domingo, 3 de abril de 2016

Autoritarismo, golpe e recalque

Por Guilherme Boulos, no site Outras Palavras:

No último dia 22, um grupo foi até a casa do ministro Teori Zavascki intimidá-lo por conta de sua decisão de enviar a investigação contra Lula para o Supremo Tribunal Federal. Decisão esta que foi confirmada, na última quinta-feira, pelo plenário da corte.

O endereço do ministro foi divulgado nas redes sociais pelo movimento “Vem pra Rua”. O “músico” Lobão foi além e divulgou o endereço do filho do ministro, estimulando um cerco à sua casa.

"Domínio do fato" para Joaquim Barbosa?

Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:

Messi, Macri, Mubarak, Eduardo Cunha, Joaquim Barbosa. Os #panamaleaks estão bombando. A empresa Mossack & Fonseca avisou seus clientes, ontem, que tinha sido vítima de uma invasão de seu banco de dados.

Na verdade, há mais de um ano o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, ICIJ, numa parceria que envolve 100 empresas jornalísticas de todo o mundo, está debruçado sobre os registros de mais de 214 mil empresas offshore criadas pela Mossack. Algumas podem ter servido a propósitos legais. Mas, na maioria das vezes, trata-se de esconder dinheiro sujo, sonegar imposto ou esconder patrimônio.


Celso Daniel é salto no escuro de Moro

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Quatorze anos depois, por iniciativa do juiz Sérgio Moro, o caso que envolve o sequestro e a execução do prefeito Celso Daniel, de Santo André, retorna à pauta da mídia.

A tentativa de vincular crime ocorrido em 2002 às denúncias investigadas pela Lava Jato é um grande salto no escuro, sem nenhuma relação com fatos e provas que envolvem a morte do prefeito.

Só para esclarecer qual é a discussão. Não conheço quem seja capaz de negar a existência de um esquema de corrupção, troca de favores e pagamentos de propina em Santo André, durante a gestão de Celso Daniel, num universo comum ao de grande parte das prefeituras e governos brasileiros. A questão sempre foi ligar o assassinato do prefeito à corrupção. Isso nunca foi demonstrado.

A autora do ataque misógino da IstoÉ

Por Renato Rovai, em seu blog:

A IstoÉ repete sua aula de antijornalismo e publica mais um texto vergonhoso e sem fontes. Dessa vez misógino e machista contra a presidenta Dilma Rousseff.

A autora da matéria é de novo Débora Bergamasco que publicou a tal delação do senador Delcídio do Amaral (s/part-MS) só com as partes que interessavam ao presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG).

A tentativa de criminalizar Boulos e o MTST

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

Da mesma forma que é democrática a livre manifestação popular em defesa do impeachment de Dilma Rousseff, também é democrática a livre manifestação popular que considera um golpe de Estado a forma como é conduzido o processo de cassação.

Grupos e partidos contrários ao governo, que discordaram do resultado das eleições de 2014, foram às ruas contesta-las e demonstrar sua insatisfação, o que foi fundamental para colocar Dilma e o PT a um passo do cadafalso (bem, na verdade, eles mesmo caminharam para a forca por conta dos seus próprios erros). Posso discordar dos métodos e narrativas desses grupos e partidos mas, até aí, faz parte do jogo.

O deslumbramento fotográfico de Moro

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:



Circula com intensidade neste sábado nas redes sociais uma foto postada pela senhora Moro numa página que ela criou para o marido no Facebook.

Moro a fotografa com uma máscara de Moro.

É um sintoma notável de deslumbramento, de autoembevecimento. Moro não apenas tem uma máscara dele mesmo como manda a mulher usá-la, e registra isso numa foto.

PSDB e DEM pedem prisão do líder MTST

Da revista Fórum:

Favoráveis ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o PSDB e o DEM agora querem calar o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) Guilherme Boulos. Eles entraram com representações contra o militante em que o acusam de “incitação à violência”. Ele tem sido uma importante voz contra o golpe que pretendem dar contra a democracia e o mandato presidencial.

