terça-feira, 13 de setembro de 2016

Quem deu a ordem ao capitão infiltrado?

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A presença do capitão do Exército William Pina Botelho, infiltrado entre um grupo de manifestantes presos em São Paulo durante protesto de 4 de setembro, não pode ser tratada como um episódio banal da conjuntura. Envolve um fato grave, que deve ser apurado e esclarecido, pois diz respeito às liberdades e direitos fundamentais de todo cidadão brasileiro.

A pergunta a ser esclarecida é básica: o capitão agia por conta própria ou obedecia a superiores? Neste caso, quem eram? O que pretendiam?

O delinquente caiu, mas a luta continua!

Por Jean Wyllys, no blog Cafezinho:

Hoje, muito tardiamente, o Brasil se livrou da presença nefasta de Eduardo Cunha na Câmara dos Deputados. Por 450 votos SIM, 10 votos NÃO e 9 abstenções, foi aprovado o requerimento do PSOL e a Rede que pedia a cassação do mandato do réu. Começamos essa luta sozinhos - eu mesmo enfrentei Cunha desde muito antes de ele ser presidente da Casa e avisei que ele era um perigo para a democracia! - e, graças à mobilização da sociedade, e especialmente da comunidade LGBT, das mulheres, dos negros e negras e da juventude, finalmente conseguimos derrotar esse bandido. É uma vitória enorme da bancada do PSOL, com apenas seis deputados. E é, sobretudo, uma vitória da sociedade brasileira.

O Brasil e o perigoso jogo da história

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Embora muita gente não o veja assim, o afastamento definitivo de Dilma Roussef da Presidência da República, em votação do Senado, por 61 a 20 votos, no final de agosto, é apenas mais uma etapa de um processo e de um embate muito mais sofisticado e complexo, em que está em jogo o controle do país nos próximos anos.

Desde que chegou ao poder, em 2003, o PT conseguiu a extraordinária proeza de fazer tudo errado, fazendo, ao mesmo tempo, paradoxalmente, quase tudo certo.

A mídia e os direitos humanos

Do jornal Brasil de Fato:

A Plataforma Mídia sem Violações de Direitos, desenvolvida pelo Intervozes em parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo, permite que qualquer cidadão possa fazer reclamações sobre possíveis abusos cometidos por emissoras de televisão. Seu lançamento acontece nesta quarta-feira (14), às 9h30, no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF).

O canal é um instrumento da campanha homônima "Mídia sem Violações de Direitos", que também será apresentada no evento. Por meio dela, foram monitorados 28 programas policialescos veiculados pela televisão ou pelo rádio, por 30 dias, em dez capitais brasileiras. O estudo revelou a ocorrência de 4,5 mil violações de direitos e 15.761 infrações a leis brasileiras e a acordos multilaterais ratificados pelo Brasil.

O custo e o fracasso da aventura golpista

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

Economistas sérios, que entendem de política, se é que existem, deveriam fazer o cálculo do custo da aventura golpista que derrubou a presidente Dilma. Antes de tudo, é verdade que existia uma crise econômica em curso desde antes de 2015 e que, em boa dose, os erros do governo, somados a problemas estruturais do país, a agravaram. Mas é inegável que a crise política, estimulada artificialmente pelo inconformismo da derrota por parte do PSDB e do resto da oposição, que se aliaram ao chantagista Eduardo Cunha, potencializaram a crise ao extremo, criando uma situação de ingovernabilidade, de retração ainda maior da economia e de cisão política da sociedade.

"Capitão Balta" e os militares no golpe

Por Renato Rovai, em seu blog:

O repórter Fausto Salvadori, da Ponte Jornalismo, traz à tona a verdadeira identidade de Baltazar Nunes, o Balta, um informante que se infiltrou em grupos de jovens que defendem o Fora Temer.

O nome verdadeiro do agente secreto tabajara, que não conseguiu enganar nem usuários do Tinder com suas cantadas suspeitas, é Willian Pina Botelho, capitão de inteligência do Exército.

Numa democracia que se respeite, que tivesse uma mídia com um pingo independência, com jornalistas menos covardes, um judiciário ao menos relativamente sério, uma OAB que não fosse golpista, uma ABI que não se calasse aos desígnios patronais, promotores que não estivessem em boa medida mais preocupados com flashes do que com investigações sérias, isso geraria uma crise institucional.

Direitos fundamentais e o futuro incerto

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Num livro publicado pela primeira vez em 1912, o constitucionalista mexicano, professor Emilio Rabasa (La Constituición y la Dictadura, Ed. Porrúa, México 2006), ao falar, sobre o sufrágio universal, reportando-se ao que ocorria na França, à época, diz que lá “são os operários das grandes fábricas, mediante a intervenção de patrões benquistos (que não chegam a prevalecer como grupos subordinados) “e portanto são apenas perturbadores”. Era a época em que o Estado de Direito não aparecia, ainda, como Estado Social de Direito, no qual os “perturbadores” passam a ter um protagonismo democrático que redesenhou a sociedade de classes, ao longo do século passado.

