segunda-feira, 18 de outubro de 2010

FHC orquestra a entrega do Brasil?

Reproduzo grave denúncia de Brizola Neto, publicada no blog Tijolaço:

Um portal de Foz do Iguaçu, o Clickfoz, confirmou junto ao Hotel das Cataratas que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso esteve presente em um evento fechado ontem à noite no hotel com a presença de vários estrangeiros.

Segundo o jornalista mineiro Laerte Braga, em seu blog Brasil Mobilizado, o propósito do encontro seria apresentar a investidores estrangeiros oportunidades de negócios no Brasil, com a privatização de estatais brasileiras, no caso de vitória de José Serra.

Ainda segundo Braga, FHC estaria assumindo com os empresários o compromisso de venda de empresas como a Petrobras, Banco do Brasil e Itaipu, em nome de José Serra.

“Cada um dos investidores recebeu uma pasta com dados sobre o Brasil, artigos de jornais nacionais e internacionais e descrição detalhada do que José FHC Serra vai vender se for eleito”, escreveu Laerte Braga.

“E, além disso, os investidores estão sendo concitados a contribuir para a campanha de José FHC Serra, além de instados a pressionar seus parceiros brasileiros e a mídia privada a aumentar o tom da campanha contra Dilma Roussef.”

Ainda segundo o blog, FHC teria dito, logo após ser apresentado pelo organizador do evento Raphael Ekmann, que “se deixarmos passar a oportunidade agora jamais conseguiremos vender essas empresas.”

Raphael Ekmann, ex-gerente comercial da Globosat, é responsável por relações com investidores do Grupo de Investimentos Tarpon. Em 2006, este grupo fez uma oferta hostil para tentar comprar a Acesita, e em 2009, vendeu sua participação na siderúrgica para a Arcelor Mittal.

Braga cita a presença de outras pessoas, como Alice Handy, que vem a ser fundadora e presidente de um grupo privado de investimentos em Charlottesville, nos Estados Unidos, e de Anjum Hussain, diretor de gerenciamento de risco de outro fundo de investimentos que administra US$ 1,6 bilhão.

A jornalista Hildegard Angel afirmou em seu blog no R7, que “o fato é realmente grave e pode ser visto como um ato contra a soberania brasileira e seria importante tanto o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como o candidato José Serra virem a público esclarecer essa denúncia.”

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Dom Tomás Balduíno: "Derrotar a direitona"

Reproduzo entrevista concedida ao sítio do Instituto Humanitas Unisinos (IHU):

Faltando duas semanas para a realização do segundo turno, religiosos/as católicos/as e evangélicos/as lançaram uma carta declarando o voto na candidata do PT Dilma Rousseff. A IHU On-Line entrevistou, por telefone, Dom Tomás Balduíno, bispo emérito de Goiás e presidente honorário da Comissão Pastoral da Terra (CPT nacional), que também assinou o documento.

Na entrevista, ele fala sobre a necessidade de escrever o documento em apoio à Dilma. "A questão não é o amor à Dilma, mas o ódio ao projeto de Serra. A opção por Dilma é simbólica, o significado da opção por Dilma é o mesmo de Lula, é a possibilidade da caminhada dos sem terra, dos negros, dos índios sem repressão", explica. Confira a entrevista:

Quando se sentiu necessidade de escrever esse documento de apoio à Dilma?

Foi no momento do beco sem saída. Só temos duas alternativas: ou Serra ou Dilma. Agora, é salvar o que se pode salvar. A questão não é o amor à Dilma, mas o ódio ao projeto de Serra. O significado da opção por Dilma é a possibilidade da caminhada dos sem-terra, dos negros, dos índios sem repressão. A prioridade não é a concentração, não é a privatização.

Trata-se de derrotar a "direitona" que é contra os pobres, negros, índios e camponeses. Em oito anos, o governo Lula teve muitos defeitos e equívocos, mas ele não implementou a repressão. Todo mundo me fala da carta, alguns acham bom, outros ruim, mas isso significa que ela está seguindo o seu caminho e chegou em boa hora, ainda em tempo de se refletir.

No primeiro turno, alguns bispos aconselharam a sociedade a não votar na candidata do PT. Assim como há um movimento dos evangélicos apoiando Serra em função da discussão sobre o aborto e a união civil homossexual. Como o senhor vê esses posicionamentos?

