segunda-feira, 6 de junho de 2016

Temer, Globo e a fábrica de ciladas

Por Bajonas Teixeira de Brito Junior, no blog O Cafezinho:

Vivemos nesses últimos dias a aceleração da indústria do boato para apressar a votação no Senado antes da desmoralização completa do governo Temer. Alguns senadores já começaram a dar sinais de impaciência, se isso é indignação verdadeira ou só uma pressão oportunista para descolar um agrado, ainda não está claro. Mas, para evitar um final infeliz, planta-se nas redes um frisson artificial, uma espécie de linchamento digital de Dilma, exatamente como se fez com Lula algum tempo atrás. Toda essa aceleração é ditada por Temer e pela Rede Globo.

Plutocracia quer arrebentar com o BNDES

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Na falta do que fazer, alguns segmentos da plutocracia brasileira, que tem proventos gordos - em muitíssimos casos, de mais que o dobro do Presidente da República - e que, ao contrário de nós, trabalhadores comuns e empreendedores, conta com estabilidade no emprego, insiste em dar lições aos "políticos" e meter-se, sem um voto reles de quem quer que seja, a administrar indiretamente o país.

Enfurecidos, ideologicamente, com o Estado que os alimenta - desde que não se mexa em seu salário, carreiras e privilégios - eles querem agora “diminuir” e ajudar a arrebentar com o BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, um dos maiores símbolos do poder brasileiro - vejam, bem, da Nação, e não apenas do Estado nacional.

Mídia também já acha que Dilma pode voltar

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Os revezes que o governo de facto de Michel Temer sofreu em menos de um mês (desde que a presidente Dilma foi afastada pelo Senado, em 12 de maio) são surpreendentes. Esperava-se que ele tivesse ao menos 90 dias de “trégua”, mas, em 24 dias, seu governo envelheceu.

O que impressiona é a quantidade de erros políticos cometidos em tão pouco tempo e a incapacidade do “presidente interino” de usufruir da boa vontade que a mídia que derrubou Dilma tinha – e tem – para com ele.

Querem que o trabalhador pague a conta

Por Marcos Verlaine, no site Vermelho:

A recessão e as altas taxas de juros produzem um cenário devastador na economia e, por consequência, nas relações de trabalho. Gastou-se mais do que se arrecadou. Assim, inevitavelmente, será necessário fazer ajustes. O grande problema é que a variável de ajuste é sempre o assalariado.

Já vimos este filme antes e por isto denunciamos. Os empresários e o mercado querem que o trabalhador pague a conta da crise. É sempre assim, os ricos fazem o banquete, se refestelam, dividem os lucros e o que faltar, encaminha-se para o trabalhador pagar. Esta é a lógica ou mentalidade dos ricos.

Rumo à Terceira Guerra Mundial?

Por Ruben Bauer Naveira, no site Brasil Debate:

Há dois crimes contra a humanidade em curso: 1) os governantes do Ocidente (capitaneados pelos Estados Unidos, óbvio) decidiram “enquadrar” a Rússia e a China, porque não admitem a existência de projetos nacionais soberanos e autônomos, e também porque não admitem que tais projetos possam ameaçar a hegemonia do capitalismo financeiro baseado no dólar; e 2) toda a imprensa do Ocidente silencia quanto a isso, retendo as populações ignorantes quanto ao crescente risco de guerra (que possivelmente será nuclear).

Crônica das maldades anunciadas

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

A cerimônia já havia sido preparada pela equipe do vice-presidente em exercício com todo o esmero possível. Afinal, a intenção era realizar o anúncio oficial das medidas econômicas tão esperadas pela turma do financismo. A expectativa era que um ministro da Fazenda do porte de Henrique Meirelles - antigo integrante do “crème de la crème” da banca internacional - certamente comandaria o blá-blá com maestria e deveria dar conta do recado.

Odebrecht e a propina para grupos de mídia

Por Renato Rovai, em seu blog:

A grande surpresa da delação premiada de executivos da Odebrecht, incluindo a do seu presidente afastado, Marcelo, pode ser a implicação de grupos de mídia no roteiro de corrupção e de pagamentos de propinas.

A Odebrecht teria financiado vários projetos midiáticos, principalmente produtos especiais que não guardariam relação nenhuma com a sua atividade, a partir de acordos realizados com políticos e partidos para que aqueles meios de comunicação lhe garantissem apoio eleitoral.

