrer. Sua atuação no Itamaraty já era alvo de críticas há muito tempo.

O conto do vigário da prévia do PSDB

Por José Dirceu, em seu blog:

Ninguém acredita nela. Nem os pré-candidatos do PSDB ao Palácio do Planalto em 2014. Até porque já esta decidido pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o único que toma decisão no tucanato: o senador Aécio Neves (PSDB-MG) é o candidato e ponto final. Não adianta o outro presidenciável tucano, José Serra, espernear.

As boas-vindas aos médicos cubanos

Editorial do sítio Vermelho:

No último final de semana, chegaram ao Brasil os primeiros médicos cubanos que participarão do Programa Mais Médicos do governo brasileiro.

Os médicos cubanos vêm ao Brasil no marco de um acordo de cooperação técnica firmado entre o Ministério da Saúde do Brasil e a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS). Este acordo prevê que virão ao nosso país, para atuar nesse programa, quatro mil médicos provenientes da maior das Antilhas.

Uma bofetada na Bolívia

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Imagine se a diplomacia equatoriana desse um jeito de tirar Julian Assange da embaixada de Londres e levá-lo a Quito.

É, simplesmente, inimaginável.

Pois foi o que o Brasil fez com a Bolívia. Com a ajuda de um diplomata brasileiro, um fugitivo boliviano que estava refugiado na embaixada nacional em La Paz foi trazido para o Brasil.

Os médicos que envergonham o Brasil

Por Cadu Amaral, em seu blog:

É com profunda vergonha que se vê a postura de alguns médicos brasileiros nesses dias de chegada dos estrangeiros para o programa Mais Médicos. Se deram ao trabalho de ir a aeroportos vaiar os colegas que aqui chegam para ir onde ninguém vai, mas não vaiam aqueles que usam dedos de silicone nos postos de saúde ou os que batem o ponto e vão para seus consultórios chiques atender a elite ao tempo que recebem do Estado sem trabalhar.

Os ataques a Ricardo Noblat

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

"Cría cuervos que te sacarán los ojos"

Dizem que este ditado espanhol - que Carlos Saura imortalizou num magnífico filme - tem origem no encontro de um nobre espanhol com um pobre mendigo, com olhos horrivelmente machucados e baços.

Perguntado, o homem contou que criara três filhotes de corvos abandonados no ninho. Eles cresceram, alimentados por ele, mas, um dia, atacaram-no e bicaram-lhe os olhos, furando-os.

Quem são os médicos cubanos

Por Luiz Carlos Pinto, no sítio da Carta Maior

Millar Castillo, Milagros Gardenas, Natasha Sanches, Wilma Salmora Louis, Rodovaldo Santos e até um Nelson Rodrigues. Os primeiros profissionais da saúde cubanos a pisar em solo brasileiro para trabalhar no programa Mais Médicos, do governo federal, possuem um perfil muito definido. Os médicos que atenderão amplas parcelas da população pobre brasileira têm entre 41 e 50 anos, possuem filhos adultos empregados ou fazendo algum curso superior em uma das instituições de ensino cubanas, mais de 16 anos de carreira médica, mestrado ou pós-graduação concluídos – inclusive na área de administração hospitalar –, experiência em zonas de conflito ou de países com baixos índices de desenvolvimento humano (IDH) na América Latina, África e Ásia. São características de um perfil que também contraria certa expectativa por médicos jovens, filhos ou netos de outros profissionais da saúde – uma tradição presente na cultura brasileira, por exemplo. Nenhum dos doutores com os quais Carta Maior conversou é filho ou neto de médicos.

Existe "controle" da mídia no Brasil

Por Venício A. de Lima, no Observatório da Imprensa:

Em debate sobre “A mídia e a corrupção”, realizado durante o seminário “Corrupção: diálogos interdisciplinares”, promovido pelo tradicional Centro Acadêmico Afonso Pena (CAAP), da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais, na quarta-feira (21/8), respondi a uma pergunta de futura advogada preocupada em saber se as normas e princípios da Constituição de 1988 permitiam o “controle” sobre a mídia no Brasil.