sábado, 3 de fevereiro de 2018

A 'reforma' trabalhista e os sindicatos

Por Clemente Ganz Lúcio, no site Brasil Debate:

A nova legislação trabalhista, ao enfraquecer o poder de negociação dos sindicatos e reduzir o financiamento deles, impõe uma reforma sindical cuja constitucionalidade vem sendo questionada por argumentos jurídicos consistentes.

Duas das principais fontes de financiamento sindical, que representam cerca de 70% da receita corrente das entidades, estão sendo atacadas. Uma é a contribuição sindical (desconto anual de um dia de trabalho de todos os empregados), destinada à manutenção de sindicatos, federações, confederações e centrais sindicais; e ao Ministério do Trabalho. Tinha caráter obrigatório desde que foi implantada, mas, com a atual legislação, passou a ser facultativa.

A desculpa de Moro pra vantagem indevida

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Sérgio Moro veio com a explicação para o recebimento indevido – sim, indevido, porque não se trata de indenização por gasto em moradia – do auxílio que ele recebe para morar em apartamento próprio.

- O auxílio-moradia é pago indistintamente a todos os magistrados e, embora discutível, compensa a falta de reajuste dos vencimentos desde 1 de janeiro de 2015 e que, pela lei, deveriam ser anualmente reajustados - disse ele a O Globo.

75 anos da vitória soviética em Stalingrado

Por Augusto Buonicore, no site da Fundação Mauricio Grabois:

Há 75 anos, no dia 3 de fevereiro de 1943, era formalizada a rendição alemã em Stalingrado. Esta foi a maior derrota militar que as tropas nazistas haviam sofrido até então. Naquela batalha homérica, os soviéticos destruíram um exército invasor composto por cerca de trezentos e trinta mil homens e fizeram mais de noventa mil prisioneiros, entre eles vinte e quatro generais e um marechal de campo. O mundo inteiro tomava consciência, pela primeira vez, de que a Alemanha de Hitler não era invencível. No final de tudo, afirmou o poeta comunista Aragon, "não foi Stalingrado que caiu, como pretendiam os reacionários, mas a própria dominação hitlerista."


O futuro acerto de contas do Judiciário

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A crise do presidencialismo de coalizão nasceu de uma semeadura persistente, de escândalos históricos do mundo político, reiterados, repetidos, que jamais foram enfrentados pelas instituições e pelos partidos hegemônicos, nem pelo PSDB, nem pelo PT. A Lava Jato explodiu em cima de um campo minado. Foi apenas uma questão de tempo para tudo vir abaixo.

A próxima crise institucional já tem um personagem à vista: o Poder Judiciário. Nos últimos anos, a arrogância, o corporativismo, o protagonismo político, a falta de sensibilidade das principais lideranças gerou bolhas de desconfiança, que explodirão assim que Executivo e Legislativo se livrarem da organização criminosa que os controla atualmente e recuperarem um mínimo de legitimidade.

Judiciário: os podres começam a aparecer

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

No sistema social indiano, a casta superior dos brâmanes teria saído da própria cabeça do deus Brahma, o que confere onipotência a seus membros e dever de obediência aos demais. Os integrantes do chamado Sistema de Justiça Brasileiro (composto pelo MPF, o Poder Judiciário e adicionalmente a Polícia Federal, na função de polícia judiciária) podem não se sentir filhos de Têmis, deusa grega da Justiça, mas nos últimos anos vêm agindo como uma nova casta, portadora exclusiva da honestidade e da decência, e por isso credenciada a usufruir de privilégios e a fustigar os outros poderes (desmoralizados e enfraquecidos demais para reagir), os partidos políticos e as organizações sociais.

“Apatia do povo”, argumento enganoso

Por Paolo Colosso, no site Outras Palavras:

Boa parte das esquerdas sente-se acuada com a politização do Judiciário, que acelera um julgamento cujas sentenças são visivelmente alinhadas. De fato, o caminhar dos fatos deixa claro a que veio a ruptura de 2016. Mas a nitidez do estrategismo e o cinismo dos atores políticos que orbitam em torno do bloco no poder são fatores que reforçam o déficit de legitimidade perante o grosso população e, ainda, a perda de hegemonia também das narrativas conservadoras.

