terça-feira, 7 de março de 2017

A vida pode ser melhor

Por Tarso Genro

A transposição das águas do rio São Francisco reabre um outro período na memória dos governos do Presidente Lula. Para a infelicidade do golpismo pós-moderno, que recebeu uma procuração em branco das mãos da mídia tradicional, destinada a cumprir os rituais do “ajuste”, a situação - por estes e outros motivos - está deixando de ser confortável. Sim, porque este Golpe tem donos e origem: ele veio de uma clara articulação de setores (ainda que minoritários) do Poder Judiciário com o oligopólio da mídia, ao qual foram somados os políticos neoliberais e conservadores dos vários partidos. As classes médias conservadoras, ou não, foram convidadas pela Globo para um tipo de baile, mas a festa era outra.

A política externa do golpe

Por Marcelo Zero

O golpe substituiu a exitosa política externa “altiva e ativa” por uma política externa vassala e vazia, ou submissa e omissa, como já definiram alguns. Vassala porque submissa a interesses externos, e vazia porque desprovida de estratégia própria e viável para a inserção do país no cenário mundial.

Essa nova política, implantada por Serra e que terá continuidade com Aloysio Nunes, visa contribuir à restauração do falido projeto neoliberal no Brasil. A ideia central é colocar ênfase na “agenda econômica” da diplomacia, de modo a atrair investimentos externos e inserir o país “nas cadeias internacionais de valor”, mediante a adesão acrítica a acordos de livre comércio com países mais desenvolvidos, especialmente com EUA e aliados.

segunda-feira, 6 de março de 2017

Previdência e desafios da comunicação


Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Baseada na falácia sobre um suposto rombo no setor e com forte apoio da mídia hegemônica, a Reforma da Previdência proposta pelo governo ilegítimo de Michel Temer e os desafios das mídias alternativas, comunitárias e populares para enfrentarem a pauta serão tema de Seminário no dia 24 de março, em São Paulo. A atividade é promovida por parceria entre Barão de Itararé e Agência Sindical. As inscrições são limitadas e custam R$ 50 e podem ser feitas no fim desta página.

O imóvel em que os tucanos guardam a grana

Janot acionará Temer ou caiu na suruba?

Por Altamiro Borges

A mídia chapa-branca até tentou suavizar o impacto dos primeiros vazamentos das “delações premiadas” dos executivos da Odebrecht. Mas não dá para esconder: eles atingiram em cheio o usurpador Michel Temer. Tanto que o procurador-geral da República, o sempre suspeito Rodrigo Janot, não teve como escapar. Segundo matéria da Folha deste domingo (5), ele decidiu pedir ao Supremo Tribunal Federal a abertura de inquérito para investigar pelo menos dois ministros do covil golpista, “além de senadores do PMDB e do PSDB, todos citados nas delações da Odebrecht... Da equipe de Temer, conforme a Folha apurou, já estão na lista da PGR os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência)”.

Lava-Jato virou arma contra o PT

Doria é a salvação tucana contra Bolsonaro?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A manifestação coxinha marcada para 26 de março será um bom termômetro do que se passa na direita.

Vai emergir o quadro de confusão que impera na direita brasileira.

Embora Lula e o petismo em geral vão ser atirados, sem mais delongas, ao inferno de Moro, enquanto o tucanato e o “temerato” permanecem no purgatório do STF, o fato é que todos os seus nomes-símbolo e a cozinha presidencial flutuarão na lama das delações.

Chega a ser patético ler Aécio Neves, hoje, na Folha, vociferando contra vazamentos, acusações de ordem moral e protestando pelos danos a honra de quem é acusado sem que haja antes a condenação.

PMDB de Temer faz terrorismo com os pobres

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

O PMDB, partido de Michel Temer, divulgou nas redes sociais uma campanha em que adota o terrorismo como instrumento para buscar o apoio popular à sua proposta de tungada nas aposentadorias.

''Se a reforma da Previdência não sair: Tchau, Bolsa Família; adeus, FIES; Sem Novas Estradas; Acabam os Programas Sociais'', diz uma imagem como logo do partido. No fundo, a ilustração de uma cidade em ruínas.

