sexta-feira, 1 de setembro de 2017

A batalha das ideias no Brasil do golpe

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Pode parecer que a apatia tomou conta da sociedade brasileira, escaldada em tanto retrocesso. Muitos reclamam da ausência das pessoas na rua, da diminuição dos protestos, da escalada conservadora em vários campos, da economia ao comportamento. Há uma tristeza no ar, que não pode ser traduzida apressadamente como sentimento de derrota.

Essa situação pode até ter certo fundamento na realidade, mas precisa ser compreendida na nova dinâmica assumida pelo projeto conservador. O desmonte da democracia, que domina a vida institucional nos três poderes da república e que tem na imprensa hegemônica seu fiador de todas as horas, não se dá no vazio.

É mentira que o desemprego caiu

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O mais doloroso na crise político-econômica que fustiga o Brasil elevando a pobreza, a miséria e a desigualdade, extinguindo ou “precarizando” postos de trabalho, reduzindo salários e eliminando direitos trabalhistas, é a manipulação da opinião pública pela mídia conservadora, elitista e, portanto, partidária da concentração de renda.

Antes de adentrar o assunto que intitula o post, a farsa sobre queda do desemprego, é necessário explicar por que a Globo, a exemplo de outros grandes grupos de mídia, tem batido duro no governo Michel Temer no campo político. Além disso, também há que explicar a crise econômica que não termina, só piora.

Doria nomeia ex-prefeito condenado

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O prefeito de São Paulo João Doria Jr. nomeou para chefe de assessoria técnica da secretaria do governo o ex-prefeito de Cotia Antônio Carlos de Camargo, do PSDB.

“Carlão”, figura folclórica na região, teve pedida sua inelegibilidade por 8 anos em outubro de 2016 num caso de abuso de poder político.

Seu sucessor e aliado, Rogério Franco, foi cassado na mesma ação.

Em fevereiro deste ano, Carlão foi condenado por improbidade administrativa.

Um ano da morte anunciada

Por Marco Piva

Há um ano, o Brasil assistiu, numa improvável sessão dominical da Câmara dos Deputados, a destituição da presidenta Dilma Rousseff. Para seus críticos, ela era um incômodo para o desenvolvimento econômico. Com o objetivo de conseguir o impeachment a qualquer custo, a oposição foi buscar o argumento das "pedaladas fiscais", cuja explicação não alcançava a população, mas se tornou, naquele momento, o único meio possível de apeá-la do governo com o apoio majoritário de um Congresso mais do que suspeito.

População sofre com cortes de Doria

Foto: Brisa Serena Guedes/Reprodução Facebook
Por Beatriz Drague Ramos, na revista CartaCapital:

Por mais de quatro horas, Carlita Viana Pereira, 50 anos, aguardava atendimento na sala de espera do Centro de Referência em Assistência Social (Cras) de Itaquera, na zona leste de São Paulo. O dia frio não a inibiu de tentar resolver problemas com o Cadastro Único, que dá acesso ao Bolsa Família, um alívio financeiro para a abatida senhora responsável por sustentar, sozinha, os dois netos na periferia de São Paulo.

“Cheguei aqui às 8 da manhã e peguei a senha. Às 9 horas ainda não tinham me atendido. Aí a moça falou que eu poderia levar minha neta na escola e voltar. Voltei e ainda estou aguardando.” Já era 13h30. “Também não consegui o benefício do meu neto. O cadastro está feito já tem um ano, mas não recebi nenhuma cartinha de confirmação.”

Lula no deserto dos ventos

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Achando que é pouca gente para um comício de Lula?

Pois saiba que é em Marcolândia, uma cidadezinha piauiense de 8 mil habitantes no ponto mais alto da Chapada do Araripe, entre o Ceará, Pernambuco e o Piaui, a quase 750 metros de altitude.

É por isso que Marcolândia, apesar de sua pobreza, agora menor, contribui para a economia brasileira por abrigar um grande parque gerador de energia eólica, concluído no Governo Dilma.

