domingo, 20 de novembro de 2022

Lula, a fome e o mercado

Charge: Bruno Struzani
Por Cristina Serra, em seu blog:


O mercado toma café, almoça e janta, mas ficou todo arrepiado e histérico quando Lula repetiu o que vem falando há décadas: que o combate à fome é sua prioridade. E que é preciso discutir, sim, o que é gasto, o que é investimento, regra de ouro e outros parâmetros que acabam deixando pouco espaço para incluir o pobre no orçamento público.

Lula tem legitimidade para pautar esse debate. Não é um doidivanas. Tem histórico de responsabilidade fiscal em seus dois mandatos anteriores. A equipe de transição (com Alckmin no comando e a presença de Pérsio Arida e Lara Resende entre seus economistas) também aponta para o equilíbrio entre o controle das contas e as urgências sociais neste terceiro mandato, como os 33 milhões de brasileiros de barriga vazia.

O ódio do mercado à democracia e ao povo

Charge: Vaccari
Por Jeferson Miola, em seu blog:

“O mercado é só uma máquina que aloca recursos”  Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil, 18/11.

“Os mercados votam todos os dias. Os mercados que têm o verdadeiro sentido do Estado” 
 George Soros, especulador internacional, em 1996.

A declaração do Lula [17/11] de priorizar o enfrentamento das graves urgências sociais provocou a histeria coletiva da ortodoxia econômica, da mídia, de banqueiros, de financistas, especuladores e, claro, do deus-mercado.

Toda essa gritaria não é em vão, tem lá sua razão de ser. E como tem!

Acontece que a canalização de maior volume de recursos do orçamento para combater a fome e a miséria diminui a disponibilidade orçamentária para o pagamento de juros da dívida pública. E isso, como se sabe, tende a aumentar a fome voraz do mercado.

O pagamento de juros da dívida, que em 2023 deverá ultrapassar 700 bilhões de reais – algo como 132 bilhões de dólares –, é a segunda maior despesa do orçamento nacional, ficando atrás somente dos gastos previdenciários.

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sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Mídia internacional exalta Lula na COP-27

Por Altamiro Borges

Enquanto a mídia monopolista nativa – famosa por seu falso moralismo e seu atávico ódio de classe – prioriza as críticas ao uso de um jatinho privado na viagem de Lula ao Egito, a imprensa internacional prefere destacar o sucesso do presidente eleito na COP-27. Todas as agências de notícias e os maiores veículos de comunicação do mundo têm exaltado a postura de estadista do líder brasileiro.

O jornal ianque The New York Times, por exemplo, postou que “o presidente eleito do Brasil chegou e eletrizou a reunião. O entusiasmo era palpável aqui para Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido simplesmente como Lula. Mr. Lula se dirigiu aos participantes da cúpula em meio a exuberantes apoiadores que cantaram para ele uma versão do comemorativo ‘Ole, ole, ole!’ [sic]”.