A peça de propaganda vem em um momento em que até a base aliada do governo no Congresso Nacional afirma que a reforma, tal como está, não passa. Até porque esse pessoal pretende se reeleger. E no qual líderes de movimentos que foram às ruas pedir o impeachment de Dilma Rousseff também relatam que a proposta tem sido repudiada por quem não aguenta ver a esquerda nem pintada de amarelo.

Moro, Lula e a hora da verdade

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

O juiz Sérgio Moro, como se sabe, marcou a data do depoimento de Lula, na condição de réu, para o dia 3 de maio. Nas últimas semanas Lula voltou a ocupar grande espaço nas mídias de todas as colorações e nas redes sociais, por duas razões: a aproximação do desfecho de sua situação nas denúncias da Lava Jato e as movimentações em torno da sua candidatura. Os dois movimentos terão uma evolução inseparável e, o segundo, embora possa ser temporalmente antecipado, dependerá inextricavelmente do destino do ex-presidente no Judiciário.

A 'mula' de Temer e o escândalo sem nome

Montagem do blog de Rodolfo Vasconcellos
Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Em 2005, Roberto Jefferson (PTB) deu uma entrevista bombástica para Renata Lo Prete revelando um esquema de compra de apoio de deputados pelo governo. Em uma entrevista curta, Jefferson disse a palavra “mensalão” 17 vezes. O escândalo já vinha batizado e atormentaria o governo Lula e o alto escalão do PT por muitos anos. À época, o assunto foi tão explorado e martelado na cabeça dos brasileiros, que muito se duvidou da reeleição de Lula. O ex-senador do PFL (ex-Arena, atual DEM) e filhote da ditadura militar Jorge Bornhausen chegou a decretar a morte do PT com uma frase reveladora da sua alma: “Estou é encantado (com a crise do mensalão), porque estaremos livres dessa raça pelos próximos 30 anos”.

Blindagem de Aécio e tucanos acabou?

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

A blindagem de Aécio Neves e seus tucanos não resistiu ao Carnaval.

Na Quarta-Feira de Cinzas, eles começaram a entrar na roda da Lava Jato e não deu mais para segurar a fantasia de pureza no enredo do reino encantado da corrupção. O carro alegórico da hipocrisia quebrou no meio do desfile.

De nada adiantou Rodrigo Janot decretar sigilo no depoimento do príncipe das empreiteiras, Marcelo Odebrecht, agora autoproclamado "bobo da corte" e "otário do governo", seus novos personagens.

Temer acelera desmanche iniciado por FHC

Por Carlos Drummond, na revista CartaCapital:

Após dois anos de recessão, corte generalizado do gasto público, contenção do crédito e redução das exigências para a venda e a concessão de ativos do Estado, aumentam os indícios de que o governo Temer tornará o Brasil ainda mais frágil para seguir rumo próprio na economia e mais vulnerável no contexto global.

O pacote em preparação para atrair, segundo os jornais, 370 bilhões de reais em investimentos em dez anos não parece obedecer a outra estratégia além de austeridade na proteção social e facilidade na transferência do controle de ativos do Estado para investidores particulares, principalmente estrangeiros.

A "nova" questão dos juros

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

Há décadas que a sociedade brasileira tem convivido com um fenômeno que chama muito a atenção de todos os que pretendemos compreender a economia a partir de uma ótica diferente daquela que a ideologia do financismo impõe como a suposta regra natural da economia de mercado.

Nesse caso refiro-me mais especificamente à trajetória de nossa taxa de juros. Já foi dito e repetido à exaustão que o Brasil tem proporcionado aos agentes econômicos locais e estrangeiros a maior taxa de juros do planeta. Com raras e pontuais exceções de um ou outro mês, ao longo dos últimos anos temos ocupado o primeiro lugar no pódio. Em alguns momentos, chegamos a ser ultrapassados pela Turquia ou pela Rússia. Mas, via de regra, para qualquer investidor capitalista que busque a maior rentabilidade financeira para suas aplicações, a opção Brasil tem despontado como a melhor alternativa isolada.

A senha para regulamentar a escravidão

Por Joanne Mota, no site da CTB:

Michel Temer avança mais uma vez contra a classe trabalhadora e pressiona a base governista a votar o projeto de lei 4302/1998, que institui a terceirização/precarização plena no mundo do trabalho. A proposta, que foi encaminhada pelo executivo durante a gestão FHC, é relatada pelo deputado Laércio Oliveira (SD-SE) e só depende de uma votação no plenário da Câmara para ir à sanção.

