sábado, 2 de maio de 2020
A luta pela hegemonia na atualidade
1. O fenômeno político, econômico e militar mais importante, anterior à emergência do Coronavírus e que, após o fim da Pandemia, permanecerá, é a firme disposição dos Estados Unidos de manter sua hegemonia mundial, seu poder de Império, face à ascensão e à competição chinesa.
2. A hegemonia em nível mundial é a capacidade de elaborar, divulgar e fazer aceitar pela maioria dos Estados uma visão do mundo em que o país hegemônico é o centro; de organizar a produção, o comércio e as finanças mundiais de forma a captar para a sede do Império uma parcela maior do Produto Mundial para uso de sua população, e muito em especial de suas classes hegemônicas e de seus altos funcionários; a capacidade de impor a “agenda” da política internacional; a força para punir os Governos das “Províncias” do Império que se recusem a aceitar ou se desviem das normas (informais) de seu funcionamento.
sexta-feira, 1 de maio de 2020
Discutir calendário de futebol afronta a vida
Por Ricardo Flaitt, no jornal Lance:
Em tempos de terraplanismo, pandemia é gripezinha. Em tempos de pandemia, que colapsa vidas, economias, hospitais, relacionamentos sociais e reordena o mundo do real para o virtual e vice-versa, ainda há quem encontre tempo para discutir calendários de campeonatos, sendo que o sensato, o óbvio mesmo!, no mundo redondo da bola, seria buscar soluções para preservar as vidas de torcedores e jogadores.
Em tempos de terraplanismo, pandemia é gripezinha. Em tempos de pandemia, que colapsa vidas, economias, hospitais, relacionamentos sociais e reordena o mundo do real para o virtual e vice-versa, ainda há quem encontre tempo para discutir calendários de campeonatos, sendo que o sensato, o óbvio mesmo!, no mundo redondo da bola, seria buscar soluções para preservar as vidas de torcedores e jogadores.
E se o Brasil tivesse um governo sério?
Por Bepe Damasco, em seu blog:
1- Em primeiro lugar, mandaria às favas a economia. A racionalidade econômica seria substituída pela obsessão por salvar vidas. Depois se pensaria em como remendar as finanças. Como Lula tem dito, na guerra do Paraguai o Brasil gastou o equivalente a 11 vezes o orçamento do país à época. E estamos em guerra contra um inimigo potente, traiçoeiro e invisível.
2- A Casa da Moeda estaria emitindo dinheiro para ajudar as pessoas, financiar programas emergenciais do governo federal e socorrer estados e municípios.
3- O presidente da República lideraria os esforços de enfrentamento da pandemia, em articulação permanente com os governadores, prefeitos e o Congresso Nacional. Usaria com frequência as redes sociais e a cadeia nacional de rádio e televisão para fazer balanços e conclamar a população a ficar em casa, como única forma de se achatar a curva de contágio. Com o aumento do número de casos, a quarentena daria lugar ao lockdown, o fechamento total, como fizeram outros países. O chefe da nação prestaria também suas condolências e expressaria solidariedade às famílias enlutadas pela dor da perda de entes queridos.
Presidente da Argentina peita empresários
Por Martín Fernández Lorenzo, no blog Socialista Morena:
Há duas semanas, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, deu uma coletiva de imprensa onde enfrentou o inimigo mais poderoso da quarentena que decretou há um mês: os grandes empresários do país. “Bem, muchachos: chegou sua hora de ganhar menos”, disparou. Dias depois, chamou de “miseráveis” os empresários que demitiram trabalhadores em meio à pandemia de coronavírus, como a construtora Techint, que, no início do mês, deu um pé na bunda de 1500 operários, mesmo com o decreto presidencial proibindo demissões por 60 dias.
Há duas semanas, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, deu uma coletiva de imprensa onde enfrentou o inimigo mais poderoso da quarentena que decretou há um mês: os grandes empresários do país. “Bem, muchachos: chegou sua hora de ganhar menos”, disparou. Dias depois, chamou de “miseráveis” os empresários que demitiram trabalhadores em meio à pandemia de coronavírus, como a construtora Techint, que, no início do mês, deu um pé na bunda de 1500 operários, mesmo com o decreto presidencial proibindo demissões por 60 dias.
Forças democráticas e os desafios do amanhã
Por Roberto Amaral, em seu blog:
O populismo de extrema-direita, que hoje toma o nome de bolsonarismo, não é fruto do acaso, nem jabuticaba em pé de goiabeira: sua emergência responde a uma necessidade do processo político brasileiro, marcado pela presença ativa de setores radicalmente conservadores de nossa sociedade cuja formação deita raízes na escravidão de negros e no genocídio das populações nativas. Somos, desde as origens coloniais, uma sociedade racista e autoritária, de um autoritarismo larvar que pervade todos os escaninhos das relações sociais, econômicas e pessoais. O poder sempre esteve enfeixado nas mãos de uns poucos proprietários brancos, senhores da terra, da liberdade e da vida do “povo”, os outros, o “povaréu”, que hoje os sociólogos prezam chamar de “classes subalternas”. Pois subalternos, população secundarizada, eram todos os não-proprietários.
