Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:
Na época da escravidão a figura do capitão do mato sintetizava o que existia de pior em termos humanos. Era o responsável por exercer o poder desumanizador de forma sempre violenta. O mais sujo de todo o trabalho era um misto de subserviência, admiração e medo. O capitão do mato se submetia ao patrão como um rato, queria ser como ele em seus sonhos de emancipação de sua vida ordinária e temia ocupar o lugar da pessoa que martirizava. Por outro lado, tinha a capacidade de reunir em si tudo que era mais desprezível num ser vivo, alimentando o desprezo dos senhores, o repúdio dos cidadãos e o ódio dos escravos.