quinta-feira, 9 de setembro de 2021

O caminho sem volta do golpismo bolsonarista

Bolsonaro: impeachment ou vira pato manco

Sobre as manifestações de 7 de setembro

Por Flávio Aguiar, no site A terra é redonda:


A única vez em que as esquerdas brasileiras interromperam a trajetória de um golpe de estado já em marcha foi defendendo a Legalidade, há 60 anos atrás

Desde logo vou dizendo que observei o 7 de setembro com meu óculo de alcance, a 12 horas de voo (pelo menos) do aeroporto de Guarulhos, que é onde normalmente aterrizo quando vou ao Brasil. É mais fácil, portanto, observar o tamanho da floresta do que os detalhes de cada árvore, arbusto e clareira.

Feita a ressalva, vamos lá.

Olhando a floresta toda, antes, durante e agora no day after do 7 de setembro, levando em conta as manifestações pró e contra Bolsonaro, os debates oficiais, oficiosos, as reações que pude observar em sites e grupos a que tenho acesso, fico com a sensação de que o jogo do 7 de setembro terminou num empate técnico.

7 de setembro acabou ou recém começou?

Por Jeferson Miola, em seu blog:


Na assembleia geral de bandidos de 17 de abril de 2016 presidida pelo bandido Eduardo Cunha, como um jornalista português se referiu à sessão do impeachment fraudulento da Dilma, Bolsonaro dedicou seu voto ao facínora e torturador Brilhante Ustra, “o terror de Dilma Rousseff”. Em outra circunstância, ele também definiu critérios para mulheres que “merecem” ser estupradas.

Bolsonaro também criticou a ditadura por não ter assassinado mais de 30 mil opositores e disse que o governo militar que hoje preside não veio para construir algo, “mas viemos para desconstruir muita coisa”.

A hora e a vez do impeachment de Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:


As declarações de Jair Bolsonaro nos atos golpistas realizados em Brasília e São Paulo, na terça-feira (7), não deixam mais dúvida: somente o impeachment do presidente pode impedir, a esta altura, que ele continue a cometer reiterados crimes contra o Estado Democrático de Direito e o povo brasileiro.

Antes de tudo, é preciso ressaltar que os novos ataques de Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ocorrem em meio a uma das piores crises na história do Brasil. “Como pode um presidente ignorar os mortos pela pandemia, os desempregados, os famintos?”, questionou a presidenta do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos (PCdoB). “Mostra total desconexão com a vida real da população. O povo quer vacina, comida e emprego.”

Quem paga o Trovão?

Por Fernando Brito, em seu blog:


A descoberta de que o incitador de golpes que atende pelo apelido de “Zé Trovão” está há dias no México, na companhia de outro acusado de ações golpistas, Oswaldo Eustáquio, levanta algumas questões interessantes.

A primeira é a de que, evidentemente, há alguém “bancando” os promotores destas tentativas de lançar o país em aventuras.

Passagem de ida e volta (os México exige), hotel, passaporte, uma ajuda de custo para os frijoles e tacos, uma sobra para deixar bem garantida a família, tudo isso depende de ligações político empresariais, algo que também desperta curiosidade sobre quem paga pelos caminhões carregados, estacionados em Brasília ou bloqueando as estradas, uma vez que a categoria alega apenas sobreviver com fretes deficitários.

Estado de Sítio era fake news bolsonarista

Os ruralistas e os donos do Brasil

A frente ampla na luta ideológica

Há um golpe em andamento

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Atos do 7 de Setembro repercutem no mundo

Arthur Lira é cúmplice de Bolsonaro

Bolsonaro encarna o Pequeno Ditador

Atos bolsonaristas faz terceira via se mexer

Por Rodrigo Vianna, no site Brasil-247:

Considero um exagero dizer que as manifestações bolsonaristas "floparam", ou seja, que teriam sido um fracasso.

Bolsonaro havia falado em números irreais, prevendo levar mais de 2 milhões de pessoas às ruas. Não conseguiu, claro. Mas o comparecimento está longe de ter sido irrisório.

Avaliação realista feita por este jornalista (adotando critérios objetivos de medição de áreas, e supondo concentração de até três pessoas por metro quadrado nos setores de maior aglomeração) indica que o comparecimento foi o seguinte:

- 90 mil a 100 mil pessoas em Brasília;

- 120 mil a 150 mil pessoas em São Paulo.

Ah, mas Bolsonaro só conseguiu isso porque parcelas do agronegócio e lideranças evangélicas despejaram dinheiro, pagaram ônibus e hospedagem. Verdade. Ainda assim, isso demonstra que há setores orgânicos dispostos a bancar um governo que só entregou ao país morte, inflação, desemprego e destruição ambiental. Não é pouco.

O rato que ruge e as instituições que miam

Por Fernando Brito, em seu blog:

Quase 24 horas depois de o presidente da República ter mandado o presidente da Suprema Corte “enquadrar o seu” ministro e já 16 horas após, na Paulista, ter ameaçado virar a mesa do que a Câmara decidiu sobre a contagem manual dos votos, Justiça e Parlamento permanecem quietos.

Dizem, segundo o que fazem cochichar à mídia , que querem evitar o “clima de briga de bar”.

A única consequência real que tem-se, até agora, é a suspensão das sessões do Senado de hoje e amanhã. Vale dizer que os senadores ficam, institucionalmente, mudos até a semana que vem. Na prática, a reação ante quem quer fechar o Senado é este fechar-se espontaneamente.

Se a alegação de “razões de segurança” procedessem, muito mais razões haveria para não haver reunião do STF.

Bolsonaro prega insurreição fascista

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:


Foi difícil acompanhar o discurso de Bolsonaro na Paulista, em função da má qualidade da transmissão, cuja exclusividade foi entregue a um dos sites de estimação do presidente.

Quando as redes começaram a decifrar o que Bolsonaro dizia, não houve propriamente surpresa. Bolsonaro havia prometido que seu discurso da Paulista seria mais “robusto”.

Mesmo assim é de revolver o estômago ouvir o presidente da república atacar grosseiramente as duas mais importantes instituições judiciais do país, a corte suprema e o tribunal superior eleitoral.

Atacar é um eufemismo.

Ao afirmar que não respeitará mais decisões do ministro Alexandre de Moraes, e que não aceitará participar de uma “farsa” patrocinada pelo Tribunal Superior Eleitoral, o presidente da república pregou uma insurreição fascista contra o STF e o TSE.