quinta-feira, 21 de março de 2019

Linhas e entrelinhas da secretária da Família

Por Mariana R. Venturini, no site da Fundação Maurício Grabois:

Preocupada com as críticas que vem recebendo a “Secretaria da Família”, ligada ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, chefiado pela inacreditável Damares Alves, a secretária Ângela Vidal Gandra Martins defendeu a necessidade da pasta em um texto que diz pouco nas linhas, mas muito nas entrelinhas.

Em texto publicado na sessão Opinião do jornal Folha de S.Paulo de 19 de março de 2019 intitulado “Por que uma Secretaria da Família?”, a autora, jurista ligada ao Opus Dei, se esmera em mostrar que “o serviço não é uma intromissão na vida privada”, o que, além de mentira, também é um problema. Por ora, ignoremos que a secretária apequena a noção de política pública na de “serviço”. Não se trata de um erro. O texto todo se mostrará bastante coerente com esta visão privatista, tratando o Estado como empresa e reduzindo o bem-comum a uma mercadoria. O que parece ser um deslize, revela, na verdade, uma concepção de sociedade perigosa especialmente para as mulheres, sobretudo as trabalhadoras e de extratos mais pobres.

O que Sergio Moro tem a ver com a CIA?

A quem interessa a prisão de Temer agora?

Por Leonardo Fernandes, no jornal Brasil de Fato:

Por ordem do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, o ex-presidente Michel Temer foi preso na manhã desta quinta-feira (21) em São Paulo. Embora sejam graves as acusações que pesam contra o ex-mandatário, sua prisão preventiva levanta dúvidas, já que é realizada no exato momento em que a Operação Lava Jato vem sendo questionada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e perdendo apoio da opinião pública. 

Ao povo, um torpedo; ao militar, uma biriba

Por Marcelo Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:

A proposta de reforma do regime previdenciário dos militares é mais uma piada de péssimo gosto do governo militar de Jair Bolsonaro. Chegado em uma fake news, o governo tirou a medalhinha de um dos ombros, para colocar no outro. Na proposta da reforma, estima-se uma economia de 97,3 bilhões em dez anos. Mas, para manter a aliança com as forças armadas, propõe-se em paralelo uma reforma do plano de carreira dos militares que custará aos cofres públicos R$ 86,6 bilhões nos mesmos dez anos. Com isso, o resultado liquido previsto com a gambiarra diversionista de Bolsonaro, Guedes, Mourão e companhia é uma economia de R$ 10,5 bilhões em 10 anos, ou seja, apenas R$ 1,05 bilhão por ano.

Dane-se a frieza dos cálculos políticos

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Incluo-me entre os que pensam que Bolsonaro carece de legitimidade para ocupar a presidência da República, pois só foi eleito devido à combinação dos seguintes fatores:

1) Caçada sórdida e prisão ilegal de Lula, para alijá-lo de uma eleição que venceria com relativa facilidade, como indicavam todas as pesquisas;

2) Montagem de uma indústria de calúnia e difamação contra Haddad e Manuela, que contou com financiamento de empresas, via caixa 2, o que viola a legislação eleitoral vigente;

3) Uma facada providencial, hoje envolvida por forte suspeita de ter sido uma farsa. O “atentado” de Juiz de Fora, além da vitimização do candidato, reverberada diuturnamente pela mídia, fez com que Bolsonaro pudesse esconder do país sua monumental boçalidade numa enfermaria de hospital;

Previdência: rumo ao desastre do passado

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é um importante organismo multilateral que faz parte do sistema da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesse ano ela comemora um século de existência, pois foi fundada ainda no âmbito do Tratado de Versalhes, na sequência do novo arranjo entre as nações, que foi estabelecido após o fim da Primeira Guerra Mundial. Assim, a OIT surgiu em 1919 e tem sua sede localizada em Genebra na Suíça. A instituição tem por objetivo central promover a justiça social em escala global, sendo a única dentre as organizações da ONU que mantém uma estrutura tripartite de representação em suas instâncias de deliberação. Isso significa que ali estão presentes representantes dos governos, dos trabalhadores dos empregadores.

