quinta-feira, 23 de março de 2017

O Brasil de Moro odeia o Brasil

Por Renato Rovai, em seu blog:

Sérgio Moro é um sujeito que se tornou um produto. Não é incomum nos dias de hoje. Aliás, muito mais normal do que parece.

Executivos formados em MBAs se vêem como empresas. Eles fazem para si projeções de tempo de vida, período que estarão no auge, quanto conseguirão lucrar por cada real investido numa nova língua ou diploma, não fazem amigos, mas network. E são capazes de desenvolver longos papos à beira de uma piscina tratando disso.

Eduardo Cunha, o zumbi do golpe

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Monica Bergamo diz, hoje, em sua coluna na Folha, que a reação de Eduardo, em caso de derrota em seu pedido de liberdade ao Supremo Tribunal Federal, é considerada “imprevisível” por seus advogados.

Com o devido perdão da Monica, não há nada de imprevisível: é mais uma ameaça de Eduardo Cunha para que os cordéis se movam e tentem forçar uma decisão que – embora não seja impossível e fosse, até, o normal num processo criminal – implicaria numa desmoralização ainda maior da corte, agora sob acusações impensáveis em tempos normais, como as de “disenteria verbal e decrepitude moral”.

Terceirização: salário menor, menos direitos

Câmara aprova precarização do trabalho

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Na direção contrária a todos os estudos que mostram que a terceirização não gera empregos e só vai causar redução de salários e precarização das relações patrão-empregado, a Câmara dos Deputados aprovou o parecer favorável do deputado Laercio Oliveira (SD-SE) para o substitutivo do Senado ao projeto de lei que permite a terceirização em todas as atividades da empresa. Foram 231 votos a favor, 188 contra e 8 abstenções. A Câmara confirma, assim, que está do lado oposto aos trabalhadores brasileiros, e o governo Temer, seguindo à risca a máxima do “cada dia um direito a menos”.

Onde está o povo soberano?

Por Fábio Konder Comparato, no site Carta Maior:

Quando Tomé de Souza desembarcou na Bahia, em 1549, munido do seu famoso Regimento do Governo, e flanqueado de um ouvidor-mor, um provedor-mor, clero e soldados, a organização político-administrativa do Brasil, como país unitário, principiou a existir. Tudo fora minuciosamente preparado e assentado, em oposição à autonomia descentralizadora das capitanias hereditárias. Notava-se apenas, como disse um historiador, uma ligeira ausência: não havia povo. A população indígena, estimada na época em um milhão e meio de almas, não constituía, obviamente, o povo do novel Estado; tampouco o formavam os 1.200 funcionários – civis, religiosos e militares – que acompanharam o Governador Geral. Ou seja, tivemos Estado antes de ter povo.

Terceirização sacramenta pacto escravocrata

Por Jeferson Miola

A terceirização geral e irrestrita aprovada pela maioria de deputados é um passo neural no aprofundamento do golpe. Ela sacramenta o pacto de dominação escravocrata das classes dominantes.

Por dentro do regime de exceção, as classes dominantes estão impondo aos subalternos sacrifícios brutais, que poderão perdurar por muitos anos.

A terceirização transforma o trabalhador presente e futuro em bóia-fria, e faz o país retroceder ao padrão da exploração oligárquica do século 19, penalizando, sobretudo, o trabalhador mais pobre:

Seminário debate desafios da comunicação

Da Rede Brasil Atual:

O Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé realiza nesta sexta-feira (24) um seminário para discutir os desafios das mídias alternativas, progressistas, comunitárias e populares em meio à reforma da Previdência proposta pelo governo de Michel Temer. Segundo a jornalista e integrante da executiva do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) Renata Mielli, o objetivo do encontro é discutir como criar uma comunicação que dialogue com a população para enfrentar o senso comum construído pela mídia tradicional.

Ato em defesa da liberdade de expressão

quarta-feira, 22 de março de 2017

Barão de Itararé precisa do seu apoio!

