Por Mariana R. Venturini, no site da Fundação Maurício Grabois:
Preocupada com as críticas que vem recebendo a “Secretaria da Família”, ligada ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, chefiado pela inacreditável Damares Alves, a secretária Ângela Vidal Gandra Martins defendeu a necessidade da pasta em um texto que diz pouco nas linhas, mas muito nas entrelinhas.
Em texto publicado na sessão Opinião do jornal Folha de S.Paulo de 19 de março de 2019 intitulado “Por que uma Secretaria da Família?”, a autora, jurista ligada ao Opus Dei, se esmera em mostrar que “o serviço não é uma intromissão na vida privada”, o que, além de mentira, também é um problema. Por ora, ignoremos que a secretária apequena a noção de política pública na de “serviço”. Não se trata de um erro. O texto todo se mostrará bastante coerente com esta visão privatista, tratando o Estado como empresa e reduzindo o bem-comum a uma mercadoria. O que parece ser um deslize, revela, na verdade, uma concepção de sociedade perigosa especialmente para as mulheres, sobretudo as trabalhadoras e de extratos mais pobres.
Em texto publicado na sessão Opinião do jornal Folha de S.Paulo de 19 de março de 2019 intitulado “Por que uma Secretaria da Família?”, a autora, jurista ligada ao Opus Dei, se esmera em mostrar que “o serviço não é uma intromissão na vida privada”, o que, além de mentira, também é um problema. Por ora, ignoremos que a secretária apequena a noção de política pública na de “serviço”. Não se trata de um erro. O texto todo se mostrará bastante coerente com esta visão privatista, tratando o Estado como empresa e reduzindo o bem-comum a uma mercadoria. O que parece ser um deslize, revela, na verdade, uma concepção de sociedade perigosa especialmente para as mulheres, sobretudo as trabalhadoras e de extratos mais pobres.