Como retirar R$ 2 trilhões da saúde

Por Bruno Moretti, no site Brasil Debate:

O SUS é um sistema subfinanciado, conforme atestado por um conjunto tradicional de indicadores. Um sistema universal em que a despesa pública corresponde a menos da metade das despesas totais de saúde é caso único no mundo. Haja eficiência para transformar, considerando todos os entes da federação, R$ 3,5 por dia para cada habitante em serviços ofertados a toda a população, incluindo vacina, SAMU, medicamentos de alto custo, transplantes, entre outros. Uma coca-cola paga o valor diário investido no SUS!

A subordinação de Bolsonaro aos EUA

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

A viagem de Jair Bolsonaro aos EUA deixou clara a subordinação descarada aos interesses do capital norte-americano. Essa subserviência do governo é uma jogada burra da burguesia brasileira. Bolsonaro é um presidente despreparado e foi eleito por uma fraude; ele não tem base social real da maioria da população brasileira. As contradições entre os grupos que estão no poder vão inviabilizar o governo.

quarta-feira, 20 de março de 2019

Bolsonaro despenca. Como o fascista reagirá?

Por Altamiro Borges

Pesquisa Ibope divulgada nesta quarta-feira (20) confirma uma acelerada queda de popularidade do presidente Jair Bolsonaro. Em menos de três meses, o “capetão” já perdeu 15 pontos de prestígio na sociedade. A proporção de quem considera a sua gestão ótima ou boa despencou de 49% em janeiro para 34% em março. Esse índice vexatório equivale à taxa do odiado José Sarney em março de 1987, quando já tinham decorridos dois anos de mandato do primeiro presidente civil depois do fim da ditadura militar.

Bolsonaro e Moro visitam CIA e FBI

Capitalização destrói a Previdência Social

Bolsonaro e a morte como política

Por Marcelo Semer, na revista Cult:

Há um ano atrás, quando a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes foram cruelmente assassinados, a campanha presidencial já estava a todo vapor. Os pretendentes ao Planalto cuidaram de manifestar solidariedade e indignação com o bárbaro crime. Exceto o então deputado Jair Bolsonaro, que preferiu o silêncio, sob o pretexto de que uma manifestação sua seria “muito polêmica”.

A guerra da mídia contra as milícias

Por Gabriel Rocha Gaspar, no site Jornalistas Livres:

A mídia liberal declarou guerra ao bolsonarismo com a cobertura da prisão dos assassinos da Marielle. E é uma guerra que a mídia dificilmente tem condições de ganhar.

Essa cobertura pode decretar o fim da mídia como conhecemos e pavimentar o caminho de um estado policialesco fascista de verdade. Uma guerra aberta Mídia x Milícias será feia de ver. E talvez a mídia não esteja levando em conta que o império está com as milícias. Não existe mais império liberal. Se a Globo, por exemplo, conta com uma aura de liberalismo vindo ao resgate, vai dar ruim.

Quem se indigna com o terrorismo de direita?

Por Patrícia Soares, na revista CartaCapital:

O massacre na mesquita na Nova Zelândia, na sexta feira, 15, deixou um saldo de 50 mortos e dezenas de feridos. Todos muçulmanos. Um dos atiradores, Brenton Tarrant, de 28 anos, esteve em 2016 nos campos de refugiados da Palestina como agente infiltrado, mercenário a serviço de Israel. Também participou de reuniões de extrema-direita na Europa.

A mídia sempre classifica os muçulmanos, de forma indiscriminada, como terroristas. Agora tem sido obrigada a mostrar que, na verdade, eles são os maiores alvos dos terroristas.

A morte do Brasil na viagem de Bolsonaro

Por Marcelo Zero

O presidente John Kennedy costumava dizer que “a política doméstica pode apenas nos derrotar, mas a política externa pode nos matar”.

