terça-feira, 7 de abril de 2020
A crise do bolsonarismo
Por Leonardo Avritzer, no site A terra é redonda:
O bolsonarismo não possui uma proposta de governabilidade, apenas de mobilização extra institucional contra a oposição, o sistema político e a mídia, a nova coalizão formada pelo combate ao coronavírus.
Jair Bolsonaro elegeu-se para a presidência devido a uma coalizão de forças e fatores muito particulares entre os quais cabe destacar dois: o antipetismo e a maneira como ele lidou com as redes sociais. O antipetismo é um fenômeno complexo e que tem diversas definições, mas o que eu gostaria de ressaltar aqui são os diferentes elementos, distribuídos no tempo, que caracterizam esse sentimento e o comportamento político da opinião pública em cada um deles.
O bolsonarismo não possui uma proposta de governabilidade, apenas de mobilização extra institucional contra a oposição, o sistema político e a mídia, a nova coalizão formada pelo combate ao coronavírus.
Jair Bolsonaro elegeu-se para a presidência devido a uma coalizão de forças e fatores muito particulares entre os quais cabe destacar dois: o antipetismo e a maneira como ele lidou com as redes sociais. O antipetismo é um fenômeno complexo e que tem diversas definições, mas o que eu gostaria de ressaltar aqui são os diferentes elementos, distribuídos no tempo, que caracterizam esse sentimento e o comportamento político da opinião pública em cada um deles.
'Check list' das atividades sindicais
Por João Guilherme Vargas Netto
Acho que todos os trabalhadores entendem a expressão inglesa do título: lista de controle.
A necessidade da lista de controle das atividades sindicais é vital porque como escreve o professor Belluzzo “os trabalhadores, assalariados ou informais, são o grupo de risco da pandemia econômica”.
É o que pretendo fazer como recomendações para a ação sindical que se tornou mais relevante com a liminar do ministro do STF, Ricardo Lewandowski, que impõe a participação dos sindicatos nas discussões de quaisquer acordos entre patrões e empregados sob a vigência da MP 936, impedindo a selvageria e o oportunismo patronais.
Acho que todos os trabalhadores entendem a expressão inglesa do título: lista de controle.
A necessidade da lista de controle das atividades sindicais é vital porque como escreve o professor Belluzzo “os trabalhadores, assalariados ou informais, são o grupo de risco da pandemia econômica”.
É o que pretendo fazer como recomendações para a ação sindical que se tornou mais relevante com a liminar do ministro do STF, Ricardo Lewandowski, que impõe a participação dos sindicatos nas discussões de quaisquer acordos entre patrões e empregados sob a vigência da MP 936, impedindo a selvageria e o oportunismo patronais.
Tomou ou não? Ciência não é para canalhas
Capitaneadas pelo próprio Jair Bolsonaro no Twitter, as matilhas fascistas espalham pela internet que o Dr. Davi Uip, chefe do staff médico que assessora João Dória nas medidas restritivas adotadas em São Paulo contra a epidemia de coronavírus tomou a tal hidroxicloriquina que o presidente (seguindo o exemplo de Donald Trump) aponta como cura milagrosa para a doença.
Servem-se do ‘jornalismo policial” de José Luiz Datena perguntando ao infectologista, que foi vítima do Covid-19 se ele “tomou ou não tomou” a tal droga, o que, com todas as razões de ética médica e prudência pública, o médico não respondeu.
Não cabe aqui discutir a eventual eficácia desta substância – intoxicante e mortal, aliás, se não dosada com extrema cautela – no tratamento. Possibilidade, em ciência, não é uma regra válida.
Coragem, firmeza, espírito público
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O mundo e cada país enfrentam hoje uma crise imensa.
Uma crise que atinge todo o globo terrestre, mas que terá que ser enfrentada em cada país. Em cada estados-nação.
Não poderá ser resolvida pelo mundo, porque mundo não tem um estado.
São as nações que têm cada uma o seu estado – tem um sistema constitucional-legal e a organização formada por políticos e servidores com poder para executar as leis e demais políticas públicas.
Que em um momento de alta gravidade como o que estamos vivendo, são fundamentais.
