Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Em ótimo artigo publicado hoje no Poder360, Luís Costa Pinto, depois de um rápido passeio pelas imundícies biográficas de Eduardo Cunha, preocupa-se com o fato de, mesmo com a anunciada queda de Michel Temer, o Brasil continuar dependurado no medo das delações de Eduardo Cunha, inclusive diante da provável permanência de seu entorno no novo governo ilegítimo.
É necessário enfrentar com transparência e de cabeça erguida a enxurrada de fatos, meias-verdades e mentiras que Eduardo Cunha vomitará a partir do cartapácio que negocia com o Ministério Público e com a Polícia Federal. Ardiloso, tem agenda própria e saberá lançar flechas contra ex-amigos, inimigos declarados e desafetos dos quais algum dia imaginou ter lealdade sem jamais ter conseguido consumar gestos que os converteria em reféns.
Tem toda a razão, mas como evitá-lo se os ex-amigos continuarão lá e os “inimigos declarados e desafetos dos quais pensou ter lealdade”, por reféns, são também os ódios prediletos do Ministério Público e da mídia?
A verdade, ainda que perigoso dizê-lo sobre a onda moralista em que vivemos, é que a soma de um ministério público sem nenhum limite a qualquer delírio de vaidade, juízes com pretensões messiânicas, um Supremo omisso, uma mídia alimentada a versões de bandidos e uma legislação de delação premiada que é puro arbítrio e ferramenta de chantagem, eterniza o Cunha e os Cunha em geral.
A verdade é que não podemos ser uma Nação onde a única – ou, ao menos, a maior – preocupação é o que dirá o bandido da vez, que já foi Youssef, já foi Paulo Roberto Costa, já foi Marcelo Odebrecht, hoje Eduardo Cunha e o doleiro Lúcio Funaro, amanhã Rocha Loures e, com os avanços inevitáveis da máquina de moer a política, os Moreira, os Padilha ou lá quem mais seja.
É claro que Costa Pinto não está pedindo que se empurrem as coisas para baixo do tapete, ao dizer que “não podemos conceber que siga desempenhando esse mesmo papel depois da necessária remoção do entulho que deixou na Praça dos Três Poderes”.
Mas não haverá maneira de deter este processo sem que se mude a pauta do debate nacional deste “macartismo moral” – a que parte de uma soi-disant esquerda aderiu – e se passe a cuidar de devolver a legitimidade ao governo nacional, legitimidade que pode ser resumida em voto popular e projeto político-econômico por ele referendado.
Do contrário, o único programa econômico-social que se executará neste país será o do “mercado” que, como o homem que tinha a galinha dos ovos de outro, nos matará para nos saquear.
Governo de “mercado”, no Brasil, é como o “mercado” no Brasil: controlado pelos estrangeiros, operado por homens sem pátria, tecnocratas sem povo.
Em ótimo artigo publicado hoje no Poder360, Luís Costa Pinto, depois de um rápido passeio pelas imundícies biográficas de Eduardo Cunha, preocupa-se com o fato de, mesmo com a anunciada queda de Michel Temer, o Brasil continuar dependurado no medo das delações de Eduardo Cunha, inclusive diante da provável permanência de seu entorno no novo governo ilegítimo.
É necessário enfrentar com transparência e de cabeça erguida a enxurrada de fatos, meias-verdades e mentiras que Eduardo Cunha vomitará a partir do cartapácio que negocia com o Ministério Público e com a Polícia Federal. Ardiloso, tem agenda própria e saberá lançar flechas contra ex-amigos, inimigos declarados e desafetos dos quais algum dia imaginou ter lealdade sem jamais ter conseguido consumar gestos que os converteria em reféns.
Tem toda a razão, mas como evitá-lo se os ex-amigos continuarão lá e os “inimigos declarados e desafetos dos quais pensou ter lealdade”, por reféns, são também os ódios prediletos do Ministério Público e da mídia?
A verdade, ainda que perigoso dizê-lo sobre a onda moralista em que vivemos, é que a soma de um ministério público sem nenhum limite a qualquer delírio de vaidade, juízes com pretensões messiânicas, um Supremo omisso, uma mídia alimentada a versões de bandidos e uma legislação de delação premiada que é puro arbítrio e ferramenta de chantagem, eterniza o Cunha e os Cunha em geral.
A verdade é que não podemos ser uma Nação onde a única – ou, ao menos, a maior – preocupação é o que dirá o bandido da vez, que já foi Youssef, já foi Paulo Roberto Costa, já foi Marcelo Odebrecht, hoje Eduardo Cunha e o doleiro Lúcio Funaro, amanhã Rocha Loures e, com os avanços inevitáveis da máquina de moer a política, os Moreira, os Padilha ou lá quem mais seja.
É claro que Costa Pinto não está pedindo que se empurrem as coisas para baixo do tapete, ao dizer que “não podemos conceber que siga desempenhando esse mesmo papel depois da necessária remoção do entulho que deixou na Praça dos Três Poderes”.
Mas não haverá maneira de deter este processo sem que se mude a pauta do debate nacional deste “macartismo moral” – a que parte de uma soi-disant esquerda aderiu – e se passe a cuidar de devolver a legitimidade ao governo nacional, legitimidade que pode ser resumida em voto popular e projeto político-econômico por ele referendado.
Do contrário, o único programa econômico-social que se executará neste país será o do “mercado” que, como o homem que tinha a galinha dos ovos de outro, nos matará para nos saquear.
Governo de “mercado”, no Brasil, é como o “mercado” no Brasil: controlado pelos estrangeiros, operado por homens sem pátria, tecnocratas sem povo.
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