Foto: Francisco Proner |
As longas e dramáticas horas que se seguiram à ordem de prisão do ex-presidente Lula, na quinta-feira, podem terminar hoje, sem sangue e sem morte mas, com um pouco mais da insensatez que pontuou todo o processo, poderiam ter sido trágicas. Caso se entregue mesmo hoje, depois da missa pelo aniversário de sua falecida mulher, dona Marisa, Lula terá feito sua própria hora, será preso “sem baixar a cabeça”, depois da demonstração de apoio popular que fará dele um preso político, embora condenado por corrupção. Lula refaz seu mito. As imagens correrão o mundo e estarão na campanha eleitoral. Foi a precipitação do juiz Sérgio Moro, ao ordenar sua prisão atropelando prazos e ritos, que lhe permitiu protagonizar o auto de resistência. E ainda existe a hipótese de o STF acolher uma reclamação contra os atropelos. Se não tivesse errado, Moro não teria engolido o desaforo. Por outro lado, ordenando o uso da força, poderia ter provocado uma tragédia.