quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

História começa a prestar contas a Dilma

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

“Neste momento, me inspiro em Darcy Ribeiro para dizer: não gostaria de estar no lugar dos que se julgam vencedores. A História será implacável com eles”, disse a presidenta Dilma Rousseff em 31 de agosto de 2016, ao ser consumado o golpe do qual foi vítima. A direita, liderada pelo PSDB e seus parceiros na mídia, conquistara o objetivo: fragilizar as instituições democráticas brasileiras e arrancar do cargo uma presidenta honesta, que havia sido legitimamente eleita dois anos antes.

A herança perversa do colonialismo racista

Família brasileira no Rio de Janeiro
Obra de Jean-Baptiste Debret
 
Por Fábio Konder Comparato, no site A terra é redonda:

Segundo estudo divulgado em outubro deste ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a crônica desigualdade social que marcou todo o curso de nossa história, desde que Pedro Álvares Cabral aqui aportou no dealbar do século XVI, aumentou em 2018. O rendimento médio mensal do 1% mais rico do país foi quase 34 vezes maior do que o da metade mais pobre de toda nossa população.

Não é difícil perceber que tais dados escandalosos representam o fruto podre do capitalismo excludente e do racismo genocida, implantados aqui desde o início do processo colonizador.

Fila no INSS é desrespeito ao trabalhador

Da Rede Brasil Atual:

Em 2020, o trabalhador voltou a enfrentar um problema que parecia superado, com filas nos postos do INSS por todo o país. Desde a aprovação da “reforma” da Previdência, que restringiu o acesso às aposentadorias, nenhum benefício foi concedido. Já são cerca de 2 milhões de pedidos, entre aposentadorias e pensões, que aguardam análise. O governo Bolsonaro deve anunciar medidas nesta quarta-feira (15), mas reconhece que a fila não deve ser normalizada pelo menos até junho deste ano.

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Lula alerta que "está solto, não está livre"

Oscar 2020: A verdade vos libertará

O Lado B da operação Lava-Jato

Quanto vale a nossa democracia?

Petra Costa no programa Entre Vistas

Um país sem inovação tecnológica

Editorial do site Vermelho:

Um dos aspectos mais relevantes do abandono da ideia de projeto nacional pelo governo Bolsonaro é o descaso com a ciência e tecnologia. Era uma postura prevista no escopo do seu programa, mas a sua evolução não pode ser ignorada. A questão se agrava com a constatação de que há um processo de desmonte do que foi construído ao longo do tempo.

A irresponsabilidade geral do governo Bolsonaro com relação aos problemas estruturais do país é notória, mas nesse caso ela compromete a soberania nacional. Sem ciência e tecnologia, a economia não se desenvolve de modo autônomo e competitivo. As consequências passam por questões como vulnerabilidade externa, estagnação econômica e subdesenvolvimento social.

"Juiz de garantias" e a nova derrota de Moro

Por Carlos Frederico Barcellos Guazzelli, no site Sul-21:

No último artigo publicado nesta coluna, tratou-se da frustração do atual ministro da justiça – o ex-magistrado que quer ser presidente – em fazer passar na Câmara dos Deputados seu auto-intitulado “pacote anticrime”. Como se procurou demonstrar ali, tratava-se de proposta de reforma da legislação penal (lato senso) profundamente infeliz e perigosa, atentatória aos preceitos constitucionais e legais que visam preservar os direitos de cidadania, em face dos poderes investigativos e persecutórios das agências estatais.

Os 'negócios ocultos' do ministro Paulo Guedes

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou de férias na segunda-feira, 13, e já fará as malas de novo. Entre os dias 21 e 24 estará em Davos, na Suíça, para o convescote anual da elite global. Essa turma evitou o Brasil em 2019. O fluxo cambial no País ficou negativo em 44 bilhões de dólares, um recorde. A Bolsa atingiu níveis inéditos, graças à queda dos juros básicos do Banco Central, não ao crescimento do PIB, mas os gringos escaparam dela. Não importa. Guedes deve se sentir em casa nos Alpes suíços, ele que enriqueceu no “mercado”, sócio de empresas e fundos. No governo, sua gestão é do jeito que o diabo financeiro gosta. “É um infiltrado na máquina pública. Fez uma aliança com o capital e tem desenvolvido políticas públicas para essas alianças que construiu em seus negócios privados durante a vida”, afirma o deputado Paulo Ramos, do PDT do Rio de Janeiro.

GloboNews paralisou a Casa da Moeda

Por Marcelo Auler, em seu blog:

Sem dúvida esse não era o objetivo. Mas aconteceu. A entrevista do diretor de gestão da Casa da Moeda, Fabio Rito Barbosa, ao Jornal GloboNews – Edição das 10h, na manhã de sexta-feira (10/01) serviu como o estopim que provocou a paralisação dos cerca de 2 mil funcionários da estatal. Como pano de fundo está a insatisfação com a proposta de privatização que o governo Bolsonaro, com incentivo das Organizações Globo, promete fazer. Assim como o corte de benefícios trabalhistas, já anunciados.

