segunda-feira, 7 de junho de 2021

A vida dos demitidos pela Lava-Jato

The Economist quer "eliminar" Bolsonaro?

CBF é máfia; negócio da Copa América é grana

Neofascismo: o que é e onde surgiu?

The Economist e o Cristo Redentor sem ar

Por Altamiro Borges

A imagem de Jair Bolsonaro no mundo está cada dia pior. A revista britânica The Economist, considerada uma bíblia da cloaca financeira internacional, estampou na capa da semana passada a estátua do Cristo Redentor sem ar, respirando com uma máscara de oxigênio. Em um dos vários artigos dessa edição especial sobre o Brasil, uma afirmação peremptória: “A prioridade mais urgente é tirá-lo pelo voto” em 2022.

Diferentemente de parte da mídia nativa, que ainda nutre ilusões sobre a possibilidade de “civilizar” o fascista no poder, a conclusão da revista é que “será difícil mudar o rumo do Brasil enquanto [Bolsonaro] for presidente”. O caderno especial com dez páginas, organizado pela correspondente Sarah Maslin, aborda temas como economia, corrupção e Amazônia.

domingo, 6 de junho de 2021

Amazônia desmatada. Salles "passa a boiada”

Por Altamiro Borges

Apesar do cerco que sofre de todos os cantos, nacionais e internacionais – inclusive sob o risco de ter em breve a sua prisão decretada –, o ministro Ricardo Salles segue “passando a boiada” da devastação ambiental. Na sexta-feira (4), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apresentou dados que comprovam que o desmatamento na Amazônia Legal em maio foi o maior registrado desde 2016, quando a série histórica teve início.

Foi o terceiro mês seguido de recorde de destruição da floresta em 2021. Em 28 dias, a devastação atingiu a marca de 1.180 km² - um aumento de 41% em relação ao mesmo mês de 2020. Desde o início da operação do satélite Deter-B do Inpe, é a primeira vez que esse número ultrapassa 1.000 km² no mês.

Amado Batista já pagou sua dívida ambiental?

Por Altamiro Borges

Sempre desconfie dos que vivem posando de moralistas – geralmente eles são imorais. Bravateiam contra a corrupção apenas para esconder seus podres. Na semana passada, o cantor sertanejo e ruralista Amado Batista vomitou em uma entrevista à Rede Nordeste de Rádio: “Lula é um ladrão, só vota nele quem gosta de ladrão. Diferente de Bolsonaro, que não rouba”.

Ele ainda insinuou que o filho do ex-presidente, conhecido como Lulinha, “saiu do nada, hoje é milionário. Não estou exagerando, digo porque conheço seus negócios no agronegócio. Ande pelo Mato Grosso, como eu, e você comprovará”, disparou sem apresentar provas o caluniador bolsonarista.

Água “consagrada” não cura R.R. Soares

Por Altamiro Borges

Da trágica série "A vida é irônica e cruel". O site Metrópoles informa que "o missionário R.R Sores, de 73 anos, precisou ser intubado na tarde deste sábado (5), após complicações no quadro de Covid-19. O líder da Igreja Internacional da Graça de Deus está internado desde sexta-feira, no Hospital CopaStar, na Zona Sul do Rio de Janeiro".

Em postagem de maio de 2020, o mesmo site registrou ironicamente que "o pastor e empresário Romildo Ribeiro Soares, conhecido como R.R. Soares, tem anunciado há uma semana uma suposta cura ao novo coronavírus durante o programa 'O show da fé', vinculado pela TV Band".

Os crimes sexuais do fundador da Casas Bahia

Fanáticos por cloroquina espalham barbárie

O legado e a luta de Zuzu Angel

Copa América é pra desviar foco de Bolsonaro

Bolsonaro e a economia em ano eleitoral

O Brasil está longe da normalidade

Por Luis Manuel Fonseca Pires e Pedro Estevam Alves Pinto Serrano, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

