Mal a Justiça Eleitoral encerrou os procedimentos de apuração do resultado final da eleições, vozes destacadas, que vão além do espectro de apoio à chapa Fernando Haddad-Manuela d’Ávila, se pronunciaram em defesa da democracia. Falaram representantes do Supremo Tribunal Federal (STF), da Procuradoria-Geral da República e da Justiça Eleitoral. O ministro Ricardo Lewandowski, do STF, pediu “respeito incondicional às instituições e aos direitos fundamentais, em especial às minorias e grupos mais vulneráveis”. Luciano Mariz Maia, vice-procurador-geral, da República, avaliou que nem tudo o que Bolsonaro falou “pode se converter em atos concretos”.
quarta-feira, 31 de outubro de 2018
Autoritarismo de Bolsonaro é repelido
Mal a Justiça Eleitoral encerrou os procedimentos de apuração do resultado final da eleições, vozes destacadas, que vão além do espectro de apoio à chapa Fernando Haddad-Manuela d’Ávila, se pronunciaram em defesa da democracia. Falaram representantes do Supremo Tribunal Federal (STF), da Procuradoria-Geral da República e da Justiça Eleitoral. O ministro Ricardo Lewandowski, do STF, pediu “respeito incondicional às instituições e aos direitos fundamentais, em especial às minorias e grupos mais vulneráveis”. Luciano Mariz Maia, vice-procurador-geral, da República, avaliou que nem tudo o que Bolsonaro falou “pode se converter em atos concretos”.
Ignorância ameaça futuro da Amazônia
Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:
“Tirar a floresta para colocar uma ou duas cabeças de gado por hectare é coisa de uma estupidez e de uma ignorância tão grandes que justifica quando se diz que a barbárie vem aí. É um domínio da ignorância em função de um lucro rápido: desmatar, colocar o boi e tirar aqueles 200 reais 300 reais um boi. É espantoso! Se esse é o futuro que nos reservam, vão se dar mal. Serão corridos pela própria história, que é às vezes lenta, mas implacável”.
terça-feira, 30 de outubro de 2018
Folha e Globo foram covardes com Bolsonaro
Por Renato Rovai, em seu blog:
Bolsonaro está conseguindo vencer o braço de ferro com a imprensa tradicional nesses primeiros dias após a sua vitória. A capa de hoje da Folha de S.Paulo é o recibo mais claro e evidente dessa postura covarde. Mas há outros indícios.
Ontem Bolsonaro foi ao Jornal Nacional para dizer não só à Folha como também para a Globo que os veículos que viessem a fazer jornalismo crítico ao seu governo não irão ter verba publicitária e ainda sentirão o peso da lei.
Bolsonaro está conseguindo vencer o braço de ferro com a imprensa tradicional nesses primeiros dias após a sua vitória. A capa de hoje da Folha de S.Paulo é o recibo mais claro e evidente dessa postura covarde. Mas há outros indícios.
Ontem Bolsonaro foi ao Jornal Nacional para dizer não só à Folha como também para a Globo que os veículos que viessem a fazer jornalismo crítico ao seu governo não irão ter verba publicitária e ainda sentirão o peso da lei.
Novo Congresso veio pior que a encomenda
Por Antônio Augusto de Queiroz, na revista Teoria e Debate:
A eleição do último dia 7 de outubro renovou em 52% a Câmara e em 85% o Senado. O novo Congresso Nacional será mais liberal na economia, mais conservador nos costumes e mais atrasado em relação aos direitos humanos e ao meio ambiente do que o atual. Organizado em torno de bancadas informais – como as evangélicas, a da segurança/bala e a ruralista –, será o mais conservador desde a redemocratização.
A eleição do último dia 7 de outubro renovou em 52% a Câmara e em 85% o Senado. O novo Congresso Nacional será mais liberal na economia, mais conservador nos costumes e mais atrasado em relação aos direitos humanos e ao meio ambiente do que o atual. Organizado em torno de bancadas informais – como as evangélicas, a da segurança/bala e a ruralista –, será o mais conservador desde a redemocratização.
Geopolítica em tempos de incerteza
Por Immanuel Wallerstein, no site Outras Palavras:
A arena mais fluida do sistema-mundo moderno, que se encontra em crise estrutural, é possivelmente a arena geopolítica. Nenhum país chega perto sequer de dominar essa arena. O último poder hegemônico, os Estados Unidos, vem há muito agindo como um gigante desamparado. É capaz de destruir, mas não de controlar a situação. Ele ainda proclama as regras que outros devem supostamente seguir. Mas pode ser - e é - ignorado. Há uma longa lista de países que agem como consideram conveniente, a despeito das pressões de outros países para agir de modo específico. Uma olhada ao redor do globo irá rapidamente confirmar a falta de habilidade dos Estados Unidos em conseguir o que desejam.
