quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

É preciso furar o bloqueio da mídia

Por Laurindo Lalo Leal Filho, na Rede Brasil Atual:

Os meios de comunicação exercem um tipo de censura peculiar. Sonegam do público informações que poderiam dar-lhe visão mais ampla dos fatos e a oportunidade de tirar suas próprias conclusões

“Defender o direito de Lula ser candidato é defender a democratização da mídia”, afirmou Jerry Oliveira, coordenador da Rádio Democracia, uma rede então com mais de 250 rádios comunitárias que transmitiu o julgamento do ex-presidente em Porto Alegre, em 24 de janeiro. O objetivo, segundo ele, era o de “furar a bolha da imprensa comercial e defender o Estado de Direito”.

Carnaval pode ter disparado o gatilho social

Por Gilberto Maringoni, no blog Diário do Centro do Mundo:

É muito cedo para qualquer avaliação sobre o impacto de pelo menos dois acontecimentos de ontem na cena política, a Paraíso do Tuiuti e a ocupação do Santos Dumont. Tenho o péssimo hábito de pensar em voz alta, infernizar quem me é próximo com longas conversas telefônicas antes de opinar. Busco aqui algum diálogo com amigos do FB. Quem tiver paciência, please, opine.

1. Estamos em uma época de muita politização e pouca mobilização. Mas o desfile da Tuiuti e a ocupação do aeroporto carioca pelos foliões são eventos muito fortes.

Huck e o cristal trincado da Globo

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

No momento, o quadro político que se prenuncia é o seguinte

Peça 1 – o candidato da Globo

O fator Luciano Huck sempre esteve no horizonte da Globo desde as primeiras manifestações do golpe. Tinha-se claro:

· A ampla e completa desmoralização da classe política;

· Caminho aberto para as celebridades televisivas, fenômeno ocorrido na Itália das “mãos limpas” e nos Estados Unidos, país onde a insatisfação generalizada com a política tradicional gerou Donald Trump
No começo do processo, aventou-se o nome de Huck. Depois, ele foi prudentemente poupado. Até as eleições havia dois riscos pela frente.


Livros que apontam rumos na economia

Por Ladislau Dowbor, no site Carta Maior:

A economia deve servir para o bem-estar da sociedade e não o contrário. Este foi o critério para a seleção de oito leituras sobre os rumos da nossa sociedade que me pareceram de particularmente úteis. Estudos escritos de forma clara que não apenas trazem um diagnóstico sobre os problemas, mas apontam rumos e nos orientam em meio ao caos das aceleradas transformações em curso. Dei prioridade à literatura internacional porque, em geral, ela é menos conhecida. Os livros são em inglês, hoje a língua franca científica, mas as resenhas que fiz são evidentemente em português, e constituem em si uma leitura útil. Aliás esses livros já deveriam estar no mercado em português.

Os jatinhos de Huck e Doria e as leis deles

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

É tudo dentro da lei, argumentam os comentaristas deste blog quando se critica os privilégios da faustosa Corte do corporativismo e do patrimonialismo que manda neste país desde os tempos do Império.

Em outras palavras, quem pode, pode; quem não pode cresça e apareça.

Sempre foi assim em qualquer época e regime no Brasil: quem faz as leis e quem é responsável pelo seu cumprimento cuida em primeiro lugar dos seus próprios interesses e da sua classe.

Tem as leis e os regulamentos deles, os maganos do andar de cima, e as leis para o resto, o povo do andar de baixo, como diria Elio Gaspari.

Previdência: cresce a adesão à greve geral

Do jornal Brasil de Fato:

Do norte ao sul do Brasil muitas assembleias e atos estão marcados para o dia 19 de fevereiro por conta da possível votação da reforma da Previdência.

Independentemente do dia em que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) colocar a proposta em votação, a paralisação em massa vai ocorrer na próxima segunda-feira.

Após 15 meses de discussões e pelo menos 10 adiamentos, o prazo-limite imposto pelo governo para aprovar a reforma é fevereiro. O projeto parecia ter apoio sólido, mas em ano eleitoral e depois de enfrentar duas denúncias oferecidas pelo Ministério Público Federal, dificilmente os 308 votos serão alcançados.

Lava-Jato segue com a máscara da enganação

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Acabou o carnaval. Como há muito tempo não se assistia, foi um carnaval marcado por protestos políticos e pela forte denúncia do golpe e da oligarquia corrupta, racista e escravocrata que o promoveu.

