quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Alerta geral: agora estão com medo do povo

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“Derruba a Dilma e a Banânia vai ser o céu. Faz a reforma trabalhista e vai ser o paraíso. Elege o Bolsonaro e teremos o nirvana. Faz a reforma da Previdência, e faz a reforma tributária, e faz a reforma administrativa… e lá vai o pato, pato aqui, pato acolá. Viva Bolsonaro, viva Paulo Guedes, viva a Banânia!” (Vicente Oliveira, de Maceió, no Painel do Leitor da Folha).

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“Risco de efeito dominó”: o alerta foi dado nesta mesma edição de terça-feira por Daniela Lima, na abertura da sua coluna: “Em SP, as cúpulas das polícias Civil e Militar foram orientadas a monitorar convocações de atos de direita e de esquerda, especialmente na capital”.

Por um Brasil livre do racismo

Por Orlando Silva

A história nos mostra que a formação do povo brasileiro foi conflituosa, dolorosa e violenta, tendo o jugo da escravidão como seu elemento organizador. Destino principal do tráfico negreiro, nosso país recebeu cerca de 5 milhões de africanos para trabalhos forçados. Sem exagero, é possível afirmar que a escravidão foi a base do conjunto da atividade econômica brasileira por mais de 300 anos.

Fomos a última nação a aboli-la e o fizemos sem reparação aos milhões de escravizados. Tal realidade legou uma sociedade profundamente desigual, que traz até hoje os traços do que chamamos racismo estrutural, como se pode verificar por qualquer índice de medição da desigualdade social.

Com novo partido, Bolsonaro amplia conflitos

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Jair Bolsonaro é, desde ontem, o primeiro presidente sem partido de que se tem notícia. Nada o impede, mas o presidente de um país às voltas com tantos problemas que decide criar e presidir um novo partido para chamar de seu passa a ideia de que pouco trabalha para o bem geral, dedicando a maior de seu tempo à politicagem. A criação do partido bolsonarista deve ampliar os conflitos de Bolsonaro com o Congresso e prejudicar os projetos de interesse do governo, a começar pelo pacote fiscal de Paulo Guedes. Ontem o Senado alterou, via PEC paralela, um ponto importante da reforma previdenciária e hoje alguns vetos de Bolsonaro devem ser derrubados em sessão bicameral.

Aliança pelo Brasil, um partido neofascista

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Bolsonaro alugou um partido nanico, ajudou a transformá-lo em um dos maiores partidos do Brasil e agora o abandona após uma tentativa fracassada de golpe para tomar o seu controle e abocanhar o fundo partidário. Pela ótica da dinâmica política tradicional, esse jogo é uma loucura que levaria ao enfraquecimento e isolamento do governo. Mas não é assim que pensa quem tem como objetivo destruir a democracia como a conhecemos.

O presidente da República já mostrou que não tem nenhum interesse em formar uma maioria no Congresso que o ajude a governar. É um governo que renega as mediações democráticas e busca a radicalização para atingir seus objetivos.

Witzel e o assassino da menina Agatha

Racismo e o sistema de segurança pública

Os recordes miseráveis de Bolsonaro

Lula Livre no Nocaute

Verdadeiro legado de Jesus está em disputa

Por Jair de Souza

É impossível continuar assistindo de modo impassível o que está acontecendo no Brasil, no resto da América Latina e em outras partes do mundo menos desenvolvido. Estamos diante de um fenômeno que parece inexplicável por vias racionais.

Todos os relatos referentes à trajetória da vida de Jesus apresentam-no como um ser oriundo do seio das camadas mais humildes de sua sociedade naqueles tempos. E se isso não bastasse, em todas as circunstâncias em que Jesus aparece interatuando com outras pessoas, ele sempre se mostra profundamente vinculado aos interesses da gente mais humilde, da gente mais necessitada, da gente oprimida. Não há nenhuma passagem relativa à vida de Jesus na qual o encontramos aderindo às posições e aos interesses dos ricos e poderosos. Já os exemplos de seu comprometimento com as lutas dos mais vulneráveis são abundantes e permeiam todo o transcorrer de sua vida terrenal.

terça-feira, 19 de novembro de 2019

“Marcão do Povo” e outros crimes na mídia

Marcão do Povo
Por Altamiro Borges

As baixarias nas emissoras privadas de tevê e rádio – que exploram concessões públicas – seguem produzindo tragédias no Brasil. Na terça-feira passada (12), o apresentador Marcos Paulo Ribeiro de Morais, o “Marcão do Povo”, humilhou de forma cruel um rapaz de Londrina (PR) no seu programa “Primeiro Impacto”, do SBT.

