terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Os mistérios da Operação Acarajé

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

A cada dia fica mais difícil entender algumas coisas que estão acontecendo no Brasil. Ou faltam partes do enredo ou estamos vivendo mesmo uma anomia, um surto inquisitorial ou um “clima de perseguição”, como disse o publicitário João Santana ao largar uma campanha presidencial na República Dominicana para voltar ao Brasil e ser preso, embora tenha tentado prestar depoimento antes.

Desnudando o 1% brasileiro

Por Róber Iturriet Avila, no site Brasil Debate:

Somente a partir do final de 2014 a Receita Federal do Brasil passou a disponibilizar mais dados brutos das declarações de imposto de renda pessoa física. À medida que essas informações vêm à tona, é possível estabelecer algumas conclusões. Uma delas é que a Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD) não é precisa no que tange à renda dos estratos superiores da sociedade brasileira. Outra conclusão é que a concentração de renda é superior ao que as surveys transmitem.

Festival de Insanidades que Assola o País

Da coluna "Notas Vermelhas", no site Vermelho:

Em um grupo de wattsapp uma pessoa, presumivelmente alfabetizada, já que lê e escreve mensagens e presumivelmente vivendo no século XXI, já que faz uso de tecnologias modernas de comunicação e afinal estamos em fevereiro de 2016, compartilha uma mensagem "Urgente para todos os brasileiros", onde alerta para a "importância" de uma advertência do pastor Silas Malafaia sobre o "chip do demônio".

Lei para todos: e agora, FHC?

Por Tatiana Carlotti, no site Carta Maior:

Uma excelente oportunidade se abriu para os promotores de Justiça de São Paulo. Tão empenhados em investigar os que “se consideram acima e à margem da lei”, eles poderiam se debruçar sobre o contrato fictício de US$ 100 mil, assinado pela jornalista Mirian Dutra com a Eurotrade Ltd, empresa do Grupo Brasif com sede nas Ilhas Cayman, entre 2002 e 2006.

O capital simbólico de Cuba

Por Frei Betto, no site da Adital:

Cuba vive, atualmente, um momento histórico de grandes transformações. Sua lógica revolucionária de desenvolvimento, centrada nas necessidades e nos direitos da maioria da população, deixa de ser estatizante e se abre às parcerias público-privadas. A construção do porto de Mariel, o mais importante de todo o Caribe, descortina novas possibilidades ao desenvolvimento cubano.

O setor de turismo, incrementado pela excelência dos serviços - como na área médica, e o alto nível educacional da mão de obra e a proteção ambiental -, se amplia como promissora estratégia de captação de divisas.

O estrago do 'republicanismo' petista

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A pesquisa Ibope divulgada pelo Estadão, atribuindo 61% de rejeição a Lula pode até ter números inflados, mas não surpreende, porque não poderia ser outro o resultado de uma campanha de mídia que passou de todos os limites.

Mas é, também, o resultado de uma postura supostamente “republicana”, adotada por muito tempo e ainda presente, na forma de Lula, o PT e o governo petista reagirem a isso.

'Japonês da federal', 13 anos de impunidade

Por Marcelo Auler, em seu blog:

Endeusado e paparicado pela mídia e até por parlamentares na visita que fez quarta-feira (17/02) à Câmara dos Deputados, o agente de Polícia Federal Newton Hidenori Ishii, 60 anos, popularmente conhecido como o “japonês da federal”, é um exemplo claro da impunidade gerada pela demora processual.

Nem tudo, porém, é chicana da defesa. Preso em 2003, processado, foi condenado na primeira instância em 30 de abril de 2009. Viu seu recurso de apelação ser parcialmente acatado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (Sul) - TRF-4 em fevereiro de 2013. Mas, decorridos 13 anos desde a prisão, continua aguardando uma decisão no Recurso Especial (REsp) que impetrou no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os autos dormitam em alguma prateleira do gabinete do ministro Félix Fischer, desde abril de 2015 à espera do julgamento. A impunidade não o atinge sozinho. Com ele, aguardam o julgamento do Recurso outros acusados, julgados nas dez ações penais em que se desdobrou a ação inicial da Operação Sucuri.

