Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:
A elite brasileira sempre detestou o povo, o que não é novidade. No entanto, tinha como álibi para seu ódio de classe a defesa teórica da democracia. Definida como governo do povo, pelo povo e para o povo, a democracia brasileira sempre foi o último bastião dos canalhas. Era mais fácil manipular todo o jogo político e ao final colher a chancela da representação dos falsos interesses da maioria.
Nossa democracia autoritária e elitista teve sua origem apenas com a vez e a voz de proprietários, homens e brancos. À medida que a roda da história ampliava a participação em direção à realidade social, foram sendo aprimorados os mecanismos de controle, de modo a permitir o voto, mas não o poder. O desprezo às formas de democracia participativa tem seu fundamento nesse enredo.
Nossa democracia autoritária e elitista teve sua origem apenas com a vez e a voz de proprietários, homens e brancos. À medida que a roda da história ampliava a participação em direção à realidade social, foram sendo aprimorados os mecanismos de controle, de modo a permitir o voto, mas não o poder. O desprezo às formas de democracia participativa tem seu fundamento nesse enredo.