segunda-feira, 10 de julho de 2017

O terrorismo midiático contra a Venezuela

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

A crise social, política e econômica pela qual passa a Venezuela tem um sério agravante: a desinformação e o partidarismo dos grandes grupos de comunicação. O terrorismo midiático contra a democracia, o governo do sucessor de Hugo Chávez, Nicolás Maduro, e o processo de Constituinte levado a cabo pelo governo do país irmão será tema de debate na quinta-feira (13), em São Paulo.

Guilherme Boulos (MTST), Igor Fuser (professor da Universidade Federal do ABC), Socorro Gomes (Conselho Mundial da Paz) e Paola Estrada (Alba Movimentos) participam do bate-papo.

A "uberização" da força de trabalho

Por Marcio Pochmann, na Revista do Brasil:

O colapso no padrão de financiamento da economia nacional logo no início da década de 1980, com a crise da dívida externa, levou à adoção de programas de ajustes macroeconômicos que até hoje inviabilizam a retomada plena do crescimento econômico sustentado. No cenário aberto da semi-estagnação que prevaleceu, com fortes e rápidas oscilações nas atividades econômicas, o país terminou por romper com a fase de estruturação da classe trabalhadora vigente durante a dominância da sociedade urbana e industrial.

Cunha, o morto que assombra os muito vivos

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Em ótimo artigo publicado hoje no Poder360, Luís Costa Pinto, depois de um rápido passeio pelas imundícies biográficas de Eduardo Cunha, preocupa-se com o fato de, mesmo com a anunciada queda de Michel Temer, o Brasil continuar dependurado no medo das delações de Eduardo Cunha, inclusive diante da provável permanência de seu entorno no novo governo ilegítimo.

É necessário enfrentar com transparência e de cabeça erguida a enxurrada de fatos, meias-verdades e mentiras que Eduardo Cunha vomitará a partir do cartapácio que negocia com o Ministério Público e com a Polícia Federal. Ardiloso, tem agenda própria e saberá lançar flechas contra ex-amigos, inimigos declarados e desafetos dos quais algum dia imaginou ter lealdade sem jamais ter conseguido consumar gestos que os converteria em reféns.

Fora Meireles! O inimigo do povo!

Por Samuel Pinheiro Guimarães

1. O Senhor Henrique Meirelles, Ministro da Fazenda, ex-presidente do Bank of Boston e durante vários anos presidente do Conselho da J&F (de Joesley), de onde saiu para ocupar o Ministério da Fazenda, procura, à frente de uma equipe de economistas de linha ultra neoliberal, implantar no Brasil, na Constituição e na legislação uma série de “reformas” para criar um ambiente favorável aos investidores, favorável ao que chamam de “Mercado”.

2. O Senhor Henrique Meirelles já declarou, de público, que se o Presidente Temer “sair” ele continua e todos os jornais repetem isto, com o apoio de economistas variados e empresários, como o Senhor Roberto Setúbal, presidente o Itaú.

Assédio moral e a 'reforma' trabalhista

Por Laís Gouveia

Em redações, no palco de uma grande emissora de TV, nas repartições públicas, comércio, independente do cenário, o assédio moral perpetua-se. No caso das mulheres, que já recebem menores salários que os homens (1), a cultura machista torna o ambiente ainda mais vulnerável para ocorrer esse tipo de prática. A notícia ruim é que o quadro pode piorar com a reforma trabalhista do governo Temer, que atualmente tramita no Senado Federal.

Abaixo, relatos de mulheres que sofreram algum tipo de violência no trabalho (*).

Rafaela: "Trabalhei sob tanta pressão nos últimos meses e fui diagnosticada com Psoríase, uma doença que pode ser adquirida pelo stress, minha mão está cheia de bolhas".

Que diferença faz trocar Temer por Maia?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Respondendo à pergunta do título: nenhuma.

Sei que não é nada animador mais uma vez tratar deste assunto, em pleno domingo, mas depois de ler o noticiário do fim de semana vi que tão cedo não teremos outro.

Só se fala disso, como se este fosse o único tema relevante para a vida dos brasileiros, capaz de nos dar alguma esperança de sairmos do fundo do poço.

Ao contrário, esta nova troca de guarda na Presidência da República não vai mudar nada.

