quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Bolsonaro: inimigo dos direitos humanos

Por Altamiro Borges

A decisão do PP de indicar o deputado Jair Bolsonaro (RJ) para presidir a Comissão de Direitos Humanos travou a votação na Câmara Federal nesta terça-feira (11). Nas redes sociais, milhares de internautas rejeitaram a escolha com a hashtag “mais amor, menos Bolsonaro”. Houve também um irreverente protesto na sala da comissão. Diante da pressão, a bancada do PT, a maior do parlamento, decidiu reavaliar suas escolhas. Alguns petistas defendem a ocupação de comissões mais estratégicas, como as da Constituição e Justiça, Agricultura e Saúde. Outros deputados avaliam que seria um grave erro entregar a Comissão de Direitos Humanos a outro notório direitista.

Segundo o jornal Hoje em Dia, não houve consenso na reunião da bancada petista e o tema deverá voltar à pauta nos próximos dias. O único consenso é de que não pode ocorrer novo retrocesso nesta comissão tão sensível às demandas da sociedade. Na última fase, ela foi presidida pelo deputado Marco Feliciano, famoso inimigo do movimento negro e das lutas contra a homofobia. O resultado foi desastroso, com constantes atritos e a paralisia de seus trabalhos. A indicação, agora, do fascista Jair Bolsonaro soa como mais uma provocação da direita fanática. O defensor da ditadura militar e das torturas não esconde o seu ódio às causas dos direitos humanos.

Apesar da indefinição, o novo líder do PT na Câmara, o deputado Vicentinho, já indicou o caminho que será seguido pela sigla. “Não tomamos a definição porque estamos procedendo da melhor forma, ouvindo todos os segmentos e assegurando o debate. O que eu posso assegurar é que nunca mais essa Comissão de Direitos Humanos vai passar pelo constrangimento do ano passado”. O PT ainda tentará convencer o PP a desistir da indicação de Jair Bolsonaro. Muitos conchavos de bastidores ocorrerão nos próximos dias, no Congresso Nacional e no Palácio do Planalto. O risco de um desastre, porém, é muito alto. Neste sentido, é preciso aumentar a pressão da sociedade. Como costuma dizer o teólogo Frei Betto, “feijão só fica bom sob pressão”.

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