Um publicitário na Justiça do espetáculo

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Do ponto de vista de quem trabalha para afastar Dilma Rousseff da presidência da República, o pedido de prisão do publicitário João Santana é uma medida da maior utilidade. Representa a possibilidade de alterar uma situação até agora pouco favorável no Tribunal Superior Eleitoral, onde as chances de cassar a chapa Dilma-Temer, vitoriosa nas eleições de 2014, se mostram mais remotas do que se costumava imaginar - até agora.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Operação Zelotes muda o rumo

Por Raul Pont, no site Sul-21:

A grande mídia no Brasil substitui a cobertura dos fatos, dos acontecimentos, por versões do ocorrido. O que é secundário, pequeno ou irrelevante torna-se o principal, a grande manchete. O fato, propriamente dito, vai esmaecendo, uma bruma desce sobre a realidade e esta vai ficando obscura, difícil de entender e, em alguns casos, desaparece de cena.

A Operação Zelotes da Polícia Federal é um desses casos. A ação policial desvendou um grande foco de corrupção no Conselho Administrativo da Receita Federal (CARF), instancia de negociação administrativa de devedores e sonegadores que autuados pela Receita questionam suas dívidas antes de irem ao processo judicial.

Lava Jato tenta subsidiar golpe hondurenho

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

Em Dublinenses, há um conto de James Joyce que trata de uma campanha eleitoral na cidade natal do escritor. Chama-se "Ivy Day no Comitê Eleitoral". Cabos eleitorais de um candidato a prefeito de Dublin conversam, na sede de um comitê, sobre política, ou, mais especificamente, sobre os salários que o político ainda não havia pago a eles.

Um deles começa a vociferar contra o candidato, que havia prometido entregar, ainda aquela tarde, uma caixa de cervejas no comitê, e até agora nada. Até que chegam as garrafas e o mesmo personagem passa, subitamente, a elogiar o candidato.

As novelas (e a TV) serão coadjuvantes?

Por Luciana Ackermann, na Revista do Brasil:

Por muitos anos, as novelas ditaram modas e costumes. Era comum se evitar compromissos sociais para não perder a sequência da trama, ou programar a gravação para recuperar depois. Nada parecia abalar o domínio da teledramaturgia, e a alta fidelidade do telespectador. Mas os tempos mudaram. Na disputa pelos espectadores estão os canais a cabo, a explosão das séries acessadas pela internet e uma profusão de conteúdos gratuitos independentes de audiovisual.

Um ditador para salvar o Brasil?

Por Rosana Pinheiro-Machado, na revista CartaCapital:

Entrei no carro e, como habitual, o taxista começou a reclamar do Brasil até soltar a máxima: “o que o Brasil precisa é importar um ditador japonês para colocar a casa em ordem”. Ele não foi o primeiro, nem o segundo, taxista a me falar que o Brasil precisa é de um homem de pulso firme no poder.

O propósito da minha coluna não é, do alto de minha suprema sabedoria e soberba, chamar taxista de coxinha, autoritário ou ignorante. O que eu gostaria de problematizar aqui é que a visão do taxista, talvez justamente por pertencer a um dos segmentos mais vulneráveis da classe trabalhadora, é apenas uma versão extrema de algo naturalizado em sociedade - a crença que a solução dos problemas virá da mão de um líder.

Hora do recreio: que merenda é essa?

Do site da UJS:


Quando menos se espera chega uma mensagem no celular. Uma nova denúncia sobre a falta de merenda, o cardápio inadequado e as irregularidades em mais uma escola paulista. Sem demora, acessa a internet, traça a rota no transporte público, carrega o bilhete único e avisa aos colegas: “Partiu escola!”. Desde a última semana, essa é a rotina dos diretores da União Paulista dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UPES): a entidade tem visitado unidades em todo o estado para saber o que acontece com a merenda escolar.

Operação esconde FHC e Globo

Por Renato Rovai, em seu blog:

Hoje foi deflagrada uma nova etapa da Operação Lava Jato, denominada Acarajé. Entre as medidas, está a expedição do mandado de prisão do publicitário João Santana, responsável, entre outras campanhas, pela de Dilma Rousseff à presidência.