No Brasil estamos finalmente caindo na realidade. O PIB não crescerá zero nem será negativo em 1%.
segunda-feira, 6 de abril de 2020
Classe dominante faz festança no Congresso
Por Jeferson Miola, em seu blog:
Se crise é oportunidade, uma catástrofe pode ser aproveitada como uma oportunidade preciosa; como uma chance de ouro.
1. Consciente disso, a classe dominante aproveita a calamidade sanitária do coronavírus para executar o mais ambicioso e vultuoso assalto ao cofre do Banco Central do Brasil através da PEC 10/2020, que cria o “orçamento de guerra” fake [aqui e aqui]
As estimativas mais baixas estimam que com esta PEC o Banco Central fará um socorro indecente de mais de R$ 600 bilhões a bancos e especuladores do mercado. Com isso, os especuladores poderão desovar os títulos podres das suas carteiras nos cofres do BC.
Se crise é oportunidade, uma catástrofe pode ser aproveitada como uma oportunidade preciosa; como uma chance de ouro.
1. Consciente disso, a classe dominante aproveita a calamidade sanitária do coronavírus para executar o mais ambicioso e vultuoso assalto ao cofre do Banco Central do Brasil através da PEC 10/2020, que cria o “orçamento de guerra” fake [aqui e aqui]
As estimativas mais baixas estimam que com esta PEC o Banco Central fará um socorro indecente de mais de R$ 600 bilhões a bancos e especuladores do mercado. Com isso, os especuladores poderão desovar os títulos podres das suas carteiras nos cofres do BC.
Vidas e economia na pandemia do coronavírus
Por João Sicsú, na revista CartaCapital:
Nessa crise, um governo pode financiar um programa de salvação de três formas: impostos, dívida e emissão de dinheiro. Seria ideal taxar as grandes fortunas (um imposto de solidariedade) e os lucros e dividendos recebidos por empresários e acionistas. Seria ideal, mas não seria exequível. O governo precisa de dinheiro imediatamente e, além disso, tais medidas causariam cisão política no momento em que são necessárias união e unidade de propósitos.
Austeridade, a grande ceifadora na saúde
Por Michael Marmot, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:
Em termos de progresso social, o Reino Unido perdeu dez anos, e é nítido. Avaliada em termos de expectativa de vida, a saúde dos britânicos está se deteriorando, depois de um período em que melhorou sistematicamente ano após ano. Ao mesmo tempo, as desigualdades na saúde estão aumentando. E o que é verdade para a Inglaterra é ainda mais para a Escócia, o País de Gales e a Irlanda do Norte.
Quando a saúde de uma população não está mais melhorando, a sociedade como um todo está parada. Dados globais confirmam que o estado de saúde é um bom indicador de progresso econômico e social, de modo que o desenvolvimento de uma sociedade tende a se expressar também na melhoria da saúde de sua população. Por outro lado, profundas disparidades econômicas e sociais se traduzem em desigualdades na saúde.
Quando a saúde de uma população não está mais melhorando, a sociedade como um todo está parada. Dados globais confirmam que o estado de saúde é um bom indicador de progresso econômico e social, de modo que o desenvolvimento de uma sociedade tende a se expressar também na melhoria da saúde de sua população. Por outro lado, profundas disparidades econômicas e sociais se traduzem em desigualdades na saúde.
Pandemia, pandemônio e alternativas à crise
Por Marcus Ianoni, na revista Teoria e Debate:
A pandemia do coronavírus exacerba profundamente a crise do capitalismo neoliberal. Há uma recessão internacional e, muito mais ainda que na crise de 2008, novamente o Estado é induzido a injetar imensos estímulos fiscais nas economias e também novamente a questão da coordenação das ações globais se coloca em contraponto à profunda retração da produção, do consumo e do mercado de trabalho. O impacto da crise internacional nos países emergentes é ainda mais preocupante, dada a maior fragilidade de suas economias e a maior desigualdade.
A pandemia do coronavírus exacerba profundamente a crise do capitalismo neoliberal. Há uma recessão internacional e, muito mais ainda que na crise de 2008, novamente o Estado é induzido a injetar imensos estímulos fiscais nas economias e também novamente a questão da coordenação das ações globais se coloca em contraponto à profunda retração da produção, do consumo e do mercado de trabalho. O impacto da crise internacional nos países emergentes é ainda mais preocupante, dada a maior fragilidade de suas economias e a maior desigualdade.
