domingo, 28 de julho de 2019

Mea culpa do MBL é puro oportunismo

Por Tadeu Porto, no blog Cafezinho:

JP Morgan, Morgan Stanley, Barclays, Nomura Goldman, Sacha Merrill, Lynch Cresit Suisse, Deutsche Bank, Citibank, BNP, Paribas, Natixis Societe, Generale Standard, Chartered State Street, Macquarie Capital, UBS, Toronto Dominion, Bank Royal Bank of Scotland, Itaú, Bradesco, Verde e Santander.

Isso são mais de 20 bancos ou empresas de investimento com atuação no Brasil. Basta ver a compra da BR Distribuidora.

A maioria entidades privadas que deveriam competir entre si, pelos menos teoricamente, por ter o mesmo nicho de mercado.

Deltan Dallagnol, o lobista da Lava-Jato

Por Renato Rovai, em seu blog:

Há uma questão que ainda não foi explorada com a devida importância da matéria publicada hoje (26/7) pela Folha de S. Paulo em parceria com The Intercept Brasil: o fato de o procurador Deltan Dallagnol se comportar como lobista da empresa Neoway num grupo de procuradores, buscando entregar todo banco de dados das investigações dos MPs para uma empresa investigada e delatada.

Esse fato, que está passando despercebido, é muito mais grave do que a cobrança de 33 mil reais por uma palestra. O que também é gravíssimo.

Sigam estra trilha:

Moro cria clima para ditadura de Bolsonaro

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Quando era juiz, Moro ao mesmo tempo atuava como acusador dos seus inimigos.

Agora, como investigado, Moro simula se auto-investigar através da sua Gestapo – a Polícia Federal transformada em polícia política do regime de exceção.

Moro não passa de um gângster, “membro de um bando organizado de malfeitores; um indivíduo inescrupuloso, disposto a tudo para atingir seus objetivos” [Houaiss].

Desmascarado e desmoralizado, ele luta desesperadamente para sobreviver da revelação das práticas criminosas suas e da sua gangue. Para isso, lança mão de dispositivos típicos de regimes totalitários contra a liberdade da imprensa e de expressão.

sábado, 27 de julho de 2019

Brasil é um grande navio negreiro

Portaria contra Greenwald e cinismo de Moro

Por Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo:

“Um cínico é um homem que sabe o preço de tudo, mas o valor de nada”, escreveu Oscar Wilde.

Sergio Moro afirmou a interlocutores que a portaria Nº 666, o número da besta, publicada no “Diário Oficial da União”, que trata sobre “impedimento de ingresso, repatriação e deportação sumária de pessoa perigosa”, não se aplica a Glenn Greenwald.

O Valor relata que o ministro da Justiça foi questionado sobre a associação da medida com sua nêmesis, o jornalista americano do Intercept - que vive, de resto, em situação completamente regular no Brasil.

MP promove “nova reforma trabalhista”

Por Cristiane Sampaio, no jornal Brasil de Fato:

O próximo semestre legislativo, que começa oficialmente em 1º de agosto, deverá trazer a bordo mais uma investida contra os direitos dos trabalhadores. Na pauta de votações no plenário da Câmara, está uma medida provisória (MP) que altera 36 artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Editada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) no final de abril, a MP 881 dificulta, por exemplo, o acesso da Justiça aos bens de empregadores com dívidas trabalhistas. Atualmente, essa possibilidade é prevista como meio para viabilizar eventuais indenizações.

A proposta também acaba com o e-Social, sistema que centraliza o envio de dados trabalhistas pelas empresas, como contribuições previdenciárias, folhas de pagamento, notificação de acidentes de trabalho e aviso prévio, entre outras.