1 ano de golpe: há 365 dias chove no Brasil

Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

Há mais de 365 dias chove no Brasil. A frase não é exatamente minha, mas uma apropriação da sentença que abre o filme do cineasta argentino Fernando Solanas. Pino, como é conhecido pelos amigos, lançou em 1998, A Nuvem, no qual critica veementemente o governo argentino da era Menem e a submissão inconteste do país aos interesses estadunidenses.

“Ha mais de 1600 dias chove em Buenos Aires”.

No filme, as pessoas andam para trás, numa clara alusão ao país que retrocedia e perdia sua soberania, sua identidade cultural e que privatizava todas as áreas da sua economia ao mercado.

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Henrique Meirelles e Consenso de Washington

Por Samuel Pinheiro Guimarães

1. O programa econômico do senhor Henrique Meirelles, atual Ministro da Fazenda; ex-Presidente do BankBoston entre 1996 e 1999 e do FleetBoston Financial; ex-Presidente do Banco Central de 2003 a 2010, e, entre 2012 e 2016, Presidente do Conselho de Administração da holding J&F, de Joesley Batista, é o Programa do Mercado.

2. É o programa desejado com ardor (e promovido com recursos) pelos banqueiros, rentistas, grandes empresários comerciais e industriais, grandes proprietários rurais, donos de grandes órgãos de comunicação, gestores de grandes fortunas, executivos de grandes empresas e seus representantes no Congresso.

Um ano de tragédias e mentiras

Por Gleisi Hoffmann

A farsa montada para o afastamento definitivo de Dilma Rousseff da presidência da República completa um ano hoje. Nesse período, assistimos horrorizados a um processo de desmonte do Estado sem precedentes em nossa história. Para cumprir à risca o que se propôs, o PMDB e o PSDB esforçam-se para aprovar uma agenda retrógrada conduzida pela banca nacional e de Wall Street, retomando assim a desastrosa política econômica que sufocou e quebrou o país três vezes nos mandatos de Fernando Henrique Cardoso. No Brasil dos golpistas, o poder político virou mero coadjuvante do poder financeiro.

Ato político-cultural pela paz na Venezuela

Do site Vermelho:

Como demonstração de solidariedade ao povo venezuelano, diversas organizações brasileiras realizam, nesta sexta-feira (1/9), o Ato Político-Cultural pela Paz na Venezuela. A atividade, que acontece na capital paulista, terá a participação de lideranças políticas nacionais, além da apresentação de músicos que trazem em seu repertório temas da luta revolucionária latino-americana.

A ação, que é organizada pelo Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela, pretende reunir militantes e entidades que se identificam com a luta anti-imperialista e a defesa da revolução na Venezuela, como explica Paola Estrada, representante da Alba Movimentos (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América): 

Avanços e regressões na comunicação pública

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Os avanços, retrocessos e desafios da comunicação pública e da radiodifusão comunitária no Brasil foram discutidos neste sábado (26), em São Luís, no Maranhão. A atividade, parte de seminário sobre comunicação nas administrações públicas organizados pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, refletiu sobre o estado de aniquilação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e a histórica criminalização dos veículos comunitários.

Peleja estratégica: Palmas para o Barão!

Por Luciano Siqueira, em seu blog:

Refiro-me ao Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, que realizou no último fim de semana, em São Luis, com pleno êxito, o seminário ‘Desafios da Comunicação nas Administrações Públicas’.

Rica agenda de debates, temática oportuna e certeira, debatedores qualificados. A democratização da mídia como pedra de toque vis a vis concepções e experiências vivenciadas a partir do desafio de governar contribuindo para a elevação do nível de aspiração e de consciência política do povo.

Vale dizer, tendo a luta de ideias como o fio condutor irrecusável.

A Eletrobrás e a arrogância ignorante

Por César Benjamim, no site Outras Palavras:

A privatização da Eletrobras, a holding do nosso sistema elétrico, está na ordem do dia. Vejo pessoas postando que ela nunca deveria ter sido criada, pois, como as demais estatais, só foi cabide de empregos e fonte de corrupção.

É um erro crasso, que demonstra completo desconhecimento da história e das especificidades brasileiras. Precisamos de instituições que garantem a operação coordenada do sistema presente e planejam os investimentos para sua expansão, sempre com uma visão de conjunto.

Brasil de Temer: Passa-se o ponto!