Ativismo digital contra a cultura do estupro

Por Camila Nobrega e Cinthya Paiva, na revista CartaCapital:

A notícia do estupro coletivo sofrido por uma adolescente de 16 anos, no fim de maio, em uma favela da Zona Oeste do Rio de Janeiro, com envolvimento de mais de 30 homens, será impossível de ser esquecida. O caso ficará eternizado por ter sido publicizado pelas redes sociais, com a divulgação do vídeo por parte dos autores do crime, e também pelas respostas que recebeu dentro das próprias redes, principalmente aquelas protagonizadas por mulheres, que ao denunciarem o caso e pedirem punição aos envolvidos, criaram eco e provocaram amplo debate público sobre a cultura do estupro no país.

domingo, 5 de junho de 2016

Como é o processo de formação do midiota

Por Luciano Martins Costa, na revista Brasileiros:

Sabe como funciona?

Um articulista ouve uma fonte e, sem checar a veracidade do fato, publica que determinada autoridade repassou propina de uma empresa para pagar o cabeleireiro.

A pessoa acusada não é ouvida.

O texto é impulsionado para as redes sociais pelo sistema de tecnologia multiplataforma da empresa de comunicação, e quando a pessoa atingida reage, demonstrando que se trata de uma mentira, você já leu no Facebook e aquele anão moral que apresenta um noticiário na emissora de grande audiência faz piadinhas a respeito do assunto.

Europa: os medos convocam os monstros

Por Ignacio Ramonet, no site Outras Palavras:

O susto foi grande. E embora ao final Norbert Hofer, o candidato da extrema direita, não tenha sido eleito presidente da República Áustria em 22 de maio (por um triz… [1]), cabe perguntar que medos sentem os austríacos para que 49,7% deles tenham optado por votar num neofascista.

“Na história das sociedades – explica o historiador francês Jean Delumeau –, os medos vão mudando, mas o medo permanece”. Até o século XX, as grandes desgraças dos seres humanos eram causadas principalmente pela natureza, a fome, o frio, os terremotos, as inundações, os incêndios, a escassez de alimentos, e por pandemias epidêmicas como a peste, a cólera, a tuberculose, a sífilis etc. Antigamente, o ser humano vivia exposto a um entorno sempre ameaçador. As tragédias o espreitavam incessantemente…

A manipulação dos fatos e das leis

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A base de toda sociedade democrática é a informação. Sobre a base da informação, formam-se os conceitos. Dos conceitos nascem os pactos. Os pactos se consolidam em leis. Das leis, derivam os contratos. É esse ciclo que garante a convivência civilizada de opostos, as eleições, a alternância de poder e a construção da democracia, impedindo abusos, selvageria.

Essa é a expressão final do termo segurança jurídica.

Lava-Jato objetiva "matar" Lula

Por Osvaldo Bertolino, em seu blog:

Alguns lances da conturbada decolagem do governo golpista do presidente da República interino Michel Temer revelam como estão sendo tecidos os fios da trama para encerrar o ciclo de governos progressistas. Vale tudo para construir barreiras que impeçam a volta da presidenta Dilma Rousseff ao seu posto e inviabilizem uma eventual candidatura do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva em 2018.

Não há dúvida de que o único objetivo da “Operação Lava Jato” é inviabilizar a continuidade do ciclo progressista iniciado com a eleição de Luis Inácio Lula da Silva para a Presidência da República em 2002. O diz-que-diz que se estabeleceu sobre o futuro das operações do grupo pilotado por Sérgio Moro após a aceitação do impeachment fraudulento no Senado Federal contra a presidenta Dilma Rousseff é apenas mais um capítulo dessa novela - gravações de peemedebistas com tramoias para impor limites às investigações mostram bem a sua essência. A mídia, na sua missão de baluarte do golpismo, ao mesmo tempo em que pressiona por uma limpa no governo interino, trata com dedos figurões que podem ser esteios do pós-impeachment, caso ele se consume. É o rito da “Lava Jato”.

Merval foi pago com a sonegação da Globo?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Inacreditável.

Ontem, Merval Pereira disse que tinham encontrado “na nuvem” cibernética mensagens que indicariam que a Odebrecht teria pago Celso Kamura, cabeleireiro que cuidou de Dilma durante as campanhas eleitorais e, algumas vezes, em caráter particular.

Dilma e o próprio Kamura se manifestaram dizendo que (a) durante as campanhas ele foi contratado pela produtora Pólis, responsável pelas gravações da candidata e (b) quando os serviços foram particulares Dilma os pagou. Ambos dizem que têm os contratos, recibos e notas fiscais.

Novos atores no cenário político brasileiro

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Ocorrem coisas estranhas no reino que não é da Dinamarca mas do Brasil: uma presidenta é afastada por erros menores de administração financeira que ocorrem em todo os governos no mundo inteiro e que não representam motivos para sua destituição pelo simples fato de não haver proporção entre o eventual erro e a pena máxima. É pretexto para outra coisa.