União Europeia-Mercosul: acordo regressivo

Por Giorgio Romano Schutte, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

No dia 28 de junho, houve o anúncio político da conclusão da fase de negociação do Acordo de Associação entre a União Europeia (28 países, incluindo ainda o Reino Unido) e o Mercosul. O acordo tem três pilares: econômico-comercial, político e cooperação. E, mesmo o primeiro pilar vai muito além de livre-comércio. Envolve regras sobre compras governamentais, investimentos, atuação de empresas estatais, propriedade intelectual, denominações de origem geográfica, entre outros. Em relação ao comércio propriamente dito, em parte se negociou livre comércio, mas, para os segmentos mais importantes como a exportação agrícola do Mercosul, se negociou justamente a restrição comercial, por meio de cotas.


Glenn passa bem; falador passa mal

Bolsonaro promove a destruição da cinema

Moro questiona palavra de hackers

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A menos que esteja preparando uma auto-crítica radical das condenações mais pesadas da Lava Jato, o ministro da Justiça e da Segurança Pública Sérgio Moro deveria ser mais cuidadoso nos tuítes sobre os quatro suspeitos de vazar diálogos eletrônicos para o Intercept-Brasil.

Embora tenha se negado a fazer reparos à substância das mensagens quando depôs no Senado ("Quanto ao conteúdo, não vejo nada demais"), assim que a prisão dos russos de Araraquara foi anunciada Moro passou a questionar a credibilidade dos diálogos que lhe foram atribuídos. Referiu-se ao grupo como "pessoas com antecedentes criminais, envolvidas em várias espécies de crimes." Tentando avançar com ironia sobre o Intercept-Brasil, acrescentou: "Elas, as fontes de confiança daqueles que divulgaram as supostas mensagens obtidas por crime".

A última cartada de Sergio Moro

Portaria 666 de Moro: o país da piada pronta

Como o Facebook quer controlar o mundo

Por Vicente Ferreira, no site Carta Maior:

Há algumas semanas, o Facebook anunciou a intenção de criar uma nova criptomoeda, a Libra, para servir de meio de pagamento digital global. No Livro Branco entretanto divulgado, a Libra é apresentada como “uma moeda global simples capaz de dar poder a milhões de pessoas”, projetada para que seja “tão fácil enviar dinheiro como enviar um e-mail”, sendo o seu valor de mercado indexado a um cabaz de moedas tradicionais (como o dólar ou o euro). Embora existam já 28 empresas envolvidas no projeto, entre as quais a Visa, Mastercard, Paypal, Vodafone, eBay, Uber e Spotify, é o Facebook que o tem liderado desde o início.

A elite neocolonial abraçou o fascismo

Por Bernardo Gomes, no site Vermelho:

Para implementar a sua agenda neoliberal e entreguista, a elite brasileira, após o golpe parlamentar de 2016, decidiu abraçar o fascismo como consequência da violência política contra a esquerda e seus governos democráticos e populares. O outro paralelo na história dessa união resultou na Ditadura Militar, sabemos como isso termina.

Semana passada talvez tenha sido a mais simbólica e emblemática para aqueles que ainda tratavam o governo de Jair Bolsonaro com alguma esperança institucional. O atual Presidente da República – que nunca mentiu quanto aos seus desejos ditatoriais – mostrou toda a sua “inclinação autoritária” segundo editorial da Folha de S. Paulo.

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Fingindo-se de idiota – para sobreviver

Por Paulo Nogueira Batista Jr.

A nossa antiga tendência a mimetizar americanos e europeus está se fazendo sentir outra vez, agora com consequências deploráveis e verdadeiramente dramáticas.

O nível do governo e da política no Brasil deixa a desejar, como diria um inglês das antigas, que por aqui aportasse.

A observação, discreta, comedida, seria bem-vinda.

Em tempos de overstatement, temos que recuperar a arte do understatement, não é mesmo?

O inglês teria de reconhecer, diga-se de passagem, que a sua observação se aplica também ao Reino Unido, onde um Boris Johnson agora é primeiro-ministro.

