sábado, 7 de outubro de 2017

O desafio de varrer o Congresso

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Daqui a um ano, tão importante quanto eleger um presidente que, com legitimidade e sensibilidade, recoloque o país na trilha do desenvolvimento e da justiça social, será renovar o Congresso Nacional, varrendo boa parte dos atuais congressistas. A maioria deles não honrou a democracia, perpetrando o golpe que derrubou Dilma Rousseff; não respeitou a vontade popular, mantendo Michel Temer no cargo apesar da ampla rejeição, e se prepara para fazer isso novamente; e não defendeu os mandamentos sociais da Constituição, aprovando medidas que suprimiram direitos e garantias. Se o Congresso não for requalificado, o futuro presidente, seja quem for, enfrentará os vícios da velha (e atual) política, lastreados no fisiologismo, no clientelismo, na servidão aos poderosos e não ao povo, na traição aos representados.

Definitivamente, Temer, não!

Por Luís Nassif, no Jornal GGN:

Que me perdoem os estrategistas políticos, os defensores da realpolitik, mas Temer, não! Definitivamente, não!

Pouco importa se a esquerda quer que fique, pois até as eleições de 2018, Temer será a melhor alternativa para desmoralizar o golpismo. Pouco importa se o mercado acha que sua queda, agora, poderia consagrar Rodrigo Maia, dar fôlego ao desmonte e prorrogar eleições. Pouco importa se sua queda afetar a economia, der algum fôlego a mais para os golpistas, se desmanchar táticas políticas ou facilitar novos golpes.

Mas Temer, não!

Lobby: Das sombras para a luz

Por Vinícius Gomes Melo, na revista Caros Amigos:

Lobby. A própria palavra parece trazer em si uma carga negativa, como se os profissionais da área — os “infames” lobistas — fossem os responsáveis por eventuais relacionamentos pecaminosos entre os setores público e privado de um país, ao se esgueirarem, na imaginação popular, nos bastidores da política por entre os corredores do poder e atrás de portas fechadas.

Como o "Estadão" atrapalha a educação

Por Carlos Pompe, no site Vermelho:

O Estado de S. Paulo (Estadão) publicou, dia 3 de outubro, no Especial Educação do Estado da Arte, artigo de Guilherme Stein, doutor em Economia pela FGV-SP e assessor da presidência da Fundação de Economia e Estatística (FEE-RS), em que tenta argumentar que os sindicatos de professores atrapalham a educação, ou que trata dos "problemas advindos da sindicalização no meio educacional", como apresenta o jornal.

No Itamaraty, o Macartismo à espreita

Por Rodrigo Martins, na revista CartaCapital:

O chanceler do governo ilegítimo, Aloysio Nunes Ferreira, que um dia se disse de esquerda e até guerrilheiro, removeu o segundo-secretário Julio de Oliveira Silva, de 32 anos, do Consulado-Geral do Brasil em Nova York, em retaliação às críticas feitas pelo jovem diplomata à política externa de Michel Temer, em artigo publicado por CartaCapital. Medida “truculenta e desnecessária”, fulminou Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores de Lula.

A portaria de remoção foi assinada pelo tucano em 28 de setembro, dois dias após estreia de sua coluna no site da publicação. No texto, o diplomata afirma que “o compromisso das forças políticas atuais com o atraso, não apenas na economia, denota a intenção explícita em reverter o pacto social civilizatório duramente obtido em 1988”.

Exclusão de Lula comprometeria a eleição

Foto: Ricardo Stuckert
Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

Ao identificar riscos à eleição presidencial do ano que vem, um grupo de intelectuais, tendo à frente o ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira, divulgou manifesto pedindo eleição "direta e irrestrita" em 2018. Embora não apareça no documento, disponível na internet (confira abaixo), eles afirmam também que uma eventual exclusão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comprometeria o processo. Hoje (5), dia em que a Constituição brasileira completa 29 anos, Bresser-Pereira, o também ex-ministro Celso Amorim e o professor Luiz Felipe de Alencastro repudiaram tentativas de implementar um "remendo parlamentarista" ou quaisquer outras medidas que afetem a legitimidade da votação.

Doria e a tática Trump do uso do Big Data

Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

Há muitas coisas em comum entre o prefeito João Dória e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ambos empresários e endinheirados, buscaram em atrações na televisão a visibilidade midiática para tornarem-se popstars.