A construção da Frente Ampla Democrática
Por Luiz Alberto Gomez de Souza, no site Carta Maior:
Nas últimas semanas, vivemos um certo movimento de tomada de consciência cidadã. Houve como que um despertar de alguns setores da população, que se deram conta de um perigo iminente. É o que se chamou uma possível virada eleitoral. Expressiva nas grandes cidades, com pessoas de todas as idades, mas particularmente entre jovens e mulheres. Tempo curto, que não impediu a derrota de nosso candidato Haddad, mas que mostrou um movimento saudável na sociedade e que poderá servir para desenhar um caminho futuro. Pela rua, no momento da votação, aqui no Rio, havia um grande número de botons 13, de pessoas de uma alegria contagiante.
Nas últimas semanas, vivemos um certo movimento de tomada de consciência cidadã. Houve como que um despertar de alguns setores da população, que se deram conta de um perigo iminente. É o que se chamou uma possível virada eleitoral. Expressiva nas grandes cidades, com pessoas de todas as idades, mas particularmente entre jovens e mulheres. Tempo curto, que não impediu a derrota de nosso candidato Haddad, mas que mostrou um movimento saudável na sociedade e que poderá servir para desenhar um caminho futuro. Pela rua, no momento da votação, aqui no Rio, havia um grande número de botons 13, de pessoas de uma alegria contagiante.
Uma ameaça real à liberdade de expressão
A eleição de Jair Bolsonaro (PSL) inaugura no Brasil não apenas uma virada à extrema-direita, mas também um agravamento dos ataques aos veículos de comunicação e jornalistas. Só no período eleitoral, foram registrados 141 casos de agressões contra comunicadores, de acordo com a análise da coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e secretária geral do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Renata Mielli.
Bolsonaro comprou Moro com carguinho
Por Jeferson Miola, em seu blog:
O casamento do Bolsonaro com Sérgio Moro foi sacramentado.
Ele, Bolsonaro, “O eleito”, convidou Ele, Moro – “O sem-voto” mais atuante na arena política – para integrar seu governo.
Bolsonaro, o déspota, esbanjou: Moro poderá ser tanto ministro da justiça como juiz do STF. Para o nazi é ele, Moro, quem escolhe [sic] o cargo.
E então Ele, o déspota, apenas confirmará a escolha que o Soberano Moro fizer [simples assim].
O casamento do Bolsonaro com Sérgio Moro foi sacramentado.
Ele, Bolsonaro, “O eleito”, convidou Ele, Moro – “O sem-voto” mais atuante na arena política – para integrar seu governo.
Bolsonaro, o déspota, esbanjou: Moro poderá ser tanto ministro da justiça como juiz do STF. Para o nazi é ele, Moro, quem escolhe [sic] o cargo.
E então Ele, o déspota, apenas confirmará a escolha que o Soberano Moro fizer [simples assim].
Era de sombras se abate sobre o Brasil
Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
O segundo turno das eleições presidenciais de 2018 foi dramático para a democracia brasileira. O candidato do PSL, Jair Bolsonaro, valeu-se de rede de notícias falsas, impulsionada por caixa 2, para auferir vantagem injusta e até criminosa.
A chapa Fernando Haddad e Manuela D’Ávila largou em ampla desvantagem cronológica - a poucas semanas da eleição em primeiro turno - e sem recursos financeiros sequer parecidos com os do candidato da extrema-direita - só a rede bolsonarista no Whats App custou 1,8 bilhão de reais via caixa 2, segundo denúncia da Folha de São Paulo.
A chapa Fernando Haddad e Manuela D’Ávila largou em ampla desvantagem cronológica - a poucas semanas da eleição em primeiro turno - e sem recursos financeiros sequer parecidos com os do candidato da extrema-direita - só a rede bolsonarista no Whats App custou 1,8 bilhão de reais via caixa 2, segundo denúncia da Folha de São Paulo.
SOS ao Brasil e à educação
Charge: Vasco Gargalo/Portugal |
A mensagem circulou pelo WhatsApp, encaminhada, sobretudo, por eleitores de Jair Bolsonaro (PSL), mas também pelos simpatizantes de outras candidaturas que tentaram passar a ideia de uma pretensa novidade, como a de João Amoêdo (Novo): “Você que no próximo domingo vai votar em escola pública estadual, aproveita e beba água no bebedouro, passe pelo banheiro abandonado, depois entre na sala calorenta pra votar, com paredes deterioradas, verifique a estrutura das cadeiras e das mesas e lembre quais os governantes já tiveram a chance de fazer algo que foi dito nas campanhas e não fez… olhe também qual partido eles faziam parte (sic)”.