Sugestões para as novas fases da Lava-Jato

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                    

Depois de ser desautorizado pelo STF, com a derrota acachapante de 8 x 2, perdendo definitivamente a cereja de seu bolo, que era o controle do processo contra Lula, Moro e os procuradores do Paraná resolveram se vingar ressuscitando o caso Celso Daniel, ocorrido há 14 anos. De quebra, ofereceram mais munição golpista para a mídia.

Para quem não lembra, tanto o inquérito preparado pela Polícia Civil tucana de São Paulo como o Tribunal de Justiça paulista que julgou o assassinato do então prefeito de Santo André descartaram quaisquer conotações políticas no crime.

'Folha' admite que o golpe é inviável

Por Jeferson Miola

Em editorial publicado na versão online deste sábado, 2 de março, a Folha de São Paulo admite que o golpe é inviável. Como disse o Chico Buarque na manifestação na Cinelândia no dia 31, eles não conseguirão como conseguiram em 1954 e 1964; “de novo não”.

O Grupo Folha “... passa a se incluir entre os que preferem a renúncia à deposição constitucional”. A Folha entende que “embora existam motivos para o impedimento, até porque a legislação estabelece farta gama de opções, nenhum deles é irrefutável [sic].

Golpistas de 64 se parecem com os de hoje?

Por José Carlos Ruy, no site Vermelho:

As conjunturas são muito parecidas. Durante o governo de João Goulart (1961/1964) a direita, apoiada pelo imperialismo do s EUA e com farto financiamento em dólares, conspirou contra o governo constitucional e a legalidade, e depôs o presidente, dando início à ditadura de 1964. A grande diferença é que, então, o movimento operário e social não tinha a mesma força que tem hoje.

O golpe militar de 1964 não foi, certamente, um "raio em céu azul". A conspiração para a derrubada do presidente João Goulart articulou o grande capital, agentes do imperialismo e chefes militares desde da posse do presidente após a renúncia de Jânio Quadros, em agosto de 1961.

Peemedebistas contestam 'golpe do Michel'

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O pedido de expulsão da ministra da Agricultura Katia Abreu, apresentado nesta sexta-feira pelo diretório baiano do PMDB, liderado por Geddel Vieira Lima, deflagrou as reações da ala governista contra o que estão chamando de “golpe do Michel” – a aprovação do rompimento com o governo por aclamação numa reunião relâmpago, sem discussão e votação. Eles devem contestar internamente e até mesmo na Justiça Eleitoral a legalidade do ato, com base na decisão da convenção do dia 14, que deu 30 dias para o Diretório Nacional decidir sobre a relação com o governo Dilma. “Não houve delegação para rompimento”, diz um dos articuladores da reação.

sábado, 2 de abril de 2016

Dilma vai processar a revista 'Lixoé'

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Eu nem ia comentar a histérica capa da IstoÉ, hoje, dizendo que Dilma Rousseff anda chutando móveis e querendo pilotar o Airbus presidencial.

É que tenho pouca paciência com quem exerce o jornalismo de forma calhorda e estimulando qualquer um a fazer fofocas escandalosas sem fontes ou tendo como fonte qualquer palhaço que queira dizer coisas desabonadoras por alguém.

O ódio machista da revista IstoÉ

Por Soninha Corrêa, em sua página no Facebook:

Acabei de ver a capa do panfleto semanário IstoÉ. Não li a matéria por dois simples motivos: 1) Não é possível que haja qualquer coisa que se aproxime de jornalismo, quando uma capa e sua respectiva chamada são de um nível que não consigo encontrar palavras para classificar. 2) Meu estômago não resistiria a tamanha putrefação.

A capa da IstoÉ ultrapassa todos os limites. Todos. Poderíamos falar do limite da dignidade humana. Ou, quem sabe, do desrespeito humano. Ou ainda à institucionalidade. Não. Nada disso responderia a atitude misógina do panfletário folhetim.