Como a França amplia a revolta global

Por Gabriel Rockhill, no site Outras Palavras:

O trabalho e o capital estão rangendo os dentes na França. À medida em que uma greve aberta lançada em 5 de dezembro para combater uma contrarreforma neoliberal do sistema de aposentadorias continua a se expandir, o governo do presidente Emmanuel Macron esforça-se para defender as vantagens que a mudança traria para os mais ricos (ainda que tenha sido forçado, há pouco, a apresentar o que chama de um “compromisso” com a liderança sindical). Para compreender em profundidade a natureza e importância da batalha, ele precisa ser situada em relação à história recente do movimento dos Coletes Amarelos, e com o contexto geral da luta de classes contemporânea.

Sobre a revolução cultural necessária

Por Hamilton Pereira (Pedro Tierra), na revista Teoria e Debate:

Não é um delírio imaginar que o governo de liquidação nacional liderado pela extrema direita ressuscite a possibilidade histórica de uma esquerda revolucionária no Brasil do século 21.

Revolucionária no sentido de formular um programa capaz de subverter a lógica destrutiva do capitalismo financeiro. Essa que, impulsionada pelas tecnologias digitais, põe em xeque a capacidade da imensa maioria dos trabalhadores de reproduzir diariamente as condições indispensáveis à sua sobrevivência, para se apresentar na manhã seguinte, disposta a cumprir uma nova jornada em qualquer ocupação que lhe ofereçam. Uma lógica excludente e destrutiva que ameaça a própria sobrevivência ecológica do planeta.

Ode à informalidade no trabalho

Por Pedro Daniel Blanco Alves, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

A edição de 27 de dezembro de 2019 do Jornal Nacional, dia em que o IBGE divulgou os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C) do trimestre móvel encerrado em novembro, enalteceu o dito melhor desempenho do mercado de trabalho desde 2016. Segundo a reportagem, o “desemprego” teria caído à menor taxa observada no triênio.

Amplamente repercutido na imprensa, o otimismo da reportagem teve como ponto de partida o fato de que a desocupação atingiu 11,2% da força de trabalho nacional, o que se refere a 11,8 milhões de pessoas. Antes, de acordo com a série abrangida pela pesquisa, iniciada em 2012, o mercado de trabalho brasileiro só havia encontrado uma menor taxa no primeiro trimestre de 2016, quando foi de 10,9%, com 11 milhões de pessoas desocupadas.

'Democracia em Vertigem': golpe no estômago

Por Breno Altman, no site Opera Mundi:

O documentário “Democracia em Vertigem” não é para corações e mentes desavisados. Cada pedaço da narrativa é um golpe no estômago, flertando com a tessitura de uma tragédia shakespeariana.

Emociona e estremece o espectador como uma ficção do melhor cinema, mas sua matéria-prima e linguagem são forjados pela realidade mais bruta. O tempo voa, o ritmo é contagiante, levando a um estado de exaustão, dor e perplexidade frente à decomposição nacional.

Várias obras já foram produzidas sobre o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e a Operação Lava Jato. Nenhuma delas, no entanto, tentou ir tão fundo na perfuração das camadas sobre as quais se construiu a trajetória recente do país.

Saúde para quem precisa de saúde

Por Jandira Feghali

Chegamos ao último ano da gestão municipal. É difícil encontrar pontos positivos, mas tarefa fácil é eleger a saúde como o pior fiasco da atual administração. Pior, porque, como dever do estado e direito de todos, o acesso aos serviços de saúde entrou em colapso. E as ações para impedir a desassistência e o desamparo dos que buscam a rede pública municipal têm vindo de atores externos.

A evidente falta de planejamento e de investimentos é um sinal de que a prefeitura do Rio de Janeiro desconsidera o significado de cuidar das pessoas. Diante deste quadro desastroso, propusemos a imediata instalação de um gabinete de crise com os três níveis da federação e a região metropolitana do Rio. O diálogo tem sido feito por meio desta articulação com o objetivo de apontar e pressionar por soluções.

domingo, 12 de janeiro de 2020

Mais dos ricos, menos dos pobres

Por Frei Betto, no site Correio da Cidadania:

O Pla­nalto anuncia a Re­forma Tri­bu­tária. No Brasil, entre vá­rias dis­tor­ções, des­taca-se o fato de o governo tri­butar pe­sa­da­mente o con­sumo e a pro­dução, quando de­veria ar­re­cadar mais da renda. Vigora hoje o im­posto re­gres­sivo - quem é mais pobre e ganha menos paga, pro­por­ci­o­nal­mente, mais im­postos que os mais ricos.

A tri­bu­tação de­veria ser pro­gres­siva – co­brar mais im­postos sobre renda e pa­trimônio, e isentar quem ganha até R$ 4 mil. Assim, os 206 bi­li­o­ná­rios bra­si­leiros con­tri­bui­riam mais para fi­nan­ciar os serviços pú­blicos. Na tri­bu­tação re­gres­siva re­co­lhem-se mais re­cursos nos im­postos sobre con­sumo de bens (sabão, arroz, li­qui­di­fi­cador etc.) e ser­viços (luz, água, lan­cho­nete etc.). Os im­postos embutidos em bens e ser­viços são pagos por toda a po­pu­lação, sem dis­tinção de poder aqui­si­tivo. A fa­xi­neira e o ban­queiro pagam o mesmo por um quilo de ba­tatas.

A volta da inflação e o desfalecer de Guedes

A luta contra a privatização da Caixa