A solidariedade a Eduardo Guimarães

Por Felipe Bianchi, no Centro de Estudos Barão de Itararé:

O objetivo da condução coercitiva ilegal de Eduardo Guimarães não é calá-lo, mas sim calar a todos que divergem da Lava Jato, do juiz Sérgio Moro e do Estado de exceção vigente no país. A opinião é do próprio blogueiro, que recebeu cerca de 300 lideranças políticas, jornalistas, ativistas digitais e simpatizantes em ato de solidariedade e em defesa da liberdade de expressão. O encontro aconteceu na noite da terça-feira (21), mesmo dia em que foi levado à força à delegacia da Polícia Federal no bairro da Lapa, em São Paulo, além de ter celulares e computadores, seus e de seus familiares, apreendidos.

Janot ataca "decrepitude moral" de Gilmar

Por José Antonio Lima, na revista CartaCapital:

Um dia depois de o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes criticar a Procuradoria-Geral da República, a quem acusou de cometer crimes ao vazar nomes de políticos alvos de inquérito por conta das delações da Odebrecht, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, fez duros ataques ao magistrado nesta quarta-feira 22. Segundo Janot, Mendes sofre de "decrepitude moral" e corteja "desavergonhadamente o poder político".

Em discurso na Escola Superior do Ministério Público da União, Janot defendeu a Operação Lava Jato e recomendou a realização de uma "urgente reforma no sistema político-partidário", pois a política "não pode continuar a ser uma custosa atividade de risco propícia para aventureiros sem escrúpulos."

Sergio Moro atravessou o Rubicão

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Vamos entender porque, para efeito da Lava Jato, o caso Eduardo Guimarães torna-se um divisor de águas – da mesma maneira que o episódio da condução coercitiva de Lula.

O episódio Lula, mais o vazamento dos grampos de Lula e Dilma, afastou de vez a presunção de isenção da Lava Jato e mostrou seu alinhamento com o golpe de Estado em curso.

A condução coercitiva de Eduardo Guimarães expõe de forma inédita o uso do poder pessoal arbitrário do juiz Sérgio Moro para retaliar adversários. Não se trata mais de disputa política, ideológica, de invocar as supinas virtudes da luta contra a corrupção para se blindar: da parte de Sérgio Moro, a operação atende a um desejo pessoal de vingança.

Friboi, BRF e a “ética” do livre-mercado


Por Gustavo Henrique Freire Barbosa, no site Outras Palavras:

No capítulo de O Capital sobre a jornada de trabalho, Marx trata da adulteração do pão revelada pelo relatório do comitê da Câmara dos Comuns elaborado nos anos de 1855 e 1856 em Londres. Muito embora tenha reconhecido a irregularidade na produção de pães, o comitê, tratando com a “mais terna delicadeza o free trader que compra e vende mercadorias adulteradas to turn an honest penny (para ganhar um centavo honesto)”, concluiu que o livre-comércio abrangeria também o direito de comercializar produtos falsificados, levando o pensador alemão a tecer críticas mais do que pertinentes à incrível condescendência das instituições inglesas: “o inglês, tão apegado à Bíblia, sabia que o homem, quando não se torna capitalista, proprietário rural ou sinecurista pela Graça Divina, é vocacionado a comer seu pão com o suor de seu rosto, mas ele não sabia que esse homem, em seu pão diário, tinha de comer certa quantidade de suor humano, misturada com supurações de abscessos, teias de aranha, baratas mortas e fermento podre alemão, além de alune, arenito e outros agradáveis ingredientes minerais” [1].

Pressão para derrotar a reforma trabalhista

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                        
Os deputados Wadih Damous e Benedita da Silva, do Partido dos Trabalhadores, promoveram nesta segunda-feira, 20 de março, em nome da Comissão da Reforma Trabalhista da Câmara dos Deputados, um seminário para debater a proposta de reforma da CLT que tramita na Câmara dos Deputados. O evento aconteceu na Faculdade Nacional de Direito, na Praça da República, Centro do Rio.

- O governo Temer quer enfiar goela abaixo do povo brasileiro, sem debate, essa reforma que representa um retrocesso brutal. A ideia da bancada de apoio ao governo golpista, inclusive, é votar em caráter terminativo o projeto na comissão, sem levá-lo ao plenário. Se isso acontecer, vamos recorrer na própria comissão e depois no plenário. Diante de todas essas dificuldades, nós convidamos pessoas de altíssimo nível para esse seminário, com o objetivo de melhor enfrentarmos o debate – disse o deputado Wadih.

