Por Renato Rabelo, em seu blog:
Os acontecimentos de sexta-feira, dia 4 de março, quando a Operação Lava Jato atingiu o ápice do desregramento jurídico, da truculência policial e do foguetório midiático, muda a situação: o embate político e social entra em nova etapa, mais aguda, mais polarizada e mais imprevisível. Acumula um movimento de limiar de nova etapa.
As cenas espetacularizadas pela mídia hegemônica minuto a minuto, onde Lula é levado à força, “debaixo de vara”, em verdade um sequestro, numa operação que atingiu toda sua família, tem a marca indelével que já pode produzir um “bouleversement” incontrolável. Os mentores da Lava Jato, na sua desatinada escalada “saneadora”, que se comportam como “justiceiros” (segundo Marco Aurélio Melo, ministro do STF), e alguns até possuídos de uma “missão divina”, não previam seu efeito bumerangue, ou que Lula ia despontar seu talento para o renascimento. A “era Lula” tem sim suas raízes objetivas e grande força no plano da subjetividade popular, apesar da gigantesca campanha visando a sua destruição política, moral e humana.