quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Temer abre a torneira pra mídia golpista

Por Marcos Aurélio Ruy, no site da CTB:

O governo golpista de Michel Temer aumenta substancialmente as verbas publicitárias destinadas à mídia que lhe deu apoio ao golpe. “O Temer está claramente pagando a fatura do apoio recebido da mídia hegemônica”, diz Renata Mielli, coordenadora-geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC).

“Por mais que tenhamos críticas aos governos anteriores por destinar verbas muito polpudas à mídia comercial, pelo menos havia um movimento de destinação aos veículos alternativos, à mídia comunitária. Neste governo isso acabou”, reforça.

Somente as Organizações Globo entre maio e agosto deste ano, receberam R$ 15,8 milhões de repasses federais (sem contar as estatais!), 24% a mais que no ano anterior, diz reportagem do blog Diário do Centro do Mundo.

A revista Veja, do Grupo Abril, recebeu R$ 380,77 mil entre maio e agosto deste ano do governo golpista, um crescimento de 624%. Como se vê, o corte de verbas desse governo acontece somente nas áreas sociais e contra a classe trabalhadora.


“O pior de tudo é que teve empresa que recebeu aumento superior a 1.100%. Isso é inconcebível”, diz Mielli. Isso significa, explica ela, que “a mídia hegemônica apoiou o golpe por uma identidade político-ideológica, mas não o fez de graça. E está cobrando agora”.

A ativista da comunicação democrática afirma ainda que a distribuição das verbas é extremamente seletiva. “Antes a mídia alternativa e grupos pequenos ainda viam alguma fatia do bolo, agora quem não deu apoio ao golpe teve os contratos suspensos”.

Anistia a veículos com prazo vencido

Mielli comenta também a vergonhosa Medida Provisória 747/2016, que amplia o prazo de renovação de concessão às emissoras de radiodifusão que perderam o prazo. “Fazer isso através de medida provisória é um descaso total com a coisa pública”, diz.

“Somente um governo fruto de um golpe poderia agir assim”, complementa. “Na prática ele está beneficiando amplamente o setor comercial, enquanto a mídia alternativa está jogada às traças e se vê obrigada a sobreviver da colaboração das pessoas”.

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