quinta-feira, 9 de junho de 2016

Cláudia Cruz será presa? E o maridão Cunha?

Por Altamiro Borges

A situação de Cláudia Cruz, esposa do correntista suíço Eduardo Cunha – presidente afastado da Câmara Federal que segue dando as cartas no covil golpista de Michel Temer –, parece que se complicou. Nesta quinta-feira (9), o juiz Sergio Moro aceitou a denúncia contra ela, o que a torna ré no midiático processo da Lava-Jato. Ela é acusada de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Cláudia Cruz tinha plena consciência dos crimes que praticava e é a única controladora da conta em nome da offshore Köpek, na Suíça, por meio da qual pagou despesas de cartão de crédito no exterior em montante superior a US$ 1 milhão num prazo de sete anos, entre 2008 e 2014.

Dilma e a escolha do futuro

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

Qualquer observador realista sabe que a ruptura representada por um golpe militar ou constitucional abre trincas duradouras na vida da sociedade.

Atravessado o Rubicão, dificilmente se retorna ao ponto original, ainda que os golpistas sejam derrotados.

Não há motivos para imaginar que será diferente no Brasil de 2016.

O golpe de 12 de maio evidenciou uma beligerância conservadora que soube construir as condições necessárias ao assalto ao poder, num esforço de convencimento, e autoconvencimento, ao longo de quatro derrotas em escrutínios presidenciais.

Japonês da Federal, Temer e os oportunistas

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A saga do Japonês da Federal, preso por contrabando, encarna à perfeição o roteiro do impeachment.

Newton Ishii pegou quatro anos e seis meses de prisão em regime semi aberto por causa de crimes na fronteira do Panará com o Paraguai.

Até ontem, era celebrado como herói absoluto do coxinismo revoltado online. Máscaras com sua face foram vendidas no Carnaval e exibidas com orgulho por milhares de seres que o viram em fotos conduzindo presos da Lava Jato.

A aposta de Janot no fim da política

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Há duas possibilidades no pedido de prisão de Renan Calheiros, José Sarney e Romero Jucá pelo Procurador Geral da República Rodrigo Janot.

A primeira, é a de que os elementos de que dispõem são apenas as gravações divulgadas pela mídia. Nesse caso, seria blefe. A fala de Renan não é motivo sequer para a abertura de um inquérito, quanto mais um pedido de prisão.

Fosse apenas isso, as consequências seriam desastrosas para o PGR. Ele ficaria enfraquecido, contando apenas com o apoio das Organizações Globo. Formar-se-ia uma unanimidade contra o arbítrio, ficando mais fácil convencer o grande condutor Globo para a necessidade do pacto.

Outubro trará surpresas para a esquerda?

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                  

Há poucos meses, muitos vaticinavam uma performance desastrosa do PT nas eleições municipais de outubro. A tragédia eleitoral anunciada atingiria também o principal aliado dos petistas na esquerda, o PCdoB.

As projeções, objetivamente, levavam em conta os efeitos do massacre midiático sofrido pelo PT (dia sim outro também associado a casos de corrupção) e as ações da força-tarefa golpista de Curitiba comandada por Moro.

Fórum-21 promove "ato contra o golpe"


Do site do Fórum-21:

O Fórum 21 convida a todas e todos para o ato “Contra o golpe, pelo povo brasileiro” que acontece na próxima sexta-feira, dia 10 de junho, às 15 horas, no Teatro do Maksoud Plaza. O evento contará com as presenças, já confirmadas, da presidenta Dilma Rousseff, do brazilianista James Green (Brown University); de Vagner Freitas, presidente da CUT Nacional; e Guilherme Boulous, da coordenação nacional do MTST.

O ataque aos movimentos sociais

Foto; Jornalistas Livres
Editorial do site Vermelho:

O jornal O Estado de S. Paulo se arvora como radical defensor do governo ilegítimo de Michel Temer. Prega a intolerância e incita a ação policial e repressiva contra os movimentos sociais, revelando o caráter ditatorial que espera da interinidade golpista.