Alguns bispos tiveram esse posicionamento no primeiro turno porque havia mais opções, eu mesmo votei em Plínio.

Como o senhor percebe esse debate que está sendo feito acerca do aborto?

Isso é um gancho favorável à oposição. Mas tanto um lado quanto o outro tem problemas com relação à compreensão do aborto. Nós, da Igreja, questionamos esse pessoal que só fala em proteger a vida intra-uterina. Está certo, mas o pessoal é tão fanático que esquece que a vida vai além disso, que Jesus valoriza a vida do marginalizado, do oprimido, do pobre, do escravo.

Como o senhor vê a dimensão que a religião está tomando nesse debate para o segundo turno?

Acho que a cúpula da CNBB está tendo uma posição respeitosa com a cidadania. Cada um é livre. Então, a Igreja não vai se apropriar do seu prestígio e força histórica para pôr um candidato ou vetar outro. Isso aconteceu no passado e foi um desastre. Do ponto de vista da direção da CNBB, tudo bem, foi corretíssimo. A nota da CNBB foi serena e bem vinda porque respeita o nosso direito de votar em quem se acha melhor.

Como a Igreja Católica sairá dessa eleição?

Não há uma crise na Igreja Católica. O centro de decisão tomou uma posição racional, não passional, mas respeitosa. Isso vai balizar o andamento da carruagem depois da eleição. Haveria crise se essa esfera não fosse atingida. Para nós é uma referência muito importante em termos de compreensão do conjunto do respeito pelas diversas opções.

Quem fez mais pelo povo indígena brasileiro?

FHC foi contra esse povo. A direita, quando entra no poder, faz concentração, porque ela é classista e faz política de exclusão e mercantilização. Minha posição pode ser dura e intempestiva, mas continuo pensando que no dia em que a bancada ruralista dominar o Congresso, nós estaremos, literalmente, perdidos.

Os povos indígenas estão apoiando quem?

Eles estão com eles. Os povos indígenas têm sido muito mal tratados, mas atualmente não tanto como em outros governos. Antes de Lula, os povos indígenas sofreram muito. Na questão de Raposa Serra do Sol, por exemplo, devemos tirar o chapéu. Mas também tivemos retrocessos, como, por exemplo, por parte do Supremo Tribunal Federal que colocou restrições aos direitos dos povos indígenas.

Os índios estão num patamar de consciência e organização que é importante, eles assumiram a posição de sujeitos da sua própria história. A causa indígena está salva por isso, não por governo A ou B, mas porque eles tomaram uma posição mesmo com todo o sofrimento pelo qual passam. O próximo governo terá pela frente povos organizados.

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Vídeo-bomba sobre o homem-bomba do Serra



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Campanha ofensiva levará Dilma à vitória

Reproduzo artigo do sociólogo Emir Sader, publicado no sítio Carta Maior:

A campanha presidencial entrou numa nova etapa, a quarta e, provavelmente, a última e definitiva.

A primeira correspondeu ao longo período de liderança do Serra nas pesquisas, basicamente pelo fenômeno do recall, que aparentemente se chocava com a enorme popularidade do governo Lula, refletida na grande proporção de pesquisados que revelavam preferência pelo Serra, mas afirmavam querer votar pelo candidato do Lula.

A segunda correspondeu à lenta, mas segura ascensão da Dilma à liderança das pesquisas, pela transferência de votos, correspondente ao mecanismo apontado acima.

A terceira foi a da contraofensiva da direita, que conseguiu um atalho – conforme a feliz expressão de Maria Ines Nassif – com o tema do aborto, para chegar ao lado conservador de um eleitorado favorável ao governo Lula, beneficiário das políticas sociais. Pesou também – em proporções ainda a definir – a denúncia do caso Erenice, afetando a imagem da Dilma. A resultante foi uma inflação dos votos da Marina de setores evangélicos por um lado, de setores descontentes com o PT e o governo Lula, que afetou a votação da Dilma, levou indecisos para a Marina e levou a eleição para o segundo turno.

Este mesmo período se estendeu ao inicio do segundo turno, com a transferência majoritária dos votos da Marina (mais de 50%, segundo as pesquisas) para o Serra, encurtando as distâncias em relação a Dilma. Tudo isto sob o forte impacto da campanha de denuncias e difamação dos setores mais obscurantistas da sociedade, acompanhado dos seus ecos na imprensa, no seu papel de dirigente político da oposição.