Na reta final da disputa entre Dilma e Aécio na eleição de 2014, previ aqui mesmo neste blog: "Ganhe quem ganhar, quem vai mandar é o velho PMDB".

FHC expõe Temer à execração pública

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A execração pública de Michel Temer passa pela conspiração de Rodrigo Maia e termina nos vazamentos de FHC para a imprensa.

Fernando Henrique relatou a Andréia Sadi, da GloboNews, como foi o convite de Temer para uma reunião no Jaburu (Andréia é casada com Paulo Celso Pereira, coordenador de política do Globo em Brasília e primo de Aécio Neves).

A ideia é “discutir o cenário político em meio à ameaça de desembarque do PSDB do governo”, conta a repórter.

Hamburgo, ditadura global e protestos

Foto: AFP
Por Jessica Corbett, no site Outras Palavras:

Em contraste com as imagens dramáticas da tropa de choque alemã usando gás lacrimogênio e canhões de água hiper-turbinados para dispersar os manifestantes contra o encontro do G-20, no fim de semana, a mensagem dos protestos nas ruas foi clara, para os que estão dispostos a ouvir: outro mundo é possível.

Dezenas de milhares de pessoas foram a Hamburgo, protestar contra o G-20, um fórum internacional de governantes e bancos centrais das vinte maiores economias. Os protestos tentavam desafiar as políticas adotadas pelas elites globais e a extrema-direita.

Zveiter já atuou como advogado da Globo

Por Mário Augusto Jakobskind, no jornal Brasil de Fato:

Quem disse que o deputado Sergio Zveiter é independente? Galgado a condição de relator da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que analisará a denúncia de corrupção passiva contra Temer, os focos midiáticos estão em cima dele, integrante de uma família poderosa no Estado do Rio de Janeiro e vinculado, como advogado, às Organizações Globo.

O deputado do PMDB foi muito elogiado pela Rede Globo e teve espaço nas mais diversas mídias para dizer que não se submete a pressões de quem quer que seja. Como todos sabem o esquema Globo não confia mais no golpista Michel Temer, que ajudou a virar presidente, e agora quer colocar alguém eleito pelo Congresso para o lugar ocupado ilegitimamente pelo atual ocupante do Palácio do Planalto. Essa é a realidade.

Da recessão econômica à depressão psicológica

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Estamos numa situação generalizada de crises sobrepostas umas às outras e num ambiente de caos.

Os conceitos de crise e de caos podem nos ajudar a entender nossa realidade contraditória. Para esclarecer a crise se usa o diagrama chinês, composto por dois traços: um expressando o risco e o outro, a oportunidade. Efetivamente a crise contem o risco de desmonte de uma ordem até degenerar na barbárie. Mas também pode representar a oportunidade de refundação de uma nova ordem. Eu pessoalmente prefiro a origem filológica sâncrita de crise. Ela se deriva da palavra kir ou kri que em sânscrito significa limpar e purificar. Daí vem a expressão acrisolar: limpar de tudo o que é acidental até vir à tona o cerne. E crisol, o cadinho que purifica o ouro das gangas. Tanto em chinês quanto em sânscrito, as palavras são diferentes mas o significado é o mesmo.

domingo, 9 de julho de 2017

Maia: agenda de reformas procura um refil

Por Gilberto Maringoni, em seu blog:

Há algo de curioso nas movimentações da quadrilha de apoio ao governo no Congresso, nesses dias pré-queda de Temer. Usualmente, os enfrentamentos entre candidatos a algum cargo se dão como fulanização das disputas de projetos. Um postulante apresenta determinado enfoque sobre as soluções para o país, outro coloca ideias diversas e mais um externa uma terceira opinião a ser materializada tão logo se alcance o posto almejado.

Nas articulações palacianas para levar Baby Maia ao terceiro andar do Planalto, a inversão é total. O programa é quem está no poder, com seu cardápio de cortes, contrações, privatizações, ataque aos direitos etc. O que se procura é um mercenário qualquer que dê andamento ao arrazoado do lugar-comum liberal.