Porta dos Fundos e a "delação" da Lava-Jato

"Ainda haverá uma 'Jéssica' presidente"

Por Najla Passos, no site Carta Maior:

Um grupo expressivo de artistas e intelectuais se reuniu com a presidenta Dilma Rousseff, nesta quinta (31), no Palácio do Planalto, para dizer que não vai ter novo golpe. Exatos 52 anos após aquele outro golpe que instaurou a ditadura militar no país, eles ressaltaram que a democracia é a conquista mais importante desta geração e que não irão permitir que ela seja novamente fraturada.

“Neste momento, em que os avanços sociais conquistados estão seriamente ameaçados pela direita -sim, a direita existe! - a classe artística, mais uma vez, se levanta para cumprir seu papel de vanguarda na defesa da democracia e da legalidade. Não vai ter golpe. Vai ter luta!”, conclamou a cantora Beth Carvalho, eterna diva da luta pela democratização do país, que pediu mais amor para a sociedade enfrentar esses novos tempos difíceis.

Dobradinha Moro/Globo ataca outra vez

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

Numa prova de que a Lava Jato está conectada intimamente à agenda golpista, a operação amanheceu nesta sexta-feira, no dia seguinte às grandes manifestações contra o golpe, com mais conduções coercitivas ilegais, além da prisão espetacular de Silvio Pereira, ex-secretário do PT.

A condução coercitiva de Breno Altman, editor do site Opera Mundi e reconhecido intelectual progressista, obviamente crítico ao golpe e à Lava Jato, reflete bem o pensamento de Sergio Moro e comparsas: é preciso prender, prender, prender, todo mundo que é crítico.

Guilherme Boulos e o desespero golpista

Por Jean Wyllys, na revista CartaCapital:

Nos últimos dias, diferentes porta-vozes da direita golpista pediram a prisão do dirigente do MTST Guilherme Boulous. Primeiro foi o jornal O Estado de S. Paulo, num editorial que lembra os piores tempos da nossa história, sugerindo o início de uma caça às bruxas, o primeiro passo de uma ofensiva macartista na qual Boulous seria uma espécie de ensaio, uma primeira tentativa para ver se cola.

A sugestão do jornal veio envolta em propaganda golpista, com a home do site do Estadão pintada de amarelo, com a imagem do pato do Skaf e uma enorme legenda a favor do impeachment. Talvez nunca a parcialidade tenha sido tão descarada: o próprio site do jornal era uma grande propaganda golpista.

'Tarifazo' de Macri agita a Argentina

Do site Opera Mundi:

A partir desta sexta-feira (01/04), os argentinos estão pagando mais caro pelos serviços de gás e água e na compra de combustíveis. Os aumentos podem chegar até 375% e, segundo o governo de Mauricio Macri, são necessários para melhorar o cenário econômico e equilibrar as contas do Estado.

Além destes aumentos, que haviam sido anunciados no começo deste ano, o governo argentino anunciou nesta quinta-feira (31/03) um aumento de 100% nas tarifas de transporte de ônibus, trens e metrôs, que entrará em vigor a partir do dia 8 de abril.

PT e PCdoB ingressam contra Moro no CNJ

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

Oito deputados do PT e do PCdoB protocolaram na última quarta-feira (30) mais uma representação, no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra práticas do juiz Sérgio Moro. A mais recente medida requer processo administrativo disciplinar contra o juiz de Curitiba por divulgar interceptações telefônicas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, incluindo diálogo com a presidenta Dilma Rousseff, e também pelos grampos no escritório dos defensores de Lula, alcançando 25 advogados e 300 clientes.

Ouvir a voz das ruas. Qual voz?

Por João Batista Moreira Pinto, no site Brasil Debate:

Alguns políticos têm dito que os deputados saberão ouvir a “voz das ruas”. Da mesma forma, o juiz Sergio Moro soltou nota, no 13 último, dizendo ser “importante que as autoridades eleitas e os partidos ouçam a voz das ruas”. Ora, essas afirmações que, em um primeiro momento, sem uma análise crítica, poderiam indicar uma posição democrática ou uma perspectiva pós-positivista no campo do direito, quando confrontadas a alguns elementos da realidade, expressam o caráter conservador e antidemocrático desses atores. Vejamos as bases dessa nossa inferência lógica, social e política.