segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

“Luz para Todos” e o rancor da mídia

Por Altamiro Borges

O programa “Luz para Todos”, criado pelo governo Lula, completou dez anos de vida em novembro. Neste período, ele beneficiou 14,4 milhões de brasileiros que não possuíam energia elétrica nos rincões do país. A sua meta inicial era a de atingir 10 milhões de pessoas até 2008, garantindo acesso gratuito a este serviço. Com base num estudo do IBGE que localizou mais famílias sem luz, ele foi prorrogado e superou as expectativas. Mesmo assim, a mídia demotucana evitou soltar rojões e ainda tentou desqualificar um programa que representa a redenção de milhões de brasileiros.

Em manchete espalhafatosa, a Folha tucana preferiu realçar que “programa federal faz 10 anos com 1,5 milhão sem luz no Norte”. A reportagem de Lucas Reis até explicou os motivos das dificuldades para se “levar postes e fios a áreas de difícil acesso na Amazônia, onde cerca de 360 mil famílias – ou 1,5 milhão de pessoas – esperam o fim da exclusão elétrica”. Também esclareceu que “entre esses sem luz na região Norte do país estão 162 mil famílias já identificadas pelo governo e que fazem parte da meta do programa fixada até dezembro de 2014”.

Os fatos que ilustram a reportagem, porém, não foram suficientes para aplacar o ímpeto oposicionista da Folha e do restante da mídia. O Globo, Estadão, Veja e as emissoras de tevê e rádio preferiram não dar qualquer destaque ao programa nos seus dez anos de existência. Como afirmou a presidenta Dilma Rousseff, no pronunciamento de final de ano neste domingo (29), as forças direitistas apostam na “guerra psicológica”. Pena que o governo federal ainda se acovarde diante do maior exército desta guerra psicológica – os impérios da mídia.

O “Luz para Todos” foi criado em novembro de 2003 pelo então presidente Lula. Até novembro, ele beneficiou 3 milhões de residências. O IBGE calcula que hoje apenas 0,5% dos domicílios do país não são cobertos por luz elétrica. A região Norte tem o pior índice: 97,2%. Todas as outras regiões superam os 99%. “O Norte é a geografia mais complexa e dispendiosa. Os programas são mais caros, pois há dificuldades naturais, além da taxa de crescimento populacional superior à média nacional", explica Henrique Ludovice, assessor para universalização de energia da Eletronorte.

O programa é financiado em 72% por fundos federais abastecidos por encargos nas contas de luz dos consumidores. O restante da verba vem de concessionárias e cooperativas de energia, e dos caixas estaduais. Com a decisão de prorrogar a sua existência, o Ministério das Minas e Energia também anunciou que manterá o repasse dos recursos federais até o final de 2014. A decisão da presidenta Dilma terá enorme impacto na vida de milhares de brasileiros, que nunca tiveram acesso à energia elétrica. Isto explica o rancor da direita e da sua mídia venal.

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