De fato, pode.

Kennedy estava se referindo, é claro, à possibilidade de que estratégias erradas em política externa levassem os EUA a uma guerra nuclear.

Mas há outras maneiras de um país se matar, além da guerra.

Uma delas, talvez a mais comum, é perder de vista seus interesses próprios e passar a defender interesses de outro país, ou melhor, de um outro governo.

Mortes em Suzano e o preço do ódio

Por Joan Edesson de Oliveira, no site Vermelho:

Suzano nos incomoda. A morte do outro deve sempre nos incomodar, especialmente quando se trata de jovens, de crianças, cujo ciclo ainda estava longe de se completar. Quando a morte é bárbara como agora, nosso incômodo é maior. Ficamos tentando entender aquilo que parece inexplicável.

Sou educador, trabalho há três décadas com escolas. Perdi muitos alunos ao longo desse período, muitos mais do que eu gostaria. Tive alunos ainda jovens vítimas de câncer, de acidente automobilístico, mortos pela polícia, pelo tráfico.

Imprensa e Bolsonaro: divórcio apressado

Por Laurindo Lalo Leal Filho, na Rede Brasil Atual:

Desta vez o namoro entre parte da mídia e o governo acabou mais cedo. Não completou três meses. Restam alguns encontros fortuitos que só se mantêm por conta da esperança comum de acabar com a Previdência. Só por isso.

Em 1964, o divórcio demorou mais tempo para acontecer. Os meios de comunicação em conjunto, com as raras exceções da Última Hora e de alguns jornais menores, fizeram campanha aberta e cerrada para o golpe. O “Basta” na manchete do Correio da Manhã na véspera da queda do presidente João Goulart e a “Restaurada a democracia” na capa do O Globo no dia seguinte são exemplos emblemáticos da fúria golpista.

Capitalização ou taxação da riqueza?

Por Jeferson Miola, em seu blog:             

O ataque destrutivo do governo Bolsonaro aos direitos previdenciários não tem como objetivo ajustar o sistema de aposentadorias e pensões às mudanças demográficas, tecnológicas e laborais que ocorreram nas últimas décadas no Brasil.

Paulo Guedes, o especulador assentado no Ministério da Economia, deixou claro que o objetivo primordial da PEC 6/2019 é substituir o sistema vigente, de repartição simples, baseado na solidariedade intergeracional e sustentado por toda sociedade por meio de impostos, taxas e contribuições, pelo regime de capitalização individual [artigo 201 da PEC], que no médio prazo pode desviar os R$ 350 bilhões anuais das contribuições de empregadores e trabalhadores para a especulação financeira.

Bolsonaro nos EUA: Acabou o Brasil?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“Estamos anestesiados com tanta bizarrice e tolerando o intolerável, o absurdo” (Eduardo Moreira, economista).

Uma onda de vergonha e indignação tomou conta das redes sociais desde o início da visita da trupe de Jair Bolsonaro aos Estados Unidos.

São tantas as ofensas grosseiras e agressões ao povo brasileiro, à nossa história como país independente, que as pessoas já não sabem mais nem o que dizer. Nem eu.

A impressão que dá é de vivermos o fim dos tempos e nada mais nos resta a fazer. Acabou o brasil?

Brasil ficou menor e mais pobre após visita

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A permanente troca de sorrisos entre Jair Bolonaro e Donald Trump, no final de uma visita de dois dias do presidente brasileiro a Washington, está destinada a se tornar o símbolo de um dos grandes retrocessos da diplomacia brasileira.

"Alguém tinha de ceder," disse Bolsonaro quando deixava a Casa Branca. Ao assumir a retórica da auto-generosidade, típica de quem tenta exibir ares de superioridade para acobertar negociações desvantajosas para os interesses do país que deveria representar, Bolsonaro resumiu a sentido da visita.