Com a fama conquistada pela exposição na tevê, Trump e Dória se embrenharam na política, os dois a partir de posições conservadoras: Trump pelo Partido Republicano e Dória pelo PSDB. Dois personagens caricatos, com pouca experiência na vida política tradicional, chegaram à Presidência dos Estados Unidos e à prefeitura de São Paulo.

Repórter de 31 anos morreu de tanto trabalhar

Do blog Socialista Morena:

Após quatro anos, a emissora de televisão pública do Japão NHK admitiu que a jornalista Miwa Sado, de 31 anos, morreu de insuficiência cardíaca por ter sido forçada a trabalhar sem parar em julho de 2013. No mês anterior, tinha acumulado 159 horas extras acumuladas e apenas dois dias de folga.

Repórter de política, ela havia atuado na cobertura das eleições da Assembléia Metropolitana de Tóquio e da Alta Câmara Nacional, em junho e julho de 2013. Morreu três dias após o segundo evento. Segundo o jornal New York Times, a jornalista raramente tinha folgas no final de semana e trabalhava até meia-noite todo dia. Em seu aniversário, ela mandou um email aos pais, que acharam-na fraca.

Um país de descerebrados e dementes?

Por Bepe Damasco, em seu blog:

A julgar pelas manifestações de intolerância e ódio – de caráter político, ideológico, religioso ou social - que se alastram como rastilho de pólvora, a resposta é sim.

Valores totalitários e pré-iluministas são uma ameaça real à sociedade?

A volta da censura a obras de arte, partindo de um número cada vez maior de analfabetos formalmente letrados e de esferas de governo, indicam que sim.

O estado de exceção já uma realidade no Brasil pós-golpe?

Deputado recua na censura à internet

Do blog Viomundo:

O texto da emenda, do deputado Aureo (SD/RJ), que instituía a censura à internet, diz:

A denúncia de discurso de ódio, disseminação de informações falsas ou ofensa em desfavor de partido, coligação, candidato ou de habilitado conforme o artigo 5oC, feita pelo usuário de aplicativo ou rede social, por meio de canal disponibilizado para esse fim no próprio provedor, implicará em suspensão, em no máximo vinte e quatro horas, da publicação denunciada.

A pressão foi tão grande que o deputado recuou.

Em nota à imprensa (na íntegra, ao final), diz:

Guerrilha do MBL mira em arte e sexo

Por Tomás Chiaverini, no site The Intercept-Brasil:

"Vídeo polêmico mostra criança interagindo com homem nu”, diz a manchete. Diante dela, a tendência natural é imaginar o pior. “Interagir” certamente teria a ver com alguma prática sexual bizarra. O temor é reforçado pela presença insistente da palavra “pedofilia” nos comentários que repercutem o assunto. Apesar do receio, tomamos coragem, respiramos fundo e clicamos.

Há um homem nu, deitado, inerte. Ao lado dele, uma menina de uns cinco anos, acompanhada da mãe. As duas estão vestidas. A mãe então encoraja a menina a tocar no homem, e ela toca. Na canela, depois no braço. E é isso. Foi esse o trecho de um vídeo de uma performance no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), que deixou a imprensa e as redes sociais em polvorosa nos últimos dias.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Entidades rechaçam censura na internet

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Escondida na Reforma Política, o Congresso aprovou proposta de censura política, para calar as críticas nas redes sociais.

As organizações da sociedade civil que integram a Coalizão Direitos na Rede requerem o veto presidencial ao trecho do projeto de lei que impõe o bloqueio de conteúdos online a partir de mera denúncia aos provedores, ou seja, institui o dever de remover textos, vídeos e imagens da Internet antes da análise que só cabe ao Poder Judiciário.

Congresso safado cala a internet

A censura na internet agora é oficial

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A Folha chama a atenção para o trecho de emenda constitucional aprovada ontem para que sejam proibidas publicações na internet que se caracterizem como “discurso de ódio, disseminação de informações falsas ou ofensa em desfavor de partido ou candidato”.

Muito bom, claro, nestes tempos de histeria.

Mas há um pequeno “detalhe”: “segundo o texto, a publicação deverá ser suspensa “em no máximo 24 horas” após a denúncia feita por qualquer usuário de internet ou rede social em canais disponibilizados pelo provedor para esse fim.”

Ou seja, automaticamente, sem qualquer exame, ao menos em tese.