Aliados de Maia já discutem sucessão de Temer

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Temer e suas chances de sobrevivência literalmente derreteram durante sua patética participação na reunião do G-20, enquanto a perspectiva de poder escorria como água em declive na direção de Rodrigo Maia. Embora a maioria oportunista ainda se esconda sob o muro dos 'indecisos', nos bastidores da Câmara já se discute a própria sucessão de Rodrigo Maia na presidência da Casa, caso ele se suceda a Temer, numa operação que tende a ser 'casada'. O PSDB pode exigir o cargo em troca do apoio ao afastamento de Temer e ao eventual governo Maia.

Tal como no impeachment da presidente eleita Dilma Rousseff, quando garantiu os votos para sua derrubada e apoio ao governo de Michel Temer, a partir de seu compromisso com as reformas pleiteadas pelo mercado, novamente o PSDB é o fiel da balança num “acordo pelo alto” que deixa o povo de fora. Com sua mensagem numa rede social, nesta sexta-feira, em defesa do avanço das reformas - “Não podemos estar satisfeitos apenas com a reforma trabalhista. Temos a Previdenciária, a Tributária e mudanças na legislação de segurança pública” - Maia falou para o mercado financeiro e para o setor produtivo, com os quais intensificou seus contatos recentemente, mas acenou principalmente para os tucanos, dos quais dependerá muito para governar caso Temer seja afastado. Com o PMDB de Temer desarticulado e varejado por denúncias, e a conhecida fugacidade do Centrão fisiológico, o governo de Maia teria como pilar mais firme de sustentação uma coalizão entre seu partido, o DEM, e o PSDB. A mesma que sustentou o governo FHC.

Deus-mercado agora quer testar o Maia

Lava-Jato e os "inimigos do Brasil"

Por Eugênio Aragão

Até há pouco era assim: criticar a Lava-Jato era atitude política, participar do golpe fingindo que as instituições estavam a funcionar era técnico. Agora, é difícil definir se ter náuseas e ânsia de vômito é técnico ou político. O momento é oportuno para produzir clareza sobre a obtusidade dessa ideológica distinção entre o técnico e o político. É evidente que o primeiro se subordina ao segundo e acaba tudo por ser político.

O Ministério Público Federal gosta muito desse jogo de palavras. Recentemente, em entrevista ao "Estado de São Paulo", seu chefe foi incisivo: "os que querem frear a Lava Jato são inimigos do Brasil". E concluiu com a pérola: "... não concordo que existam abusos por parte do Ministério Público. Temos como ponto basilar da atuação a observância à Constituição Federal e nos pautamos por ela. Nossa atuação é técnica, apolítica e responsável". Tive que ouvir bobagem similar quando, há mais de ano, despedi-me da amizade de Janot. Mas o tempo não era de risadas. Mais recentemente ouvi essa mesma troça de seu assistente, o importador xinguelingue da teoria do domínio do fato que foi desmentido por Claus Roxin, o criador da teoria.

"Não há conciliação com Temer e Maia"

Do site Vermelho:

Neste sábado (8) foi lançada, em Curitiba (Paraná), a Frente Suprapartidária por Eleições Diretas Já, com um ato que reuniu diversas lideranças políticas e lideranças sociais. O ato, convocado pelos senadores paranaenses Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT), fortalece a campanha por eleições diretas como alternativa para a crise política e a falta de legitimidade do governo de Michel Temer.

A tônica dos discursos deram como certa a queda de Temer e, neste sentido, o coro de "fora Maia" foi a palavra de ordem do evento. “Não há condição de conciliação. Temer e Maia são exatamente a mesma coisa. Esse Congresso só vai se mexer se houver uma grande mobilização popular”, afirmou Requião, defendendo as eleições diretas.

Quer sair da crise? Defenda as diretas

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Tenho vontade de rir quando leio analistas políticos dizendo - com ar grave de quem descobriu uma verdade profunda - que a troca de Michel Temer por Rodrigo Maia não será suficiente para tirar o país de uma crise sem paralelo em nossa história recente.

Eu (e a torcida do Flamengo, do Corinthians, do Palmeiras, do Atlético, do Sport, do Vasco, do Inter, do Santos ... ) posso assegurar que nem Maia, nem Nelson Jobim, nem Carmen Lúcia, nem qualquer outro nome tirado da cartola de um sistema político arruinado será capaz de estabilizar a crise e apontar um rumo para uma nação conflagrada, onde a crise política já ameaça se transformar em conflito institucional.