Os primeiros alvos das milícias de Bolsonaro
Antes mesmo que fossem anunciados os resultados oficiais da eleição na noite de domingo, milícias bolsonaristas, já empoderadas, saíram a campo para colocar em prática a nova ordem contra quem consideram seus inimigos.
As primeiras vítimas foram os índios da aldeia Bororó, em Dourados; uma jovem estudante, em Salvador; um acampamento de sem-terra, em Dois Irmãos do Buriti, e os professores da Universidade Federal de Santa Catarina, entre dezenas de outros casos de violência e perseguição.
O Brasil figadal
Charge: Michael Kountouris, Grécia |
Desfez-se, de uma vez por todas, o mito de um Brasil cordial. Nossa sociedade não é afável, sincera, calorosa ou franca, no sentido que dá Houaiss ao adjetivo cordial. O Brasil votou com o fígado, com o sentimento visceral de rancor. E elegeu Jair Messias Bolsonaro presidente do Brasil para os próximos quatro anos. A marca histórica de um país que impõe pesado sofrimento aos pobres evidenciou-se novamente.
A resistência e a Frente pela Democracia
Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência:
Jair Bolsonaro não obteve os votos senão de um terço do eleitorado brasileiro. Seu triunfo eleitoral foi alcançado no quadro de eleições politicamente fraudadas, nos marcos de um regime golpista, à custa de mentiras, manipulações e de uma inaudita guerra midiática e política, conjugada com uma cruel perseguição judicial inédita no Brasil – e quiçá também alhures – contra um partido político, como a que foi feita contra o Partido dos Trabalhadores e seu líder máximo, o presidente Lula.
Jair Bolsonaro não obteve os votos senão de um terço do eleitorado brasileiro. Seu triunfo eleitoral foi alcançado no quadro de eleições politicamente fraudadas, nos marcos de um regime golpista, à custa de mentiras, manipulações e de uma inaudita guerra midiática e política, conjugada com uma cruel perseguição judicial inédita no Brasil – e quiçá também alhures – contra um partido político, como a que foi feita contra o Partido dos Trabalhadores e seu líder máximo, o presidente Lula.
segunda-feira, 29 de outubro de 2018
Vai passar e o fascismo será batido de novo
Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
O filme “22 de julho”, sobre o julgamento do neonazista Anders Breivik, que matou 77 jovens num acampamento numa ilha na Noruega em 2011, contém uma lição importante.
Arrogante, Breivik se gaba de sua façanha.
- Outros farão o que comecei, diz ele.
- E nós os derrotaremos novamente, meus filhos e eu, responde o advogado, que encarna a democracia e o espírito humano.
Arrogante, Breivik se gaba de sua façanha.
- Outros farão o que comecei, diz ele.
- E nós os derrotaremos novamente, meus filhos e eu, responde o advogado, que encarna a democracia e o espírito humano.
Não ignore as mudanças de Bolsonaro
Por Leandro Demori, no site The Intercept-Brasil:
O brasileiro votou em Jânio Quadros porque estava cansado da corrupção, votou em Fernando Collor porque estava cansado da corrupção, votou em Jair Bolsonaro porque estava cansado da corrupção. A corrupção que nos acompanha desde sempre é o maior cabo eleitoral de candidatos que se apresentam como antissistema e antipolítica, mesmo que sejam, eles mesmos, parte da mesma geléia moral que dizem combater. Jair Bolsonaro, apoiado por grandes meios de comunicação, por empresários milionários e por pastores poderosos é um candidato do sistema. Uma ponta diferente do sistema que costuma eleger políticos no Brasil. Mas, ainda assim, do sistema.
O inverno chegou
Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:
Jair Bolsonaro foi eleito, cumpra-se a vontade da maioria, regra de ouro da democracia, apesar dos vícios do processo, do uso de armas novas e letais que vêm corroendo a democracia mundo afora.
Mas ninguém se iluda, um tempo de sombras chegou. Se, como candidato, ele disse coisas tão terríveis, que poderiam lhe tirar votos, por que deixará de praticá-las no poder?
O governo em si é uma incógnita, pois o cheque foi assinado em branco, mas haverá perseguição, revanchismo e repressão, pois haverá também resistência. Exílios e prisões, como ele prometeu.
Jair Bolsonaro foi eleito, cumpra-se a vontade da maioria, regra de ouro da democracia, apesar dos vícios do processo, do uso de armas novas e letais que vêm corroendo a democracia mundo afora.
Mas ninguém se iluda, um tempo de sombras chegou. Se, como candidato, ele disse coisas tão terríveis, que poderiam lhe tirar votos, por que deixará de praticá-las no poder?