O populismo de extrema-direita, que hoje toma o nome de bolsonarismo, não é fruto do acaso, nem jabuticaba em pé de goiabeira: sua emergência responde a uma necessidade do processo político brasileiro, marcado pela presença ativa de setores radicalmente conservadores de nossa sociedade cuja formação deita raízes na escravidão de negros e no genocídio das populações nativas. Somos, desde as origens coloniais, uma sociedade racista e autoritária, de um autoritarismo larvar que pervade todos os escaninhos das relações sociais, econômicas e pessoais. O poder sempre esteve enfeixado nas mãos de uns poucos proprietários brancos, senhores da terra, da liberdade e da vida do “povo”, os outros, o “povaréu”, que hoje os sociólogos prezam chamar de “classes subalternas”. Pois subalternos, população secundarizada, eram todos os não-proprietários.
Três cenários para purgatório da política
Por Luís Fernando Vitagliano, no site Brasil Debate:
Para qualquer balanço de governo, neste momento é primordial levar em conta que a base de sustentação da eleição de Bolsonaro e seu domínio técnico das redes sociais permanecem como o grande trunfo do presidente contra qualquer aspirante ao seu cargo. Bolsonaro é o político com maior capacidade de fazer das redes sociais uma ferramenta de popularidade e consegue criar fatos políticos manipulando seus robôs e seus apoiadores. Graças a isso se elegeu presidente, graças a isso aprovou projetos impopulares e também sustenta sua popularidade mesmo depois de vários reveses de governo. Portanto, é preciso entender que nenhum candidato da direita tem tamanha influência, e que Jair Bolsonaro segue sendo a figura principal do banquete político quando se especula sobre 2022.
Para qualquer balanço de governo, neste momento é primordial levar em conta que a base de sustentação da eleição de Bolsonaro e seu domínio técnico das redes sociais permanecem como o grande trunfo do presidente contra qualquer aspirante ao seu cargo. Bolsonaro é o político com maior capacidade de fazer das redes sociais uma ferramenta de popularidade e consegue criar fatos políticos manipulando seus robôs e seus apoiadores. Graças a isso se elegeu presidente, graças a isso aprovou projetos impopulares e também sustenta sua popularidade mesmo depois de vários reveses de governo. Portanto, é preciso entender que nenhum candidato da direita tem tamanha influência, e que Jair Bolsonaro segue sendo a figura principal do banquete político quando se especula sobre 2022.
Por mais lucro, neoliberais atacam sindicatos
Por Caroline Oliveira, no jornal Brasil de Fato:
O Brasil está com o pé na ditadura militar enquanto Otávio faz piquete na porta da fábrica, com um megafone na mão. Seu filho, Tião, metalúrgico de família, ignora o pai e o piquete. Para ele, greve é utopia, uma luta inglória. Sua preocupação é deixar a vida difícil para trás.
Na peça teatral “Eles não usam black-tie”, escrita por Gianfrancesco Guarnieri, estão retratados os conflitos de uma categoria e de duas gerações que parecem viver em mundos diferentes, ainda que iguais.
Projetados os personagens para 2020, Otávio seria o trabalhador que está diante do desafio de reorganização do movimento sindical diante das transformações no capitalismo.
O Brasil está com o pé na ditadura militar enquanto Otávio faz piquete na porta da fábrica, com um megafone na mão. Seu filho, Tião, metalúrgico de família, ignora o pai e o piquete. Para ele, greve é utopia, uma luta inglória. Sua preocupação é deixar a vida difícil para trás.
Na peça teatral “Eles não usam black-tie”, escrita por Gianfrancesco Guarnieri, estão retratados os conflitos de uma categoria e de duas gerações que parecem viver em mundos diferentes, ainda que iguais.
Projetados os personagens para 2020, Otávio seria o trabalhador que está diante do desafio de reorganização do movimento sindical diante das transformações no capitalismo.
O dinheiro e o mercado
Por Luiz Gonzaga Belluzzo, no blog Nocaute:
Na quarta-feira, 15 de abril, o New York Times apresentou sua perplexidade com as iniciativas do Federal Reserve e do Tesouro americano que ajambraram um pacote trilionário para manter a economia de Tio Sam à tona.
O jornal conta que “os Estados Unidos responderam aos estragos econômicos causados pelo Coronavírus com o maior pacote de ajuda de sua história: US$ 2 trilhões.