E é assim por uma razão muito simples: o golpe de maio-agosto de 2017 deu errado. Um ano e dois meses depois de instalar-se no Planalto, o governo Michel Temer-Henrique Meirelles não conta com o mínimo de adesão necessária dos brasileiros para ficar de pé. É visto com indiferença ou rejeição por 93%. É humilhado e ridicularizado. Principal fiadora de Temer-Meirelles, a TV Globo conspira noite e dia contra o governo que só pode ser instalado com sua participação decisiva.

Um chamado aos coxinhas do Brasil

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

“Cadê as panelas?” virou bordão da esquerda depois do golpe de 2016. Cada notícia sobre alguma bandidagem da trupe que assaltou o poder gerava uma torrente de interrogações aos paneleiros nas redes sociais. Foi tão usado que chegou a enjoar.

Depois dos últimos acontecimentos, entretanto, a fatídica pergunta retornou com força e com razão.

Afinal, não faz nenhum sentido, dentro da lógica da revolta com a corrupção que criou as condições para o golpe, a comoção nacional provocada por uma interpretação grotesca do famigerado áudio do Bessias – interpretado teatralmente pelo Willian Bonner, ainda por cima! – e o completo silêncio diante da absolvição de Aécio Neves no conselho de ética (com minúsculas e uma gargalhada) do Senado; do fato de Michel Temer gastar bilhões do dinheiro oriundo dos “pagadores de impostos” para comprar deputados, através de emendas parlamentares, com o único objetivo de tentar sobreviver às pesadas acusações criminais; e do governo finalmente estancar a sangria e decretar o fim da Lava Jato, simplesmente cortando seus recursos.

Rodrigo Maia se tornou o Temer de Temer

Da revista CartaCapital:

Quando o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi eleito presidente da Câmara, em julho de 2016, seu nome era visto com simpatia pelo Palácio do Planalto. Michel Temer e seu círculo íntimo de apoiadores tinham trabalhado pela vitória de Rogério Rosso (PSD-DF), um integrante do "centrão", o grupo outrora liderado por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas o nome de Maia era aceitável. Naquele momento, a eleição do deputado servia para firmar a parceria entre o centrão, articulado ao redor de Temer, e a antiga oposição ao PT, comandada pelo PSDB e integrada pelo DEM de Maia.

Com o agravamento da crise provocado pelas denúncias de corrupção contra Temer e diversos de seus auxiliares, a separação entre o centrão e a antiga oposição ao PT vai ficando evidente. E Maia se torna rapidamente o pivô da derrubada de Temer, papel que Temer executou sem galhardia alguma a partir de dezembro de 2015, quando "vazou" uma famigerada carta do então vice-presidente para Dilma Rousseff, na qual ele choramingava o desprestígio direcionado ele pela petista.

O STF, o CNJ e a mídia digital

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Há duas semanas estive com a Ministra Carmen Lúcia, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) e do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), em uma audiência por mim solicitada.

A Ministra foi muito gentil, me recebendo com pão de queijo e histórias de Minas.

A visita teve dois motivos:

A Ministra anunciou a recriação de um grupo de mídia, no âmbito do CNJ, visando resguardar a liberdade de imprensa contra a indústria das ações judiciais. Mas incluiu no grupo exclusivamente a parte menos vulnerável da imprensa: os grupos de mídia, empresas consolidadas, com departamentos jurídicos, capazes de se defender.

Mitos da austeridade: o caso da Islândia

Do site Brasil Debate:

Muitos conhecem a crise econômica da Islândia por causa dos primeiros minutos do documentário Inside Job, que retrata a crise financeira mundial de 2008. Esses minutos iniciais resumem o resultado do embarque do país na onda do liberalismo econômico a partir dos anos 1990. Para deixar a economia cada vez mais nas mãos do mercado, a Islândia implementou uma série de reformas: cortou o gasto público, reduziu os impostos sobre o capital e sobre o trabalho, privatizou as empresas estatais, liberalizou o mercado de trabalho, abriu sua economia para promover uma maior integração econômica global, reformou a previdência e o setor público e ainda desregulamentou o mercado financeiro.