Liberdade de expressão é só pra jornalista?

Por Elaine Tavares, no blog Palavras Insurgentes:

Durante muitos anos lutamos contra os donos da mídia para manter a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista. Sabíamos que o objetivo único dessa gente era poder extrair mais-valor dos trabalhadores, diminuindo direitos, estendendo a jornada e intensificando o trabalho. As novas tecnologias estavam chegando, permitindo que tudo fosse feito com mais velocidade e em maior quantidade. Não havia saída para os empresários da imprensa. Era preciso avançar sobre os direitos para garantir mais lucros. Nada de novo, portanto. Só a mesma velha técnica da acumulação capitalista.

O golpe e a ilusão da retomada econômica

Por Emilio Chernavsky e Rafael Dubeux, no site Brasil Debate:

“ (O efeito nos investimentos) seria instantâneo. Bastaria uma troca da sinalização”. Assim respondia em março de 2016 o presidente da rede varejista Riachuelo à pergunta sobre qual seria a reação dos empresários à saída da presidente Dilma. Longe de ser exceção, expressões de tamanho otimismo nos meios de comunicação em relação à mudança de governo eram comuns no primeiro semestre do ano passado. E não se referiam apenas aos investimentos, mas à atividade econômica como um todo.

Nesse sentido, por exemplo, “se Dilma sair, PIB dobra” era o título de uma breve nota então publicada por um conhecido sítio jornalístico abertamente a favor do impeachment da presidente Dilma.

"Carne fraca" rende milhões para a mídia

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A Operação Carne Fraca da Polícia Federal foi recheada de informações pela metade, generalizações, acusações sem fundamento, sensacionalismo — mas foi excelente para a mídia, especialmente a Globo.

Segundo a coluna de Lauro Jardim, as TVs abertas lucram bastante com o escândalo.

“Somente entre sexta-feira e segunda-feira, JBS e BRF fizeram 48 inserções de anúncios institucionais nas redes de televisão”, diz.

A Globo tem cerca de 40% do share entre essas emissoras.

Moro comete mais um crime internacional

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

O juiz Sergio Moro, ao ordenar o sequestro e prisão do jornalista e blogueiro Eduardo Guimarães, mesmo que por algumas horas, e a apreensão de seus equipamentos eletrônicos, impedindo-o de trabalhar, cometeu um grave crime contra os direitos humanos, contra a liberdade de expressão e de imprensa, e contra a democracia no Brasil.

É mais um crime internacional de Sergio Moro, de uma longa lista de atentados que o presidente Lula já protocolou na ONU.

Condução coercitiva ilegal é eufemismo para sequestro-relâmpago seguido de prisão.

Bancada da bala fez Temer recuar

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Como dissemos aqui na semana passada, o presidente Michel Temer estava sob forte pressão da bancada da bala e de bancadas dos grotões para retirar da reforma previdenciária a aplicação das novas regras a policiais e professores do ensino fundamental. Cedeu nesta terça-feira e cederá em outros pontos. Para compensar a frustração do mercado com seus recuos, insistirá na aprovação do projeto sobre terceirização de mão-de-obra e contratos temporários, mudanças que também agradam o patronato. Mas ao explicar seu recuo, Temer mais uma vez sofismou, divulgou notícia falsa. Disse ter desistido de enquadrar estes dois segmentos na reforma em respeito à independência federativa, deixando para estados e municípios a tarefa de atualizar as regras de aposentadoria para professores e policiais. Podia ter dito que foi em deferência à bancada da bala e aliados. O Brasil que tudo vem engolindo compreenderia sua submissão ao fisiologismo.

Terceirização e a avalanche neoliberal

Por Lu Sudré, na revista Caros Amigos:

A discussão que tramita na Câmara dos Deputados na tarde desta terça-feira (22) pode resultar em um grande retrocesso para a classe trabalhadora do País. Esta é a análise de Magda Barros Biavaschi, desembargadora aposentada do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 4ª Região, Rio Grande do Sul, sobre o Projeto de Lei 4.302, que amplia a terceirização para todas as atividades econômicas em empresas privadas e no serviço público. A proposta ainda aumenta de 90 para 180 dias o período de permissão para empresas contratarem trabalhadores temporários.