O trabalhador está vivendo de "bico"


A dilapidação dos empregos com carteira assinada está mais célere do que se esperava: menos de um ano após a “reforma” trabalhista ser aprovada pelo consórcio PMDB-PSDB, o número de brasileiros na informalidade disparou e superou pela primeira vez os que têm CLT. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua (PNAD Contínua) do IBGE, no último trimestre do ano passado o país tinha 34,31 milhões de trabalhadores atuando como autônomos ou na informalidade, contra 33,32 com carteira assinada e direitos garantidos, como férias anuais, FGTS e 13º salário. Houve uma queda de quase 1 milhão no número de trabalhadores com carteira em relação ao mesmo período de 2016.

O senso imoral de justiça de Moro e Bretas

Por Renato Rovai, em seu blog:

As leis são filhas do seu tempo. São utilizadas em boa medida para impedir o livre arbítrio dos seres humanos em nome da boa convivência em sociedade. E servem à domesticação, como já apontou Foucault.

Leis são construídas a partir dos interesses de quem tem mais força pra fazê-las. A escravidão foi legal no Brasil até 1888. Homens brancos que torturavam suas posses negras agiam amparados pela lei.

Não há mérito em cumprir a lei quando ela é injusta, imoral, corrupta e atenta contra os interesses de grupos ou da sociedade como um todo.

Onda conservadora e a 'nova normalidade'

Por Reginaldo Moraes, no site Carta Maior:

Há uma estória antiga, dizendo que quando a gente está com medo fica assobiando no escuro. Uma reação infantil, claro, mas acalma. Por vezes, botar no papel as ideias tem esse efeito. E pode ser que sirva também para os outros. Então, aí vai mais um assobio no escuro.

Tenho amigos que faz algum tempo passaram a reduzir a importância do que chamam de “a politica” ou da “política institucional”. Nesse rótulo o que se incluía, principalmente, eram os partidos e as eleições.

Os outros negócios dos donos da mídia

Por Pedro Rafael Vilela, no jornal Brasil de Fato:

Os proprietários dos principais grupos de mídia do país, além de concentrarem em poucas mãos os veículos de comunicação de maior audiência, também têm negócios em diversos outros setores da economia, como agronegócio, mercado imobiliário, mercado financeiro, entre outros. É o que revela uma pesquisa inédita, conduzida pela ONG Repórteres Sem Fronteiras e pelo Coletivo Intervozes, sobre a gravidade da concentração midiática no Brasil.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Prendam Lula, de preferência na Bastilha

Por J. Carlos de Assis, no blog Cafezinho:

Prendam Lula. Preferivelmente na Bastilha. Depois a gente vê o que se deve fazer. Afinal, teremos 12 anos para refletir e decidir entre arrancar Lula da prisão à força, trazendo-o de volta à Presidência, ou nos sujeitar humildemente às ordens da turma de Temer e de seus sucessores carimbados pela corrupção, gente como Geddel, Moreira Franco, Jucá, Imbassay, Loures, toda a turma do Palácio do Planalto que divide seu tempo e suas preocupações entre cuidar do próprio prontuário e planejar assaltos ao patrimônio público.

Mourão deixa o Exército. Vice de Bolsonaro?

Por Ruben Berta. no site The Intercept-Brasil:

Com direito a uma cerimônia anunciada nas redes sociais pelo pré-candidato a presidente e deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), o general do Exército Antonio Hamilton Martins Mourão se despediu nesta quarta-feira do quadro da ativa das Forças Armadas. Em setembro do ano passado, o oficial foi criticado pelos próprios colegas após fazer um discurso em que falava da possibilidade de intervenção militar diante da crise das instituições no país. 

“Os Poderes terão que buscar uma solução, se não conseguirem, chegará a hora em que teremos que impor uma solução… e essa imposição não será fácil, ela trará problemas”, afirmou à época.

Vai sobrar para o Alckmin?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Fernando Henrique Cardoso, o grande patrono dos tucanos, prefere Luciano Huck.

Michel Temer não gosta dele, mas o seu MDB não tem ninguém.

O grande eleitor chamado “mercado” queria Henrique Meirelles, mas ele não tem votos.

Geraldo Alckmin não passa de um dígito nas pesquisas, não empolga ninguém, mas por falta de opção no mercado de votos pode sobrar para ele o espólio do “governo das reformas”.

A planilha que complica Temer

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

“Não vou admitir mais que se diga impunemente que o presidente é, se me permite a expressão, entre aspas, trambiqueiro, que fez falcatruas.” Será que a pretensão de Michel Temer, proclamada em uma rádio na segunda-feira 29, resiste ao passado do peemedebista? A julgar por um novo relatório da Polícia Federal (PF), não.