Ele essencialmente substitui alguns meses de atividade econômica americana por uma enxurrada de dinheiro do governo – cada centavo dele emprestado ao próprio governo.”
E, logo, lança uma pergunta: “De onde vem todo esse dinheiro?
Resposta: “A maioria do nada.”
O jornal conta que “os Estados Unidos responderam aos estragos econômicos causados pelo Coronavírus com o maior pacote de ajuda de sua história: US$ 2 trilhões.
Ele essencialmente substitui alguns meses de atividade econômica americana por uma enxurrada de dinheiro do governo – cada centavo dele emprestado ao próprio governo.”
E, logo, lança uma pergunta: “De onde vem todo esse dinheiro?
Resposta: “A maioria do nada.”
Os 45 anos do fim da "Guerra do Vietnã"
Foto: Ha Tien Anh/EFE |
A chamada “Guerra do Vietnã” , que os vietnamitas chamam de Guerra de Libertação, teve início em meados da década de 60 do século passado, após os patriotas e revolucionários vietnamitas terem derrotado completamente o exército colonial mais experiente da época, o Exército Francês, na histórica batalha de Dien Bien Phu, em 1954. Os “conselheiros” americanos que atuavam já com os militares franceses resolveram substituir os franceses na tarefa de continuar a exploração do povo e das riquezas naturais do Vietnã.
Em defesa da vida do povo, mudar o governo!
Por João Pedro Stedile
O Brasil vive uma crise econômica, política, social e ambiental, que pode ser considerada a mais grave e profunda da história. Essa crise não será resolvida com golpes institucionais, como foi o impeachment sem crime de responsabilidade da presidenta Dilma Rousseff.
Desde 2014, todo o peso da crise está sendo jogado nas costas da classe trabalhadora, que está pagando com desemprego, precarização do trabalho e perda de direitos trabalhistas, previdenciários, de moradia, educação e terra, conquistados a duras penas ao longo das últimas décadas.
Com isso, as crises econômicas e social se agravaram. A burguesia brasileira apoiou de “mala e cuia”, como dizemos no sul, a opção fascista da eleição do Bolsonaro. É patética a revelação de José Luiz Egydio Setúbal, um dos herdeiros do Itaú, de que os grandes capitalistas apoiaram Bolsonaro, menos um que ficou com João Amoedo.
O Brasil vive uma crise econômica, política, social e ambiental, que pode ser considerada a mais grave e profunda da história. Essa crise não será resolvida com golpes institucionais, como foi o impeachment sem crime de responsabilidade da presidenta Dilma Rousseff.
Desde 2014, todo o peso da crise está sendo jogado nas costas da classe trabalhadora, que está pagando com desemprego, precarização do trabalho e perda de direitos trabalhistas, previdenciários, de moradia, educação e terra, conquistados a duras penas ao longo das últimas décadas.
Com isso, as crises econômicas e social se agravaram. A burguesia brasileira apoiou de “mala e cuia”, como dizemos no sul, a opção fascista da eleição do Bolsonaro. É patética a revelação de José Luiz Egydio Setúbal, um dos herdeiros do Itaú, de que os grandes capitalistas apoiaram Bolsonaro, menos um que ficou com João Amoedo.
A pandemia deixou o capitalismo nu
Por Luiz Inácio Lula da Silva
“Meus amigos e minhas amigas,
Trabalhadores e trabalhadoras do Brasil e do mundo,
Quero começar a minha fala prestando solidariedade aos familiares de todas as vítimas do coronavírus e a todos os trabalhadores e trabalhadoras que estão lutando para salvar vidas em todo o mundo.
Um vírus desconhecido conseguiu fechar fronteiras, trancar em casa mais de três bilhões de seres humanos e mudar de maneira dramática a vida de cada um de nós. Há três meses estamos como num longo túnel sem fim, recebendo a cada dia notícias piores que as do dia anterior. A humanidade desperta todos os dias torcendo para que o número de mortos de hoje seja menor que o de ontem. Estamos vivendo os mais tenebrosos dias da nossa história.
“Meus amigos e minhas amigas,
Trabalhadores e trabalhadoras do Brasil e do mundo,
Quero começar a minha fala prestando solidariedade aos familiares de todas as vítimas do coronavírus e a todos os trabalhadores e trabalhadoras que estão lutando para salvar vidas em todo o mundo.
Um vírus desconhecido conseguiu fechar fronteiras, trancar em casa mais de três bilhões de seres humanos e mudar de maneira dramática a vida de cada um de nós. Há três meses estamos como num longo túnel sem fim, recebendo a cada dia notícias piores que as do dia anterior. A humanidade desperta todos os dias torcendo para que o número de mortos de hoje seja menor que o de ontem. Estamos vivendo os mais tenebrosos dias da nossa história.
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