O Brasil está longe da normalidade, disse o presidente da república Jair Bolsonaro em discurso a militares em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, na última quinta-feira dia 27 de maio. Não foi promessa nem vaticínio. Mas diagnóstico. O presidente acerta. Encontramo-nos em direção da consumação do estado de exceção. Faltou dizer que ele é o responsável porque esta situação decorre de sua agenda política de caos, destruição e morte. Há um nome em ciência política para este tipo de programa de governo: necropolítica. O regime de exceção – oposto à normalidade democrática que se anuncia na Constituição – é alimentado pelo conflito, a discórdia, o embate constante e sistemático contra inimigos que podem ser pessoas vivas ou mortas, ideias presentes ou passadas, instituições públicas ou privadas, nações estrangeiras ou cidadãos do próprio país: um adversário político, o meio ambiente, o STF, Leonardo de Caprio, a urna eletrônica, a CPI da Covid, a China. É preciso encontrar um inimigo e lançar-se contra ele. Sem inimigo(s) o estado de exceção não sobrevive.

Onde há fumaça há fogo

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Há certo consenso entre os analistas políticos de que Bolsonaro, quando se vê encurralado, solta rolos de fumaça para turvar a visão do horizonte da verdade. Essa operação parece seguir o instinto do presidente, como um gesto imediato de raiva: imaturo, ressentido e grosseiro. No entanto, por trás da aparente espontaneidade, há uma astúcia da estupidez. As mensagens atingem diferentes públicos e acabam assumindo lugar de destaque no ecossistema de comunicação, dos jornalões às redes sociais.

Impunidade de Pazuello: risco à democracia

Editorial do site Vermelho:

O perdão ao ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello pelo Exército tem enorme gravidade. É um perigoso precedente. O episódio afronta a Constituição e o Regulamento Disciplinar do Exército quanto às restrições à participação política de militares, em particular o que se encontram na ativa. A impunidade foi criticada por três ex-ministros da Defesa (Aldo Rebelo, Celso Amorim e Raul Jungman) e por militares como Carlos Alberto dos Santos Cruz, o ex-ministro e general da reserva Sérgio Etchegoyen e o ex-presidente do Superior Tribunal Militar (STM), brigadeiro Sergio Ferolla.

A revanche dos militares

Por Moisés Mendes, no site Brasil-247:


Bolsonaro está ganhando de goleada.

Mandou mais de 10 generais embora do governo, quase todos humilhados pelos filhos dele, e não aconteceu nada.

Empurrou o vice Hamilton Mourão para uma função subalterna e perigosa no Conselho da Amazônia, sob o comando de Ricardo Salles e seus grileiros, e não acontece nada.

Dispensou o ministro da Defesa e os comandantes das três armas, porque não toparam levar adiante o blefe do golpe, e não aconteceu nada.

Diz e repete que é comandante supremo das Forças Armadas e se refere ao “meu Exército”, para imposição de um poder militar de governo, e não de Estado, e não acontece nada.

O papel contemporâneo das Forças Armadas

Por Jeferson Miola, em seu blog:


1.

A escalada militarista no Brasil desperta enorme atenção mundial. Não bastasse o componente militar em si, muitos elementos presentes na dinâmica política brasileira têm parentesco com a emergência e a evolução do fascismo e do nazismo na Europa dos anos 1920 a 1945, assim como com a atual expansão da extrema-direita e do neofascismo em vários países.

É essencial estudar-se e entender-se o fenômeno brasileiro na sua complexidade. Ao lado disso, é importante também alargar-se o campo de análise com o objetivo de desvendar a eventual existência de fios de conexão entre o “caso brasileiro” e lógicas militaristas também presentes nas realidades de potências capitalistas centrais, como a Alemanha, França e EUA.

"Copa Bolsonaro" está virando desastre

Por Fernando Brito, em seu blog:


É bom tomar muito cuidado ao meter a mão em uma cumbuca cheia de cobras, lagartos e de ratos como é o embrulho que se formou envolvendo o governo Bolsonaro a CBF, a seleção brasileira e outros envolvidos na “Cova” América, apelido que o torneio sul-americano tomou e colou.

É encrenca para todo lado e o risco de Jair Bolsonaro ter conseguido avacalhar também o futebol é muito grande.

Os atletas da Seleção que atuam na Europa, que são a maioria, não querem jogar. Os que atuam aqui, os acompanham, porque estão em meio ao Brasileirão, Libertadores e outros torneios.

Alegam cuidado sanitário, mas sabe-se que este é só um pretexto, porque estão irritados com Rogério Caboclo, presidente da CBF, na foto com Bolsonaro, pela maneira autoritária com que são tratados.