Complexo do Alemão, 12/10/22. Foto: Ricardo Stuckert |
As trajetórias de Lula e Bolsonaro já foram exaustivamente analisadas do ponto de vista político. Não conheço, porém, nenhuma análise do ponto de vista dos arquétipos literários. Suas biografias são pratos cheios para uma nação como o Brasil, onde a maioria do povo é pobre e confia na sorte (ou no milagre) para sair do buraco.
No estudo de obras literárias, há técnicas de garimpar textos e descobrir por que causam tanto impacto a leitores de sucessivas gerações. O professor Matthew Jockers, das universidades de Nebraska e Vermont, analisou inúmeros romances. Chegou a seis tipos de arquétipos que servem de base à elaboração de narrativas complexas: 1) Ascensão (da pobreza à riqueza ou de má a boa sorte); 2) Declínio (de bom a mau, tragédia); 3) Ícaro (ascensão e declínio); 4) Édipo (declínio, ascensão e declínio de novo); 5) Cinderela (ascensão, queda, ascensão); 6) Homem no buraco (queda e ascensão).