Globo esconde que é o braço direito de Nuzman

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Os diversos veículos do grupo Globo estão sonegando uma informação fundamental na cobertura da prisão de Carlos Arthur Nuzman e seu braço direito Leonardo Gryner.

Gryner fez carreira na emissora carioca. Começou como produtor de um telejornal extinto que se chamava Painel e terminou sua passagem gloriosa como diretor de Marketing Esportivo.

Saiu em 1992 para operar com Nuzman como consultor de Marketing da Federação Internacional de Vôlei. Sua trajetória televisiva está no site da Memória Globo. Corra antes que a mão invisível do mercado tire do ar.

"Os ricos nada têm a temer”

Por José Álvaro de Lima Cardoso, no site Outras Palavras:

O governo arrecadou R$ 12,1 bilhões com o leilão de quatro usinas hidrelétricas operadas pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), no dia 27 de setembro.

As usinas foram arrematadas pelos chineses, franceses e italianos. Estes últimos, quando conseguiram arrematar o seu lote comemoraram como se tivessem conquistado a Copa do Mundo de Futebol, ganhando todas as partidas. Os R$ 12,1 bilhões arrecadados com a venda, algo em torno de 2% do que o Brasil irá gastar com os serviços da dívida pública, será usado para cobrir parte do rombo das contas públicas deste ano, de R$ 159 bilhões, o maior da história.

Manifesto exige eleições irrestritas em 2018

Por Rute Pina, no jornal Brasil de Fato:

Intelectuais, artistas, economistas, advogados, jornalistas e sociólogos que compõem o projeto Brasil Nação lançaram, nesta quinta-feira (5), um manifesto em defesa de eleição direta e irrestrita em 2018.

"A democracia brasileira está em perigo. Para completar o golpe parlamentar, os atuais detentores do poder discutem a ideia de costurar um remendo parlamentarista ou adiar a eleição presidencial de 2018. Há tentativas de impedir a plena representação das camadas populares. Tudo isso é inaceitável", diz o texto.

As crueldades do "gestor" Doria

Por Alexandre Padilha, na revista Fórum:

Nesta semana, até a grande imprensa foi obrigada a colocar luz no sofrimento de milhares de paulistanos, provocado pelas decisões do atual prefeito, que revela o que acontece com a Saúde da cidade quando o que move a decisão do gestor é o número de views e likes no Facebook e não número de atendimentos a quem mais precisa.

No inicio de 2016, o homem que está no cargo de prefeito da maior cidade do Brasil, e acumulando o programa pessoal de milhagens aéreas pelo Brasil fazendo campanha para uma obsessiva candidatura presidencial, anunciou que acabaria com as filas de exames, em uma cidade que realiza cerca de 500 mil exames todos os meses pelo SUS municipal, como em um passe de mágica.

Câmara tem o dever de afastar Temer

Por Alice Portugal, no Blog do Renato:

A segunda denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra Michel Temer é consistente e estarrecedora. Comprova com dados financeiros que a corrupção é o principal alicerce deste governo desmoralizado. Os fatos cometidos no exercício do mandato presidencial usurpado são graves, mancham a história nacional e precisam ser julgados no STF.

Após a leitura da peça em Plenário nesta semana, a Câmara dos Deputados tem o dever de cumprir seu papel e votar a favor do andamento do processo contra o presidente ilegítimo, no Supremo Tribunal Federal (STF), onde é acusado por obstrução de justiça e organização criminosa. Se não afastarmos imediatamente o golpista, o Brasil mergulhará cada vez mais em uma crise política profunda com mais perda de direitos sociais, trabalhistas e de patrimônio nacional em meio à enxurrada das privatizações, que agora inclui abertamente a Petrobras no pacote.

Senado dá com uma mão e tira com outra

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Com anos de atraso, e depois de muito leite derramado, o Congresso aprovou o financiamento público de campanhas, com a criação de um fundo que já começa ser apedrejado pela hipocrisia de sempre: vamos gastar em campanhas o dinheiro que poderia financiar a saúde, a educação, a habitação etc. Lorotas de quem deseja a volta do financiamento empresarial, que permite sempre o embolso parcial das doações e é porta-larga para a corrupção. Mas como não poderia deixar de ser, na última hora inventaram um modo de favorecer os candidatos mais ricos, com a supressão, pelo Senado, do artigo que impunha limites ao autofinanciamento. Se o ricaço pode gastar quanto quiser, e geralmente ele é empresário, trata-se de um autofinanciamento empresarial.