A pregação autoritária está presente em dois editoriais publicados nesta segunda-feira (6), sob os títulos “O desespero petista” e “Ganhando no grito” – dois textos exemplares da limitada concepção de democracia daquele porta-voz do obscurantismo que defende a criminalização do movimento social que não se enquadra nas limitadas regras da classe dominante, que rejeita o protagonismo popular. A participação política deve restringir-se ao ato meramente formal de votar, quando a elite julgar conveniente...

Petroleiros fazem greve contra o golpe

Do site da FUP:

Como em outros momentos da nossa história, o petróleo está novamente no centro do golpe que coloca em xeque o Estado Democrático. O desmonte de direitos e conquistas vai atingir em cheio os trabalhadores, que precisam reagir aos golpistas enquanto ainda há tempo.

A paralisação de 24 horas que os petroleiros realizam nesta sexta-feira, 10, será a retomada das mobilizações da categoria contra a entrega do Pré-Sal e a privatização da Petrobrás, que culminaram na greve de novembro do ano passado.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Cultura está fora dos planos de Temer

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

A extinção do Ministério da Cultura pelo governo provisório de Michel Temer é um sinal claro: a Cultura não faz parte do projeto que tem como prioridade alimentar o setor financeiro. A colocação é de João Brant, ex-secretário executivo da pasta. Segundo ele, o fato de Temer voltar atrás em sua decisão tem apenas um motivo: “É óbvio que a compreensão deles sobre o tema não mudou, apenas tornou-se politicamente insustentável”.

A censura bate à porta…

Por Renato Rovai, em seu blog:

Um golpe não é, ele vai sendo. Tenho batido nesta tecla há algum tempo porque num certo ponto do processo político, diferentes grupos se alinharam para derrubar a presidenta eleita Dilma Rousseff.

E aos poucos foram construindo as condições políticas para derrubá-la, sem que houvesse motivos legais para isso. Ou seja, esse golpe foi ganhando formas no processo.

E não foi em 2013 que isso aconteceu, como insistem alguns. Pode-se até concordar que algumas tecnologias de mobilização foram criadas lá. Isso é um fato. Mas o golpe começou a ganhar forma no primeiro semestre de 2014, quando a Lava Jato já estava mostrando boa parte dos seus dentes e as ruas passaram a pedir o impeachment.

Temer prepara a regressão trabalhista

Por Miguel Martins, na revista CartaCapital:

Revelada na terça-feira, 31, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios rea­lizada pelo IBGE entre fevereiro, março e abril deste ano apontou que 11,4 milhões de brasileiros estavam à procura de emprego no período. No dia seguinte à divulgação, cerca de 10 mil metalúrgicos do ABC Paulista foram às ruas protestar para não engrossar a estatística.

A categoria, uma das mais organizadas no País, teme uma provável rodada de demissões nas principais montadoras de São Paulo, capaz de atingir mais de 4 mil trabalhadores nos próximos meses.

As razões do STF contra Janot

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Uma coisa é quase certa: o STF não deve autorizar as prisões pedidas pelo procurador-geral Rodrigo Janot. Pelo menos não todas.

Outra coisa é bem certa: se eventualmente forem autorizadas as prisões de Renan e Jucá, o Senado não vai repetir o que boa parte do senadores chamam de “submissão no caso Delcídio Amaral”. A autorização da casa deve ser negada. O arrependimento pela concordância com a prisão de Delcídio perpassa todos os partidos, fortalecendo a crença de que isso abriu uma brecha para a tentativa de prender mais senadores.