Esta etapa passou a esgotar – mesmo se seus efeitos ainda se fazem sentir -, segundo as pesquisas, levando a uma espécie de congelamento relativo das votações da Dilma e do Serra, com vantagem para ela, embora com oscilações possíveis de votos, devido ao nível de rejeição que a orquestração das distintas campanha conseguiu contra a Dilma.

A retomada de iniciativa da pauta política pela candidatura da Dilma se deu pela retomada do tema das comparações entre os governos FHC-Serra e Lula-Dilma, em que o epicentro da privatizações ganhou destaque. Ao mesmo tempo, a campanha da Dilma desatou, em resposta à brutal ofensiva de acusações – assumidas formalmente algumas, sorrateiras as outras – acusações a Serra, que devem voltar a elevar seu nível de rejeição. A candidatura da oposição teve que retomar a defensiva, para responder seja às acusações que foi recebendo, seja no tema das privatizações e outros do governo FHC.

Na reta final, a disputa se dará, do lado do Serra, pelos votos da Dilma – dado que a quantidade de indecisos não seria suficiente para superar a distância em relação a ela -, pela intensificação do lado obscurantista da campanha do Serra – que chegou a imprimir santinhos sobre Jesus e a verdade, como frase do candidato da direita, que trata de insistir no tema do aborto. A ferocidade e as calúnias tendem a aumentar, porque foi aí que o Serra encontrou sua forma de diminuir as distâncias, com a imprensa jogando papel de ainda maior protagonismo.

Do lado da candidatura da Dilma, o retorno com intensidade do Lula à campanha favorece deslocar a polarização em torno das figuras da Dilma e do Serra, para a questão real: da continuação do governo Lula ou da retomada do governo FHC. Com os mais de 80% de popularidade, Lula tem a maior audiência, mais propensa a escutá-lo para enfrentar o dilema real do dia 31: prolongação e aprofundamento do caminho iniciado pelo seu governo ou restauração conservadora.

A atitude mais agressiva da Dilma nos debates, a mobilização da militância política, os atos de apoio de distintas categorias e o trabalho dos governadores nos estados onde o governo saiu vencedor e da campanha nacional onde perdeu – são os fatores que podem levar à vitoria da Dilma no dia 31.

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Jornalistas cobram decisões da Confecom

Reproduzo documento da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) apresentado aos presidenciáveis:

Os jornalistas brasileiros, legitimamente representados pela Fenaj e os seus 31 sindicatos filiados, vêm a público reivindicar dos candidatos à Presidência da República que se comprometam com as bandeiras da democratização da comunicação e com a defesa do Jornalismo como bem público essencial à democracia, e dos jornalistas como categoria profissional responsável pela efetivação do direito da sociedade à informação.

Há no país uma ação permanente patrocinada pelos grandes grupos de comunicação para desqualificar o Jornalismo, confundindo propositadamente a produção de informação com entretenimento, ficção e mera opinião. Igualmente, a categoria dos jornalistas sofre ataques à sua constituição e organização.

Por isso, mais uma vez, os jornalistas brasileiros afirmam a defesa da regulamentação da profissão e conclamam a futura ou futuro presidente a apoiar a luta pela aprovação das Propostas de Emendas Constitucionais (PECs), em tramitação no Congresso Nacional, que restituem a exigência da formação de nível superior específica para o exercício do Jornalismo.

Nossa categoria entende que a luta pela regulamentação da profissão e pela democracia da comunicação é de interesse público. Baseada nesta compreensão, pede a continuidade da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) como instância democrática e plural de discussão e deliberação das políticas públicas para o setor.

Afirmamos a necessidade de o governo brasileiro dar sequência às decisões da 1ª Confecom, destacando como prioridade a criação do Conselho Nacional de Comunicação como instância deliberativa, do Conselho Federal de Jornalistas (CFJ) e do Código de Ética do Jornalismo assim como a aprovação de uma nova e democrática Lei de Imprensa para o país.

Os jornalistas brasileiros têm a certeza de que o futuro ou futura presidente da República comprometer-se-á com a construção desse grande projeto nacional porque significa a defesa da Liberdade de Expressão e Imprensa e da democracia no Jornalismo, na Comunicação e no Brasil.

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