Ele exibiu um vídeo no qual um “homem se pendura numa fiação e diz que quer morrer. Ele cai e vai embora. Marcão do Povo disse, rindo: ‘Chifre é que nem consórcio: a qualquer momento você é contemplado’. Nesse mesmo dia, o homem ridicularizado foi encontrado morto. O boletim de ocorrência atesta que foi suicídio”, relata indignado o jornalista Mauricio Stycer, no UOL.

O golpe na Bolívia e o papel da OEA

Por Rafael da Silva Barbosa, no site Brasil Debate:

O domingo do dia 10 de novembro de 2019 é o marco do retorno dos golpes de Estado de cunho militar na América Latina do século 21, cuja base é a extrema violência da direita latino-americana. Tudo se deu, a título de pretexto, a partir do Relatório da Organização dos Estados Americanos (OEA), da Secretaría para el Fortalecimiento de la Democracia (SFD), intitulado Análisis de Integridad Electoral Elecciones Generales en el Estado Plurinacional de Bolivia 20 de octubre de 2019 , que abriu caminho para o golpe militar no fatídico 10 de novembro.

Chile e Bolívia: o povo como poder

Por Luiz Alberto Gomez de Souza, no site Carta Maior:

Esses dois países trazem uma grande lição. A pressão popular encurrala um governo direitista lá e uma presidente racista e ilegítima ali.

No Chile, desde 18 de outubro, multidões saem à rua. Lembremos a previsão de Allende: “Volverá el pueblo a las grandes alamedas”. Piñera, encurralado, propõe que o atual Congresso se torne poder constituinte. As multidões não aceitam. Querem um plebiscito e então convocar um novo legislativo como poder constituinte. Já agora o povo é, de fato, um poder constituinte em ação. Os partidos, do comunista ao democrata cristão, apoiam o clamor das ruas, mas a iniciativa é deste.

EUA: Os campos de detenção da Era Trump

Por Marianna Braghini, no site Outras Palavras:

Todos os anos dezenas de milhares latinos, frente a pobreza e a violência, acabam se lançando em perigosas viagens para atravessar a fronteira dos EUA. Eles vêm de países que há décadas estão sob alguma forma de dominação política e econômica dos EUA, cuja agenda de política externa é voltada a garantir as condições de subdesenvolvimento e dependência econômica a que são submetidos os países latino-americanos – e isso o fazem até mesmo por meio da desestabilização de governos via violência armada, gerando crises políticas e conflitos civis.

Brasil tem mais de 300 células nazistas

Da Rede Brasil Atual:

O Brasil contém 334 células nazistas em atividade no Brasil, de acordo com uma pesquisa feita por Adriana Abreu Magalhães Dias, antropóloga da Unicamp. A maioria dos grupos se concentra nas regiões Sul e Sudeste e se dividem em até 17 movimentos distintos, entre hitleristas, supremacistas/separatistas, de negação do Holocausto ou seções locais da Ku Klux Klan.

A pesquisa mostra que há registros de grupos localizados em cidades como Fortaleza, João Pessoa, Feira de Santana (BA) e Rondonópolis (MT). Porém, o estado com mais células é São Paulo, com 99 grupos, sendo 28 só na capital. Santa Catarina vem logo atrás com 69 células, seguido por Paraná (66) e Rio Grande do Sul (47). Há exemplos também de estados que estavam sem registros de atividades até pouco tempo, mas começam a ganhar corpo, como Goiás, que já possui seis grupos nazistas. As células são compostas por três a 40 pessoas.