O documento, de 15 de dezembro, propõe quebrar os sigilos bancário, fiscal e telefônico de Temer e foi usado por um delegado, Cleyber Malta Lopes, para pedir mais prazo para concluir investigações contra o presidente em um inquérito em curso no Supremo Tribunal Federal (STF).

Sem Lula, eleição é disputa de Berlusconis

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Num país indignado com as privatizações, a entrega das riquezas nacionais e o desmanche de conquistas sociais, a pesquisa Datafolha mostra a liderança de Lula como um caso de direito adquirido, perto de uma vítória em primeiro turno.

Realizada cinco dias depois do julgamento do TRF-4, a pesquisa mostra que, mesmo tendo sido manchete diária nas redes sociais, na TV e nos jornais, por mais de uma semana, a absurda sentença de 12 anos de prisão teve impacto nulo na confiança que ele dispõe junto a uma imensa parcela de brasileiros.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Jornais perdem 520 mil exemplares em 3 anos

Por Altamiro Borges

O ativismo político da mídia tradicional, que protagonizou o golpe que levou ao poder a quadrilha de Michel Temer e difundiu a campanha de ódio contra o ex-presidente Lula, não decorre apenas de motivações ideológicas, de classe. Ele deriva também de questões de sobrevivência. Devido à estagnação econômica, à explosão da internet e à perda de credibilidade, a imprensa hegemônica está em crise. Os sinais de decadência aparecem em todas as plataformas. Mas é nos jornalões que eles são mais evidentes. Nos últimos três anos, os maiores jornais do país perderam 520 mil exemplares. Só mesmo o poder público, tão estigmatizado pelos cínicos neoliberais, pode salvá-los com os milhões em publicidade. Isto explica a postura chapa-branca e mercenária da mídia diante do usurpador Michel Temer. Eles “topam tudo por dinheiro”, como sempre afirma Silvio Santos.

Marcelo Bretas e os juízes sem moral

Por Jaime Sautchuk, no site Vermelho:

Tenho vários amigos em postos bem situados do Judiciário, entre os quais juízes e promotores. Eles próprios concordam, porém, em que a Justiça e o Ministério Público da Pindorama estão salpicados de carreiristas interesseiros, “gente que não presta”, no dizer popular. Muito diferentes do que se espera de quem usa a respeitável toga.

Aqueles com os quais eu tenho conversado volta e meia ficam envergonhados com o rumo dos acontecimentos. A começar pelo protecionismo ou excesso de corporativismo reinante nos meios jurídicos, com a inoperância de órgãos de controle, como o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que deixam o barco correr solto.

A terapia do choque contra a Previdência

Por Carlos Gabas e Esther Dweck, na Rede Brasil Atual:

O governo Temer apresentou em 22 de janeiro o resultado do Regime Geral da Previdência Social (RGPS) e o resultado do Regime Próprio de Previdência Social Federal (RPPS), registrando “déficit recorde” de R$ 268 bilhões para 2017. A divulgação com grande pompa tem o objetivo claro de influenciar no debate sobre a reforma da Previdência, cuja votação está marcada na Câmara para 19 de fevereiro.

Temer sabe que ainda não tem os votos suficientes para aprovar a PEC e por isso quer aumentar o clima de terror usando dados alarmantes. Com isso, mantém o falso discurso de que a reforma é para garantir a sustentabilidade e reduzir privilégios.

A sinceridade patética de Michel Temer

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Em seu estilo cantor de bolero/mordomo de filme de terror/porteiro de fliperama, Temer deu uma explicação aparentemente estúpida sobre sua impopularidade, mas no fundo precisa.

“Às vezes, as pessoas não vão com a minha cara. Dizem ‘não vou com a cara desse Temer’. Não tem problema. O problema é analisar de maneira fria o que está sendo feito no meu governo. Pegamos uma recessão medonha”, disse ele em entrevista à Rádio Metrópole, da Bahia.

Datafolha: perseguição a Lula deve aumentar

Por Jeferson Miola, em seu blog:

A pesquisa Datafolha de 31/1 confirma que Lula pode ser eleito presidente no primeiro turno da eleição de outubro.

Lula vence em qualquer cenário, contra qualquer invento da oligarquia golpista. Dependendo do cenário, Lula tem uma superioridade entre 18% e 21% em relação ao segundo colocado, que é Bolsonaro [16 a 18%].