quinta-feira, 31 de outubro de 2024

EUA e a falência do símbolo da democracia

Arte de rua. Foto: Davide Zanin 
Por Jair de Souza

Apesar de já termos abordado esta questão em outras oportunidades, com a aproximação da data de culminação do processo eleitoral para a presidência nos Estados Unidos, nos vemos compelidos a retomar a discussão sobre o que está por trás da difundida imagem do país “símbolo” da democracia.

Não é de hoje que os Estados Unidos vêm sendo retratados por seus admiradores como sendo o que de mais belo as sociedades humanas puderam construir ao longo do tempo. Ainda na primeira metade do século XIX, os principais expoentes intelectuais do liberalismo costumavam referir-se aos Estados Unidos como o país modelo da liberdade. O processo de lutas que levou a sua independência do Império Britânico foi saudado por todos os adeptos do pensamento liberal como uma consagradora vitória dos ideais da liberdade. Assim, para eles, a chamada Revolução Americana se tornou o marco inicial da etapa mais dignificante alcançada pela humanidade.

Desgaste e confusão no sindicalismo

Charge: Bira Dantas
Por João Guilherme Vargas Netto


Terminadas as eleições municipais em que o eleitorado deu um claro recado de normalização da vida política nacional, os dirigentes sindicais e todos os trabalhadores e trabalhadoras voltam à sua rotina.

O presidente Lula deve perceber que os fatos positivos da conjuntura – emprego, salário e projetos vantajosos para a sociedade – não têm, por si sós, garantido o avanço de sua avaliação positiva e deve buscar a correção disto e as ações necessárias para superar esta disfunção.

O movimento sindical poderá ser um parceiro importante nesta correção desde que suas direções se convençam da necessidade de valorizarem aquilo que tem sido feito por eles próprios e pelo governo do presidente Lula.

terça-feira, 29 de outubro de 2024

Queiroz não se elege, mas ganha carguinho

Charge: Aroeira
Por Altamiro Borges

O site Diário do Centro Mundo (DCM) postou neste final de semana que Fabrício Queiroz, o famoso operador das rachadinhas do clã Bolsonaro, perdeu a eleição para vereador em Saquarema, no litoral do Rio de Janeiro, mas ganhou um carguinho do moribundo governador Cláudio Castro (PL). O miliciano foi nomeado para um posto na Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec). A reação à absurda indicação, porém, é grande e pode anular o favorzinho.

Abstenção evidencia frustração da sociedade

Por Altamiro Borges


Além da vitória da direita e da extrema direita, o segundo turno das eleições municipais deste domingo (27) trouxe um outro elemento perturbador: a alta abstenção dos eleitores. Essa parece ser mais uma evidência da crescente frustação da sociedade com a chamada democracia liberal-representativa, o que tem servido de caldo de cultura para o avanço das forças neofascistas.

Balanço do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontou que nos 51 municípios em que houve disputa para as prefeituras a abstenção bateu em 29,26% - o que significa que 9,9 milhões de brasileiros não foram às urnas e terão de justificar o voto. Em 2020, em pleno pico da pandemia da Covid-19, o índice foi de 29,53% – um total de 11,1 milhões de ausentes. Já em 2016, com a crise política, mas sem pandemia, a abstenção foi menor, de 21,55% – 7,1 milhões de pessoas.

Eleição e comunicação popular no Uruguai

Jovem Pan venceu nas eleições municipais

Charge: Nando Motta
Por Altamiro Borges

O bolsonarista Antônio Augusto do Amaral Carvalho Filho, vulgo Tutinha, dono da Jovem Pan, não está conseguido se conter na sua vaidade e arrogância. Nos últimos dias, ele só colecionou boas notícias. No domingo (27), sua TV por assinatura superou a GloboNews na cobertura da apuração do segundo turno das eleições municipais. Já no primeiro turno do pleito, o empresário festejou a vitória de três dos seus comentaristas como vereadores na capital paulista.

Segundo registro da Folha, “a Jovem Pan surpreendeu a GloboNews, sua principal concorrente, e liderou a audiência entre os canais de notícias da TV por assinatura por 2h30 no último domingo... Entre 19h30 às 21h50, ela ficou na frente da GloboNews ou empatou na liderança. CNN-Brasil, Record News e Band News ficaram atrás. Os índices da Jovem Pan e da GloboNews variavam entre 0,9 e 1,4 ponto na audiência. A Jovem Pan focou sua cobertura especialmente na vitória de Ricardo Nunes (MDB) contra Guilherme Boulos (PSOL) para a prefeitura de São Paulo”.

A maré direitista nas eleições municipais

Imagem do site Poder360
Por Jeferson Miola, em seu blog:

Os resultados do segundo turno consolidaram o cenário de derrota estrondosa das esquerdas prefigurado no primeiro turno da eleição municipal.

As urnas evidenciaram um país adernado à direita. E mostraram o avanço do extremismo para além dos legislativos estaduais e federal, alcançando também a esfera municipal de poder.

A partir de janeiro do próximo ano, direita e extrema-direita assumem a administração de políticas públicas e dos orçamentos de importantes centros urbanos em todo país, aumentando ainda mais sua audiência e ressonância na sociedade.

Embora Bolsonaro tenha assistido a derrota de candidatos extremistas em cujas campanhas ele mais se empenhou, é bastante positivo o resultado eleitoral para a extrema-direita, que está alojada em diferentes partidos, como União Brasil, Novo, Podemos, Republicanos, PP e, secundariamente, em outras siglas, como até no MDB e PSD, e não só no PL do Bolsonaro.

Golpe de Tarcísio, de olho em 2026

Brics faz projeto de pacificação do mundo

Tarcísio comete crime eleitoral. Cadê o TSE?

segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Marçal entrevistou Boulos para evitar punições

Qual foi o recado das urnas?

Derrotado, Bolsonaro será alvo da PGR?

Crise é de longo eixo. Não há saídas fáceis

Ilustração: Adobe Stock
Por Pedro Carrano


A crise que se abateu sobre os trabalhadores e organizações de esquerda, sobretudo desde o golpe de 2016 contra Dilma, é de longo eixo. De fato, foi uma derrota estratégica e não apenas tática ou pontual, e que arrastou a todas as organizações da esquerda. Diante disso, não há saídas fáceis e nem reações desesperadas ajudam, como responsabilizar as classes populares pelos resultados adversos.

Embora, a cada ano, a esquerda acredite que a situação vai passar, o “Agora vai”, num exercício voluntarista, uma nova adversidade surge, seja no campo institucional, como foi o péssimo resultado nas eleições municipais, seja no terreno da sociedade civil.

O contexto desfavorável, desde 2016, se dá pelo fato de que a classe trabalhadora passou pelas reformas da previdência, trabalhista e o aprofundamento das terceirizações. Os dados de mobilizações e greves decresceram. A sindicalização no Brasil, que já era baixa, passou de 17% para os atuais 8%, bem como houve arrefecimento na indústria no período pós-golpe, chegando a menos de 10% da produção nacional.