Como de praxe, a operação teve todo suporte midiático que costuma ter. E com um personagem que chama a atenção. Assim, o caso envolvendo FHC e Globo já passa praticamente a segundo plano, sem ter sido tratado de forma decente pela mídia tradicional.

Mídia culpa PT pelos 'malfeitos' de FHC

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Quando você pensa que já viu de tudo na política brasileira, ela consegue surpreendê-lo outra e outra vez. Todavia, confesso que a última – ou melhor, a mais recente – me fez cair o queixo. O cartel de grupos empresariais que controla a comunicação de massa no Brasil estuprou o jornalismo de novo.

Semana passada, uma ex-jornalista da Globo com quem o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso manteve um caso extraconjugal nos anos 1990 resolveu confirmar o que há muito tempo já era comentado a boca pequena, que ela foi exilada pela empresa de comunicação na Europa para não causar embaraços ao aliado político dos patrões em um momento em que ele ascendia politicamente.

Déficit da Previdência é uma 'farsa'

Por Pedro Rafael Vilela, no jornal Brasil de Fato:

No momento em que o Brasil atravessa uma das maiores crises econômicas das últimas décadas, com aumento do desemprego e da inflação, a principal alternativa apresentada pelo governo Dilma Rousseff (PT) é uma velha conhecida da população: a reforma da Previdência.

Destaque no discurso da presidenta na reabertura dos trabalhos legislativos, na semana passada, a proposta de mudança no sistema de aposentadorias ainda não foi apresentada oficialmente, mas a tendência é que estabeleça uma idade mínima para aposentadoria igual para homens e mulheres.

Para entender o braço da Fifa no Brasil

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Nos anos 70 a TV a cabo começou a ganhar força, assim como as transmissões esportivas internacionais. As redes de TVs tornam-se globais. E os eventos esportivos ganharam dimensão internacional. Ao mesmo tempo, a inclusão da África e da Ásia no negócio futebol ampliaram de forma inédita seu alcance.

É nesse novo quadro tecnológico que o futebol se torna um negócio bilionário. Na hora certa, no lugar certo, o cartola brasileiro João Havelange ajudou a dar forma final à Fifa. Desde os anos 20 o esporte já se constituía nos eventos de maior audiência do rádio. Com os avanços tecnológicos, os grandes espetáculos esportivos passaram a dispor de uma audiência global. E, dentre todos os esportes, nenhum chegou perto da popularidade e abrangência do futebol.

Mídia escancara parcialidade no caso FHC

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

Imparcial, isenta, independente, neutra, pluralista, apartidária: é assim que a grande imprensa brasileira gosta de se apresentar. Alguém ainda pode acreditar nisso?

Quem mais gosta de ostentar estas qualificações virtuosas é a Folha, o jornal de maior circulação no País faz mais de 20 anos, a ponto de perguntar em sua seção "Tendências/Debates" no último sábado: "A Folha é pluralista o suficiente?". Para mostrar que é, publica um artigo respondendo que "sim" e outro que "não".

Em resposta à 'Veja', Lula mira na Globo

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

Na semana em que se revelou – com 25 anos de atraso – o escândalo envolvendo FHC, a ex-amante e a rede de proteção midiática que blindou o PSDB, as três revistas semanais de maior circulação no país ignoraram a denúncia contra o ex-presidente tucano.

Para a mídia velha, pouco importa que FHC tenha usado a Brasif (uma empresa que ganhou espaços dos aeroportos para operar freeshops, durante o governo do PSDB) para mandar dinheiro à ex-amante – como revelou Miriam Dutra, uma ex-jornalista da Globo que foi amante de Fernando Henrique.

TV Digital, retrocesso à vista?

Por Rafael Diniz e Alan Livio, no site Outras Palavras:

Desconhecida por grande parte da população, o projeto da TV Digital no Brasil, que pode garantir o acesso a serviços básicos a um grande número de pessoas, está sendo jogado para escanteio. Ela permite que os receptores de TV sejam capazes de apresentar conteúdo audiovisual de alta definição e executar aplicações variadas, transmitidas pela emissora. Regulamentado no governo Lula, em 2003, sob os princípios de garantir “a promoção da inclusão social” e “a democratização da informação”, o inovador Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD) corre riscos devido ao lobby de grandes empresas de telecomunicação.