quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Bolsonaro e os conflitos com a mídia

Por Marina Pita, na revista CartaCapital:

A comunicação é uma das armas mais poderosas para a manutenção do bolsonarismo e a continuidade do presidente da República no poder. Em se tratando da relação com os meios de comunicação tradicionais, a postura do Palácio do Planalto e seus apoiadores atropela, cotidianamente, os princípios constitucionais, os marcos legais em vigor no país e os direitos humanos. Neste final de um turbulento 2020, selecionamos alguns momentos que caracterizam a relação conflituosa de Bolsonaro com a imprensa, e também o uso político feito de veículos aliados por parte da estrutura pública federal.

Covid-19 e o verão dos assassinos

Por Ayrton Centeno, no jornal Brasil de Fato:

Assassino é uma palavra pesada. Assassinato é, diz o dicionário Aurélio, “matar traiçoeiramente, matar um ser humano, extinguir, destruir, aniquilar”. É uma palavra que pesa toneladas. Embora pesada, a palavra é muito mais leve do que a morte que provoca.

Chegou a hora de usarmos esta palavra pesada e dura como rocha para nomear quem infringe as determinações da saúde pública e se aglomera em festas, farras e similares seja onde fôr. Quem vai e participa assume de caso pensado todos os riscos de contrair e espalhar a covid-19 para pais, avós, irmãos, parentes, amigos, vizinhos, colegas.

Trump e o sonho de Bolsonaro

Por Eric Nepomuceno, no site Brasil-247:


O que se viu em Washington nesta primeira quarta-feira de 2021 foi absolutamente inédito: o Congresso dos Estados Unidos invadido por uma horda de seguidores fanáticos de Donald Trump para impedir que fosse confirmada a vitória de Joe Biden.

Uma violência insólita na capital do país que já contribuiu de maneira decisiva para que ocorresse algo idêntico em outras nações, ou seja, derrubar um presidente eleito e fechar o Congresso. Duas horas antes da sessão que confirmaria o resultado das eleições, Donald Trump foi até a multidão que já estava reunida na frente do Congresso e incitou uma vez mais o que aconteceria pouco depois. Depois de todas as cenas absurdas, ele voltou a falar aos manifestantes, desta vez pedindo que fossem para casa.

Bolsonaro e a incompetência autossatisfeita

Por Flavio Aguiar, no site A terra é redonda:


Há uma pesquisa muito curiosa empreendida por dois psicólogos e professores universitários norte-americanos nos anos 1990, sobre a ignorância ou incompetência auto-satisfeita. Eram eles David Dunning e Justin Kruger, e sua pesquisa levou à formulação do chamado “Efeito Dunning-Kruger”. Basicamente, ele consiste na assertiva de quanto mais uma pessoa é ignorante ou incompetente a respeito de um assunto, pode-se tornar mais difícil o auto-reconhecimento da própria ignorância ou incompetência.

Fascismo 2.0 em oito lições

Por Boaventura de Sousa Santos, no site Outras Palavras:


É impossível prever o que vai acontecer nos EUA nas próximas semanas. Várias perguntas cruciais ficam por agora sem resposta. Houve ou não fraude eleitoral? Se houve, foi suficiente para inverter os resultados? Será a transição de Trump para Biden, de Trump para Trump? Ou de Trump para um acordo de compromisso no Congresso em que, tal como aconteceu em 1876, o candidato que ganhou as eleições assume a presidência na condição de aceitar o compromisso extra-eleitoral? Haverá violência nas ruas qualquer que seja a solução, uma vez que qualquer delas marginaliza uma parte importante e polarizada da sociedade? 

ABI pede impeachment do ministro da Saúde

Da Rede Brasil Atual:


A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) apresentou nesta terça-feira (6) pedido de impeachment contra o ministro da Saúde do governo Bolsonaro, Eduardo Pazuello. A má condução da pasta durante a maior crise sanitária em mais de 100 anos norteia o pedido. Assim como a incompetência em construir um programa de vacinação contra a covid-19.

O general do Exército Eduardo Pazuello é o terceiro ministro da Saúde do governo Bolsonaro, efetivado no posto apesar de não ser médico nem tem experiência com infectologia ou crise sanitária. O presidente demitiu os dois titulares anteriores da pasta, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Ambos, apesar do perfil alinhado com o mercado de saúde privada, não chegaram ao ponto de conseguir seguir sob o comando negacionista de Bolsonaro.

As seringas e a frieza genocida de Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:

O presidente da República, Jair Bolsonaro, sempre se supera quando o assunto é a irresponsabilidade na condução do país. A mais recente postura nesse sentido foi o anúncio de que o governo suspendeu a aquisição de seringas para a vacinação contra Covid-19 “até que os preços voltem à normalidade”. Como é de seu feitio, o anúncio se deu sem maiores detalhes, além de alegar que estados e municípios têm estoques do material para o início da imunização.

A invasão trumpista ao Congresso