sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Após protesto, Sopa sai da pauta

Por Kerison Lopes, no sítio Vermelho:

O autor do projeto de lei americano antipirataria (Sopa), Lamar Smith, declarou nesta sexta-feira (20) que está retirando a proposta da pauta “até que haja um consenso maior em torno de uma solução”. O recuo foi consequência das manifestações virtuais no mundo inteiro, principalmente nos Estados Unidos.

Em entrevista a Agência Reuters, o deputado republicano disse que “está claro que precisamos rever nossa abordagem para chegar na melhor maneira de lidar com o problema”. “Ouvi as críticas e levo a sério suas preocupações em relação à legislação proposta”, ele continuou.



Também nesta sexta (20), o líder do governo no Senado, Harry Reid, já havia adiado a votação da outra proposta antipirataria que corre no Congresso americano, a Pipa. A votação estava marcada para terça (24), mas foi adiada “indefinidamente”.

As duas propostas de lei se destinam a impedir o que a indústria do copyright considera ser “pirataria virtual”, ou seja, o compartilhamento de arquivos na internet, sejam imagens, músicas, filmes, programas, etc.

Pressão na rede

Na última quarta-feira (18), um protesto virtual teve a participação de milhões de internautas em todo o mundo contra os dois projetos em tramitação no Congresso norte-americano. Contou com a adesão de gigantes da internet, como a Wikipédia, Google, Mozilla, Amazon, Wordpress e outros dez mil sites americanos. A ação dos internautas teve grande efeito na política interna americana.

A ação da militância virtual não ficou só nisso. Em resposta à prisão do fundador do site Megaupload, Kim Schmitz e outros três diretores da empresa, feita pela polícia da Nova Zelândia a mando do FBI, uma ação instantânea do coletivo Anonymous, realizou ataques de negação a vários sites do governo dos EUA e da indústria do entretenimento.

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Ficaram fora do ar em períodos distintos por ação dos ativistas, sites como do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, do FBI, Copyright Office, Warner Music, Universal Music e da Associação da Indústria Fonográfica dos Estados Unidos.

Na nova guerra virtual que se instalou, a força dos ativistas cibernéticos está cada vez mais nítida e mostra que não será fácil impor a censura e a criminalização dos internautas.

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