Recentemente descobriu-se por gravações entre líderes da oposição, nomeadamente do PMDB e do PSDB com um dos diretores da Petrobrás, que o real motivo do afastamento da presidenta não era tanto a alegada irresponsabilidade fiscal. O afastamento era necessário para encerrar a investigação na Petrobrás, do famoso Lava-Jato, que envolvia corruptos não só do PT mas dos principais partidos: ministros, senadores e deputados da oposição. Para escaparem dos processos e das prisões, precisavam encerrar aquela “sangria desatada” (R. Jucá) que envolvia milhões e milhões de dólares, ameaçando os políticos.

"Ali, Ali, Ali". Para sempre, Muhammad Ali

Ilustração: Omar Al Abdallat/Cartoon Movement
Por Bepe Damasco, em seu blog:                                               

30 de outubro de 1974. Já altas horas da noite, meus olhos de menino não conseguem desviar a atenção do aparelho de TV em preto e branco. Toda a família já dormia.

Na tela, um drama: um dos meus ídolos no esporte, Muhammad Ali, visivelmente fora de forma devido a uma contusão que prejudicou sua preparação para a luta, é castigado no canto do ringue de forma impiedosa pelo então campeão George Foreman.

A luta acontece em Kinschasa, no antigo Zaire, hoje República Democrática do Congo, na África. Mas a plateia não para um minuto de incentivar o desafiante Ali, que sete meses antes batera Joe Frazier, na revanche da "luta do século" realizada em 1971.

Neoliberalismo de Temer agravará a recessão

Por Dilermando Toni, no blog de Renato Rabelo:

Tão logo foi investido no cargo de presidente interino Michel Temer apressou-se em apresentar ao país um conjunto de propostas para a economia. Sua ideia é que colocando no centro das ações as questões econômicas seria possível dar a seu governo um caráter de salvador da Nação brasileira e ganhar a legitimidade de que carece apagando-lhe a marca golpista.

Porém, o caminho não vai ser tão fácil como supõem Temer e sua trupe. Não bastassem as novas e gravíssimas revelações que confessaram a trama golpista para evitar que as investigações de corrupção chegassem às mais altas figuras da então oposição a Dilma Roussef, as primeiras propostas de Temer/Meirelles, se aprovadas, significarão um mergulho profundo de retorno ao neoliberalismo.

Votos minguando, fogo contra Dilma

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O impeachment perdeu força no Senado a olhos vistos e a resposta foi imediata: fogo contra Dilma. Como a acusação baseada em pedaladas fiscais e decretos orçamentários sem autorização legislativa foi questionada mundo afora e vem abalando a disposição de voto de senadores decepcionados com os rumos do governo Temer, a nova ofensiva trata de vincular Dilma à Operação Lava Jato. As investigações são estranhas ao processo de impeachment, mas como o “conjunto da obra” é sempre usado para justificar votos, a semana terminou com uma maré de denúncias tentando jogar Dilma no petrolão para acelerar e facilitar o ato final. Algumas delas.
 

Temer é "ficha suja" e não cabe recurso

Por Matheus Moreira, na revista Fórum:

Em documento oficial publicado nesta quinta-feira (2) às 13h40, consta pedido de sigilo dos autos pelo presidente interino Michel Temer. O relatório aponta a condenação e prevê pagamento de multa e confirma a sugestão, de maio desse ano, do Tribunal Regional Eleitoral, que o torna inelegível por oito anos. De acordo com o documento, não cabe qualquer possibilidade de recurso, uma vez que o processo transitou em julgado. Ou seja, a decisão é definitiva.

Globo mete a mão na grana até pela Rouanet

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Um ministro de Geisel uma vez disse o seguinte num despacho para seu chefe: “Os jornais não vivem e nem sobrevivem sem o governo”.

Isto, segundo ele, era uma arma poderosíssima que a administração Geisel devia usar em sua relação com a imprensa.

Roberto Marinho, disse ainda o ministro, era mestre em pedir “favores especiais” a Geisel por conta do apoio que dava à ditadura.

Carta para o amigo coxinha

Por Paulo Cavalcante, no blog O Cafezinho:

Que governinho ridículo! Caiu mais um. E o cara caiu porque foi dar carteirada na FAB.

Como os caras chegaram lá por meio de golpe, acham que tudo é golpe.

Golpe da carteira e do "Você sabe com quem está falando?"

Tradicional pergunta autoritária do patriarcado nacional.

E aí, você, coxinha amigo, tá gostando?