Modelo de concessões elevará as tarifas

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

"As críticas ao modelo de concessões do governo Dilma não enganam ninguém. O que eles querem é adotar um modelo ditado pelo mercado, em que os investidores pagarão juros de mercado, impondo aos usuários tarifas mais altas. Além do mais, relicitando o que foi concedido, mudando as regras depois do jogo, acenam com uma preocupante insegurança jurídica”, diz a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), na véspera do anúncio do novo modelo de concessões pela administração Temer.

Cai Eduardo Cunha, um dos chefes do golpe

Do site Vermelho:

O processo contra Eduardo Cunha começou em novembro de 2015. Nesta segunda-feira (12), aliados dele ainda tentaram adiar a votação final, mas as manobras não surtiram o efeito esperado. O mais longo processo de cassação da história da Câmara dos Deputados encerrou o mandato o ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ) por 450 votos a 10.

“É o resultado que o povo brasileiro aguardava. Não há mais tolerância para mentira e quebra da democracia. Ao virar essa página, vamos enfrentar firmemente a agenda nociva do presidente golpista Michel Temer, que quer enxugar direitos sociais e trabalhistas”, garante o líder do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA), que considera este dia histórico no Parlamento.

Cunha finalmente é cassado. Falta ser preso!

Por Altamiro Borges

O mais longo processo de cassação da história da Câmara Federal, que durou 11 meses, finalmente acabou às 23h54 desta segunda-feira (12). O correntista suíço Eduardo Cunha foi cassado por ampla margem de votos – 450 a favor e dez contra. No seu discurso de defesa, aos prantos teatrais, o líder do golpe dos corruptos, que presidiu a sessão de horrores que deu a largada ao processo de impeachment de Dilma, ainda ameaçou os seus comparsas, que o traíram na reta final da votação: “Amanhã será qualquer um de vocês”. E foi enfático e didático ao afirmar que sua cassação é “o preço que eu estou pagando para o Brasil ficar livre do PT. É o processo de impeachment que está gerando tudo isso. O que quer o PT? Um troféu para poder dizer que é golpe”.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

'Fantástico' detona filha de Cunha. Fedeu!

Por Altamiro Borges

O Fantástico deste domingo (11) disparou um torpedo contra Eduardo Cunha, que pode ser cassado pela Câmara Federal. O programa mirou na filha do correntista suíço, Danielle Dytz, revelando que o seu casamento custou mais de R$ 400 mil. A reportagem evidencia a crueldade e a frieza da famiglia Marinho. A TV Globo festejou a eleição do famoso lobista para a presidência da Câmara Federal, em fevereiro de 2015. Durante meses, ela simplesmente escondeu todos os seus pobres. Afinal, Eduardo Cunha tinha a missão - quase divina - de desestabilizar a presidenta Dilma e preparar o clima para o seu impeachment. Consolidado o golpe dos corruptos, porém, a Rede Globo passou a tratar o aliado como bagaço e agora, na véspera da sua cassação, ela cava fundo sua sepultura. Sem dó nem piedade!

Temer vai engavetar a Lava-Jato?

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges

No áudio de uma conversa entre mafiosos, Romero Jucá já havia confessado que o principal objetivo do impeachment de Dilma era "estancar a sangria" das investigações da Lava-Jato. O vazamento do diálogo causou a primeira queda no "ministério de notáveis", mas Romero Jucá se manteve como "o homem-forte" de Michel Temer e virou presidente do PMDB. Agora, a insuspeita revista "Veja", não se sabe ainda por quais motivos oportunistas, traz uma entrevista bombástica com o quarto ministro defenestrado do covil golpista. "O governo quer abafar a Lava Jato", garante Fábio Medina Osório, que foi exonerado do cargo de chefe da Advocacia-Geral da União (AGU) nesta sexta-feira (9).

Temer e Cunha irão ao palanque da Marta?

Por Altamiro Borges

A senadora Marta Suplicy, que militou no PT por 33 anos e teve o apoio da sigla para galgar vários cargos públicos, pretendia aproveitar o sentimento antipetista disseminado pela mídia para alavancar a sua campanha à prefeitura de São Paulo neste ano. Mas os crescentes protestos contra o "golpe dos corruptos" e pelo "Fora Temer", que agitam a capital paulista quase todos os dias, podem atrapalhar o seu plano eleitoreiro e oportunista. A nova correligionária de Michel Temer e Eduardo Cunha - dois ícones do falso moralismo - até tenta disfarçar o incômodo. Mas tudo indica que seus marqueteiros, com base em pesquisas qualitativas, já perceberam o peso das péssimas companhias.