O Brasil e a lógica do capitão

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Enquanto discutimos o inglês macarrônico ou o hambúrguer frito do 03, ou, enquanto discutimos se há fome no país campeão das desigualdades sociais, ou seja, enquanto a imprensa, no geral, e a oposição em particular, mordem as iscas do marketing do capitão, prossegue a desconstituição do que poderia ser, e quase foi, um grande país. Jaz por terra a política externa independente, e com ela se esfumaçam os sonhos de uma política de defesa e de uma força militar comprometida com os interesses nacionais – que vão além da defesa do território, pois compreendem a proteção de suas riquezas e de seus interesses, hoje condicionados à geopolítica do governo Trump.

Irã: a guerra imperial por um fio

Por Joe Cirincione e Mary Kaszynski, no site Outras Palavras:

Não é simulação. Uma nova guerra no Oriente Médio vem aí, quiçá muito em breve. Somente uma ação política dramática dos cidadãos e líderes políticos estadunidenses poderia detê-la.

O presidente Trump diz que não quer entrar em guerra com o Irã. Talvez todo esse medo da guerra seja só outro impulso neurótico. Ou pode ser que ele acredite que está, definitivamente, numa simulação de “fogo e fúria”, assim como fez antes com a Coreia do Norte, em que ele ameaça com uma guerra e com o “fim do Irã”, somente para recuar e depois dar palestras. Seu último descaso sobre a alegação dos ataques aos navios petroleiros no Golfo, referindo-se a eles como “de pouca importância”, mostram que esse é, sem dúvida, o seu jogo.

A ditadura do Judiciário de Moro

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“A pior ditadura é a ditadura do Judiciário. Contra ela não há a quem recorrer” (Rui Barbosa).

Desde a volta do ministro e ex-juiz Sergio Moro dos Estados Unidos, em mais uma missão secreta, os fatos da semana estão se desenrolando com tal velocidade que nem dá tempo de escrever a coluna do Balaio.

Ainda não dá para fazer um balanço da sucessão de atentados ao Estado de Direito e à democracia praticados por quem deveria zelar pela Constituição.

Por isso, tenho publicado mais textos curtos no meu Facebook.

Só na manhã desta sexta-feira, ao acompanhar o noticiário do dia, escrevi o seguinte:

Metástase: a milícia e o Estado

Por Salvino Oliveira Barbosa, na revista CartaCapital:

“Não há tirania mais cruel que a que se exerce à sombra das Leis, e com as cores da Justiça.” - Montesquieu

Formadas por ex e atuais agentes do Estado, as milícias surgem em meados dos anos 90 com um discurso de contraposição ao tráfico. Inicialmente chamada por alguns como grupos de “autodefesa comunitária”, os paramilitares foram defendidos e encorajados por políticos e empresários. Vale um destaque especial para o atual presidente da República que, no ano de 2018, já em campanha eleitoral, elogiou os grupos em entrevista à rádio Jovem Pan. “Tem gente que é favorável à milícia, que é a maneira que eles têm de se ver livres da violência. Naquela região onde a milícia é paga, não tem violência”, afirmou.

Bolsonaro e o tirano de fachada

Por Raphael Fagundes, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Muitos criticam a veia ditatorial do presidente, principalmente suas atitudes que desprezam a opinião pública, como nomear seu filho embaixador dos EUA. Tentando justificar tal atitude, Bolsonaro usou palavras dignas de um tirano que dispensa o processo eleitoral: “Não vai votar mais em mim? Paciência.”

Contudo, em seu governo, medidas ultraliberais, que agradam grandes setores empresariais, estão sendo aprovadas. Os direitos conquistados décadas atrás estão sendo subtraídos, projetos para a venda das estatais sendo traçados, as universidades federais vendidas para o setor privado, facilita-se, por seu turno, a autorização para o garimpo, libera-se novas marcas de agrotóxicos, perdoa-se dívidas de grandes empresas, extingue-se reservas ambientais em prol da especulação imobiliária, além de abrir as pernas para o imperialismo norte-americano. A mídia reporta alguns destes elementos, mas não os escandaliza, como faz com as declarações polêmicas do presidente.