O antipetismo da mídia é covarde

Ilustração: Jianan Liu
Por Esther Solano, na revista CartaCapital:

Estive no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo no sábado 9. Tinha passado lá dois dias em abril de 2018, durante a prisão de Lula. Queria estar também na sua liberdade. Tenho críticas ao PT, várias, e a Lula também, várias, mas nunca deixo de me surpreender com o tamanho político dele. Forte, física e psicologicamente, com paixão, com firmeza, Lula sai da cadeia maior do que entrou.

Esta é a questão com os grandes momentos de crises nacionais, que algumas figuras públicas se engrandecem, ganham maiores proporções, e outras figuras se apequenam, ficam minúsculas, como apagadas, desvanecidas. Neste caso, aquelas de Fernando Henrique Cardoso e, sem dúvida, para mim, Ciro Gomes, que não tiveram a mínima dignidade de postar nas suas redes sociais uma mensagem de alegria no dia da soltura do ex-presidente. Gestos mesquinhos que não passam despercebidos aos olhos da História.

A "marcha" diante da estátua da Havan

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

A melhor imagem da demência que tomou conta do Brasil desde a chegada dos bolsominions ao poder, ao som de uma marcha militar, foi o desfile de um bando de patos amarelos diante da estátua da Havan, em Araçatuba, neste final de semana.

Batendo continência e pisando firme no chão, como se estivessem num quartel do recruta zero, dezenas de aloprados de todas as idades deram um espetáculo grotesco de falta de noção durante um protesto contra o STF em que pediam a cabeça do ministro Gilmar Mendes.

De que toca saiu essa gente estranha, um gado humano perdido no tempo e no espaço?

Os desafios de Lula livre

Festival com Lula livre, Recife, 17/11/19
Foto: Ricardo Stuckert
Por Roberto Amaral, em seu blog:

A soltura de Lula, nas condições conhecidas, deve ser considerada como um ponto de luz numa grande batalha que ainda está longe de sugerir seu apogeu, e cujos desdobramentos pertencem às artes das pitonisas. Não é um ponto de chegada, mas certamente assinala um salto de qualidade no processo político como oportunidade nova que se oferece à reorganização popular, que agora tem um líder em condições de exercer papel estratégico e unificador.

Comércio exterior despenca outra vez

Por Fernando Brito, em seu blog:

Como se tem antecipado aqui, é muito preocupante o desempenho das contas externas do Brasil.

Além da saída de capitais financeiros (só na Bolsa, R$ 34,5 bilhões), o desempenho do setor exportador é tão fraco que já nem se discute mais a queda no saldo da balança de pagamentos, mas já agora o seu déficit.

O acumulado do mês, até o final da semana passada indica um valor negativo de 430 milhões de dólares, o que dá uma média de – US$ 43 milhões diários, contra o um superavit médio de perto de US$ 2o4 milhões diários do ano passado.

Um programa contra os retrocessos do governo

Do site Vermelho:

Centrais sindicais, movimentos sociais e partidos de oposição apresentaram ontem (18) propostas para se contrapor à política do governo, que segundo eles vai na contramão do necessário para fazer o país voltar ao caminho do crescimento com redução da desigualdade. O foco é o Congresso Nacional: é ali, avaliam, que os projetos têm avançado e continuarão sendo aprovados, se não houver reação na rua e articulação política, com maior quantidade de forças – talvez além da esquerda tradicional.

Bolsonaro e Guedes apostam na desigualdade

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Em 16 de outubro de 2019 o IBGE informou que os 1% mais ricos do Brasil têm uma renda 33,8 vezes superior aos 50% mais pobres. Conforme os números divulgados, 104 milhões de brasileiros e brasileiras sobrevivem com até R$ 413 por mês - ou 13 reais por dia -, enquanto 2,1 milhões sobrevivem com R$ 16.297 mensais.

A diferença entre o andar de cima e o patamar debaixo não para de crescer, confirmou-se no mesmo levantamento.

Em apenas um ano o rendimento do 1% mais rico elevou-se 8,4%, enquanto os 5% mais pobres perderam 3,4%.

Conforme estudo da Fundação Getúlio Vargas, esse processo se repete, mês a mês, sem intervalo, há 14 trimestres seguidos - período politico inaugurado pelo golpe que derrubou Dilma Rousseff.