Depois da farsa judicial montada para condenar o ex-presidente Lula que escandalizou o mundo inteiro, o carnaval deste ano se transformou em outro potente produto de exportação das notícias do golpe e da ditadura jurídico-midiática implantada no Brasil.

Como dissemos, o carnaval de 2018 acabou. A Lava Jato, porém, ainda continua escondida atrás da máscara da enganação que esconde seus reais objetivos.

Facebook vitaminou a direita no Brasil

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

As recentes polêmicas envolvendo o Facebook decorrentes da mudança da política da empresa norte-americana para divulgação de notícias e controle do alcance das postagens naquela rede social podem contribuir para que a militância de esquerda no país escape de uma armadilha: o próprio Facebook.

A maior rede social do mundo começou a se popularizar com mais força no Brasil por volta de 2010. E ela acabou se tornando o mecanismo que ressuscitaria a extrema-direita no Brasil e, em seguida, agigantaria os adeptos dessa ideologia nefasta que, no maior de seus desatinos, gerou o nazismo.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Huck garfou R$ 20 milhões da Lei Rouanet

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Os nossos neoliberais gostam de um “projeto social” para seu automarketing, mas detestam por a mão no bolso.

Adoram por a mão no bolso do Estado, isso sim.

O Instituto Criar, pertencente a Luciano Huck, obteve, pela Lei Rouanet, R$ 19,5 milhões de doações convertidas em abatimento no imposto a pagar de grandes empresas – como o Itaú, a Microsoft, Casas Bahia, Ponto Frio, Volkswagen e outras –, um valor que deve chegar a R$ 21 milhões das captações em curso, este ano.

Tuiuti e o arrastão do fim do mundo

As mentiras da mídia sobre a Venezuela

Por João Pedro Stedile

O povo brasileiro vem sendo bombardeado todos os dias por mentiras e manipulações da grande imprensa sobre a situação da Venezuela. As acusações vão desde um governo ditatorial, migração em massa, povo passando fome e até violência diária nas ruas, cometida pela polícia, contra todos.

Vamos aos fatos. Desde que Chavez assumiu o governo pelas urnas em 1999, foram realizadas dezoito eleições. Duas delas o governo perdeu. A oposição direitista governa três estados importantes. Foi o país do planeta que mais eleições diretas realizou em toda história.

Globo fez com Vandré o que faz com a Tuiuti

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Creio que a palavra “Boicote” é a melhor forma de definir os minúsculos segundos assegurados pelo Jornal Nacional ao desfile da Escola Paraíso do Tuiuti, desde já a grande vitoriosa do carnaval carioca de 2018.

Num país onde as instituições políticas se encontram esfrangalhadas - situação para a qual a Globo deu uma contribuição notória e insubstituível -, a Escola não só apresentou boa qualidade técnica e inegável originalidade. Também fez aquilo que se espera da boa arte popular - colocar o dedo na ferida dos problemas que incomodam a vida do povo.

Carnaval avisa que a Globo mexe com fogo

Por Renato Rovai, em seu blog:

O Carnaval é um momento catártico para o brasileiro. É quando ele explode, solta os bichos, celebra a vida, canta suas tristezas e alegrias e flerta com a morte. Tudo se dá no limite.

Evidente que não é um país inteiro na Sapucai ou qualquer outra metáfora global. Há pessoas em retiro espiritual, gente desfrutando de cachoeiras, dezenas se matando de ver séries e comendo pipoca e outras viajando pra fora do país e fazendo selfies.

Mas em tempos de redes sociais digitalmente interconectadas mesmo quem fugiu da folia foi impactado por ela. Entre as muitas mensagens que circularam, algumas se destacam.

Carnaval contra Temer e pelos direitos

Editorial do site Vermelho:

O carnaval é um grande momento de extravasamento dos sentimentos da nação, um termômetro do humor nacional. E, por vezes, vira um grande palco de manifestações políticas. Permite a veemente manifestação do sentimento popular em relação aos governantes, principalmente contra os desmandos autoritários que atacam direitos do povo e dos trabalhadores, privatizam empresas públicas e desmantelam o Estado e a soberania nacional.