O coronavírus e a guerra das máscaras
Por Flávio Aguiar, na Rede Brasil Atual:
A pandemia do coronavírus provocou uma nova modalidade de conflito: “A Guerra das Máscaras”. Trata-se de uma nova modalidade de pirataria. O cenário não é mais o espaço dos Sete Mares, como no bom tempo. Seus agentes não são mais corsários a serviço de coroas europeias, ou freelancers, como no antigo Caribe e nem mesmo os piratas que agem no Oceano Índico, abrigados em países do leste africano. Nem se caça mais o ouro que singrava e sangrava da América para a Europa, por exemplo.
A pandemia do coronavírus provocou uma nova modalidade de conflito: “A Guerra das Máscaras”. Trata-se de uma nova modalidade de pirataria. O cenário não é mais o espaço dos Sete Mares, como no bom tempo. Seus agentes não são mais corsários a serviço de coroas europeias, ou freelancers, como no antigo Caribe e nem mesmo os piratas que agem no Oceano Índico, abrigados em países do leste africano. Nem se caça mais o ouro que singrava e sangrava da América para a Europa, por exemplo.
Ninguém segura o capitão tresloucado
Por Eric Nepomuceno, no site Brasil-247:
Duas coisas chamaram a atenção neste domingo: o silêncio dos grandes meios monopólicos brasileiros de comunicação sobre um detalhe que se alastra na imprensa de vários países do mundo, e a nova (a enésima) demonstração de que o desequilíbrio e a falta de noção de ridículo de Jair Messias crescem numa velocidade vertiginosa.
Vamos primeiro a Jair Messias.
Desde o anoitecer da sexta e até o entardecer de domingo, ele se mantinha em silêncio, sem participar do espetáculo bizarro da sua paradinha no portão do Palácio da Alvorada para conversar com o grupo de fanáticos seguidores arrebanhados sabe-se lá a troco de quê.
Duas coisas chamaram a atenção neste domingo: o silêncio dos grandes meios monopólicos brasileiros de comunicação sobre um detalhe que se alastra na imprensa de vários países do mundo, e a nova (a enésima) demonstração de que o desequilíbrio e a falta de noção de ridículo de Jair Messias crescem numa velocidade vertiginosa.
Vamos primeiro a Jair Messias.
Desde o anoitecer da sexta e até o entardecer de domingo, ele se mantinha em silêncio, sem participar do espetáculo bizarro da sua paradinha no portão do Palácio da Alvorada para conversar com o grupo de fanáticos seguidores arrebanhados sabe-se lá a troco de quê.
Bolsonaro em declínio terminal?
Por Paulo Nogueira Batista Jr.
A dupla crise da saúde pública e da economia pode vir a ser devastadora. A pandemia não está sob controle. A recessão é inevitável a esta altura, no Brasil e em grande parte da economia mundial. A questão é se será possível evitar uma grande depressão, como a que ocorreu na década de 1930.
E, no entanto, as piores desgraças têm o seu potencial positivo. É preciso saber enxergá-lo e, sobretudo, agir para transformá-lo em realidade. Graças à atuação de figuras excepcionais como Roosevelt, no campo político, e Keynes, no campo da economia, a crise dos anos 1930 foi aproveitada para mudar os paradigmas em termos de teoria e políticas econômicas e de políticas públicas em várias outras áreas.
A dupla crise da saúde pública e da economia pode vir a ser devastadora. A pandemia não está sob controle. A recessão é inevitável a esta altura, no Brasil e em grande parte da economia mundial. A questão é se será possível evitar uma grande depressão, como a que ocorreu na década de 1930.
E, no entanto, as piores desgraças têm o seu potencial positivo. É preciso saber enxergá-lo e, sobretudo, agir para transformá-lo em realidade. Graças à atuação de figuras excepcionais como Roosevelt, no campo político, e Keynes, no campo da economia, a crise dos anos 1930 foi aproveitada para mudar os paradigmas em termos de teoria e políticas econômicas e de políticas públicas em várias outras áreas.
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