Michel Temer e o golpe comunista em curso

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

Em entrevista ao jornal O Globo, Michel Temer disse que, quando despacha em sua mesa e ela tem todos os assentos ocupados, sente-se como o imperador Carlos Magno.

''Eu me sinto aqui como Carlos Magno. Quando eu tinha 11 anos de idade, eu ganhei um livro chamado “Carlos Magno e os 12 cavaleiros da Távola Redonda” e eu li aquele livro e era assim: os 12 cavaleiros.”

Para um desavisado, Michel teria apenas misturado as histórias do imperador europeu, que viveu entre os anos 742 e 814, e a Távola Redonda – lendária mesa redonda em torno da qual sentaram-se valorosos cavaleiros da corte do não menos lendário (ou fictício) rei Artur.

Globo virou o Diário Oficial da União

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Como previsto, o Globo retomou rapidamente sua vocação de Diário Oficial da União.

Foi assim ao longo de toda a ditadura militar, e também nos governos civis que vieram depois. Isso só mudou na Era PT.

A lógica é: eu apoio incondicionalmente e você me enche de mamatas, a começar por bilionárias verbas publicitárias. E também não me incomoda com coisas como minhas sonegações.

Um punhado de otários consumistas

Por Ladislau Dowbor, na Rede Brasil Atual:

Eu costumava jogar futebol bem, e ia com meu pai ver o Corinthians jogar no estádio do Pacaembu, em São Paulo. Mas, principalmente, brincávamos entre nós, onde e quando podíamos, com bolas improvisadas ou reais. Isso não é nostalgia dos bons tempos, mas um sentimento confuso de que quando o esporte foi reduzido a ver grandes caras fazendo grandes coisas na TV, enquanto a gente mastiga alguma coisa e bebe uma cerveja, não é o esporte, mas a cultura no seu sentido mais amplo, que se transformou numa questão de produção e consumo. Não em alguma coisa que nós próprios criamos.

Tudo em Temer é hipocrisia

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A entrevista de Michel Temer a O Globo e a manchete do Estadão desenham o que é Michel Temer: um homem vazio de qualquer conteúdo, exceto o de sua natureza traiçoeira e ambiciosa.

Tudo ali é falso, inclusive a “modéstia” de dizer que não quer o retrato e a faixa presidenciais.

Considera-se legitimado porque “nós ganhamos a eleição por 3,2 milhões de votos”, referindo-se à vantagem de Dilma sobre Aécio Neves nas eleições de 2014, (nem aí é exato: foram 3.459.963 votos de diferença), o que lhe permite o paupérrimo argumento:


O que a esquerda tem diante de si?

Por Wladimir Pomar, no site Brasil Debate:

Em qualquer processo de longo prazo, muitas vezes até mesmo para garantir sua continuidade, faz-se necessário um parênteses de ajustamentos ou mudanças estratégicas e/ou táticas. A aprovação, pelo Senado brasileiro, do golpe de impeachment contra a presidente Dilma, alargou um desses parênteses que já vinham colocando em risco a ainda pouca democracia, assim como as limitadas conquistas, que haviam beneficiado as camadas trabalhadoras e populares brasileiras nos últimos anos.

O horizonte se fecha para Eduardo Cunha

Por Rodrigo Martins, na revista CartaCapital:

Por dez votos a um, o Supremo Tribunal Federal rejeitou, nesta quinta-feira, 8, um recurso do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB), para suspender o processo de cassação aberto contra ele na Câmara. A votação definitiva no plenário da Casa está prevista para segunda-feira 12.

O parlamentar recorreu à Corte sob a argumentação de que houve irregularidades na tramitação do caso na Comissão de Constituição e Justiça e no Conselho de Ética da Câmara. Alegou, ainda, que o processo de cassação não poderia continuar enquanto ele estiver afastado de seu mandato, pois isso cercearia seu direito de defesa.

Tragédia coreana antecipa Previdência

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Quem procura uma informação de qualidade sobre os efeitos da Reforma da Previdência a longo prazo poderia perder cinco minutos de reflexão examinando uma tragédia ocorrida na Coréia do Sul em tempos recentes.

País com grau de desenvolvimento médio, embora mais avançado do que o Brasil em vários aspectos, na década de 1990 o sistema de aposentadorias que a sociedade coreana construiu ao longo de séculos veio abaixo a partir de uma das reformas estruturais que faziam a glória do chamado Consenso de Washington naquele período.

Não havia e nunca houve, na Coreia do Sul, uma Previdência como aquela que conhecemos.