O governo em si é uma incógnita, pois o cheque foi assinado em branco, mas haverá perseguição, revanchismo e repressão, pois haverá também resistência. Exílios e prisões, como ele prometeu.
Neoliberalismo precisa menos de democracia
Do jornal Brasil de Fato:
"As democracias – que foram uma necessidade e funcionaram, aliás, como legitimação do governo neoliberal nos últimos 30 anos – parecem não ser mais necessárias. E, por outro lado, as medidas de cunho liberal precisam ser aprofundadas, dadas as crises que o sistema enfrenta mundialmente", pontua.
No Brasil, a ascensão de Jair Bolsonaro, presidente eleito neste domingo (28) com uma plataforma de extrema direita, revela que, cada vez mais, o capitalismo abre mão da democracia em todo o mundo. Esta é a análise que a economista Leda Paulani faz um dia após a vitória do político do PSL.
"As democracias – que foram uma necessidade e funcionaram, aliás, como legitimação do governo neoliberal nos últimos 30 anos – parecem não ser mais necessárias. E, por outro lado, as medidas de cunho liberal precisam ser aprofundadas, dadas as crises que o sistema enfrenta mundialmente", pontua.
Sobre a vitória com 39% dos votos
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
1. Bolsonaro teve uma das mais fracas e menos expressivas vitórias eleitorais desde a democratização.
Recebeu 55 milhões de votos sobre um eleitorado de 147 milhões, ou 39%.
Antes que se forme um ensaiado coral de sábios para tentar nos convencer que o povo brasileiro rendeu-se ao neoliberalismo fardado, ou pior ainda, ao fascismo, melodias sob medida para justificar todo tipo de barbaridade em preparação após a eleição de Bolsonaro, convém considerar alguns dados da eleição:
1. Bolsonaro teve uma das mais fracas e menos expressivas vitórias eleitorais desde a democratização.
Recebeu 55 milhões de votos sobre um eleitorado de 147 milhões, ou 39%.
Acordamos, é 29 de outubro de 2018
Por Clemente Ganz Lúcio, no site Brasil Debate:
Acordamos, é 29 de outubro de 2018. Vivos estamos e já velamos os primeiros mortos.
Livres, pelo voto, a nação feriu gravemente a Liberdade e a Democracia.
Majoritariamente, a sociedade escolheu abrir a porta do inferno.
Muitos, em nome de deus, fizeram e farão do ódio, da morte e da repressão suas armas para vencer na política. É a tragédia na história para um novo tempo.
A derrota desse largo campo que voltou a construir pontes e a se unir novamente em torno de valor fundamentais como liberdade, democracia, igualdade, deverá ser compreendida prospectivamente.
Acordamos, é 29 de outubro de 2018. Vivos estamos e já velamos os primeiros mortos.
Livres, pelo voto, a nação feriu gravemente a Liberdade e a Democracia.
Majoritariamente, a sociedade escolheu abrir a porta do inferno.
Muitos, em nome de deus, fizeram e farão do ódio, da morte e da repressão suas armas para vencer na política. É a tragédia na história para um novo tempo.
A derrota desse largo campo que voltou a construir pontes e a se unir novamente em torno de valor fundamentais como liberdade, democracia, igualdade, deverá ser compreendida prospectivamente.
Oposição democrática começa agora
Editorial do site Vermelho:
É certo que o governo Bolsonaro enfrentará uma firme e decidida oposição, alicerçada nos mais de 47 milhões de votos da chapa Fernando Haddad-Manuela d’Ávila e na ampla mobilização democrática da reta final da campanha eleitoral. Afinal, a eleição do candidato da extrema direita representa o maior retrocesso desde o fim do regime militar instaurado com o golpe de 1964. Foi a vitória de um projeto contrário à democracia, que traz como consequência a ameaça ao patrimônio nacional e aos direitos do povo. Agora, concretamente, o Brasil está diante de um poder declaradamente inimigo da sua soberania e das conquistas históricas dos trabalhadores.
É certo que o governo Bolsonaro enfrentará uma firme e decidida oposição, alicerçada nos mais de 47 milhões de votos da chapa Fernando Haddad-Manuela d’Ávila e na ampla mobilização democrática da reta final da campanha eleitoral. Afinal, a eleição do candidato da extrema direita representa o maior retrocesso desde o fim do regime militar instaurado com o golpe de 1964. Foi a vitória de um projeto contrário à democracia, que traz como consequência a ameaça ao patrimônio nacional e aos direitos do povo. Agora, concretamente, o Brasil está diante de um poder declaradamente inimigo da sua soberania e das conquistas históricas dos trabalhadores.
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