Facebook e Google, os novos Leviatãs

Por Carlos Drummond, na revista CartaCapital:

O crescimento do Facebook e do Google ameaça a economia e a sociedade, alertou o bilionário George Soros em Davos em seu discurso anual sobre as perspectivas mundiais, mas os monopólios globais da tecnologia da informação são só a parte mais vistosa de um problema de proporções imensas. Com crescimento desenfreado em especial a partir dos anos 1980, as multinacionais conquistaram um poder sem precedentes e exercem controle indireto sobre os Estados Nacionais e as sociedades.

As megaempresas transnacionais são os novos Leviatãs, na definição cunhada em 2005 pelos economistas Alfred D. Chandler e Bruce Mazlish, que consideraram o poderio do bloco privado superior ao do Estado Nacional, rotulado com aquela metáfora bíblica pelo filósofo Thomas Hobbes no século XVII.

O lucro dos bancos e o "Bolsa Família"

Por Mauro Lopes, em seu blog:

2017 foi um dos piores anos da história para o povo brasileiro: mais de 12 milhões de desempregados, a volta do terror da fome, redução ou fim de programas sociais (veja aqui também). Para os banqueiros e seus associados, os rentistas, foi uma festa de gala: o lucro dos três maiores bancos no ano passado foi de R$ 53,8 bilhões, mais de duas vezes o orçamento do Bolsa Família para 2018, de R$ 28,7 bilhões. Em cinco anos, o lucro dos bancos saltou nada menos que 127%.

O sacrifício do Brasil em prol dos EUA

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

No início dos anos 40, enquanto as nações ricas se destruíam umas às outras na II Guerra, um poeta brasileiro, angustiado com as terríveis disparidades sociais que assolavam o nosso continente, se perguntava “como poderia compreender-te, América? É muito difícil”.

No tempo de Drummond, não havia internet, muito menos estatísticas atualizadas mensalmente, acessíveis a qualquer interessado. Os intelectuais dispunham de menos armas informativas para fazer o bom combate político. Eles sabiam o básico, de qualquer forma: que os países ricos eram ricos porque exportavam produtos industrializados com alto valor agregado, ao passo que os países pobres eram pobres porque se restringiam a exportar matérias primas.

Mais uma comunidade se levanta por Lula

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Enquanto os blocos esquentavam o asfalto e as escolas iluminavam a Sapucaí, apareceu na favela da Rocinha aquela faixa: “Se Lula for preso o morro vai descer”. Os cariocas sabem o que significa o morro descer. Já aconteceu algumas vezes e começa com o fechamento da auto-estrada Lagoa-Barra e o túnel Zuzu Angel. Mas não foi só lá. Amigos do Rio informam que apareceram faixas de solidariedade a Lula também no Morro do Juramento, na Favela da Maré e no Morro do Fallet, em Santa Tereza. Só consegui foto da faixa do Juramento, que diz: “Carnaval sem Lula é fraude. Moro, juiz imoral. Moro, juiz parcial”.

Tuiuti desceu o morro e calou os paneleiros

Foto: G.R.E.S. Paraíso do Tuiuti
Por Anderson Moraes, no site Jornalistas Livres:

A Tuiuti merece mais que o título. Ela tem que ser reverenciada pela obra por décadas e estudada nas escolas. Diz o sábio mestre Candeia ao amigo Carlos Mumu Oliveira. Dois símbolos de um Rio de Janeiro que combate e sorri. Na mesa de um bar esta estória se deu de forma “real” como homenagem ao desfile que emocionou e deu recado ao mundo.

Logo, Candeia, já emenda: “Passa a porção de manjuba, meu amigo, que hoje o papo é sério”.

Candeia mastiga, toma um gole da sua cerveja e continua sua análise. “Vi esse desfile em lágrimas e pensei: Isso é o nosso Quilombo”.

Crivella: um ano de culto à intolerância

Por Maurício Thuswohl, na Rede Brasil Atual:

O ano mal começou, e o anúncio do fechamento por tempo indeterminado da cinquentenária Casa do Jongo da Serrinha já dá mostras de que em 2018 a rotina de abandono pela Prefeitura do Rio de Janeiro das manifestações culturais ligadas a matrizes africanas repetirá o ano anterior. Mesmo tombada em 2005 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como Patrimônio Imaterial da Região Sudeste, a tradicional casa localizada no bairro de Madureira (zona norte) viu ser interrompido desde outubro o repasse financeiro que recebia da Secretaria Municipal de Cultura. “Não sabemos sequer o motivo. Tentamos várias reuniões, mas nunca fomos recebidos”, diz Dyonne Boy, diretora da ONG que administra o espaço.