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

As faixas espalhadas pelas grandes cidades espelham de forma trágica a realidade dura e crua de nossa crise profunda. A recessão provocada de forma intencional pela política econômica do austericídio só poderia mesmo ter conduzido a esse quadro. A opção deliberada foi pela combinação explosiva de uma política monetária de arrocho com uma política fiscal de cortes draconianos nas despesas. Ou seja, juros campeões do mundo com redução de gastos sociais.

Cuidado, os alquimistas estão voltando

Por Reginaldo Moraes, no site Brasil Debate:

O tempo é cruel. Não apenas quando olhamos nossa imagem no espelho ou nas fotos de juventude. Contudo, paradoxalmente, esse exercício faz bem para a saúde. Exemplo claro dessa regra é uma brochura publicada pelo departamento de “pesquisa” da consultoria Merrill Lynch em abril de 1999. The Book of Knowledge. Título bíblico, mas o conteúdo não faz questão de sê-lo. Faz questão de selo, o da ML, que na época valia alguma coisa. O subtítulo esclarecia a quais crentes se dirigia: Investing in the Growing Educationand Training Industry.

Os aleijões da política mundial

Por Flavio Aguiar, na Rede Brasil Atual:

A política, em escala mundial, virou um caso ortopédico: amputar é o estilo de momento vencedor.

Vejam o nosso minipresidente, Michel Temer. Vai à China, não mais como um presidente, mas como um camelô. Leva 57 empresas estatais na mochila para oferece-las aos chineses. No discurso, é para impulsionar a economia. Na verdade, é para obter fundos para manter-se no poder, comprando votos de deputados e talvez, na sequência, de senadores. É uma amputação? É.

Os entreguistas perderam a vergonha

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:



Mídia e governo estão realmente determinados a tomar todas as medidas necessárias para prejudicar a população, e beneficiar alguns poucos privilegiados.

Duas notícias de hoje (clique nas imagens para ir à fonte):

Temer e o fim da rotulagem de transgênicos

Do blog Socialista Morena:

Tudo pelos ruralistas: enquanto edita uma medida provisória, com força de lei, para liberar ainda mais o uso de agrotóxicos no Brasil, o governo ilegítimo de Michel Temer prepara um decreto que altera a rotulagem de alimentos transgênicos. Um tuitaço com a hashtag #DeOlhoNoT, convocado por organizações da sociedade civil, aconteceu hoje como forma de denunciar e expor a proposta ruralista.

O objetivo do decreto é substituir o projeto de lei 34/2015, com o mesmo fim, mas que ainda não foi aprovado pelo Congresso. Além de deputados e senadores terem mostrado resistência, mais de 15 mil pessoas enviaram mensagens rejeitando o projeto aos membros das comissões que analisam o texto.

A esposa de Moro e o "amigo" Zucolotto

Por Cíntia Alves, no Jornal GGN:

Após a revelação de que pode ter existido tráfico de influência e possível pagamento de propina em uma negociação de acordo de delação na Lava Jato de Curitiba, o juiz Sergio Moro admitiu à imprensa que sua esposa, Rosangela, teve sim sociedade com o escritório de Carlos Zucolotto, seu "amigo pessoal". Mas reforçou que a parceria se deu "sem comunhão de trabalho ou de honorários", numa tentativa de preservar a mulher das denúncias que agora caem sobre os ombros de Zucolotto.

Temer apavorado com votação do rombo fiscal

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Como eu já disse, Temer viajou bem nervosinho para a China e por muitos motivos. Primeiro deles, a entrega da delação de Lúcio Funaro ao STF, primeiro passo para a apresentação da segunda denúncia contra ele. Outro, não menos grave, a completa desarticulação em sua base de apoio, que ficou exposta na noite desta terça-feira, na sessão do Congresso para remover os vetos da pauta, e promete outro desnudamento hoje, na votação destinada a legalizar o aumento do rombo fiscal para este ano e para 2018. O clima foi de barata-voa, com deputados governistas fazendo corpo mole, dificultando o quórum e impondo mais mudanças no Refis, o projeto que busca recursos aliviando multas e juros para devedores. O presidente do Senado, Eunício Oliveira, quase apanhou fisicamente na sessão bicameral.