domingo, 6 de novembro de 2022
Mariana, o Brasil e a impunidade
Charge: Duke |
Este 5 de novembro assinala os sete anos de um crime que não pode ser esquecido: o colapso da barragem de Fundão, em Mariana, que matou 19 pessoas e inundou o rio Doce com rejeitos minerais, ao longo de 660 km. A lama deixou três povoados em ruínas e provocou prejuízos em 40 municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo.
Até hoje, a Samarco, controlada por Vale e BHP, duas das maiores mineradoras do mundo, não reconstruiu os povoados. É difícil não ver na morosidade a velha estratégia de vencer as vítimas pelo cansaço. Moradores vivem dispersos, perdem laços comunitários, sua luta acaba enfraquecida. Prevalece a lei do mais forte.
Pela revisão imediata dos registros de CACs
Charge publicada no Rebelión |
No começo da noite do domingo, 30 de outubro, em Nova Cintra, MG, Luana Rafaela Oliveira Barcelos comemorava a vitória do seu candidato a presidente da República. Com apenas 14 anos, exercia, junto com amigos, o seu direito de festejar a vitória de Lula.
O festejo durou pouco. Um fascista se achou no direito de acabar a festa e atirou no grupo. Pedro Henrique Dias Soares, 28 anos, morreu na hora. Luana se foi nesta quinta-feira, após um período internada num hospital.
Outras duas pessoas ficaram feridas.
O assassino, identificado como Ruan Nilton da Luz e com passagem pelo sistema prisional em 2004, fazia parte de uma força armada que ascendeu ao longo do governo Bolsonaro, os CACs, sigla que abriga colecionadores de armas, atiradores profissionais e caçadores.
O festejo durou pouco. Um fascista se achou no direito de acabar a festa e atirou no grupo. Pedro Henrique Dias Soares, 28 anos, morreu na hora. Luana se foi nesta quinta-feira, após um período internada num hospital.
Outras duas pessoas ficaram feridas.
O assassino, identificado como Ruan Nilton da Luz e com passagem pelo sistema prisional em 2004, fazia parte de uma força armada que ascendeu ao longo do governo Bolsonaro, os CACs, sigla que abriga colecionadores de armas, atiradores profissionais e caçadores.
Vitória do Lula foi um acontecimento épico
Av. Paulista, 31/10/22. Foto: Ricardo Stuckert |
Bolsonaro não aceitaria a vitória eleitoral do Lula em nenhuma hipótese; ele é, como sempre foi, uma pessoa incompatível com a democracia e com a civilização.
Além disso, a deslegitimação do resultado eleitoral é uma estratégia da extrema-direita para a mobilização e engajamento permanente da matilha fascista “contra o sistema”.
O despeito do Bolsonaro com o fracasso é ainda maior porque ele não acredita que não tenha conseguido se reeleger mesmo tendo montado a mais poderosa e corrupta máquina de guerra contra a democracia. Uma estrutura ilegal e criminosa nunca antes vista [aqui e aqui].
Esta máquina era tão poderosa, endinheirada e esparramada pelo país que Bolsonaro não se convence e não aceita que, ainda assim, Lula conseguiu derrotá-lo.
Bolsonaro só foi eleito em 2018 porque Lula foi ilegalmente impedido de concorrer. Naquela eleição, a triangulação envolvendo o Alto Comando do Exército, a gangue da Lava Jato e setores do judiciário entregou de mão beijada a condição ideal para ele ser eleito.
A turba de Porto Belo afrontou todo o STF
Reprodução da internet |
Os jornalões, fingindo legalismos e temerosos de novas e perigosas pedaladas, mobilizaram seus comentaristas com alertas sobre a PEC da transição.
Mas tente encontrar nas capas dos jornais das corporações a notícia que ajuda a resumir o Brasil do extremista alucinado grudado na dianteira de um caminhão.
Não há nas capas dos jornalões uma linha sobre a turba de Porto Belo, que expulsou da cidade um ministro do Supremo às 4h da madrugada de sexta-feira.
Luis Roberto Barroso, amigos e a família foram cercados e expulsos de um restaurante, tentaram se proteger em casa, não resistiram e abandonaram o lugar sob escolta de policiais militares (foto).
Está na capa do site do jornal catarinense Razão uma pergunta que funciona como afirmação e tenta fazer valer os argumentos dos agressores.
'Desova' de Bolsonaro já vai ao ridículo
Charge: Lute |
Rei morto, rei posto, ensina o ditado popular.
Mas convém que os funerais da ex-majestade tenham certo decoro.
A descrição que faz Mônica Bergamo dos planos de aliados para dar “dignidade” ao afastamento de Jair Bolsonaro do cenário político, porém, dá ideia do quanto é ridícula a tentativa de convencê-lo a retirar-se da cena política e não atrapalhar os negócios da política:
O plano é convencê-lo a se transformar numa espécie de “Fernando Henrique Cardoso da direita”, ou “um estadista” que tem prestígio e o poder de influenciar a escolha de candidatos de seu campo político – mas sem entrar na disputa eleitoral. A diferença é que Bolsonaro é hoje muito mais popular do que FHC era quando deixou o governo, em 2002.
sábado, 5 de novembro de 2022
Assinar:
Postagens (Atom)