Ao criticar a manobra da Câmara e do Executivo, que já deu provas suficientes de que para os trabalhadores e trabalhadoras o horizonte é de precarização e escravidão, o presidente da CTB, Adilson Araújo, afirmou que o que se quer com um projeto como esse é “a liquidação total dos direitos”. Para o dirigente nacional, esse projeto é "a senha para regulamentar a escravidão moderna".

As "reformas" e o longo ano de 2017

Por Clemente Ganz Lúcio, no site Brasil Debate:

As questões colocadas na agenda dos debates deliberativos do Congresso Nacional e dos encaminhamentos do poder executivo são iniciativas complexas do governo federal e que terão múltiplos impactos sobre a vida das pessoas e as bases do desenvolvimento econômico, social e ambiental do Brasil. Será um longo ano de um tempo curto para as lutas.

O desemprego crescerá porque a economia continuará patinando, o que dramaticamente compromete a vida dos trabalhadores e a perspectiva geral do desenvolvimento do país. Por isso,a centralidade da luta pelo emprego, o que requer uma visão estratégica de como retomar e sustentar o crescimento e o desenvolvimento econômico nacional e soberano.

Uma nova onda macartista nos EUA

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

Você acredita nas “matérias” e comentários cada vez mais frequentes na velha mídia, segundo as quais Putin aliou-se a Trump para influenciar as eleições norte-americanas? Então leia, por favor, um artigo (http://bit.ly/macartismo) publicado há uma semana, em The Nation, por Stephen Cohen, editor associado à revista e professor emérito das universidades de Princeton e Nova York. Abismado com o volume gigantesco de propaganda anti-russa nos jornais e sites norte-americanos (inclusive “alternativos”), Cohen concentra-se em dois pontos.

Metrô de SP vive à beira de uma tragédia

Por Rodrigo Gomes, na Rede Brasil Atual:

Trabalhadores da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), empresa administrada pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB), passam os dias torcendo para que não aconteça uma tragédia. Em um relatório administrativo obtido pela RBA, um operador de trem relata seu desespero ao perceber uma briga dentro do trem e descobrir que só havia seguranças atuando na estação Itaquera da Linha 3-Vermelha. Outros relatam um imenso número de “burlas”, usuários que entram sem pagar no sistema. O Sindicato dos Metroviários está elaborando uma campanha para exigir melhores condições de trabalho e contratações de profissionais para o Metrô.

Denúncia do Moro à Corregedoria de Justiça

Por Jeferson Miola

Exmo. Sr. Juiz João Otávio de Noronha
Corregedor Nacional de Justiça
corregedoria@cnj.jus.br

Senhor Corregedor,

Lê-se na página web da Corregedoria Nacional de Justiça que o objetivo principal da Corregedoria é “alcançar maior efetividade na prestação jurisdicional, atuando com base nos seguintes princípios: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (art. 37 da Constituição Federal)”.

Ali também se lê que “Todas as atribuições do Corregedor Nacional de Justiça estão definidas na Constituição Federal, no § 5º do art. 103-B, e regulamentadas no artigo 31 do Regimento Interno do CNJ”. Dentre elas, cabe destacar aquelas atribuições que consubstanciam a presente denúncia do juiz Sérgio Moro:

domingo, 5 de março de 2017

Quatro anos da morte de Hugo Chávez

Henrique Alves: sortudo ou vigarista?

Por Altamiro Borges

O cinismo dos golpistas não tem mais limites. Blindados pela mídia chapa-branca e protegidos por setores do Judiciário, eles abusam da paciência dos brasileiros – inclusive dos “coxinhas” que serviram de massa de manobra para o impeachment de Dilma. Na semana passada, o Ministério Público Federal revelou que encontrou US$ 833 mil – o equivalente a 2,5 milhões de reais – em uma conta na Suíça em nome de Henrique Alves, um dos líderes do golpe dos corruptos que alçou Michel Temer ao poder. Diante da descoberta, o velhaco afirmou apenas que “desconhecia” o volumoso depósito e que “terceiros” movimentaram o dinheiro sem o seu conhecimento. Ou ele é muito sortudo ou é um autêntico vigarista!