Se alguém é assassinado neste país hoje ela será uma vítima ou a culpada de sua própria morte, a depender da raça, gênero, classe social, origem, orientação sexual e posição ideológica. Se for branco ou homem ou rico ou heterossexual ou de direita ou tudo isso junto será vítima. Se for negra ou pobre ou LGBT ou de esquerda ou tudo isso junto, “está colhendo o que plantou”.
Foi assim com Marielle e é assim com os ataques a bala contra a caravana do ex-presidente Lula. Felizmente, ninguém se feriu. Mas é preocupante que um governador de Estado do PSDB, adversário do petista, culpe a vítima pela violência sofrida, incitando a que haja mais violência ideológica. “Eles estão colhendo o que plantaram”, disse Geraldo Alckmin, ecoado pelo aliado João Doria. “O PT sempre utilizou da violência, agora sofreu da própria violência.”