Os desafios da cultura brasileira em debate

"Japonês da Federal" e o bode da Lava-Jato

Por Osvaldo Bertolino, em seu blog:

O agente da Polícia Federal Newton Ishii é um corrupto. Ele não foi julgado nem condenado, mas, pelos critérios da mídia e do seu chefe, o juiz Sérgio Moro, as denúncias bastam para classificá-lo como um fora da lei. Ishii foi apontado como responsável pelo tráfico de informações da Operação Lava Jato, vendendo dados sigilosos para as revistas Veja e Época. “É o japonês. Se for alguém, é o japonês”, disse Edson Ribeiro, advogado do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, preso pela Lava Jato. O Chefe de gabinete do senador Delcídio Amaral, outro preso, também acusou Ishii de traficar as informações da operação.

Jandira Feghali rebate mentiras de O Globo

Do blog de Renato Rabelo:

Ás vésperas de oficializar a campanha eleitoral de 2016, a deputada federal Jandira Feghali foi surpreendida nesta quarta-feira (8) com a denúncia do colunista de O Globo. Enquanto deputada, ela foi uma liderança na luta pelo fim do financiamento de campanha por empresas e contra as manobras do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para impedir essa proibição.

Governo Temer manobrou para salvar Cunha

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O que era suspeita virou acusação.

O presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo,  disse que o governo Michel Temer tenta impedir a cassação de Eduardo Cunha.

É o que ele diz, com todas as letras, à Rádio Estadão.

“Não é certo o jogo de cartas marcadas. Senti naquele momento que governo entrou no jogo e decidia a favor de Eduardo Cunha. Eu tinha que dar um tempo para que o governo e a deputada repensassem. Esse não é assunto do governo. Esse é assunto da Câmara dos Deputados. Um problema de ética e decoro. Governo não tem que se envolver”, disse o presidente do Conselho de Ética.

Ruralistas e empresários dominam o Senado

Por Étore Medeiros e Bruno Fonseca, na Agência Pública:

“Quanto dá essa minoria dos pobretões?”, pergunta, bem-humorada, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). “É… Minoria mesmo”, responde, ao ser informada de que as bancadas temáticas nas quais milita – direitos humanos (14), sindicalista (11) e saúde (8) – não reúnem, juntas, nem a metade dos 81 parlamentares do Senado. Entre os grupos com maior representação na Casa estão o da agropecuária (32) e o empresarial (36). Os números fazem parte de um levantamento da Agência Pública sobre as bancadas em que atuam os senadores. A partir dele, é possível entender melhor o resultado da votação da admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e também antecipar qual deverá ser a receptividade da Casa aos projetos do interino Michel Temer (PMDB).

Composição das bancadas do Senado


Michel Temer e o golpe dos Hunos

Por Marcelo Zero

Átila, Rei dos Hunos, Flagelo de Deus, dizia que, por onde passava seu cavalo, a grama não crescia nunca mais. De fato, as hordas dos hunos deixavam sempre um rastro de pilhagem, destruição e crueldade.

Átila não construiu nada. Não deixou nenhum legado. Sua especialidade era a destruição do legado dos outros.

O golpe brasileiro parece seguir o mesmo caminho.

O primeiro legado destruído foi o da democracia.

A encruzilhada política de Michel Temer

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

Michel Temer está numa encruzilhada. Para seu governo interino ganhar um mínimo de credibilidade e conseguir sair da crise em que está três semanas após a posse, ele teria de se livrar das lideranças políticas envolvidas em denúncias, como as relacionadas aos vazamentos de conversas envolvendo o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal a prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do senador Romero Jucá (PMDB-RR), do ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) e do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Todos são acusados de conspirar para conter a Operação Lava Jato.

Mídia e governo tentam silenciar os blogs

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

Os blogs políticos independentes, que não fazem parte de portais corporativos, são um mistério.

De que se alimentam, como vivem, onde moram?

Como fazem os brasileiros, os blogs se viram: prestam serviços de consultoria, ganham com publicidade, dão palestras, vendem assinaturas, pagam do próprio bolso.

Para a grande mídia, porém, os blogs precisam ser exterminados, para que a narrativa golpista possa reinar solitária na opinião pública.